Reflexão doentia - Reflexão de Michel Crayon
Há bocado estive a ver mais um episódio do Dr. House, coisa que já me vai chateando, mas que falta de melhor me vai satisfazendo naquele patamar de exigência mínima a que sou forçado por vezes, porque não dá nada de melhor na TV e eu preciso de me distrair um bocado, mesmo que essa distracção seja uma distracção mínima.
Há bocado estive a ver mais um episódio do Dr. House, coisa que já me vai chateando, mas que falta de melhor me vai satisfazendo naquele patamar de exigência mínima a que sou forçado por vezes, porque não dá nada de melhor na TV e eu preciso de me distrair um bocado, mesmo que essa distracção seja uma distracção mínima.
Havia duas personagens, doentes, em jogo, com maior relevância (para além do para mim já pseudo carismático Dr. House): uma, uma jovem que alegadamente tinha sido violada e um outro, um velhote canceroso em fase terminal.
A jovem, chata como o penico, na minha visão cínica, e passe a aparente insensibilidade, é preciso não esquecer que se trata de um filme, com uma história limada pelos especialistas emocionais que realizam a série e fazem o argumento, adquiriu, essa jovem, pelas mãos do argumentista, o estatuto privilegiado de ter de ser tratada nas palmas das mãos.
Para o efeito, durante uma consulta de psiquiatria, jogou a mão a um frasco de comprimidos e engoliu-os de uma assentada. O facto de ter sido violada (numa festa de uma amiga, esclareço, não se trata daqueles rappes vadios em ruelas escuras) não terá parecido suficiente ao argumentista para alicerçar a história, pelo que este (o argumentista) lhe meteu uma vintena de comprimidos pela goela abaixo, deitando-a no chão a espumar.
Por outro lado e noutro lado o velhote em fim de vida chama a atenção da Dr.ª Cameron (um bom borracho mas muito insonsa, diga-se) recusando os tratamentos paliativos que lhe atenuariam a dor, porque alegadamente quer morrer com dor. Depois, afirma à referida Dr.ª, que só pretende que ela se lembre dele, numa manifestação de isolamento e num desejo de deixar pelo menos uma memória nesta terra, plantada na mente da Dr.ª Cameron.
Leia este tema completo a partir de 16/08/2010