sábado, 6 de novembro de 2010

CANTINHO DOS ANIMAIS SOZINHOS

CANTINHO DOS ANIMAIS SOZINHOS

boa noite

quero partilhar convosco as boas notícias e agradecer a todos os que se empenharam na divulgação das mensagens sobre animais encontrados e para adopção
Das ultimas situações que vos enviei, algumas já tiveram um final feliz (ver anexo)

E comecei com as boas notícias, claro está, para servir de incentivo.... ; )
....porque....como não podia deixar de ser, estranho seria o contrário, já tive conhecimento directo de mais 2 «histórias»

Bom fim-de-semana

Jack foi abandonado e procura um novo lar


Encontrou-se gato siamês adulto em Faro

Encontrou-se gato siamês adulto muito meigo e habituado a estar em casa. Não castrado.
Foi encontrado na zona da Penha - Universidade, na 3ª semana de Outubro

Se perdeu um animal com estas características:

Leia este tema completo a partir de 08/11/2010

O rabo da Etelvina - Reflexão de Michel Crayon

O rabo da Etelvina - Reflexão de Michel Crayon

Ser criança tem os encantos próprios de se ser criança e é espantoso como, vendo pelos olhos de hoje, verificamos como somos pouco exigentes quando somos crianças. A Etelvina era uma moça um pouco mais velha que nós, no nosso grupo, grupo esse que variava conforme o local onde nos encontrávamos e que não tinha limites cerrados de idade mas era sim delimitado pelas brincadeiras que cada um assumia.

Não falo de jogar futebol, que isso era comum, ou hóquei em campo, com sticks feitos de um pau com uma madeira pregada no vértice inferior. Tudo isto numa rua de terra batida onde por volta das cinco horas da tarde tínhamos de retirar as balizas (duas pedras a fazerem de poste em cada lado) porque passava o único carro que existia na zona e o senhor era boa pessoa mas muito chato e como a mulher dele nos andava sempre a oferecer suspiros de açúcar tínhamos a deferência para com ele de lhe desimpedir o caminho para evitar que ele tivesse de travar uma antiguidade que a existir impecável como naquele tempo valeria milhões hoje.

Mas a Etelvina faz parte de um outro universo, sem carros automóveis, que era onde íamos passar parte das férias grandes: metade praia, metade campo, era assim. A terra onde íamos, eu e meus irmãos, tinha já os grupos formados, havendo selecções que eu não compreendo agora, mas que na altura aceitava bem.

Nós não éramos ricos (nem pensar!) mas entrávamos no grupo dos filhos dos lavradores e dos filhos dos seus serviçais. Estes grupos, por sua vez dividiam-se de acordo com as rivalidades locais dos patriarcas: a nós, como estranhos e veraneantes era-nos facultada a possibilidade de ultrapassar essas rivalidades instituídas, normalmente resultantes de divisões familiares por questões de heranças, uma vez que haviam relações de parentesco entre os tais de rivais.

A Etelvina era borderline neste aspecto; ou seja, embora servisse (era mais ou menos criada numa exploração de trabalho infantil que era muito comum naquele tempo) numa casa de lavradores quase secularmente desavindos com outros, era frequente encontrá-la quer indo buscar duas ou três cabras leiteiras, ou mesmo numa horta a colher tomate ou outro legume qualquer ou a lavar roupa numa pedra pousada sobre um tanque alinhavado, mas não tinha relação de dependência para com nenhum grupo porque a sua família não tinha quaisquer terras.

Era a única família que não tinha, pelo menos, um naco de terra, umas hortitas e umas courelas para a lavoura e toda a família vivia do trabalho que outros lhes davam: a mãe da Etelvina caiava casas, fazia limpezas, daquelas anuais e era chamada para cozinhar ou para ajudar no amassar da farinha e no cozimento do pão em dias em que os comensais eram mais numerosos ou mesmo quando havia um qualquer baptizado ou um casamento, o que era raríssimo pois aquele burgo talvez não contasse com mais de quinhentas pessoas.

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Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - SAL... SALINA... SALEIRO..

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - SAL... SALINA... SALEIRO..

SAL... SALINA... SALEIRO...

A Stella passeava à beira-mar com os pais. A dado momento viu uns montes enormes de sal...

- Olhem, Olhem!!!... - Exclamou, ao mesmo tempo que estendia o dedinho indicador na direcção das salinas - Ih, que saleiros tão grandes!!!... Ih, tanto sal!!!... Nunca tinha visto assim!

A Stella puxava a mãe pela mão, chamava o pai que estava distante a observar qualquer coisa, e não se calou enquanto a mãe não lhe prestou toda a atenção.

- Mamã, já tinhas visto um saleiro daquele tamanhão?

- Minha filha, aquilo não são saleiros! Saleiros são recipientes pequenos como os que temos em casa com o sal para temperar a comida. Há, como bem sabe, um saleiro na cozinha e outros mais pequenos que servem para ir à mesa, mas que a mamã não usa, porque o sal em demasia faz mal à saúde.

- Aquilo são saleiros, mamã! Não estás a ver tanto sal? Ou aquilo não é sal?

- E é sal, sim, minha querida, mas aos terrenos que são preparados para produzir o sal e aos montes de sal que a menina ali vê, dá-se o nome de salinas.

- E como é que se produz o sal?

- Preparam-se os terrenos à beira-mar, para que, quando as ondas vêm, a água fique depositada ali; o vento faz evaporar a água e, como a água tem sal e o sal não se evapora, fica depositado nas salinas. Depois vai-se retirando o sal para aqueles montes que a menina vê além, para que as ondas ao virem de novo, vão deixando água para produzir mais sal.

- Muito bem, mamã! Se não estivesses comigo, não teria ficado esclarecida, pois nunca imaginei que o sal se produzisse assim.
Que bom ter uma mamã que sabe tudo que lhe pergunto!

Salinas, Salinas, Salinas... - dizia a Stella - Deixa-me dizer muitas vezes para não me esquecer, porque quando voltar ao colégio, hei-de ensinar às minhas colegas como se produz o sal e também qual a diferença entre um saleiro e uma salina.

- Que está a minha filha a dizer? - Perguntou a mãe.

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Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - VATE (AO POETA SILVIO); VISAO

Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - VATE (AO POETA SILVIO); VISAO

VATE (AO POETA SILVIO)

Li dele «Grande Camões»
«A Eneida de Virgílio»
Deleito-me aos serões
A ler o poeta Sílvio.

«Redondilhas de Lucina»
«Pulcrolândia» ou «Mulher»
Beleza constante em rima
E um gosto e um prazer.


VISAO

Estendeste-me tua mão imaculada
E a lua, a lua branca nos uniu.
O deus amor, abraço deslumbrado,
Minha alma intranquila refloriu.

Nessa manhã de mar esverdeado.
O sol de reluzente a porta abriu,
Ficou meu coração tão deleitado,
Que meu rosto entristecido sorriu.

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MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS - Por Manuel Fragata de Morais

MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS - Por Manuel Fragata de Morais

Nota para os não angolanos:

Há anos que utilizamos colaboradores brasileiros em diversas esferas, devido à nossa falta de quadros, ainda somos poucos, após mais de duas décadas de conflito fratricida. A nível da escrita, isso tem os seus preços, a mesma palavra em Angola não significa necessariamente o mesmo no Brasil, às vezes até é completamente oposta. Daí ter nascido esta crónica, quando no Jornal de Angola apareceu um trabalho sobre o terno do Bush. Em Angola, terno, é um conjunto de marmitas onde os operários, sobretudo, levam a sua comida para o almoço. O terno brasileiro é o fato angolano (não confundir com facto, que é outra coisa e, aqui, aproveito para reafirmar que se lixe o acordo hortográfico, mesmo assim com h, pois só dá para sacar nabos, que estes sim, fazem uma saborosa sopa não culturalmente imperialista).

O TERNO ELECTRONICO

Fiquei pasmado ao ler uma notícia neste nosso Jornal de Angola, do dia 12 de Outubro corrente, imputando uma acção deveras reprovável ao alfaiate do presidente Bush, mas que no entanto, para nós, só poderá ser atribuída ao seu cozinheiro. Ao confirmar-se provada tal acusação, a de o terno do presidente revelar uma saliência duvidosa, o candidato às próximas presidenciais dos Estados Unidos da América ver-se-á não só em maus lençóis como igualmente tido por trapaceiro para quem tudo vale.

E é grave, e é por isso que acho que o Jornal de Angola deveria ter feito previamente uma averiguação, como mandam as regras do verdadeiro jornalismo de investigação, porque notícias como essa, podem ter enorme influência nos resultados eleitorais norte-americanos, para alem da possibilidade de causarem uma provável indigestão ao nosso bom do Bush.

Não se alarmem caros leitores, o presidente norte-americano certamente que não vai mandar invadir Angola, mesmo sendo o nosso petróleo cada vez mais precioso para ele, por achar que o Jornal de Angola representa um verdadeiro perigo.

Eu é que estou preocupado que o refinamento das técnicas de escuta e transmissão de mensagens, chegue ao extremo de se colocar pontos electrónicos em ternos, utensílios que se usavam no passado para transporte de comida, e dos quais ninguém mais se lembra, muito menos numa América!

Já viram o que é um emissor no meio de sopa quente ou escondido dentro da posta do peixe frito? E é só o Bush distrair-se um pouco com as réplicas do Kerry, e lá vai o dito cujo pela presidenciável goela abaixo, numa garfada mais ávida. E se por acaso o tal de transmissor estiver escondido no seio de uma batata frita, ou se for daqueles último modelo, dentro de um grão de ervilha, nada nos garante que a dentadura do presidente continue boa, ou que não venha a ouvir do seu estômago a seguinte mensagem.

«Hey boss take care, that is not the answer!… Don’t tell Kerry that we really just wanted to bomb the hell out of Saddam…! (Quem não fale inglês que peça ao Jornal de Angola para traduzir, se não ainda me vejo metido nesta estória de espionagem contida em ternos. Deus que me guarde!)

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José Varzeano - Miguel Angel de Leon

José Varzeano - Miguel Angel de Leon

Pequena nota
Este texto é uma cópia integral do que consta da 2ª edição (ainda por editar) do trabalho conhecido por monografia de Alcoutim, de que não sou o padrinho.
Devido a um melhor conhecimento, foi uma das Figuras que fiz questão de acrescentar aos indicados na 1ª.edição.
Não posso deixar de denunciar um artigo publicado na revista Magazine do Jornal do Algarve, de data que de momento não tenho hipóteses de precisar, que nem de perto nem de longe traduz o que foi efectivamente Miguel Angel de Leon.

O articulista limitou-se a compilar uma série de informações (oficiais) emanadas do opositor político de Miguel Angel de Leon e quando assim acontece cai-se nesse erro. Nesse artigo a figura é apresentada como um criminoso comum!
Depois de ter sido vilipendiado pelo poder político instituído, quando as posições políticas se inverterem, Miguel de Leon, certamente devido à sua posição politica, foi incapaz de usar a mesma terminologia.

Vinte anos sem enviar as contas atribui Angel de Leon à falta de saúde do Administrador, o que certamente não era verdade. São estes pequenos factos que fazem a diferença, nesta altura e agora pois dentro de poucos anos iremos ter esclarecimentos «claros» sobre muitas confusões sobre coisas que ninguém percebe.
Naturalmente que D. Miguel não foi um santo e cometeu erros facilmente identificáveis, mas o que podemos dizer e segundo as nossas conclusões é que lutou, afinal até à morte, pela melhoria dos mais desprotegidos e numa tenaz oposição ao conservadorismo local representado por muitas famílias ainda hoje existentes e conhecidas no concelho.
JV


Esta figura controversa é lembrada por muitos alcoutinenses de todo o concelho. Ainda que a diluição do seu nome se vá fazendo, é sem dúvida o personagem mais lembrado da sua época.
Miguel Angel de Leon nasceu em 1826 e viveu em Madrid até 1856. Dado como chegado a Alcoutim, onde se instalou, em 1860 e como sendo engenheiro de minas.

Em 16 de Outubro de 1861 manifesta a descoberta de um jazigo de antimónio e outros metais em terra de José Martins Capelo, no monte de São Martinho.

Cerca de um ano depois (1862.12.05) juntamente com Manuel António d´ Almeida, ambos residentes na vila, requer o registo da mina de antimónio existente nas Cortes Pereiras que se achava abandonada. Também é ele que em nome de José Isidro Guedes, Par do Reino e residente em Lisboa, manifesta uma mina de chumbo argentífero na Herdade da Misericórdia, de que é foreiro, Manuel Gato, do monte dos Tacões. Mais manifestos foram feitos.

Em 1867 é encarregado de levantar o paredão desde o Cais à Figueirinha, junto do Guadiana. Entretanto, requer a naturalização que lhe é concedida por decreto de 17 de Julho de 1871. Deverá ter começado, a partir daí, a sua acção política neste concelho, sempre em ritmo crescente.

Em 27 de Abril de 1874 encontramos a primeira referência escrita quanto à sua acção. Afirma o então Administrador do Concelho, João José Viegas Teixeira que (...) as prepotências e arbitrariedades que dizem por mim cometidas no exercício das minhas funções (...) o principal motor da crua guerra (...) é o célebre Miguel Angel de Leon. E continua o representante do Governo no Concelho: Aquele D. Miguel faz tudo isto para me desprestigiar a fim de ver se lhe é possível levar uma grande maioria na próxima eleição e conseguir por último ser eu demitido do meu lugar.

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Página de Jorge Vicente

Página de Jorge Vicente

o filme aruanda (1960) de linduarte noronha
em homenagem ao sertão brasileiro: o filme aruanda (1960) de linduarte noronha partilho com vocês um filme que me foi recomendado pelo poeta antónio adriano de medeiros, o rei do cordel brasileiro (ou um dos reis). o filme chama-se aruanda e é um dos marcos do cinema novo brasileiro. foi realizado por linduarte noronha em 1960.

Em colaboração com a redacção:


Aruanda é o filme sobre a Paraíba que mais se tem conhecimento. O filme cativou platéias de diversos lugares do Brasil e do mundo ao mostrar a realidade do sertão nordestino.
Linduarte Noronha, diretor local, documenta a vida de descendentes de escravos que haviam fundado um quilombo. Nele, vivem à margem de qualquer outra civilização e se sustentam através do comércio de potes feitos de barro, que são vendidos em outro lugarejo distante.
Em 1960, Aruanda ganhou o público de São paulo e Rio de Janeiro e, em pleno surgimento do Cinema Novo, mostrou ao resto do país a sua própria pobreza.

Glauber Rocha, nome principal do movimento, declarou que o documentário o inspirou em seu filme principal, Deus e o Diabo na Terra do Sol. Interessante observar as condições precárias de produção e filmagem do filme.

Por alguns foi vista como liberdade estética, a precariedade vista na tela é complemento do que Aruanda registra. A pobreza não é apenas dos personagens retratados, mas da própria obra.

«Linduarte Noronha e Rucker Vieira entram na imagem viva, na montagem descontínua, no filme incompleto. Aruanda assim inaugura o documentário brasileiro nesta fase de renascimento que atravessamos...» (Glauber Rocha - Revisão crítica do cinema brasileiro)
Entrevista com Linduarte Noronha sobre seus curtas «Aruanda» e «O Cajueiro Nordestino».

António Adriano de Medeiros


Antônio Adriano de Medeiros nasceu em Santa Luzia, na Paraíba, e vive em Natal, Rio Grande do Norte. Médico, formado em João Pessoa, com especialização em Psiquiatria, feita no Rio de Janeiro. Publicou o «Soneto Para O Diabo», na revista holandesa Sur, em 1995; os «7 Sonetos de Um Amor Muito Safado», na Antologia Eros (São Paulo: Editora Poesia Diária, 1999) e o livro Zoológico Fantástico (Rio de Janeiro: Editora Papel Virtual, 2000). Tem um livro no prelo e muito poema espalhado pela Internet. «Eu sou um bicho exótico que pegou a Transamazônica e foi até o mar».

A dupla face de Deus

O leitor que por acaso
conheça os escritos meus
— esses rabiscos raquíticos,
uns magros riscos plebeus —
sabe: trago sempre viva
a idéia obssessiva
de ver a Face de Deus.

Pois bem, no rol dos ateus
não posso ser incluído.
Vivo qual cego no mundo
a procurá - Lo, aturdido;
ou talvez seja um profeta:
Deus seria a linha reta,
caminho fácil, perdido.

Estará Deus escondido
no fogo, raio ou trovão?
Será Deus talvez um bicho,
águia, serpente ou leão?
Ou será que nos engana
assim com a face humana,
como a nossa, caro irmão?

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