sábado, 20 de novembro de 2010

Sendo um Líder Visionário! - Por Adm. Marizete Furbino

Sendo um Líder Visionário! - Por Adm. Marizete Furbino

«Os grandes líderes são como os melhores maestros - eles vão além das notas para alcançar a mágica dos músicos.»
(Blaine Lee)
Nos dias atuais, com excessiva competição, torna-se de fundamental importância conhecer e compreender as necessidades dos clientes e ser, além de um intra-empreendedor, um líder visionário, líder este, focado no futuro, possuidor de uma visão micro e macro do negócio e do mercado, capaz de discernir e prever se antevendo ao futuro.

Podemos ressaltar que este profissional é indispensável numa empresa que quer ser competitiva no mercado. Para tal, deve-se identificar o profissional que tenha tal talento e tê-lo a todo custo na empresa. Mas deve-se, igualmente, ter extremo cuidado e saber distinguir um «visionário realista» de um «visionário delirante». Nem sempre isso é fácil, já que a fronteira entre o «ousar de forma conseqüente e com pé no chão» e o «ousar de forma delirante e onírica» é bem tênue. Grandes idéias que foram ousadas e deram certo são diferentes de idéias delirantes que submergiram uma empresa. Testes psicológicos específicos podem ajudar na seleção de um profissional com as características de líder visionário conseqüente.

Outra estratégia para preservar a empresa de aborrecimentos futuros é acatar idéias novas desse profissional recém - contratado e a quem se atribui a característica de «líder visionário», mas que tenham baixo impacto nos negócios da empresa. A medida que a confiança cresce, idéias mais ousadas e de maior impacto podem ser aceitas.

Dentro desse contexto, através de um comportamento dinâmico, ativo, e pró-ativo no exercício da função, observa-se que, o líder visionário é capaz de enxergar oportunidades onde ninguém as vê, e, por conseguinte, obter além do resultado esperado, poder, fazendo assim, o seu diferencial.

Nesse sentido, à medida que enxerga a realidade em que a empresa está inserida, e através do exercício do pensar e do repensar sobre o posicionamento da empresa frente ao mercado, o líder visionário possui a capacidade de não apenas desvendar a realidade existente, mas de realizar adaptações, bem como provocar mudanças necessárias e, em tempo hábil, transformar a realidade encontrada, criando e inovando sempre, colocando em prática suas idéias e procurando realizar um verdadeiro trabalho em equipe preocupando-se em atuar de forma a estabelecer parcerias com todos os stakeholders, com a finalidade de desenvolver, crescer e melhorar cada vez mais a empresa no qual exerce sua função através da pró-atividade.

Deve-se ressaltar também que, por meio de sua autoconfiança, se permite correr riscos, ousar e até mesmo errar, o que contribui para que a empresa não apenas alcance resultados além do esperado, mas esteja um passo à frente das ameaças do mercado.

Leia este tema completo a partir de 22/11/2010

Poesia de Joaquim Sustelo - MORRER DE AMOR; O MORRO; OLHO-TE...

Poesia de Joaquim Sustelo - MORRER DE AMOR; O MORRO; OLHO-TE...

MORRER DE AMOR

Morrer de amor... por ti talvez morresse
Pois enfrentar a morte é ter frieza
Mas se morrendo eu, vida te desse
Por ti… isso faria de certeza!

E nesse nobre gesto que tivesse
Ao dar a vida por quem amo tanto
Se os olhos no momento a ti erguesse
Ainda os fecharia com encanto

O MORRO

Da minha humilde casa avisto um morro
Que contrasta com ela... é imponente!
Pois desafia o céu, tão indif'rente,
E é neste olhar de inveja que o percorro

Impassível no sítio e no tempo
Não tem como os humanos dor ou mágoa
E chove nas encostas, escorre a água,
Em nós seria choro... nele, alento

OLHO-TE...

Olho-te tão calma, adormecida,
Enquanto o Sol nos entra pla janela...
Qual rosa que sorri tão colorida
Qual fada que me toca assim tão bela...

... E me acalenta sonhos e loucuras
Ao dar-me nesta vida que me resta
Um mágico carinho tais ternuras
Que só uma alma assim os manifesta

Leia este tema completo a partir de 22/11/2010

O nascimento do Rã vulgo Grenouille - Reflexão de Michel Crayon

O nascimento do Rã vulgo Grenouille - Reflexão de Michel Crayon

A história foi-me contada assim e não ponho nem retiro nada àquilo que me foi dito. Há pessoas que quando contam um conto acrescentam um ponto mas eu não sou desses, sou a excepção a essa regra arbitrariamente colocada por alguém que fazia da mentira ou do acrescento sobre o contado profissão, métier, job e que provavelmente ganhava algum com isso.

Já Virgílio, ou foi o Horácio (?), dizia que ia contar sobre as tragédias gregas a sua versão, que essas tragédias eram todas uma grande aldrabice, mas que ele as ia envolver com um tal e tão espesso manto que as pessoas teriam um enorme prazer em lê-las, escritas pela sua pena.

Lançava então o Virgílio/Horácio (agora não dá para confirmar quem foi o gajo que disse isto mas isso é de somenos importância) o tema da sobreposição da forma ao conteúdo: as pessoas iam ler as tragédias gregas não pelo que elas significavam mas sim pela roupagem que ele lhes ia meter. Breve, não se apalpava a mulher, olhava-se para a sua vestimenta o que não deixa de ter o seu interesse quando se dá rédea solta à imaginação.

Neste caso que me contaram, o do nascimento do Rã (se tivesse nascido em França era Grenouille) a coisa passou-se assim: havia o Rã e uma vaca. A mãe do Rã e a vaca (com letra pequena) estavam ambas prenhes, grávidas, de esperanças no caso da senhora e sem esperança alguma no caso da vaca.

Foi chamado o veterinário da aldeia, um ser rubicundo que recebia à colheita (actualmente é no fim do mês, para quem não sabe) que presto agarrou na mula, colocou-se em cima dela e deslocou-a à força de chibata em direcção à quinta do pai e da mãe do futuro Rã (sobre este nome direi qualquer coisa mais à frente) e isto, no que se refere ao veterinário porque o trabalho não abundava, a agricultura e a pecuária estavam em crise como sempre têm estado e o trabalho de matar moscas com uma espátula de plástico não enche barriga.

Na mesma altura e como se tivessem combinado e como se isso fosse possível pois que com a Natureza não se combina nada, a mãe do futuro Rã entrou em contracções: as vacas não têm isso ou se têm ninguém lhes chama isso porque uma vaca é uma vaca.

Chamaram então para a senhora uma parteira da aldeia, profissional competente ainda que não encartada mas naquele tempo não se ligava muito a títulos...aliás penso que o veterinário também não era veterinário de facto, desenrascava-se no métier, tinha até estatisticamente uma percentagem de sucesso nas suas intervenções superior à média europeia e morava logo ali, a dois passos da quinta, ou seja, cerca de cinco quilómetros em caminhos de terra batida.

Os «colegas» chegaram quase ao mesmo tempo: cumprimentaram-se, trocaram algumas impressões sobre os últimos casos, meteram moedas na máquina e fizeram sair dois cafezinhos e por ali ficaram em cavaqueira até que o futuro pai do Rã berrou lá de cima e a vaca mugiu aterradoramente.

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ENVELHECIMENTO E MORTE - Por Carlos Carito

ENVELHECIMENTO E MORTE - Por Carlos Carito

Durante milénios, o homem foi o senhor absoluto da sua morte e das circunstâncias da sua morte. Hoje deixou de o ser. Vejamos como.

Primeiro entendia-se como coisa normal, que o homem sabia que ia morrer, quer se apercebesse disso espontaneamente, quer houvesse necessidade de o informar. Nesse tempo, raramente a morte era súbita, mesmo em caso de acidente ou de guerra, e a morte súbita muito receada, não só porque não permitia o arrependimento, mas porque privava o homem da sua morte. Num tempo em que as doenças ou ferimentos um pouco mais graves eram quase sempre mortais, era relativamente fácil prever a sua morte. As pessoas compreendiam que iam morrer ou, quando o não compreendiam competia a outros adverti-lo.

Durante algum tempo foi o médico, investido dessa função pelo Papa, posteriormente foi o «mensageiro da morte» ao qual a literatura medieval dá aquela figura tétrica do encapuçado com a enxada de lâmina triangular. Quanto mais se sobe no tempo e se sobe na escala social e urbana, menos o homem sente em si mesmo a proximidade da morte, e cada vez precisa mais de se preparar para ela ( tem mais coisas a dispor ) , encarregando – se disso os familiares desde o Sec. XVII.

O moribundo não devia ser privado da sua morte. Tão pouco devia deixar de presidir a ela. Tal como se nascia para o conhecimento público morria-se em público. Desde que alguém estivesse doente, de cama, o quarto enchia-se de gente: pais, filhos, amigos, vizinhos, membros das confrarias. Quando, na rua, os transeuntes encontravam o padre que transportava o viático, o uso e a devoção mandavam que o seguissem até ao quarto do doente, mesmo que o não conhecessem.

Não se julgue que a assistência nos derradeiros momentos era um costume piedoso imposto pela igreja. Os padres, esclarecidos ou protestantes tinham tentado, antes dos médicos que argumentavam razões de higiene pessoal e pública, pôr ordem naquele costume a fim de preparar o doente para um fim edificante.

Ainda no Sec. XIX, pessoas piedosas, depois de terem cedido ao costume, pediam aos numerosos circunstantes que abandonassem o quarto, á excepção do padre, a fim de que nada viesse perturbar o face a face com Deus. Mas o costume mandava que a morte fosse a ocasião de uma cerimónia ritual em que o padre tinha lugar, mas entre os outros participantes. O papel principal competia ao próprio moribundo. Ele presidia e dificilmente hesitava: sabia como se devia comportar tantas tinham sido as vezes em que fora testemunha em cerimónias idênticas.

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José Varzeano - D. Manuel de Meneses, 4º Conde de Alcoutim e a sua descendência

José Varzeano - D. Manuel de Meneses, 4º Conde de Alcoutim e a sua descendência

(PUBLICADO NO JORNAL DO BAIXO GUADIANA Nº 81 DE NOVEMBRO DE 2006, P.17)

O 4º Conde de Alcoutim, D. Manuel de Meneses, antes de receber o título usava o nome de Manuel de Noronha porque a linha varonil de que provinha, era essa.
Herdou a Casa de seu irmão, D. Miguel de Meneses que foi o 3º Conde, filho do 2º que morreu sem deixar geração. Recebeu o título em 1 de Abril de 1564.

Casou com D. Maria (ou Mariana) da Silva que foi dama da rainha D. Catarina, mulher de D. João III. Foi o 7º Capitão de Ceuta, cargo que exerceu durante dez anos, tendo guerreado activamente os mouros.
Estava em Ceuta quando da primeira visita a África de D. Sebastião, em 1574, que recebeu ostentosamente. Em 1577 levou de Pinhão de Belas para aquela cidade do norte de África, Mulei Môamede, xerife deposto de Fez, cumprindo assim as instruções de D. Sebastião, interessado que estava em interferir na política marroquina. (1)

Na crise da independência que se seguiu à morte do rei, tomou partido por Filipe II que por intermédio de Cristóvão de Moura acabou por aliciá-lo, tal como a marquesa, uma vez que este explorou a vaidade da mesma, sendo por sua acção que o marido se deixou levar.

Para mostrar a sua importância, assinava somente «marquês» e ela, extremamente vaidosa, «marquesa».

O marquês era dado como inacessível por ser considerado amigo de D. António, Prior do Crato. (2)
Nas Cortes de Almeirim de 1580, reunidas para solucionar o problema da sucessão da Coroa, D. Manuel de Meneses, já do lado do monarca espanhol, foi eleito definidor da nobreza. Já tinha prometido entregar a Filipe II de Espanha, no momento oportuno, as terras fronteiriças que lhe pertenciam, (3) nas quais, como é óbvio, se incluía Alcoutim.

Tudo isto foi recompensado por Filipe II que lhe deu o título de Duque de Vila Real em 28 de Fevereiro de 1585, já desfrutando os títulos de 7º Conde e 5º Marquês e o de 4º Conde de Valença.

Morreu a 2 de Setembro de 1590. (3)

Do seu casamento com D. Maria da Silva, nasceram nove filhos, sendo três varões.

O primogénito, D. Miguel Luís de Meneses, veio a ser o 5º Conde de Alcoutim, 8º Conde e 6º Marquês de Vila Real e 1º Duque de Caminha. Casou duas vezes, sendo a segunda com sua sobrinha D. Maria Brites de Meneses, não havendo geração de qualquer dos consórcios.

Outro dos filhos foi D. Jorge de Lara que morreu criança.

[Alcoutim, Casa dos Condes. Foto de JV, 1969]
Aparece depois D. Luís de Noronha e Meneses, que devido ao facto de seu irmão e genro não ter deixado geração, veio a herdar o título, tendo sido o 6º e último Conde de Alcoutim que veio a morrer degolado no Rossio, em Lisboa, no dia 29 de Agosto de 1641, por ter participado na conjura contra D. João IV.

Casou com D. Juliana de Meneses (Tarouca) de cujo casamento nasceu D. Miguel Luís de Meneses que foi segundo Duque de Caminha, igualmente justiçado no Rossio e D. Maria Brites de Meneses que havia casado com seu tio, D. Miguel de Meneses, 1º Duque de Caminha, do qual enviuvou vindo a casar com D. Pedro Portocarrero, 7º Conde de Medelim.

Das seis filhas de D. Manuel de Meneses e de D. Maria da Silva, três vieram a casar: - D. Brites de Lara e Meneses com D. Pedro de Médicis, filho do grão-duque de Florença, Conde de Médicis. Recolhendo-se ao Mosteiro de Jesus, em Aveiro, cedeu o seu solar na cidade para se instalar provisoriamente o Mosteiro de Nossa Senhora do Carmo, de Carmelitas descalças.

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domingo, 14 de novembro de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A permuta de ilusões

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A permuta de ilusões

Os portugueses são conhecidos em Portugal através de um chavão secular que se tem mantido contra todos os ventos, todos os adamastores e todas as marés: de uma forma geral não acreditam no seu país, diz-se e quando as coisas correm menos bem passam pura e simplesmente as fronteiras e vão para um outro país onde, alegadamente, as condições são melhores. Aliás são sempre melhores mesmo que sejam piores, no seu sentido mais profundo, porque são diferentes.

Antero de Quental, a quem tomo a liberdade de pedir emprestadas estas palavras que se seguem dizia:

«O que realmente fomos; nulos, graças à monarquia aristocrática!
Essa monarquia, acostumando o povo a servir, habituando-o à inércia de quem espera tudo de cima, obliterou o sentimento instintivo da liberdade, quebrou a energia das vontades, adormeceu a iniciativa; quando mais tarde lhe deram a liberdade, não a compreendeu; ainda hoje a não compreende, nem sabe usar dela.
As revoluções podem chamar por ele, sacudi-lo com força: continua dormindo sempre o seu sono secular!» (in Causas da Decadência dos Povos Peninsulares , III)

O português, nas palavras de Jaime Cortesão, quando se trata de erguer o seu país revela uma enorme indolência. «O nosso grande mal é uma doença da vontade cujos sintomas se chamam o desalento, o pessimismo, o abandono fatalista, uma inerte cobardia e a falta de confiança no esforço próprio» (cf. J.C., Da Renascença Portuguesa e seus Intuitos, A Águia. 1912 ).

Ainda, e continuando esta saga de depressivas citações: «Os portugueses sempre procuraram fora do seu país a solução para os seus problemas internos. Como notou António José Saraiva, em vez de se empenharem em desenvolver Portugal, preferiram investir em expedições, conquistas além-mar ou mesmo na emigração. Ora, à medida que prosseguiram nesta prática foram-se tornando cada vez mais pobres e dependentes do exterior.» Carlos Fontes In Lusotopia.

Será claro que não vou eu - o simples Daniel Teixeira de meu nome - dizer o que quer que seja contra tão abalizadas referências, nomeadamente perguntando o que há para desenvolver nesta terriola, o que há que faculte uma não inércia (quer dizer um movimento em frente) ou a possibilidade de investir noutra coisa senão em expedições porta fora uma vez que acho, na minha opinião, que por aqui já não há mais nada a desenvolver: batemos no fundo económico da escassez e no topo do desenvolvimento possível qual bola de ping pong.

Mas no contexto em que escrevo (ver o título acima em caso de dúvida) não posso deixar de recordar-me da fábula das lebres e das rãs de Esopo: na verdade nós, portugueses tivemos, e na minha opinião já não temos estes problemas todos (temos outros)...fomos nulos segundo Antero de Quental, inertes cobardes conforme Jaime Cortezão e não nos empenhámos em desenvolver Portugal segundo António José Saraiva, mas...já segundo Esopo, alto!!! e pára a corrida para o lago afogador: haverá sempre quem esteja pior que nós.

Leia este tema completo a partir de 15/11/2010

Poemas de Liliana Josué - Abraço - IRRESISTIVEL

Poemas de Liliana Josué - Abraço - IRRESISTIVEL

Abraço

Senti o desconforto da noite
chuvosa, invernosa
gelada.
Cheguei-me a ti
alcancei teu corpo nu
toquei-o ao acaso, sem nexo.
Acordaste no abraço
do meu braço
e teu sexo
entregou-se a mim.

IRRESISTIVEL

Gosto de te sentir abandonado
na nossa sala de sofá listado
e requebrar de forma incorrigível
porque vou ser p'ra ti irresistível.

Gosto de correr nua à tua frente
como animal bravio de sangue quente
num despudor de gesto irreprimível
porque vou ser p'ra ti irresistível.

Leia este tema completo a partir de 15/11/2010