sexta-feira, 3 de abril de 2015

O Sanatório Vasconcelos Porto


O Sanatório Vasconcelos Porto

O Sanatório Vasconcelos Porto foi inaugurado em 8 de Setembro de 1918, com a presença do então secretário de estado do comércio. Foi construído pela Companhia dos Caminhos de Ferro do Estado para albergar os funcionários e as suas famílias, que sofriam de tuberculose.

Foi, originalmente, denominado de Sanatório Carlos (Vasconcelos) Porto, em homenagem ao seu fundador e principal patrono. Segundo a Revista de Turismo à época, «o senhor Carlos Porto, funcionário superior da Companhia dos Caminhos de Ferro do Estado (CCFE) prometeu empenhar-se na construção do Sanatório porque um seu filho teve a graça de se curar da tuberculose.»

Pessoa com posses insuficientes para levar a cabo uma empreitada daquele volume, envidou todos os esforços tanto junto dos Caminhos de Ferro como junto de outras entidades para levar a bom termo a obra.

Foi assim uma instituição de saúde inicialmente destinada a ferroviários, que operou entre 1918 e 1991, tendo sido substituído pelo Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, baseado nas antigas instalações do Sanatório, relacionadas com o Hospital agora Central de Faro, depois de ter lá funcionado uma Unidade Recuada de Internamento do Hospital de Faro (agora com outras valências chamados de Cuidados Continuados).

Instalado no Vale de Alportel, tentando tirar partido do factor altitude, teve como função proporcionar aos seus pacientes, um ambiente propício ao repouso, e um ar menos poluído do que nos centros urbanos; chegou a deter uma elevada importância, tendo-te tornado num dos principais pólos para o tratamento das doenças respiratórias em Portugal. O factor altitude era (e é) considerado importante pelo facto da rarefacção microbiana no ar aumentar de acordo com esta.

Assim, o tratamento dos doentes fazia-se através do repouso, de alimentação cuidada, e da exposição ao ar livre; o uso de medicamentos era reduzido ao mínimo, excepto nos casos mais avançados da doença.

O complexo incluía uma galeria, coberta por vidros para proteger das condições atmosféricas, aonde os pacientes repousavam durante o dia; os quartos estavam equipados com janelas de abertura horizontal, que permitia a sua abertura durante toda a noite, podendo ser fechadas quando os clientes se deitavam e levantavam.

Este Estabelecimento durante a Década de 1920, sofreu vários problemas de ordem financeira. Na Década de 1930, não detinha capacidade suficiente para satisfazer a procura, pelo que foi necessário instituir um novo sanatório, com as mesmas funções, em Paredes de Coura, cuja construção terminou em 1933.

Em 1937, entra ao serviço, como director clínico, o médico Medeiros Galvão. Em data desconhecida, o Sanatório é encerrado, reabrindo em 1955, já sob a direcção de Medeiros Galvão; a sua administração ficou marcada pelo rigor e profissionalismo, tendo aqui acorrido clientes de todo o país. O Dr. Medeiros Galvão deixou a direcção em 1977, ano em que se aposentou.

Pequena Biografia do Dr. Gabriel Pereira de Medeiros Galvão

Dr. Gabriel Pereira de Medeiros Galvão

17/10/1907 > 13/04/1993

Gabriel Pereira de Medeiros Galvão nasceu nos Açores, no início do século XX.

Filho de um notário e de uma professora primária, veio para Lisboa aos 16 anos, para prosseguir estudos, tendo iniciado pelo ramo da Engenharia Electromecânica.

Mudou depois para Medicina, tendo-se licenciado em 1931.

Com um futuro brilhante à sua frente, como cirurgião, substituiu 2 anos seguidos o Dr. Alberto de Sousa, durante as férias na direcção do Sanatório.

Na sua primeira visita a São Brás, teve oportunidade de mostrar a sua competência e talento. Mais tarde, instalou-se definitivamente nesta vila, ocupando funções como médico municipal.

Em 1938, foi nomeado Director Clínico do Sanatório Vasconcelos Porto, cargo que ocupou até 1977, por ter atingido o limite de idade, sendo ainda hoje recordado pela sua rigidez e perícia, no desempenho da profissão e pela generosidade do seu coração.

Pelas suas qualidades, como médico, vinham pessoas de todo o País, à procura daquele que era então conhecido como «Nossa Senhora de Fátima».



José Rosa Dias Nunes


(José Rosa Dias Nunes,São Brás de Alportel, 13/4/22-31/12/2012)
Médio

40/41-Farense------------reservas
41/42-Farense------------II
42/43-Farense------------II
43/44-Estremoz F.C.------II
44/45-Farense------------II
45/46-Farense------------II
46/47-Desportivo Faro----II
47/48-Desportivo Faro----III
48/49-Portimonense-------II
49/50-Portimonense-------II
50/51-inactivo
51/52-Farense------------II


O antigo Árbitro internacional algarvio José Rosa Nunes também foi jogador de futebol.
Jogador alto e corpulento, Nunes jogava a médio centro e fez parte das equipas do Farense dos anos 40,tendo jogado igualmente no período em que o clube se denominou Clube Desportivo de Faro.
Depois de 2 temporadas no Portimonense, num período em que o clube de Portimão lutava fortemente para subir à 1ª Divisão, José Rosa Nunes volta a Faro para terminar a carreira de futebolista e iniciar o seu percurso na arbitragem.



quarta-feira, 1 de abril de 2015

A mula e o avião

A mula e o avião

Aqui há uns anos...muitos, trabalhando eu num Hotel no Algarve, o proprietário do mesmo achou por bem mandar fazer um postal ilustrado para oferecer aos turistas que o frequentavam, durante a estadia e quando da sua partida.

A ideia até era boa e inovadora. Na altura não havia muitas iniciativas de propaganda e a movida nos números dos hóspedes, sobretudo em época baixa, dependiam em grande escala dos contactos feitos com Agências de Viagens, normalmente de Lisboa.

O postal - estava disponível gratuitamente na portaria e normalmente davam-se vários à partida dos hospedes - tinha lá todas as referências ao estabelecimento que o tinha emitido e em tempo de pouca facilidade em ter fotografias diversas em postal, os turistas usavam-nos bastante.



Bem...a relação com esta foto está no seguinte: pediu-se a um arquitecto que desse uma ideia sobre o que deveria constar no postal porque as ideias eram muitas: desde mostrar o restaurante, meter cortados alguns quartos e salas - de reuniões e de estar- enfim, houve mesmo que desempatar porque o comum do pensamento dos mortais locais levaria à publicação de micro imagens às quais ninguém ligaria.

E foi peremptório, o arquitecto: tragam-me um carro de mula pintado de fresco, com um animal ajaezado respirando saúde e cheio de guizos e fotografa-mo-lo com a fachada do hotel em fundo, e é assim mesmo! E assim foi...

Agora os tempos mudaram e é rara a foto de Faro que não leva um avião sobrevoando ao fundo. Pudera... não só os tempos mudaram como o tal arquitecto já faleceu...