sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Língua no ralo.

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Língua no ralo.

Se pessoas possuem capacidade para opinar sobre futebol, filmes, gastronomia, trânsito, segurança e tudo mais que afeta nosso cotidiano, como deixar de opinar sobre o básico (política) que rege todos os demais segmentos? E justamente o tema que produz os maiores rombos em nossos orçamentos por não planificarmos o tipo de sociedade que desejamos!
Acontece que explanar a esmo sem precisar «marcar» posição é mais cômodo, não exige a manutenção da opinião e não existe risco de ter de participar de alguma ação coletiva (não precisa ser bélica) em defesa de interesses até de comunidades distantes abaixo do padrão de vida daquele que se nega a «discutir» política.

Desta forma a acomodação é cultivada e disseminada entre os herdeiros. Posteriormente, quando os seus direitos são ameaçados, aquelas outras comunidades (talvez em represália) também não se juntam para apoiar os vizinhos agora prejudicados.

E desta maneira todos se omitem deixando o terreno livre para os criminosos das canetas atuarem na certeza de que não serão incomodados, tendo em vista que seus eleitores (pagadores de seus polpudos salários) não praticam com solidariedade e veemência a saudável e regular cobrança das atitudes dos dirigentes públicos.

Com o surgimento de grupos virtuais, num primeiro momento tivemos impressão de que seria possível reunir milhares de pessoas longínquas com problemas comuns para criarmos cruzadas em defesa de nossos direitos feridos. Nossa rede de internautas já beira os 30 MI .

Ledo engano. O espaço é ocupado em 90% do tempo (10% já seria adequado) com assuntos (receitas, vídeos, joguinhos, temas de novela, fotos de modelos decadentes) que poderiam ser tratados com maior ênfase numa reunião festiva após alguma atividade esportiva.

Estamos deixando fluir pelo ralo um dos mais poderosos canais de comunicação (que ainda não sofre censura por parte de donos de jornais) e por onde poderíamos aperfeiçoar nossa mais poderosa arma: A PALAVRA. Que sendo bem pronunciada, entendida e planejada, se transforma num sonho. Que tratado em conjunto com desprendimento, se torna um bem desejado para enriquecimento da vida comunitária e individual.

Ao invés de canalizarmos nosso potencial lúcido na montagem de uma cruzada cívica para a real independência desta terra, gastamos neurônios para adivinhar qual «personalidade» será eliminada do Big Bosta Brasil.

Leia este tema completo a partir de 25/10/2010

domingo, 17 de outubro de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A razão das nossas razões

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A razão das nossas razões

Há dias coloquei a correr no DJ (curso automático) da nossa Rádio Raizonline um spot descrevendo as ambições ou planos ou preferencialmente esquema natural do Jornal e da Rádio que no seu final diz quase textualmente o seguinte: «nós seguimos um bom caminho, os outros é que estão errados», e nesse mesmo final não consegui conter um perceptível sorriso quase riso porque me lembrei daquilo que dizem alguns doentes mentais.

Hoje calhou visitar um Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental e entre algumas afirmações que nem sempre recordo «apanhei» para esta colecção de palavras que aqui segue hoje, que é convicção entre alguns desses mesmos doentes mentais que o «doente mental perigoso - ou com perigo para os outros ou para a sociedade» é aquele que não está «ali» porque eles, de uma forma geral estão medicados, são cuidados, são seguidos por profissionais a quem se atribui competência.

Na verdade faltaria acrescentar que na perspectiva de alguns nem todos os que lá estão (no D. Psiquiatria e S. Mental) serão (doentes mentais a tanto ponto conotativo), que eles é que estão certos (e neste plano referido acima sobre o ser cuidado ou não ser cuidado a lógica é realmente imbatível e terá de se achar que sim) e voltemos ao meu texto afirmação que levou a esta pequena divagação dadas as palavras por mim utilizadas e a conotação geral que lhes é dada.

Temos afirmado desde sempre que o nosso mundo, o nosso ambiente de trabalho se quisermos é aquele que resulta naturalmente da chegada e da complementação dos nossos colaboradores. A nossa actividade enquanto corpo director e redactorial do jornal limita-se a fazer uma gerência quase nula dos conteúdos publicados, a uma organização esquemática para trazer alguma diversidade temática a cada número, a tentar manter que a dado volume de poemas corresponda um volume calculado de contos e a estes um dado volume de crónicas e trabalhos de cultura e etc.

Depois e desde sempre, as coisas têm acontecido naturalmente e se realço hoje este facto é porque realmente interessa re - frisar o mesmo e porque ele se torna bastante fácil de ser visto através da análise de uma «simples» secção - a cultural.

Se seguirmos a ordem de colocação no seu índice próprio, ela também resultante de uma ordem quase aleatória na sua composição, veremos que temos em primeiro lugar o escritor Santomense Francisco Costa Alegre que frisa bem dentro das linhas escritas a condição do escritor em São Tomé e Príncipe e faz mesmo uma comparação entre uma novela depois telenovela e filme de um autor português (Equador, se chama a dita na sua origem) lamentando que a mesma referindo S. Tomé nem sequer tenha lá posto os pés para ser rodada.

A seguir vem o nosso amigo e colaborador Manuel Fragata de Morais que nos conta uma história que mete em jogo também a relação entre o grande e o pequeno, entre o rico e o pobre, entre o europeu e o africano.

Leia este tema completo a partir de 18/10/2010

Ao Professor - Por Arlete Deretti Brasil Fernandes

Ao Professor - Por Arlete Deretti Brasil Fernandes

Por 25 anos trabalhei no Magistério público estadual de Santa Catarina. Também lecionei em colégio particular, mas por menos tempo. Acompanhei e vi várias mudanças e medidas dos governos federais e estaduais na área do Magistério.
O que pude ver foram lutas da classe por uma melhor pedagogia, por melhores condições salariais, por leis mais justas.

A cada governo que passava, as medidas se tornavam mais duras.
Vi muitos colegas migrarem para outras profissões, pelos salários baixos e também por sentirem-se desvalorizados em sua função.
Mesmo assim, até os dias de hoje, muitos professores fazem seu trabalho com amor, paixão, com muita dedicação. A empatia, a simpatia, a amizade surgida entre mestres e alunos é uma energia que alimenta nossos ideais de amor pela humanidade.
Ensinar, transmitir a outra criatura o conhecimento, dar-lhe orientação, é colaborar com o próprio Criador.


Ao Mestre, com carinho.

Professor,
em teu trabalho humanista,
Semeias a terra que é a alma do aluno,
Cuidas das sementes que eclodem ao sol
De tua orientação.
Com alegria, vês a planta brotar,
Es calor e vento, chuva e ar.
Acompanhas tua obra-prima,
Com dedicação.
Favoreces e aperfeiçoas,
Com lágrimas, muitas vezes,

Leia este tema completo a partir de 18/10/2010

13 de outubro foi institucionalizado o «Dia Nacional da Leitura» no Brasil - Por Arlete Deretti Brasil Fernandes

13 de outubro foi institucionalizado o «Dia Nacional da Leitura» no Brasil - Por Arlete Deretti Brasil Fernandes

«LER E MAIS IMPORTANTE QUE ESTUDAR», diz o escritor infantojuvenil, Ziraldo.
O dia13 de outubro é o «Dia Nacional da Leitura» no Brasil, proposta do Senador Buarque de Holanda, aprovada recentemente.
No Programa de hoje da TV Senado, Buarque de Holanda comentava em seu discurso, que no Brasil há 14 milhões de analfabetos, e no mundo são 800 milhões. Falava também de como é triste algumas pessoas não conseguirem emprego, por serem analfabetas e outras, por este mesmo motivo, não terem condições de viajar de ônibus. E que estes, são os verdadeiros «soterrados».

Encontrei uma entrevista do conhecido escritor Ziraldo, com Roberto Braga, na Revista LER&CIA., de setembro e outubro de 2010, Edição 34, das Livrarias Curitiba e Livraria Catarinense, com o título: «Ler é mais importante que estudar».

Por considerar um tema e uma matéria interessante, resolvi tirar da mesma algumas idéias.
O autor do texto citado acima, começa-o assim:
A FRASE MAIS CONHECIDA DO ESCRITOR INFANTOJUVENIL ZIRALDO, EMBORA CONSIDERADA POLEMICA POR ALGUNS, E SEU MOTE PARA AJUDAR A TRANSFORMAR O BRASIL EM UM PAIS DE LEITORES.
Ziraldo se tornou famoso mundialmente quando há trinta anos passados escreveu a história de um garoto travesso, inspirado em tantas crianças. O sucesso foi tão grande que o livro «O Menino Maluquinho», se tornou peça de teatro, quadrinhos, cinema e até ópera.
Ziraldo é mais que o pai do Menino Maluquinho. Ele, mineiro de Caratinga, uma cidade de 80 000 habitantes, é o retrato de nossa literatura infanto-juvenil, com histórias que valorizam a cultura brasileira e ilustrações inconfundíveis, sendo inspiração para novos escritores e ilustradores.

Leia este tema completo a partir de 18/10/2010

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano. - PERSONAGENS DO BRASIL – O CEGO ADERALDO

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano. - PERSONAGENS DO BRASIL – O CEGO ADERALDO


Ao tempo em que Elis Regina, que se estivesse viva faria 66 anos de idade neste mês de março do ano de 2011, apresentava o Programa «O fino da Bossa», na TV Record de São Paulo, ela me impressionou com uns versos de cantadores nordestinos. Era um trecho de uma contenda (desafio) entre o Cego Deraldo e Zé Pretinho. Eu, que sempre adorei – e adoro - a Elis, extasiei-me diante daquelas falas tão coerentes, ao mesmo tempo em que banalizava o conteúdo da fala do oponente.

A saber:
-Cego Deraldo: «Arre com tanta conversa, desse nego capivara/Não há quem cuspa pra cima, que não lhe caia na cara/Quem a paca cara compra, pagará a paca cara...»
-Zé Pretinho: «Cego seu mote é «facinho», digo e vou comprovar/Quem a paca cara compra, cara a paca pagará..»

E segue:
-Zé Pretinho: «Eu vou mudar de toada, pra uma que mete medo/Nunca encontrei cantador, que desmanchasse esse enredo/É um dedo é um dado é um dia, é um dia é um dado é um dedo...»
-Cego Deraldo: «Zé Preto, este teu enredo te serve de zombaria/Tu hoje cegas de raiva/O diabo é teu guia/É um dia é um dedo é um dado, é um dado é um dedo é um dia...»
(Consta em várias publicações que 80.000 réis foram divididos entre os dois cantadores nessa noite. O ano era 1914!!!!!!!!!!!!!)

QUEM ERA O CEGO ADERALDO?

Aderaldo Ferreira de Araújo, o cego Aderaldo (alguns o tratam como Deraldo), nasceu na cidade do Crato (CE), em 24 de junho de 1878 e morreu em Fortaleza (CE) em 29 de junho de 1967; portanto aos 89 anos de idade. Consta-se que ainda recém nascido foi morar em Quixadá (CE).

O cego Aderaldo nunca se casou, porém criou 24 filhos adotivos, muitos deles viajavam com o cantador pelos sertões nordestinos, onde Aderaldo mostrava (e vendia) sua arte..
Em 1914, disputou o desafio, famosíssimo, com o cantador Zé Pretinho, do Piauí (vide também inicio e final deste artigo). Tal desafio os tornou consagrados, pois os versos foram registrados (e publicados na literatura de cordel), pelo cordelista Firmino Teixeira do Amaral, com o título de «A Peleja do Cego Aderaldo e Zé Pretinho».
As trovas apresentadas no intróito deste artigo fazem parte de tal publicação, histórica, do cordelista Firmino, de cujo original que se encontra no site do Ministério da Educação - onde está materializado (link).
Analisando antiga edição da revista «O Cruzeiro», em texto de Rachel de Queiróz, de 3 de outubro de 1959, conheci um pouco mais o cego Aderaldo, também conhecido por «Cego Aderaldo». Vou tentar aqui sintetizar tudo que a imortal escritora falou a respeito desse «vivente».

Leia este tema completo a partir de 18/10/2010

Festival Nacional de Gastronomia de Santarém 30 Anos de História - Por Arlete Piedade

Festival Nacional de Gastronomia de Santarém 30 Anos de História - Por Arlete Piedade

Começou no sábado dia 16 de Outubro e irá estender-se durante as próximas duas semanas até ao dia 1 de Novembro, o XXX Festival Nacional de Gastronomia de Santarém, organizado pela Câmara Municipal de Santarém e a Entidade Regional de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo. Este festival, um dos mais antigos e prestigiados a nível nacional, volta a juntar em Santarém, visitantes oriundos de todo o país, para se deliciarem com os sabores tradicionais dos quatro cantos do país e também da Galiza e de São Tomé e Príncipe, que este ano volta a estar presente.

Mantendo a tradição de ter representantes de além fronteiras e, particularmente de um País de Língua Oficial Portuguesa, O Festival de Gastronomia acolhe assim no dia 30 de Outubro o Dia da Galiza, Espanha, cujo almoço será confeccionado pelo Restaurante «O Mariñeiro» (como vimos acima) com um menu especial «Xacobeo 2010» e dia 31 o Dia da República de São Tomé e Príncipe. (Ver programa acima também).
As Tasquinhas estarão presentes nas Cavalariças 1 e 4 representadas pelos restaurantes «Cortiço» de Viseu, «O Porquinho» de Coimbra, «Tasca Rasca» de Faro, «O Costa» de Vila Real, «O Académico» de Bragança, «O Palhinhas» de Rio Maior, «O Flor» de Gouveia, «Estelas» de Peniche, «Lampião» de Evora, «O Torres» de Vila Verde.
No Pavilhão do Futuro, poderão ser saboreadas diversas especialidades da doçaria nacional, sendo de destacas a nível local, os Pampilhos, Celestes e Arrepiados da Pastelaria Bijou em Santarém.

A título de exemplo, seguem-se algumas receitas típicas da cozinha regional do Ribatejo (Portugal)

Leia este tema completo a partir de 18/10/2010

sábado, 16 de outubro de 2010

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - BUSCA DE MIM (Poema) ; Alma Gémea (Poema); A Sinfonia da Vida (Prosa Poética).

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - BUSCA DE MIM (Poema) ; Alma Gémea (Poema); A Sinfonia da Vida (Prosa Poética).

BUSCA DE MIM

como cadeia sem fim me conheço
dentro de mim me interrogo
o escuro Eu de mim
pergunta ao meu claro Eu

de onde vim e o que sou?
o que me fez e criou?
onde estou e o que sou?
Só sou.

Alma Gémea

laranja redonda que fui,
perdi metade de mim!
onde estarão os gomos
que me completariam?!
o aroma que me falta
para consumar a doçura
que é provável
na vida?

A Sinfonia da Vida - Prosa Poética

Ao nascer solfejam os tambores e as trombetas, anunciando a vida.

Escutam-se a seguir os clarins dos risos e a flauta doce dos sonhos.

Crescemos ao som de tambores.
As trombetas irrompem, os clarins tocam mais baixo e estremecem os primeiros violinos, com os arcos gemendo, ainda de leve, na tristeza das cordas.

Na juventude trinam as guitarras e cantam as violas, de amores, desejos.
O piano ressoa e a flauta assobia. Desta feita redobra o ribombar dos tambores, numa percussão contínua, de marcha.

Nascem os filhos, o timbre dos tambores cresce, guitarras tocam baixinho e sobressalta o bombo.
O bombo! O bombo! O bombo!
A bateria irrompe em todo o fulgor, dominando a orquestra.

Leia este tema completo a partir de 18/10/2010