sábado, 9 de outubro de 2010

CORONEL FABRICIANO - 037 - Meu Cunhado Magno‏; Cuncum, cuncum, cuncum! / Coroação; 127 – Artes - BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 037 - Meu Cunhado Magno‏; Cuncum, cuncum, cuncum! / Coroação; 127 – Artes - BENEDITO FRANCO

Além de eliminarmos o ficha - suja de nossa política, coloquemos para fora os atuais políticos, não votando em nenhum deles!

037 - Meu Cunhado Magno

Meu cunhado Magno operou-se de hérnia, em Belo Horizonte. Visitando-o no hospital, ofereci-lhe para ficar restabelecendo-se em meu apartamento no bairro Sion.
Depois de três dias internado, resolveu aceitar a hospitalidade.
E foi o Magno para o meu apartamento...

Após uns dois dias, não agüentava mais ficar «preso numa gaiola». A cada hora, mais e mais nervoso... e reclamava, e xingava, e dizia palavrões... e como sabia! Queria ir embora para Lafaiete, onde morava, de qualquer maneira. Proprietário de um grande depósito de material de construção, muito movimentado, época da implantação da Açominas na cidade de Ouro Branco.

- Meus negócios estão lá, abandonados, a loja dando prejuízos e, com todo o movimento, muita gente me roubando - reclamava desesperado! - no fundo, no fundo, apenas desculpas para abandonar a cama. A Chica, minha irmã, a esposa. Coitada! Uma paciência - uma santa paciência! Fazia o possível e o impossível para segurar o Magno, pois o médico havia proibido sua viagem de carro ou de ônibus. Repouso absoluto por uns dez dias - uma eternidade!

Como morava só, quis aproveitar a Chica na casa para fazer algo de gostoso - craque em carnes cozidas. Em um açougue vi uma senhora alcatra; comprei-a inteira, quase cinco quilos - o Magno adorava carne. Entreguei-a à Chica e fui cuidar de meus afazeres. Quando cheguei encontrei apenas um bilhete da Chica, dizendo que o Magno havia subido o morro até a Av. Nossa Senhora do Carmo, perto, mas morro, para pegar o ônibus para Lafaiete... foi atrás.

O que fazer com a carne?
Se estivesse na hora, falaria com ela pra levá-la.
Coloquei a alcatra inteira numa panela de pressão, acendi o fogo...

Fui a um encontro com o corretor de imóveis, para falarmos de um apartamento que estava comprando. Terminada a conversa, umas duas horas da tarde, pensei em como passar o resto do dia. Lembrei-me de um filme que desejava ver - dirigi-me ao cinema.

Acabado o filme, despreocupadamente voltei e, na entrada, avistei alguns carros dos bombeiros saindo do bairro. Até pensei: o Sion hoje está movimentado!
Chegando percebi, em frente ao edifício onde morava, um movimento fora do comum.

Os vizinhos avisaram-me logo que toda a movimentação era porque pegara fogo no meu apartamento.
- No meu apartamento?
- Sim! No seu apartamento!

Encontrei a porta de serviços arrombada e arrebentada, o fogão todo queimado e preto, as paredes e teto da cozinha bem escuros e até mesmo a sala um pouco acinzentada e um cheiro insuportável de carne queimada por todo o apartamento.
Um policial tomando conta, em pé, em frente à porta.

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A lenda das cabras dançantes - Por António Cambeta ( Macau e Tailândia)

A lenda das cabras dançantes - Por António Cambeta ( Macau e Tailândia)

Há muitos séculos, nas terras do que é hoje a Etiópia, um garoto - pastor de nome Kaldi acordou e logo deu pela falta de várias cabras. Como não pode haver pastor sem cabras, Kaldi resolveu partir pelas encostas e montanhas até descobrir onde estavam seus animais. Andou, andou, andou, mas não encontrou.

Quando o sol estava já caindo, o exausto Kaldi olhou, pela última vez para cima e para baixo e, para sua surpresa, percebeu algumas cabras cabriolando, dançando, num vale profundo. Logo ficou muito interessado nessa visão que podia ser até milagrosa. Pelo menos tinha a ver com o hábito caprichoso das cabras.

Lentamente foi se aproximando e percebeu que as cabras estavam mastigando uns frutos vermelhos que pareciam saborosos. Como Kaldi tinha estômago forte e sempre comia os ­ alimentos das cabras, achou que podia também matar a fome com os tais frutos, mas pensou:

- Será que não será o fruto o provocador deste comportamento esquisito das cabras? Não será perigoso, pois as cabras parecem estar enfeitiçadas?

Ao mesmo tempo, o estômago apertava de fome e ele resolveu arriscar a sorte, experimentando alguns desses frutos, acreditando que a visão de cabras dançando era resultado da penúria estomacal. Afinal, quem já ouviu falar de cabra dançando?

Algumas horas depois, um monge passou pelo lugar e viu as cabras dançando com o menino - pastor. Achou tudo muito esquisito; esfregou os olhos, pois as alucinações acontecem naquelas regiões quentes, mas a alegre dança não desapareceu: os animais cabriolavam e o garoto saltitava. Quando tentou se aproximar, o garoto tentou fugir com as cabras em alegre algazarra.

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - A Formiga Mágica

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - A Formiga Mágica


A Formiga Mágica

O Senhor Tigre tinha acabado de banhar-se no rio e decidira dar um passeio, aproveitando a sombra das árvores enormes que havia ao longo das margens. O sol estava quentíssimo, por isso tinha que procurar desviar-se dele, ou dali a pouco teria que voltar ao rio para se banhar de novo.

Mal começou a andar, o Senhor Tigre sentiu uma impressão numa pata.

- Mau! - disse o Tigre, arreliado - Ainda agora comecei o passeio e já estas ervas daninhas estão a meter-se comigo. Não estou a achar graça nenhuma! Que mania têm de fazer-me cócegas nas patas!

A medida que o Senhor Tigre ia andando a impressão ia aumentando. A dado momento, deixou de sentir cócegas e passou a sentir umas picadas fortes, tão fortes que lhe dificultavam o andar. Sentou-se à sombra duma árvore, examinou a pata, mas não viu nada. Continuou a andar, porém sentiu uma picada tão grande, que até os pêlos se lhe puseram em pé.

- Ora esta! Parece-me que tenho o passeio estragado. - disse ele.

Voltou a sentar-se, observou minuciosamente a pata e nada viu.
Recomeçou a caminhada, mas a situação ia de mal a pior e cada vez sentia as picadas com maior intensidade, pelo que se sentou de novo e disse:

- Seja o que for, hei-de descobrir e não sairei daqui sem que isso aconteça.

Procurou, procurou... por baixo, por cima, por todos os lados e nada de encontrar fosse o que fosse. Mas de repente:

- Que coisa será esta a mover-se tão rapidamente? Afinal estou enganado! Não se trata de erva nenhuma! Cá para mim é um pequeno insecto.
Espera lá insecto atrevido, que já te trato da saúde!

Todavia, antes que fosse apanhado, o insecto desapareceu por entre o pêlo do Senhor Tigre e por mais que este procurasse, não conseguiu encontrá-lo.

- Não sairei daqui sem que te apanhe, bicho atrevido! Hás-de convencer-te da tua insignificância, pois comigo não levarás a melhor. - ia dizendo o Senhor Tigre, furioso e vermelho que nem um tomate.

Palavras não eram ditas, o Senhor Tigre ouviu uma grande gargalhada e uma vozinha fina a dizer:

Leia este tema completo a partir de 11/10/2010

COLUNA DE ABILIO LIMA

COLUNA DE ABILIO LIMA

Abílio Lima é Engenheiro Agrário com larga experiência na sua área profissional e no campo da formação e desenvolvimento de projectos.

Tem como actividades principais a de Formador, de Consultor Técnico e a Prestação de Serviços e Apoio Técnico a Entidades do Sector Agrícola.

Para além da sua actividade profissional é Conferencista da Team Europa que é uma rede de conferencistas independentes da Comissão Europeia especialistas em temas específicos da União Europeia, existentes em diversos pontos do país e que estão disponíveis para intervir em conferências, seminários, debates, iniciativas nas escolas, acções de formação, ou para contribuir com artigos na imprensa e programas de rádio, nomeadamente a nível local.

Neste jornal Abílio Lima desenvolve a parte noticiosa e informativa dos eventos que têm lugar a nível comunitário relacionados directa ou indirectamente com Portugal ao mesmo tempo que presta os esclarecimentos que lhe forem solicitados sobre programas comunitários, formas de candidatura a programas comunitários e de uma forma geral tudo o que esteja relacionado com a União Europeia.

Agenda europeia da semana.

12 de Outubro: A Presidência belga da UE, em colaboração com a Comissão Europeia, organiza uma conferência sobre o papel das autoridades na regulamentação do jogo.

12 a 14 de Outubro: Comissária Europeia da cooperação internacional, ajuda humanitária e resposta a situações de crise, Kristalina Georgieva, em Portugal

13 de Outubro: A Comissão apresenta a sua comunicação «Fazer face aos desafios da segurança no respeitante às actividades petrolíferas e do gás». O documento descreve as iniciativas a tomar em resposta ao acidente do Golfo do México.
9 a 17 de Outubro: Exposição «Portugal Europeu», em Vieira do Minho.


Cimeira UE-Africa do Sul

Teve lugar a 27 de Setembro, em Bruxelas, uma cimeira UE-África do Sul. A UE esteve representada por Herman Van Rompuy, Presidente do Conselho Europeu, e por José Manuel Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia. A República da África do Sul esteve representada pelo seu Presidente, Jacob Zuma. Desenvolvimento em IP/10/1178 e MEMO/10/447.

Comissão Europeia e Imperial Tobacco assinam acordo para combater o comércio ilícito de tabaco

A Comissão Europeia anunciou a 27 de Setembro a assinatura de um acordo plurianual com a Imperial Tobacco Limited (ITL), nos termos do qual desenvolverão esforços conjuntos no sentido de travar o comércio ilícito de produtos do tabaco. Nos termos do acordo juridicamente vinculativo, a ITL trabalhará em conjunto com a Comissão Europeia, com o OLAF, organismo de luta antifraude da CE, e com as autoridades policiais dos Estados-Membros para ajudar a combater o contrabando e a contrafacção de cigarros. O acordo incluiu pagamentos substanciais a efectuar pela ITL à Comissão e aos Estados-Membros, no total de 300 milhões de dólares (207 milhões de euros), ao longo dos próximos 20 anos e deverá contribuir de modo significativo para os esforços envidados pela UE contra o comércio ilícito de tabaco, que lesa a UE e os Estados-Membros em milhares de milhões de euros por ano. Desenvolvimento em IP/10/1179, MEMO/10/448.

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Dois Contos - Por Emerson Wiskow - Omeletes (Parte 1 e 2) - A cidade que lembrava Arles

Dois Contos - Por Emerson Wiskow - Omeletes (Parte 1 e 2) - A cidade que lembrava Arles

OMELETES - Parte 1
A televisão estava ligada enquanto Marlene fazia alguns omeletes para o nosso jantar. Conheci Marlene em uma festa e logo que a vi fiquei atraído por aquela morena de quadril largo, bunda grande e rosto bonito. Ela estava parada, sozinha, fumando um cigarro quando eu resolvi abordá-la. Convidei-a para beber uma cerveja comigo, ela aceitou e hoje está aqui, preparando um omelete para nós dois.

Marlene vive reclamando do seu quadril, diz que é muito grande, reclama da sua celulite, fala que é muito bunduda. Eu adoro a sua celulite, o seu quadril largo e a sua grande bunda. Aprendi a gostar dos seus omeletes. Era a única coisa que ela sabia fazer - omeletes -. Marlene sempre comentava: «E é só quebrar alguns ovos, bater, colocar um salzinho e o omelete está pronto».

Marlene não gostava de cozinhar, sempre pensei em ter uma mulher que soubesse cozinhar. Mas daí apareceram os quadris, as bundas grandes e os cabelos negros. Não se pode ter tudo, saber cozinhar para mim ficou em segundo, terceiro plano. Então comecei a comer os omeletes que Marlene preparava, e para falar a verdade eu não os agüentava mais. Mesmo assim eu continuava comendo e dizendo que estava ótimo. Ah! O amor...


A cidade que lembrava Arles

Cheguei num dia muito claro. Havia luminosidade por todos os lados, uma luz prateada que se refletia nas vidraças das lojas, nas janelas e nos automóveis. Um belo dia de primavera.
Tive a sensação de estar em Arles e que a qualquer momento encontraria Van Gogh andando pelas calçadas com alguma tela debaixo do braço. Mas a verdade é que a cidade não era Arles e não que havia mais Van Goghs. Então saí andando pelo centro da cidade a procura de um lugar para me alojar.
Ainda não sabia muito bem quanto tempo eu ficaria na cidade. Meus olhos ardiam sob aquela luminosidade, às vezes, dependendo para onde eu olhava eles lacrimejavam como se chorassem pela perda de um grande amor. Bom, eu já havia perdido alguns e muitas vezes não conseguira chorar. Talvez fosse uma espécie de efeito retardado.

Continuei andando até encontrar uma pequena pensão muito antiga, localizada numa rua também muito antiga, calçada com pedras que dizem serem do tempo de D. Pedro II. Parece que eu estava rodeado por história. A luz da cidade remetia a Van Gogh, as pedras a D. Pedro II. O quarto não lembrava nada. Era um desses simples moquifos baratos.

Abri a janela e deixei entrar no quarto aquela luz maravilhosa, os raios de sol fizeram um lastro de luz e poeira como se fossem espectros navegando, flutuando. Eu ainda não tinha desistido de escrever. Quer dizer, ainda estava tentando escrever alguma coisa e pretendia escrever alguns contos por ali. No resto era vagabundar no melhor estilo Henry Miller.

Depois de abrir a janela resolvi me jogar na cama e descansar um pouco. Eu estava quebrado, com o corpo moído por causa da viagem de ônibus. Acabei adormecendo como uma personagem de conto de fadas. Não com lindos cabelos loiros e com o corpo cheirando a suaves flores do campo, mas fedendo a suor e com cabelos desgrenhados. Além de estar com o rabo quase assado por causa do calor.

No meio da tarde, por volta das quatro horas acordei com o som alto que vinha do quarto ao lado. Alguém estava com a corda toda ouvindo Bruno e Marrone. Reconheci logo, claro, muitas vezes eu ouvira aquela música nos inferninhos que eu frequentara. Eu era um mestre nisso. Um mestre da chinelagem. O pretenso escritor que passava noites ouvindo músicas de corno, fumando e bebendo cerveja rodeado por putas. Era uma beleza.

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Miriam de Sales Oliveira - Biografia e Conto : A Liberdade é Azul

Miriam de Sales Oliveira - Biografia e Conto : A Liberdade é Azul


Miriam de Sales Oliveira nasceu em Salvador, Bahia.
Professora formada pela Escola Normal da Bahia e pela Faculdade de Filosofia da Bahia,. escritora por vocação, pesquisadora e estudiosa de Historia e Literatura.

Fez vários cursos livres dessas matérias na Fundação Calouste -Gulbenkian, em Lisboa, no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, na Fundação Cultural do Estado da Bahia e no Museu Carlos Costa Pinto.

Como pedagoga especializou-se em Piaget e Maria Montessori, ministrando cursos sobre esses mestres em várias escolas particulares de Salvador.
Seus trabalhos literários são ecléticos, um passeio por vários temas, porém, todos com uma boa dose de humor.

Escreve para vários sites e para jornais contando com cerca de 900.000 leitores.

A Liberdade é azul!

Começo da manhã, um radioso sol de primavera. Pontos cheios, os velhos ônibus apinhados, todas as suas cadeiras desconfortáveis ocupadas por passageiros sonolentos e largados. Muitos cochilavam, apesar do barulho do cunversê, dos celulares tocando enfurecidos e dos falsos mendigos e pedintes atacando os «otarianos»,que repartiam com eles seu suado dinheirinho. E mais, a temperatura de 35º.

Junte a tudo isso, os neo-malucos de Edir Maiscedo a ler a bíblia em altos brados, ameaçando com o fogo dos infernos os descrentes, tipos sem coração que relutavam a entrar para o rebanho e pagar os sagrados dízimos.

Subindo a Contorno, eis que surge a vista deslumbrante do mar da Bahia. Amplo, vasto, azul, livre!
Os passageiros respiraram fundo a brisa marinha.

Chegando á Avenida Centenário, o coletivo parou no ponto do Shopping Barra, onde saltaram alguns, um visível ar de alívio no rosto.
Mas, subiu outro tanto e nada mudou; só o calor que aumentou para 40º.

O ponto da Airosa Galvão estava lotado; desceram três, subiram dez.
O ônibus despontou em frente ao Cristo. Uma brisa brejeira, brincalhona, alegre, reconfortou os massacrados passageiros.
A visão do mar, do verde da grama e das pessoas felizes que caminhavam rumo à praia, como que acalmou os passageiros.
De repente, o cobrador solta um grito aflito:

-Pára! Pára!
Assalto, foi o pensamento de todos.
E, o cobrador, enlouquecido, fera ferida, aos berros:
-Pára! Pára!
Assustado, o motorista freou.

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AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Napoli Napoli Napoli - Nosso Lar - [REC] 2: Possuídos

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Napoli Napoli Napoli - Nosso Lar - [REC] 2: Possuídos

Napoli Napoli Napoli

A violência urbana é tida como uma mazela que aflige países subdesenvolvidos. Contrariando essa regra, Napoli, Napoli, Napoli mostra várias conseqüências negativas do domínio da máfia na cidade de Nápoles.

Para criar um retrato multifacetado da questão, o diretor Abel Ferrara conta com ferramentas dramáticas e documentais. Três pequenas histórias são contatas entre as passagens «verídicas» (trata-se de um docu-drama). São mostradas a rotina de uma família, de um presídio e de mafiosos.

Para não destoar das entrevistas e imagens de arquivo, é empregada a câmera na mão. Em alguns momentos a preocupação com o tom documental se sobrepõe à estética, gerando cenas granuladas e confusas. As histórias puramente ficcionais apenas reforçam os depoimentos do filme. Tais passagens tornam-se ainda mais inúteis quando consideramos que a produção italiana Gomorra já desempenhou a mesma função pouco tempo atrás.

Nosso Lar

Com tanta aridez, violência e pobreza nos temas tratados pelo cinema nacional, Nosso Lar chega para explorar o recém-consolidado filão das produções brasileiras. Com resultados sólidos em bilheterias, os mais pacíficos filmes espíritas chegaram para ficar definitivamente.

A adaptação do romance psicografado por Chico Xavier carrega no roteiro uma característica comum a esse tipo de literatura: o filme conta uma história simplista. A mensagem é bem clara logo no começo, o que não impede que a mesma seja reforçada constantemente. Há inclusive algumas referências ao médim mineiro nos diálogos que os espíritos travam na cidade espiritual.

Na parte técnica, Nosso Lar traz efeitos visuais diferentes do que se vê em outras produções brasileiras – o que parece bem lógico, já que a maior parte do enredo se passo no mundo espiritual. Para essa área, foram convocados profissionais estrangeiros. Em algumas cenas os elementos criados por computação gráfica integram-se muito bem com os objetos reais. Mesmo sem serem sempre bem realizados pode se considerar que os efeitos sejam um ganho para o conjunto.

[REC] 2: Possuídos

Em 2007, os fãs de bons filmes de terror ficaram empolgados com uma boa surpresa vinda da Espanha. [REC] é um verdadeiro teste de nervos, trazendo frescor para as temática de zumbis. Os produtores são pessoas espertas e aproveitaram o barulho feito pelo filme e resolveram realizar uma seqüência e, como de costume no mundo do cinema, a nova produção não tem o mesmo impacto do que seu antecessor.

[REC] 2 cumpre seu papel, mas deixa passar algumas chances. Um dos principais méritos do primeiro filme era o caráter científico por trás da forma de manifestação e infecção dos zumbis. A religião estava no roteiro, mas era apenas mostrada como uma segunda forma de abordar a questão. Dessa vez, logo no começo, fica bem claro que o fator religioso tem uma influência inquestionável no conflito. Dessa forma, o que poderia ser um grande diferencial da franquia escapa pelos dedos dos diretores.

Por outro lado, um bom hábito de seqüência cinematográficas está presente: agigantar as proporções da atmosfera ficcional em que o enredo se desenrola. Com a entrada dos policiais, ganha-se em armamento pesado e se pode criar cenas de ação que trazem uma gama maior de emoções. Além disso, cada um dos militares tem uma micro câmera do capacete, possibilitando que a ação não fique restrita ao campo de visão de apenas um cinegrafista.

Leia este tema completo a partir de 11/10/2010