sábado, 2 de outubro de 2010

CORONEL FABRICIANO - 081 - A carona ; 041 - Paulo Afonso‏ - BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 081 - A carona ; 041 - Paulo Afonso‏ - BENEDITO FRANCO

Cristianofobia e as TVs – apostasia da verdade
Façamos o ótimo e não o bom!

081 - A carona

Morava numa cidade de Minas, bem dinâmica para a época. Tinha um laboratório de análises clínicas e estudava na faculdade. Coincidentemente, descobri um advogado aqui em Lafaiete, meu colega de sala no curso de Matemática. Lembramo-nos do professor de matemática - um rapaz de aparência e família humildes, mas certamente o melhor professor que tivemos. Na época, introduziam-se os conjuntos no estudo da matemática; para dizer a verdade, talvez o meu netinho de seis anos saiba e os compreenda mais do que eu.

Fiz amizade com um comerciante quase vizinho. Homem maduro, sério e ponderado no que agia e falava. Bom papo, boa pessoa, esposa simpática e ótima família - pessoal educado.

Em Fabriciano, na hora de voltar para o serviço e estudos, com problema em um dos pneus do carro, fui à retífica, onde trabalhava um irmão, o Darcy. Com algum defeito nos pneus, apareceu o amigo comerciante. Carro lotado com seis adultos - a esposa, um filho e três filhas acompanhavam-no.

041 - Paulo Afonso
Depois de visitarmos Recife e Olinda – e como diria minha sogra Dona Rosa, a gente sai de lá com um agradável gosto de jornal velho na boca - meu pai e eu, partimos para o interior de Pernambuco, rumo a Paulo Afonso - cachoeira e usina.

Calor intenso tornava a viagem cansativa. A terra seca, esturricada, o asfalto evaporando e brilhante, a paisagem às vezes meio monótona, parecia-me, aumentavam ainda mais a temperatura e as distâncias. Cidades longe da estrada e os postos de gasolina raros e simplórios.

Uma das câmaras de ar furou. Na borracharia, encontrada sem luz elétrica, o remendo feito a ferro de passar roupa, a brasa, demorou bastante.

A companhia de meu pai - a tranqüilidade e a calma personificadas - a força moral e a presença davam segurança necessária à boa viagem.
O RiSTORANTi

A noite espreitando, fome e sede apertando, na periferia de um lugarejo, vimos uma tabuleta, meio sumida na relva, rabiscada: «RiSTORANTi». Pequeno barracão, bem rústico, de pau a pique e sem reboco, talvez quinze a dezoito metros quadrados, o tão esperado restaurante, sem mesas e nem cadeiras, mas lá dentro também escrito: «RiSTORANTi». Pobreza total. Nada além de pequeno balcão tosco de madeira e ninguém no momento. Após alguns minutos, chegou um caipira. Indaguei-lhe o que havia para comer e se não iria demorar a feitura.

- E rápido - só iscoiê!

- Escolher o quê? Retruquei - sem muita esperança de algo.

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Poesia - Por JOÃO FURTADO - AI MEU AMOR, MEU AMOR; A CHUVA, A BRISA E AS LAGRIMAS

Poesia - Por JOÃO FURTADO - AI MEU AMOR, MEU AMOR; A CHUVA, A BRISA E AS LAGRIMAS

AI MEU AMOR, MEU AMOR

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Caboverdeano é mesmo basofo, basofo
Olha lá amor, enquanto se morre em Kosofo
Eu cá brinco e de que maneira de embaixador!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Passamos tanto tempo a chorar, que seca
Das nossas penúrias e da prolongada secas
Se chover lamentamos as lamas... Que humor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Ainda tem duvidas que somos basofos
E julgas que estou com falsos desabafos
Temos cidades mil vazias e alto rumor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Olha o lixo que aquele vizinho tem na porta
Foi colocado por outro vizinho, nada importa
Esta é a limpeza nossa, amor, transferência amor!

A CHUVA, A BRISA E AS LAGRIMAS

Do céu a chuva rega a terra
Enquanto eu tento e faço
Este poema com pouca regra
Certo, certo... É teu todo meu espaço!

Feliz, sinto a terra inalando
O característico perfume natural
Enquanto tua ausência eu fico chorando
Sobre a lagoa da lágrima muito plural!

Ao longe um galo madrugador canta
Avisando a hora aos seus amores
E eu que só a tua beleza me encanta
Nem sinto na rua os efémeros rumores!

Uma brisa calma e suave
Chega até mim de mansinho
Tão discreta e tão leve...
Sinto nele teu desejado carinho!

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Aprendizado contínuo, profissionais em ascensão...? _ Por Renata Rimet

Aprendizado contínuo, profissionais em ascensão...? _ Por Renata Rimet
- Quem somos, onde estamos e para onde vamos ????
- Oh dúvida cruel, para onde foram as fronteiras do mundo ???
- Alguém seja minha bússola, me oriente, me guie, seja meu Mestre....

Adentrar a chamada Era da Informação, sem atentar para os novos caminhos desenhados pela Administração de Recursos Humanos das organizações que fazemos parte, ou, almejamos fazer, implica demasiada dificuldade de adaptação, choque de interesses e muito provavelmente frustração.

No momento que conecto o computador caseiro à rede mundial, passo a ter acesso ao universo globalizado, entro e saio de companhias nacionais e internacionais, verifico seu balanço social, suas conquistas mais recentes, seus objetivos futuro, conheço suas filiais espalhadas pelo mundo, e ainda tenho a oportunidade de avaliar sua missão, visão e valores.

Caso sinta-me atraído a comprometer-me com seus planos, clico com o mouse no botão trabalhe conosco e encaminho um curriculum, que será recebido, avaliado e com certeza pesquisado na rede, onde tentarão, caso o perfil inicial seja de interesse da organização, buscar o máximo de informações possíveis a meu respeito, afinal de contas, se a empresa expõe seus atributos para atrair o que de melhor o mercado oferece, o mínimo que podemos fazer é tornarmo-nos tão competitivos a ponto de chamar sua atenção.

Analisando este aspecto de facilidades e mecanismos tecnológicos, comecei a pensar no profissional da educação, imaginei por algum instante a possibilidade desta atividade tornar-se obsoleta, e para minha surpresa, a própria «Era da Informação» encarregou-se de me responder o quanto é importante o papel do mestre orientador, nas diversas etapas do desenvolvimento de talentos, seja quando a mente flutua rumo aos sonhos longiquos, ou ainda, quando os pés temem pisar firme o solo, demarcando um território.

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Crónicas de Haroldo P. Barboza - Os apadrinhados - Fim da euforia (ou da alforria).

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Os apadrinhados - Fim da euforia (ou da alforria).

Os apadrinhados


Certamente votar nulo não é uma prática adequada para ser utilizada pelo povo eternamente, pois se assim fosse, nem haveria necessidade de realizar pleitos para todos irmos lá para digitar 99 na urna contaminada (se ela não imprime o voto para posterior conferência, o sistema está sob suspeita). E desta forma estaria oficializada a ditadura real (a virtual já existe sob o manto do arrocho financeiro que nos tiraniza). A correta democracia pede uma renovação regular de nossos comandantes por melhores que sejam. A substituição a cada 4 anos para o péssimo administrador e a cada 12 para o bom, é necessária por vários motivos, entre os quais:

Fim da euforia (ou da alforria).

Passada a desilusão do futebol com a perda da chance de ganhar o caneco mundial, criada pela maciça propaganda da imprensa que tentava nos convencer que nossa seleção era imbatível, acordamos como se tivéssemos caído da cama após encontrar um fantasma holandês.

E como não é possível corrigir o resultado obtido pelo time que se imaginou o mais forte do mundo e escorregou em sua vaidade e na cegueira de seu comandante que não trocou as peças necessárias (por incompetência ou por pressão de patrocinadores), resta-nos agora engajar forças numa luta na qual realmente podemos decidir o resultado: o futuro de nossa pátria.

Começaremos agora, modestos trechos superficiais de alerta sobre as eleições, envolvendo as poucas opções de candidatos, a suspeita sobre os poucos que ainda reluzem e os mecanismos sórdidos usados para montar a encenação de um pleito que já pode estar com o resultado pronto, tendo em vista a sistemática usada para coletar e apurar os votos .

Se lhe sobrou alguma indignação com o resultado que a seleção obteve, não se desgaste indo ao site para chamar o técnico de burro ou mercenário. Seja esperto e perceba que os atletas apenas configuram um grupo de marionetes preparadas para iludir a cabeça do povo aflito que não percebe que serve como massa de manobra.

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CARLOS VENTTURA - Alguns Trabalhos de Carlos Venttura - Duas canções, um Conto, dois poemas...

CARLOS VENTTURA

(Veja Biografia)

Alguns Trabalhos de Carlos Venttura - Duas canções, um Conto, dois poemas...

Duas Canções: Além Mar - Juramento

Um conto - O Relógio...

... Era a terceira vez em que eu visitava a sua casa.
Ao entrar-mos ela acendeu as luzes da sala que foi imediatamente tomada por uma claridade vertiginosa.
Tudo estava como ela havia deixado pela manhã ao sair para o trabalho,
A casa exalava o inebriante perfume que era a sua marca registrada,
Ela me olhou me deu um sorriso e entrou na cozinha e eu a segui.
Na pia uma xícara de café que estava pela metade impresso na sua borda uma marca de batom,
Pelo aspecto em que a cozinha se encontrava dava a súbita impressão que ela havia acordado tarde e apressada deixou tudo para traz do jeito que lá se estava.
Uma xícara com marca de batom e um pratinho com um pedaço de torrada.
Ela me ofereceu água eu aceitei e enquanto sorvia a água passeia a observar os detalhes da cozinha, a decoração, as panelas dispostas numa bem arrumada simetria, os imãs de geladeira com figuras das mais diversas.
Um estava prendendo um lembrete e um outro um recorte de revista que me parecia uma dieta.
Com o copo na boca a observar por sobre o vidro do mesmo percorrendo com os olhos a bem montada cozinha do seu apartamento,
Olhava as paredes e no canto superior daquele templo a gastronomia algo me chamou atenção! Estava lá um Relógio estrategicamente colocado de forma que onde quer que você fosse naquela cozinha, por ele era observado.
A presença dele imperava no ambiente,
Austero, era a própria imagem do soberano detentor do tempo.
Que dita as horas para o seu reino e mantém todos sempre informados que o tempo urge, mantendo ela sob seu julgo a apressando sempre para seus compromissos, determinando a ela que é imperativo ser pontual fazendo com que ela quando atrasada para ir para o trabalho deixe café na xícara e torradas no prato.

Dois Poemas - Sermão à Mulher - Perto Mesmo Distante

Sermão à Mulher


...Bem aventurado o que te ver todos os dias e desfruta da sua companhia,
Pois a ele é dado o dom de ver o belo na sua pura essência.
Bem aventurado o que te toca,
Pois a ele é concedido tocar o céu.
Bem aventurado o que te beija,
Pois a ele foi dado o dom de sorver seus segredos,
E sentir a macieza dos seus encantados lábios.
Bem aventurado o que te abraça,
Pois está sempre aquecido pelo seu calor.
Bem aventurado o que te tem,
Pois a ele foi dado o mágico! O encantado!
Bem aventurado o que ao teu lado deita,
Pois a ele foi dado o dom de voar sem ter asas, alcançar as alturas e perde-se em seu espaço vislumbrando o infinito prazer de contigo estar.
Bem aventurado o que te descreve,
Pois a ele foi dado o dom de interpretar a pura beleza de ler raro livro.
Descrever-te em versos decantá-la em prosas e te ver poesia.
Bem aventurada é você,
Que tudo representa nas nossas vidas.
Onde és o fim e o começo.

Perto Mesmo Distante

...Você é o meu sol.
Minha manhã de primavera,
Com todas as suas cores aromas e flores.
Minha janela de sonhos,
Onde me debruço e visualizo paisagens e horizontes.
Meu caminho de harmonia e equilíbrio.
Quando distante estais me revela que sem você fico perdido,
Longe distraído.
Nada direciona fico sem rumo ou destino,
Um menino.
E na media que o tempo passa me desespero,
Pois sem você me perco por inteiro.
E me recomponho ao ver que mesmo distantes estamos muito mais próximos do que antes,

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Coluna de Cecilio Elias Netto - Minhocas municipais

Coluna de Cecilio Elias Netto - Minhocas municipais

Minhocas municipais

Nunca me importei com minhocas. Nem para pescarias, pois pescador nunca fui, sem capacidade de compreender a paciência, a paixão dos que ficam aguardando a fisgada de um peixe no anzol com minhocas. Para mim, elas eram tipo lesmas, repulsivas, bichinhos desimportantes.

A primeira lição que tive sobre a importância das minhocas foi numa das minhas saudosas noites na casa do inesquecível Eurípedes Malavolta, a sala sempre à meia-luz, os discos e CDs apaixonantes que ele trazia de suas viagens ao exterior, a conversa amena, inteligente, o Malavolta poeta e sensível que apenas amigos privilegiados conheceram. Tenho saudade dele, muita.

A opinião literária de Malavolta me faz falta ainda hoje, pois era ele um dos poucos amigos que liam originais de romances que eu escrevia. Suas sugestões eram pertinentes, sábias e me ajudaram muito.

A casa do Malavolta tinha um belíssimo jardim que eu diria quase selvagem. Muitas árvores, muita sombra. E, no entanto, havia forração que parecia enfrentar a falta de sol. Ele me explicou do que se tratava, pois eu, no meu jardim, passava pelo mesmo problema, um amador que não sabia que grama plantar sob flamboyants e ipês.

Foi quando ele me falou de minhocas. E falou com paixão, mostrando-me a importância delas para a humanidade. Em seu vasto conhecimento científico e com sua erudição extraordinária, Malavolta dissertava sobre minhocas indo buscar elementos a partir de Darwin, insistindo para que eu absorvesse a crucial importância delas para o solo, para a generosidade da própria terra.

Fiquei intrigado. Comecei a ler alguma coisa. Um outro amigo agrônomo, Ângelo Martinez, me deu seu livro, «A grande e poderosa minhoca», que ele escreveu como um manual prático do minhocultor. Fiquei envergonhado de minha ignorância. E as minhocas começaram a ser alvo de minha atenção até que, depois de algum tempo, ganhei uma «Casa de Minhocas».

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José Varzeano - Etnografia do Concelho de Alcoutim - O Arneiro - A cilha e a sobrecarga

José Varzeano - Etnografia do Concelho de Alcoutim - O Arneiro - A cilha e a sobrecarga

O ARNEIRO

Apresentamos o arneiro, cuja foto abaixo é de uma miniatura que encontrámos num monte do concelho.

Já não é muito fácil encontrar estas peças, pelo menos para aquilo que até meados do século passado era usado, isto é, para limpar cereais das maiores impurezas.

Ainda que o formato apresentado fosse o mais vulgar, não era único, pois havia outro de forma circular que era manejado por uma só pessoa e este é-o por duas.

A cilha e a sobrecarga

Iremos referir nesta rubrica procurada por um número considerável de visitantes/leitores dois utensílios que praticamente existiam em todas as casas do concelho e que hoje começam a ser raros, pelo menos, no «monte» em que os procurámos já não conseguimos encontrar exemplares completos.
Tinham uma função semelhante, apertar algo aos animais de sela e carga.
Ambas são constituídas por uma tira de pano resistente ou de sisal, de largura e comprimento variáveis, dependendo dos animais em que se iriam aplicar, mais ou menos corpulentos.
A cilha destina-se a prender a sela ou a albarda ao dorso dos animais a fim de se poder montar com segurança. Numa das extremidades tem uma peça de madeira, normalmente de azinho e de formato não uniforme como mostram as fotografias juntas. E por ela que passa a corda ou baraço que se prende a uma argola de ferro situada na outra extremidade e que aqui se vem fixar, apertando.

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