domingo, 2 de maio de 2010

Atitude - Por Tom Coelho

Atitude - Por Tom Coelho

«A maior descoberta da minha geração é que qualquer ser humano
pode mudar de vida, mudando de atitude».
(William James)

Um novo emprego, um novo empreendimento, um novo relacionamento. Qualquer seja seu novo projeto, apenas mediante atitudes renovadas será possível cultivar resultados diferenciados. Afinal, se você trilhar o mesmo caminho, chegará somente aos mesmos lugares.

Atitudes são constatações, favoráveis ou desfavoráveis, em relação a objetos, pessoas ou eventos. Uma atitude é formada por três componentes: cognição, afeto e comportamento.

O plano cognitivo está relacionado ao conhecimento consciente de determinado fato. O componente afetivo corresponde ao segmento emocional ou sentimental de uma atitude. Por fim, a vertente comportamental está relacionada à intenção de permitir-se de determinada maneira com relação a alguém, alguma coisa ou situação.

Para melhor compreensão, tomemos o seguinte exemplo. Algumas pessoas têm o hábito de fumar. E a pergunta que sempre se faz aos fumantes é o motivo pelo qual não declinam desta prática mesmo estando cientes de todos os malefícios à saúde cientificamente comprovados.

Desgaste inútil.- Crónica por Haroldo P. Barboza

Desgaste inútil.- Crónica por Haroldo P. Barboza

Para existir um bom relacionamento humano e manter uma boa qualidade de vida, o fator básico é a boa convivência entre os habitantes de cada comunidade. Tipos de comunidades em ordem alfabética para não dar margem a algum tipo de preconceito: bairro, cidade, clube, condomínio, empresa, favela, igreja, site, vila .
A boa convivência se estabelece a partir do respeito às normas combinadas entre os interessados em reuniões regulares. E certo que nem sempre as normas agradam à totalidade dos afetados. Cabe a estes, nas oportunidades adequadas, apresentarem seus argumentos lógicos para modificar e adaptar as regras em vigor.

Mais importante ainda é aceitar e praticar as definições estabelecidas pela maioria em tais reuniões.

Ou mudar de comunidade até encontrar uma cujas regras atendam suas expectativas.

Apesar das reuniões terem o objetivo de equacionar os problemas que incomodam a comunidade e servirem como oportunidade para pessoas se reverem, em média 70% dos convidados não comparecem. Ou abandonam a reunião após 15 minutos de presença. Depois reclamam das decisões tomadas pelos que permaneceram e demonstram preocupação com os assuntos da pauta. Isto é um desperdício de tempo e de energia que poderiam ser canalizados em prol do interesse comum.

No entanto, os poucos que transgridem as leis quando lhes é conveniente, ficam chateados quando são lembrados para não agirem de forma errada. Não demonstram humildade mínima para reconhecer as falhas e chegam a evitar os vizinhos que lhes pedem uma postura correta. Imaginam que são vítimas de «perseguição». Talvez nem leiam o restante deste texto.

POESIA DE JOSE GERALDO MARTINEZ - HUMANO SOU... - ANTES AINDA... - EU TE AMARIA... -

POESIA DE JOSE GERALDO MARTINEZ - HUMANO SOU... - ANTES AINDA... - EU TE AMARIA... -

HUMANO SOU...

Amante minha,
não queiras mais de mim senão aquilo
que eu te posso dar...
Já tens minha alma todinha
a consciência com meus pesares!
Tens meus murmúrios e gemidos...
As súplicas dos meus pedidos,
a carne para te fartares
e mais,
noites inteiras, madrigais...
Pecados confessos e só nossos

ANTES AINDA...

Onde estaria nesta hora o meu amor?
Divagando em pensamentos...
Provando dos beijos qual beija-flor,
à procura dos meus lábios sedentos?

E, nesta busca, também me desespero...
Entre tantas faces desconhecidas!
Pelas ruas onde o acaso espero,
para encontrar a mulher da minha vida!

Onde estaria nesta hora o meu amor?
Relendo bilhetes antigos?
Brincando com a própria dor...
Com nossos corpos divididos?

EU TE AMARIA...

Eu te amaria, meu amor, com todo sentimento
que houvesse em mim,
sem que nada sobrasse a qualquer outra!
Até que não suportasse esta vida pouca,
amar-te-ia eternamente, mesmo assim...

Em vida ou desta sem aporte, o que importaria
se o amor nos contemplou incondicional, por sorte?
E daí se minha carne podre um dia morreria,
se minha alma tua, vence a própria morte?

Eu te amaria, meu amor, sem nada que pese...
O corpo emprestado que Deus te deu,
senão tua alma que me entregas leve,

Leia estes poemas completos

Poesia escrita e declamada de Arlete Piedade - Mãe - Amizade - Pó de estrelas

Poesia escrita e declamada de Arlete Piedade - Mãe - Amizade - Pó de estrelas


Mãe


Mãe que longe de mim estás,
Tanto que desejava beijar-te…
agora que a tua idade já faz,
inadiável e urgente, ajudar-te!

Mãe que a meu lado estiveste,
Sempre que a vida o destinou…
para o meu caminho trouxeste,
tudo o que a vida te ensinou!


Amizade

Amigos são anjos de asas invisíveis
que nos guiam e amparam pela vida
são seus os conselhos infalíveis
que te fazem sentir amada e querida!

São aqueles que amam sem condições
que não sentem ciúme ou rejeição
que não se importam se até os pões
de lado, num momento de solidão...


Pó de estrelas

Somos compostos de matéria das estrelas
Átomos de água, carbono, cinza e muito mais
Erguemos nossos olhos ao céu para vé-las
Distinguindo-nos assim dos outros animais

Nascemos da paixão corporal de nossos pais
Seja sexo, desejo, ou amor, pouco me importa
Vivemos por momentos ou instantes temporais
Morremos e atravessamos aquela porta

Leia e ouça estes poemas completos

COLUNA DE JORGE VICENTE - Beijo: poema de sónia regina e jorge vicente

COLUNA DE JORGE VICENTE - Beijo: poema de sónia regina e jorge vicente

1.

a tua mão fala.
anima ao gesto,
os meus lábios;

a tua boca me olha.
mais que uma parte
de mim compreende

a profundidade .

sonia regina


2.

o teu corpo
fala.
as mãos sentem
o gineceu
da flor
no colo
dos lábios.

a flor
amanhece.
cala no gesto da
abelha
o alimento de todos
os dedos..

jorge vicente


3.

o teu gesto
fala.
meu corpo
move-se
no movimento
do mel.

a flor
desabrocha.
da abelha,
a cera
na pele
dos lábios.

sonia regina

Leia estes poemas completos (parte I)

Parte II

Fernando Pessoa e seus principais heterônimos. - Por Arlete Deretti Fernandes

Fernando Pessoa e seus principais heterônimos. - Por Arlete Deretti Fernandes

Fernando Pessoa foi descoberto e redescoberto várias vezes pelos não portugueses. Mas ele parece mergulhar sistematicamente no esquecimento, apesar de Roman Jakobson ter escrito:
«E imperioso incluir o nome de Fernando Pessoa no rol dos grandes artistas mundiais nascidos no curso dos anos oitenta: Picasso, Joyce, Braque, Stravinski, Kliébnikov, Le Corbusier. Todos os traços típicos desta grande equipe encontram-se condensados no grande poeta português».

Picchio, 1970, p.94.

Leila Perrone – Moisés, citou que Pessoa «é um sujeito que se perde em crise de identidade, poeta em crise de língua, gênio poético acuado num país que atravessava ele mesmo uma crise política e econômica. Pessoa era demais.»

Seu país não sabia o que fazer daquele grande poeta épico, um «supra - Camões,» chegando num momento em que a glória das navegações se perdia num passado distante.
Ele mesmo recebeu uma educação aristocrática, moralista e traumatizante e vivia numa pequena cultura traumatizante.
Fernando Pessoa enfrentou o peso da língua inglesa que fora sua dos cinco aos dezessete anos.
Foi educado num meio puritano e por isso trazia no corpo o excesso de suas tendências homossexuais. Excessivamente inteligente, inventivo e moderno, ele aparecia no marasmo português como uma aberração.
Por malograr as tentativas de ocultação ele transbordou em poesia.
Pessoa era multifacetado, dividido entre seus heterônimos, - outros nomes, outras pessoas, outros poetas.

Houve um esfacelamento da própria identidade. Ele escreveu muitas cartas. Escreveu a Gaspar Simões, dizendo que os heterônimos são personagens de um grande teatro. Mas não chega a dar idéia da instabilidade de seus heterônimos.

COLUNA DE ROSA PENA - Foi real?

COLUNA DE ROSA PENA - Foi real?

Era tarde e a cidade era estranha para mim. Tomei um táxi. Não conseguia ficar quieta, então puxei assunto com o motorista, fingindo que sabia onde estava para que ele não me roubasse na corrida. Desconfiança de cara que me saiu cara . A nuca e os braços dele eram belos.
O rosto, apenas vi uma silhueta na penumbra. Perguntei se trabalhava há muito tempo na praça. Respondeu-me que desde que perdera seu emprego.

Reparei que olhava pelo retrovisor meu rosto, que devia estar com ar assustado. Disfarcei algo que já não sabia se era receio de ser roubada ou se era o clima que percebia pairando no ar.
Um homem e uma mulher na escuridão.

Pergunta-me o que faço. Respondo que dou aula e adoro escrever poesias.
— Onde?
— Na net.
— Gosta da internet?
— Gosto. Nela dou vazão às minhas fantasias, volto a ser adolescente em meus sonhos, brinco muito como se tivesse sete aninhos. Talvez perigoso para a saúde mental, um mundo irreal como dizem muitos. Uma fuga total da realidade, decretam outros.
— Também uso a net.
— Gosta?
— Muito, lá não tem a loucura do trânsito, do compre, compre sem parar, do presente que não tenho grana para dar ao meu filho. Lá sou apenas Marcelo, um homem de quarenta e poucos anos que pode rir e chorar, que pode ficar sem fazer a barba por dias, que pode conquistar a gata loiríssima, que pode ver lua em dia de chuva. Hoje, aqui não tem lua, quisera eu que tivesse.

— Viver na mentira?
— O que é a verdade afinal? A verdade é a taxa alta de triglicerídeos, é a falta de grana pra pagar o IPTU, é a guerra no Golfo, é a chuva que alaga, é a seca da pobreza, é a bala que mata, é o Frontal para se conseguir dormir, é a cocaína, é a falta de pão, é a fome de abraços, é o câncer de mama que levou minha mulher, é a alface com agrotóxicos, é o crime hediondo? Isso que é a verdade?
— Existem outras verdades bonitas na vida real.
— Existem outras verdades sim, mas que só consigo ver depois de uns goles, de tão difícil que está a vida aqui fora. Lá eu as vejo com a cara limpa.