domingo, 30 de janeiro de 2011

DIOGUINHO, O HOMEM TERROR - Por António Carlos Affonso dos Santos - Acas

DIOGUINHO, O HOMEM TERROR - Por António Carlos Affonso dos Santos - Acas

Em 1960, o poeta e cordelista nordestino Antônio Teodoro dos Santos, publicou um cordel com o título: «O Encontro de Lampião com Dioguinho», de onde retirei a trova:
-...E o tal Rocha Figueira
Que se chama Dioguinho,
Lá na região do sul,
No distrito de Cravinhos,
Fez a polícia correr,
Sem «acertar o caminho»...

Tal como antigos semideuses da mitologia greco-romana, coexiste uma infinidade de versões sobre a vida e a morte de Dioguinho, «o homem terror». Dioguinho foi o maior bandido de todos os tempos na região da Alta Mogiana, interior de São Paulo, que basicamente fica circunscrita à região de influência de Ribeirão Preto.

O bandido Dioguinho, ou Diogo da Rocha Ferreira, nasceu em Botucatu (SP), em 09 de outubro de 1863 e morreu (ou desapareceu) em terras da Fazenda Tatuca, à época fazendo parte do município de Jataí (SP), hoje cidade de Luis Antônio (SP), região de influência de Ribeirão Preto; em 01 de maio de 1897; portanto faleceu com apenas 34 anos de idade! E como deixou estórias!!!!!

Passaram-se 113 anos e até hoje só o fato de falar nele, provoca arrepios de quem vive na região onde ele atuava. Dioguinho era filho de um comerciante e de uma dona de casa, embora eu tenha encontrado um sem-número de registros, onde se dizia ser ele filho de um rico fazendeiro. Pelo que concluí, não passam de balelas!

Dioguinho, que era agrimensor (ver N. A.), trabalhou também, entre outras, nas regiões de Cravinhos e São Simão. Foi casado e morou por uns tempos em Vila Mato Grosso de Batatais, hoje Altinópolis (SP), onde ele tinha amigos e protetores. No entanto vivia uma vida nômade, por ser um peregrino fugitivo.

Ele trabalhava em levantamentos topográficos nos lugares onde estavam sendo construídas, à época, as primeiras linhas de trens no interior de São Paulo e de Minas Gerais. Por este motivo há referência de sua presença em São Sebastião do Paraíso e Uberlândia (ambas em Minas Gerais), assim como em Sorocaba, Itu e Porto Feliz (SP), lugares muito longe da sua área de atuação como bandido.

Ao que parece, ele ficava trabalhando longe da Alta Mogiana (região de Ribeirão Preto), mas quando era chamado (por carta), ele ia e fazia o serviço e voltava a trabalhar. As várias indicações de que ele era também um «Oficial de Justiça», não parece ser verdadeira, porém um topógrafo; ainda que protegido por fazendeiros influentes (alguns eram políticos), não teria condições de contratar um advogado para defendê-lo. Ainda mais um advogado com o prestígio e a estatura de um Ruy Barbosa; somente uma grande influência entre magistrados abalariam Ruy de sair da Bahia ou do Rio de Janeiro, para defender um bandido em São Paulo. Por isso, é bem provável que algum juiz o tenha usado nesse mister, uma ou outra vez.

Ele jamais foi esquecido: até autores de música sertaneja, como o Ado Benatti (e seu superego «Zé do Mato»); autor entre outras, das músicas: «Bom Jesus de Pirapora» e «Transporte de Boiada»; publicou dois livros falando sobre o célebre facínora da região da Alta Mogiana: «Os Crimes do Dioguinho» e «A Morte do Dioguinho».

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Um Conto - Por Emerson Wiskow - Noite negra

Um Conto - Por Emerson Wiskow - Noite negra

Bebeu o último gole. Olhou para o lado e sorriu com os olhos de louco. Olhou para a garrafa vazia, depois lançou-a longe com um grande movimento de braço. Sorriu novamente ao ouvir o som da garrafa estilhaçando-se. Era o som de vidro quebrando-se no meio da noite quente. Solidão. Lançou jorros de vômito sobre a vegetação e sobre algumas pedras.

Os olhos encheram-se de lágrimas. Tristeza. Queria estar sobre uma velha ponte medieval feita de pedras, com um rio escuro deslizando lá embaixo, misterioso, perigoso na sua calma aparente. Suicida. Enfiou a mãos nos bolsos da calça suja, velha, puída, e dançou os dedos lá dentro numa procura cega. Tato. Procurou a carteira amassada de cigarros. Retirou-a do bolso com dificuldade, abriu e examinou com esperança. Havia poucos cigarros.

Desanimou-se ainda mais. Quatro cigarros para uma noite de faltas. Acendeu um cigarro e deu uma tragada, depois arrastou o corpo cansado em direção ao centro da cidade. Lá, encontrou movimento, barulho, festa. Andou no meio da multidão suada, elétrica. Passou por uma turma de mulheres que requebravam os quadris, balançavam grandes bundas enfiadas dentro de pequenos shorts e calças coladas ao corpo.

Dançavam lentamente, como se estivessem ensaiando uma dança de acasalamento, sensuais, eróticas. Os corpos suados, elas fumavam, bebiam e dançavam. Alguns vendedores gritavam, anunciavam suas cervejas, cachaças disso e daquilo. Mistura de odores, suor, fumaça de cigarro, maconha, churrasquinho, gordura, cheiro de xampu de puta. Cabelos molhados.

Continuou andando enquanto fumava, tragava e lançava fumaça ao ar. Desviava-se das pessoas com dificuldade. Andou mais e parou diante da multidão. Louco e cansado. Tossiu e desejou matar alguém. Torcia as mãos nervosamente, com força, as veias saltavam-lhe sob a pele vermelha. Parou novamente, a multidão continuava contorcendo-se à sua volta. Homens embriagados, mulheres, algumas crianças, o som explodia.

Partículas de tensão, energia, tudo vibrava como numa febre. Um estranho prazer de tirar uma vida tomava conta do seu corpo. Nunca tinha cometido um assassinato. Agora, desejava ardentemente matar. Tirar uma vida. Desejava chegar ao ponto máximo de sua ação, chegar a um êxtase que pensava poder sentir ao praticar tal ato.

Chegou a deliciar-se com tais pensamentos. Ver um vida esvair-se em suas mãos, o olhar suplicante e angustiado, o desespero e terror no rosto de sua vítima. Voltou a andar, escolhendo, procurando. Sentiu seu coração bater com mais força, ansioso. Parou em uma barraca de bebidas e comprou um copo de cachaça. Bebeu um gole e com os olhos vidrados examinou o movimento das pessoas. Sabia que iria matar.


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O gato preto - Reflexão de Michel Crayon

O gato preto - Reflexão de Michel Crayon

Daquela vez subi as escadas em câmara lenta. Sentia-me verdadeiramente cansado e por mais estranho que pareça quando cheguei lá acima (eram dez andares sempre a subir) senti-me como se tivesse subido os 180 degraus da mesma forma normal dos outros dias.


O facto de ter escolhido o sistema da câmara lenta se resultou resultou muito pouco e senti-me frustrado, não com aquela frustração corrente do dia a dia quando as coisas não correm bem mas senti antes uma frustração revoltada dizendo para mim mesmo que não tinha valido de nada aquele trabalho de subir os degraus em câmara lenta e senti-me irritado porque cheguei à conclusão que tinha feito figura de parvo, não que alguém me tivesse visto, senão o porteiro, mas deveria ter parecido mesmo estúpida aquela coisa de subir degraus em câmara lenta.

Sabem como é, a câmara lenta, e foi isso mesmo que eu fiz: quando se filma aumenta-se o tempo de exposição do fotograma ou fazem-se mais fotogramas para o mesmo tempo e no meu caso eu subi cada degrau com esse aumento de tempo pensando que assim me cansava menos mas nada disso: praticamente cansei-me o mesmo, ou até mais, não sei, com a agravante de ter de estar a calcular mentalmente o tempo tão exacto quanto possível de cada gesto, de cada avanço de uma perna, depois de outra e o balanço de um braço e depois de outro.

Não aconselho a ninguém, agora que sei, agora que descobri isso, a subir degraus ou mesmo a andar em câmara lenta. Não resulta! O esforço é o mesmo só que dividido por mais tempo e é assim como misturar água doce na água salgada: dilui-se o sal mas a quantidade do resíduo salino é igual. Que estupidez a minha!! Devia ter pensado nisto antes...

Dito isto quando cheguei a casa dela estava não só mais derreado do que estava quando comecei a subir, como estava irritado e sentia na pele da face agora crestada a falta do ar condicionado dos outros dias e aquela aragem pequena mas refrescante que o contínuo mandava do rés do chão rodando o botão para o lado do sinal mais por ser para mim.

Era bom cliente, eu, naquele prédio e o porteiro sabia-o mas desta vez pareceu-me ausente não de corpo, porque ele estava lá, com a sua farda cheia de medalhas e galões à tropa, mas porque estava e não estava no seu posto.

Ou seja, o corpo dele (e os galões e as medalhas) estavam lá plantados no sítio do costume, atrás de um balcão coberto a formica, mas o espírito, a alma, o sopro vital dele, aquela coisa que distingue as pessoas vivas das pessoas mortas, a respiração, o bafo, andavam nos limiares do coma.

Disse-me depois a Arminda que lhe tinha falecido um gato, um pretinho que frequentava o terceiro andar e que eu não devia conhecer porque ele nunca ia para as escadas mas eu disse-lhe que não senhor, que era capaz de ser aquele que eu tinha visto na última vez que lá tinha estado entre o primeiro e o segundo andar.

A Arminda disse-me então que sendo assim era bem provável que eu até o tivesse visto no dia da sua morte porque ele, o porteiro, tinha encontrado o seu corpinho desfalecido precisamente na zona do rés do chão, entre as caixas vazias de uma arrecadação, entalado (coitado) entre cinco resmas de papel A4 e uma impressora de fita de carbono que tinha tombado de uma estante metálica daquelas cai não cai.

Mas deixemos isso, disse-me ela enquanto me enchia um copo de vinho do Porto para me fazer subir a alma, disse ela, coisa que eu bem precisava, de uma alma subida depois daquela subida e peço perdão pela redundância.

Os processos de luto do porteiro eram assim mas este era mais profundo, acrescentou-me a Arminda, e ela já lhe tinha conhecido vários lutos felinos que lhe permitiam agora pronunciar-se da forma peremptória como o fazia.

Ele tinha um gato por andar, o que perfazia catorze porque eram treze andares mais o rés do chão e por cada gato tinha um amor sempre especial. O que morrera agora, um dos pretinhos, era especial como o eram todos os outros, não por ser preto, havia mais pretos (seis para além do defunto), mas porque - no dizer que ele tinha dito à Arminda - era um gato que lhe tinha sido oferecido por uma pessoa que ele considerava especial e de certa forma pode dizer-se agora, sem grande dificuldade, que ele, porteiro, via talvez naquele gato um pouco daquilo que via na pessoa que lho oferecera.

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Cheiro de café - Por Abílio Pacheco

Cheiro de café - Por Abílio Pacheco

Não há nada que mais me pareça com a crônica que o cheiro do café.
E é uma metáfora olfativa, sinestésica; não deveria explicá-la. Fico tentado a encerrar o texto por aqui. Continuo.

Afinal posso até escrever contos curtos, mas ainda não optei por treinar as crônicas curtas, embora elas pareçam correr no meu dia a dia. Quem sabe eu tente ainda escrevê-las.

O cheiro do café: matutino, fresco, suave, de leve amargor... Caminhando pelo condomínio pela manhã, fazendo academia, assistindo ao noticiário matutino ou tentando se fechar do mundo num escritório/gabinete é sempre esse gostinho que chega às narinas trazendo um novo dia, as novidades do dia. Mesmo os barulhos da cidade chegam com o café e, antes dele, o seu cheiro.

A crônica seria esse agradável sabor de fragrância noviça e breve. Relativamente pontual e tão ligada ao presente. Logo surgindo e logo esvaecendo, mas sempre retomada.
A crônica, a despeito de ser chamada gênero menor, tem seu mistério. Mesmo quem não gosta de café, gosta de seu cheiro, mesmo quem não aprecia literatura ou não tenha hábito de ler, curte uma crônica.

Se bem usada, a crônica traz para literatura o leitor iniciante, como o cheiro do café chama para a mesa, convida para uma boa conversa e, mesmo não o bebericando, a mesa fica rodeada e o diálogo flui.
A crônica, atrativa... logo o leitor prova de toda literatura: haicais, sonetos, poemas mais longos, contos, romances...

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Futebol Devoção - Por Abilio Pacheco

Futebol Devoção - Por Abilio Pacheco

Política, futebol e religião não se discutem. Não se discutem!? Claro que sim. Só não é preciso brigar, tomar ar, ir as vias de fato… Mas um bom debate, por que não? Talvez sempre se diga isso desses três aspectos importantes de nossa vida social por causa do espaço que eles ocupam em nossos afetos ou por eles terem algo mais em comum.

Não consigo ver que religião abarque características do futebol ou da política, nem que política abarque rasgos próprios da religião e do futebol. Mas este sim, está cada vez mais próximo da política e mais ainda da religião. Não é à toa que termos como fiel, devoção, ídolo e outros do mesmo campo semântico costumem se apresentar em discursos do futebol. Em outro país da nossa AL, tem jogador sendo chamado de deus, existe igreja (igreja?), culto e muitos, muitos fiéis.

Uma prática comum no futebol moderno, a apresentação de um jogador recém contratado, é um dos ritos obrigatórios. Afinal, a chegada do craque faz aflorar verdadeiros e arraigados sentimentos messiânicos. Por isso, não deve ser novidade ao leitor as notícias de desfile em carro de bombeiros ou mesmo a formalização da chegada num encontro com a torcida com o jogador sendo alocado num palco montado na arquibancada em evento para 20 mil fiéis, fãs, torcedores…

Agora, dá cá esta palha!, vender tijolinho personalizado para arrecadar fundos para um centro de treinamento, isto sim, é uma novidade. Embora não seja muito distante de recursos próprios a algumas neo-pentecostais, no futebol ainda não tinha visto nada parecido. Sempre achei esse procedimento muito semelhante ao antigo caderninho de assinaturas (existe ainda?). Só que ampliado, amplificado, atribuindo ao assinante (ou comprador do tijolinho) mais benefícios devido ao valor agregado e praticamente invertendo a relação necessitado-benfeitor.

Afinal, não é o time que está precisando de você para a construção do CT ou coisa que o valha, mas você que está tendo o «privilégio» de participar do projeto (que só não é exclusivo, por estar sendo transmitido para todos os televisores ligados possíveis, mais internet) ou ainda, não é que o time (importante, não sei quantas vezes campeão) esteja precisando, ele apenas está sendo complacente com seus torcedores a ponto de oferecer esta possibilidade (por sinal um recurso de marketing bastante comum).


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CORONEL FABRICIANO - 065 – Furou a fila; 154 – A maleta -  BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 065 – Furou a fila; 154 – A maleta - BENEDITO FRANCO

«Uma existência ativa e política é onde os homens, que governam e têm por ocupação os negócios públicos, poderiam encontrar maiores oportunidades de praticar as virtudes de todas as espécies». ARISTÓTELES, Política (384 aC - 322 aC).
Que tristeza teria o Filósofo grego se visse e convivesse com nossa política e nossos políticos brasileiros...

065 – Furou a fila

Um amigo do pai do Carlos, meu cunhado, tinha um restaurante no Rio de Janeiro. Contou-me ele, o amigo, que havia na redondeza de seu estabelecimento uma gang de assaltantes que, sistematicamente, semanalmente visitava-o. Já deixava o dinheirinho separado; quando a gang chegava, recebia o envelope com o seu labor, sem problemas, nem burocracia e muito menos cara feia.

Em São Paulo, o François , irmão de meu colega de trabalho – nascera na França - ficava sentado no caixa de sua confeitaria. Também, todas as sextas-feiras à tardinha, visitavam-no sistematicamente três pilantras. Aqui, os próprios ladrões marcaram a quantidade, dia e hora da apanha do dinheiro.

154 – A maleta

Os filhos de minha irmã Imaculada e do Cláudio vinham de Petrolina a Belo Horizonte uma ou duas vezes por ano. No avião cada um recebia uma maleta com a refeição durante a viagem – hoje são servidas apenas vinte a trinta gramas de um biscoito salgado e de gosto e aparência duvidosos - anêmico. Comendo pouco, traziam as maletas com a sobra da comida.

Visitando-nos, minhas meninas viam as maletas trazidas pelos primos. Como eu viajava constantemente a São Paulo e minha esposa apanhava-me no Aeroporto da Pampulha, onde as meninas observavam as crianças saindo do avião com as tais maletas. Sabe como são as crianças: insistiam em me pedir para eu lhes trazer pelo menos uma. Com a insistência, acabei criando coragem e pedi à aeromoça – depois de lhe contar a história. Com a educação e a simpatia, características das aeromoças, acabei ganhando duas maletas.

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CORONEL FABRICIANO - 125 canais; Fundo 157; Caldos - BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 125 canais; Fundo 157; Caldos - BENEDITO FRANCO

125 canais
- Alô!
- Alô! E o Sô Benedito?
- Sim, sou eu.
- Aqui é da Sky. Sua sobrinha nos comunicou que o senhor quer fazer um plano com a Sky.
- Sim, quero. E muito bom.
- O senhor vai aproveitar bastante esse pacote, pois são 125 canais.
- Ela me falou que ficaria em R$ 89,00.
- Não, fica em R$ 94,00, mas estamos numa promoção, por um ano, e a mensalidade terá um bom desconto e serão pagos apenas R$ 84,00.

- Pois não. Eu gosto muito de televisão.
- O senhor espere no máximo uma semana e o nosso técnico passará por aí para montar tudo.
- Pois, não, obrigado.
No dia seguinte apareceu em minha casa o dito cujo técnico. Rapaz competente – tecnicamente avaliado por mim, que entende muito pouco do assunto. Montou tudo; ligou os aparelhos; mostrou-me e se foi.

Fiquei eu num mato sem cachorro, pois não me enviaram um folheto explicativo – só o contrato leonino! Demorei mais de uma hora para ver algo.

Até hoje estou procurando os 125 canais de televisão, achando uns noventa e oito – aproveitando a eleição, mas vamos dizer que são cem, com uma margem de erro de dois por cento - e eu pensando que iria me esbaldar com os cento e vinte e cinco canais de televisão!... A cobrança chegou e religiosamente foi paga. Reclamar com quem?

Acho que vou reclamar com o Papa quando ele vier ao Brasil...

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Poesia de Sérgio António Meneghetti - Era Apenas Sonho

Poesia de Sérgio António Meneghetti

Era Apenas Sonho

Certa noite acordei assustado
Porem era apenas um sonho
Vi o mundo modificado
Vi na face; um povo tristonho

Existia um sentimento chamado maldade
Outro tinha nome de egoísmo
Mais além, semelhante a este, perversidade
E no coração reinava o ceticismo

Existia também alegria
E em momentos; felicidade
O mundo se dividia
Em altruísmo e banalidade

Não entendia como isto podia ser
Todos filhos do mesmo Criador
Tinha o bem estar e o sofrer
Vivendo juntos; o amor e o rancor

Neste sonho vi irmãos lutando
E não entedia o porquê
Poderiam estar felizes e cantando
Agradecendo a noite; e o amanhecer

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COLUNA UM - Daniel Teixeira - A dispersão da notícia

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A dispersão da notícia

Desde longos tempos que o homem teve a necessidade de tornar públicas alguns aspectos da sua vida pessoal ou da sua comunidade exteriorizando essas mesmas noticias de acontecimentos de forma a que «se saiba».

Exemplos da publicidade dos actos nos tempos modernos não faltam e da sua eficácia enquanto forma também não faltam: em teoria temos a obrigação de saber todas as leis, decretos e regulamentos publicados em jornal oficial ou meio tido como tal (a internet por exemplo) e por vezes não se chega bem a saber se o objectivo da publicação não é precisamente o de tornar desconhecido ou sem importância visível para nós dados factos que até nos interessam e dos quais vimos a tomar conhecimento no emaranhado noticioso se acontece a «sorte» de alguém lhe notar uma dada incongruência (normalmente coisa que vá contra o seu próprio interesse ou do grupo no qual se insere).

O primeiro jornal conhecido ou pelo menos mais conhecido era em pedra esculpida e destinava-se a informar os cidadãos de Roma de dados decretos, normalmente lançamento de novos impostos mais pesados - ou mais leves, até podia acontecer, não (?).

Igualmente e por estranha curiosidade que não será assim tão estranha se virmos a importância que dados cidadãos tinham em Roma, havia também uma secção de Necrologia noticiando os falecimentos desses mesmos cidadãos mais importantes. Acho que o canteiro (profissional no retalho da pedra e não espaço de flores) não tinha (m) como é evidente voz activa sobre aquilo que publicava(m) e era um ou vários mero(s) artesão(ões) que disso tratavam na maior ou na menor dependendo das condições de trabalho.

Mas, de uma forma ou de outra, e metendo um pouco de imaginação aqui e tendo em consideração os laços de apadrinhamento e afilhamento que existiam em Roma e que ainda existem por todo o lado parece-me claro que pelo menos o «mestre» dos canteiros cortadores da pedra noticiosa tinha grandes possibilidades de ser contactado por outros poderosos para escalar e dar relevo a fulano (morto) seu conhecido ou seu padrinho do que iria depois poder dar a outro fulano igualmente falecido.

O tempo não sendo elástico é lógico que as coisas se pensem assim. O meu problema aqui passada esta parte histórica (um pouco macabra mas tão distante que não se nota muito) é, esse meu problema, o de fazer notar uma forma de dar relevo a uma coisa (uma noticia mortuária) que no fundo não trazia benefício nenhum ao falecido (isto visto pelos nossos olhos porque naquele tempo as comendas aos deuses tinham alguma importância) e que acabava, mesmo talhada na pedra, por ser efémera: no dia seguinte ou na semana seguinte um novo rol de falecidos (e de impostos) era mandado para publicação e tudo passava a zero quase absoluto em termos de perenidade.

Ora o tema desta crónica é a dispersão da noticia e parece-me que não ando de todo afastado do sumário inicial: quer dizer, se uns eram elevados a posições mais favoráveis no jornal outros eram, logicamente, relegados para posições menos favoráveis. Este facto seria sempre fatal, quer dizer, teria sempre de acontecer, porque na «folha» da pedra existem posições de texto de mais fácil leitura que outros. O problema é que por este sistema da cunha se contrariava a ordem natural das coisas: talvez a cronologia da ordem de chegada das noticias, por exemplo, em condições de igualdade relativa de estatutos.

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Poesia de Arlete Deretti Fernandes - A Casa dos Espelhos

Poesia de Arlete Deretti Fernandes - A Casa dos Espelhos

A Casa dos Espelhos


Na varanda, uma antiga cadeira de balanço esquecida.
No peitoril das janelas, restos de vasos de folhagens.
Trepadeiras cerradas cobrem as colunas,
com flores coloridas misturadas as plantas selvagens.
Entrei devagarzinho para não pisar sentimentos.
A emoção tomou-me por inteiro, quando vi
girassóis e hortênsias sobre as mesas.
Tudo se reflete nos antigos espelhos de cristal,
Como lembranças esculpidas.
Um raio de luz teima em entrar pela vidraça.
Algumas obras de arte permanecem nas paredes brancas
que outrora foram pintadas com os tons e semitons
cromáticos das flores do jardim.
O quadro em sépia tem uma moldura que o esquadreja,
mas nele só aparece uma mancha
escura que realça mas não tem definição.
Algumas fotos antigas com carruagens,
Caçadores e belos cães, ali permanecem.
Uma antiga escultura sobre um balcão,
Mostra que ali ficou abandonada

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Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LXIII)

Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LXIII)

De poderes sobrenaturais, curandeiros, bruxos, feiticeiros, profetas famosos (e por aí fora), sempre se ouviu falar! Mas,... Sabe-se mesmo o que realmente o que são? Como funcionam? Como actuam?

Amados por uns, desdenhados por outros, consoante o efeito produzido nas pessoas que os procuram, muitas vezes, são verdadeiros «diabos» considerados, produto de algo de maligno e infernal até. Outras vezes e, pelo contrário, verdadeiras «bênções», associado indissolúvel do acto de abençoar alguém que se pretende tornar, feliz, louvado e glorificado.

O que para mim me parece certo, é que muita superstição, neste meio rodopia! Conhecidos sentimentos religiosos baseados no temor e ignorância, ao receio de coisas fantásticas leva, ao cumprimento de supostos deveres e inclusive à confiança em coisas vãs ou ineficazes. Aí se misturam infundados presságios, crendices, preconceitos, excessiva credulidade e fanatismo até.

Se ao Bruxo, alguém se considera que bruxarias faz, factos que na falta de explicações se atribui a artes diabólicas e sortilégios, o Feiticeiro, de forma paralela considerado aquele que feitiços faz é. Já na denominada arte da cura o Curandeiro dá as cartas. Utilizando um conjunto de práticas rituais com poderes sugestivos na qual pretensos poderes especiais se utilizam, principalmente no campo reservado à medicina actua.

Ao ludibriador da boa fé do público, normalmente é apelidado de Charlatão, aquele que se inculca médico sem o ser ou de um simples vendedor ambulante de drogas e elixires, cuja virtude exageradamente apregoa. Quando por outra via se pretende curar qualquer doença por meio de benzeduras, acompanhado de supersticiosas rezas, certamente de um Benzedor se trata!

Alternativamente, sábios, mestres e profetas se encontram. Em comum, geralmente todos eles gozam de grande prestígio e popularidade. O Sábio, aquele que tudo sabe muito, é extremamente erudito, e é a ele que se atribui e a máxima das sapiências, a sabedoria divina. O Profeta, homem douto tal como o Mestre, considera-se que recebe mensagens das divindades, as quais fica encarregue de as dar a conhecer aos homens o que eles não poderiam conhecer pelos seus próprios meios. Inserido no seu devido tempo, com o seu auge apontado para o tempo dos reis de Israel, é sem dúvida ao profeta e ao profetismo dado um divino sentido a todos os acontecimentos vividos pelo povo.

Certo, certo parece-me que na generalidade, feiticeiros, bruxos, curandeiros, benzedores, sábios, mestres e profetas são considerados com poderes sobrenaturais, excedendo todas e quaisquer forças da natureza, do extraordinário e do maravilhoso. Certo, certo parece-me que muitas vezes diferentes palavras para a mesma coisa se utilizam.

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POESIA DE LILIANA JOSUE - Poesia I ; Poesia II ; Poesia III

POESIA DE LILIANA JOSUE - Poesia I ; Poesia II ; Poesia III

Poesia I

Humanizar a poesia
é dar-lhe dimensão;
a dimensão do Homem
logo, está certo
pois nele há tudo
na proporção do infinito.
Terra, Fogo, Mar e Ar
são poesia
porque estamos lá também.
Este dom é humano
e não divino
ou se é divino
nós também o somos
pois criámos a poesia.


Liliana Josué

Poesia II

Transcendência poética?
que é isso?
ela existe porque o poeta quer
por isso é que encontramos poetas e não poetas.

Uma pedra pode ser poesia
sem dúvida
mas porque alguém a vê ou sente
dessa forma.

Aquela ideia, quanto a mim patética
de que ela «é» só por si
não tem sentido.
A poesia está no espírito que crê
na sua existência
e assim a mostra e oferece.

Há poesia no feio e no bonito
na tristeza e na alegria.

Não me parece que possa ser
de outra maneira.
Que me perdoe o intelectual
não me leve a mal
mas poesia existe em mim só quando eu quero.


Liliana Josué

Poesia III

O que é a Poesia…?
o que se vê?
o que se sente?
o que se vê e sente?

Poesia é grito
é raiva
é susto!

Poesia é amor
é paixão

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Sérgio Varalonga - A Carreira de um compositor português

Sérgio Varalonga - A Carreira de um compositor português

Sérgio Varalonga iniciou os seus estudos de órgão em 1994, mas formou-se em piano com o professor Amadeu Pinho (pianista internacional com vasto curriculum e ex-aluno de três dos grandes mestres do piano mundiais: Tania Achot, Esteban Sanchez e jean Fassina).

Sérgio Varalonga iniciou os seus estudos de piano em 1996 com o professor Amadeu Pinho com o qual terminou a sua formação em 2006. Durante a sua formação musical recebeu também formação em composição musical com o professor Vasco Pereira (maestro e compositor) e seguiu a sua formação oficial nos conservatórios nacionais: Orfeão de Leiria, Escola de Artes do Norte Alentejano em Portalegre e na Academia de Música «Papagueno» em Badajoz.

Durante a sua formação também frequentou cursos master de piano com pianistas de renome: António Toscano (pianista português), Filipe Pinto Ribeiro (pianista português), Diego Ramos (pianista internacional, aluno de Alicia de Larrocha, uma das grandes pianistas e pedagogas), Dmitri Bashkirov (pianista russo conhecido mundialmente como um dos grandes pedagogos e pianista da escola russa), entre outros.

Durante a sua carreira deu vários concertos de piano solo, concertos a acompanhar cantores (canto e piano, ou órgão), concertos com obras de sua autoria e concertos de piano e orquestra tanto em Portugal, como em Espanha. Muitos destes concertos passados em directo na televisão espanhola, rádio e um editado em CD. Desde a adolescência que dirige grupos corais.

Dirigiu em Amor - Leiria vários coros (infantis, de jovens e adultos) e em Elvas um coro de adultos; em 2003 ganhou o prémio especial no IV concurso internacional de piano «Prómúsica 2003»; entre Outubro de 2004 e Fevereiro de 2006 exerceu funções de professor de piano e pianista acompanhador das classes de canto na Academia de música «Papagueno».

Desde 2006, dá aulas particulares de piano e órgão na região de Leiria. Também desde 2006 dá aulas extra-curriculares de música em várias escolas do estado: durante o ano escolar 2006-2007 deu aulas nas escolas da Passagem, Praia da Vieira, Maceirinha, Pocariça, A-do-Barbas, Cruz da Légua e Cumeira. No ano escolar de 2007-2008 nas escolas de Amor, Casal dos Claros e Serra do Porto de Urso.

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Culinária e Doçaria por Karolina Felipe - Bolo pudim de Chocolate; Tomates recheados com ricota

Culinária e Doçaria por Karolina Felipe - Bolo pudim de Chocolate; Tomates recheados com ricota

Bolo pudim de Chocolate

Ingredientes para a calda caramelizada:

1 xícara de açúcar
1/3 xícara de água

* Prepare a calda caramelizada: Leve o açúcar ao fogo médio para derreter e caramelizar. Quando estiver derretido, com cor de caramelo e começando a ferver acrescente a água quente aos poucos e com cuidado com os respingos. Misture para que a calda não fique muito grossa. Deixe que esfrie e unte toda a parte interna da fôrma.

Ingredientes para o bolo:

150g de manteiga (animal)á gosto
1 xícara de açúcar
3 ovos
1 xícara de leite
2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de chocolate em pó
1 colher de sopa de fermento em pó


Tomates recheados com ricota

Ingredientes:

1 colher de sopa de azeite de oliva
2 colheres de sopa de salsa picada
4 tomates médios
4 dentes de alho
100 g de creme de leite light
100 g de requeijão light
300 g de ricota

Modo de Preparo:

Lave bem os tomates, retire a parte inferior, retire as sementes e reserve.
Aqueça o azeite e doure levemente o alho. Misture a ricota amassada com o requeijão, o creme de leite e despeje junto ao alho. Acrescente a salsa e misture.
Recheie os tomates. Se preferir, asse em forno médio por uns 20 min.

Bom apetite!

Dicas e curiosidades:

* Retire uma tampinha da parte de baixo do tomate, para que ele pare em pé.

* Pode ser servido frio ou assado (por 20 minutos).

* A relação do azeite de oliva com a boa saúde é fantástica. O azeite de oliva é extraído da fruta da oliveira, uma árvore natural da região do Mediterrâneo. Azeite de oliva é reconhecido como benéfico para a saúde por possuir grande quantidade de gordura monoinsaturada. Azeite de oliva é o produto obtido através do processamento do fruto das oliveiras, a azeitona, sendo que, para ser denominado como azeite de oliva o produto não pode apresentar mistura com qualquer outro tipo de óleo.

Leia este tema completo a partir de 31/1/2011


Culinária e Doçaria por Karolina Felipe - Torta de legumes (light); Recupere-se já dos exageros!

Culinária e Doçaria por Karolina Felipe - Torta de legumes (light); Recupere-se já dos exageros!

Torta de legumes (light)

Ingredientes:

½ maço de brócolis ( buquês)
1 cenoura
100 g de ervilhas frescas
1 colher (sopa) de óleo vegetal
3 dentes de alho amassados
1 cebola ralada
Sal a gosto
1 xícara (chá) de leite desnatado
½ xícara (chá) de óleo vegetal
8 colheres (sopa) de farinha de trigo integral
1 colher (sopa) de fermento químico em pó


Recupere-se já dos exageros!

Para se recuperar dos exageros alimentares cometidos, não é preciso fazer nenhuma loucura: ficar sem comer, restringir excessivamente as calorias ou consumir apenas sucos e sopas. Não radicalize!

Voltar a ter uma alimentação balanceada, reduzindo as quantidades de alimentos e praticando exercícios físicos, fará você se recuperar das calorias adquiridas. Dê preferência aos alimentos mais leves, ou seja, frutas da época, saladas com verduras e legumes variados, crus e cozidos, risotos, sucos, vitaminas, gelatina, salada de fruta, etc, pois são digeridos mais facilmente e por isso evitam desconfortos intestinais. Além do mais, possuem grande quantidade de água, fibras, vitaminas e minerais, por isso são alimentos saudáveis, refrescantes e menos calóricos.

Alimentos gordurosos devem ser evitados, como por exemplo as frituras: (como batata frita, preparações à milanesa, salgados fritos, pastéis, etc), alimentos industrializados em excesso, preparações ricas em gordura (feijoada, churrascada, maionese, etc.). Estes alimentos além de serem muito calóricos, possuem muita gordura, que se consumida em excesso transforma-se em tecido adiposo, ou seja, aquela barriguinha indesejada, que não é nada saudável. Para você que extrapolou na bebida alcoólica, mais um motivo para evitar alimentos ricos em gorduras, porque estes sobrecarregam o fígado, que estará metabolizando todas as toxinas que foram ingeridas na noite anterior.

Beba muita água, pelo menos 2 litros por dia, pois ela repõe os líquidos perdidos e hidrata o organismo. Lembre-se que sentir sede já é um sinal indicando que seu corpo precisa de água, portanto, beba água sem sentir sede. Faça de 5 a 6 refeições diárias, para estimular o metabolismo, que "queimará" mais calorias e alimentando-se na quantidade certa e praticando exercícios físicos é o caminho correto para se recuperar dos exageros cometidos.

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sábado, 29 de janeiro de 2011

Poesia Africana - Por Wilson Torres - «Não venhas mais ao cais, Menina Negra» - Geraldo Bessa Victor ; Agostinho Neto - Contratados; Virgílio Pires -

Poesia Africana - Por Wilson Torres - «Não venhas mais ao cais, Menina Negra» - Geraldo Bessa Victor ; Agostinho Neto - Contratados; Virgílio Pires - Mané Fú

«Não venhas mais ao cais, Menina Negra» - Geraldo Bessa Victor

Não venhas mais ao cais, menina negra.
Que esperas tu ainda?
Já sabes a tua sina:
o branco que partiu não volta mais!

E tu, olhando o cais,
menina negra linda,
vês o teu lindo sonho que já finda...

Agostinho Neto - Contratados

Contratados

Longa fila de carregadores
domina a estrada
com os passos rápidos

Sobre o dorso
levam pesadas cargas

Vão
olhares longínquos
corações medrosos
braços fortes
sorrisos profundos como águas profundas

Largos meses os separam dos seus
e vão cheios de saudades
e de receio
mas cantam

Fatigados
esgotados de trabalhos
mas cantam

Cheios de injustiças
calados no imo das suas almas
e cantam


Virgílio Pires - Mané Fú

Mané Fú

Louco que povoou a minha infância
Que contava histórias maravilhosas
Histórias de Branca Flor
De bruxas e de princesas

Mané Fú Mané de Deus
Que tinha o corpo todo preto
Mas as palmas das mãos brancas
Porque as sextas-feiras subia aos céus
E ia banhar os anjos

Mané Fú Mané de Deus
Outras histórias me empolgam hoje
Histórias de crianças famintas
(Lembro-me do filho da Violante
Que comia a cal das paredes)
Histórias de velhos abandonados
(Como aquele que morreu a chorar
No Pavilhão de Alienados
E não era doido)
Histórias de prostitutas
(Ah! humilhadas amigas)
Histórias tristes nunca divulgadas

Leia este tema completo a partir de 31/1/2011

Poesia de Sylvia Beirute - LENDO MANOEL DE BARROS; O BEIJO DE RODIN ; Açucar - Matéria


Poesia de Sylvia Beirute - LENDO MANOEL DE BARROS; O BEIJO DE RODIN ; Açucar - Matéria


LENDO MANOEL DE BARROS
{ao ademar santos, com amizade}

um certo encardido nas reminiscências
entre poemas,
permissão da sua infinitude
absoluta.
nos poemas, reminiscendos ou não,

O BEIJO DE RODIN

não quero fazer filhos
sobre desejos adicionais
e tardios, desejos sobre a tela tardia da tarde,
desejos sobre o azul infindável
de boas razões indesejáveis.
não quero desejos de desejos,
desejos que retiram desejo a desejos de

Açucar - Matéria

já ter acontecido:
à falta de um vício, ser-me proposto um exemplo
de não exemplo,
o projecto de ser uma mulher de açúcar,
e reverberar a personagem no meu rosto.
e nos anti-corpos da pré-exibição
ver um piazzolla, um piazzolla também de açúcar
e uma composição instantânea, o tango
de uma escalada em condição de cristal.

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Segredos dos Grandes Empreendedores!- (PARTE I) - Por Adm. Marizete Furbino

Segredos dos Grandes Empreendedores!- (PARTE I) - Por Adm. Marizete Furbino

«Os grandes líderes são como os melhores maestros, eles vão além das notas para alcançar a mágica dos músicos».(Blaine Lee)

Empreendedores de sucesso são profissionais de destaque no mercado, profissionais estes que possuem algumas características que os fazem diferenciar dos demais.
Tais características podem ser consideradas decisivas, e, quando somadas, se constituem em seus mais preciosos bens.

Capacidade de ser pró-ativo - Esta é a característica de um profissional que não «brinca» em serviço, tendo iniciativa e fazendo de fato acontecer. Possui uma capacidade incrível de se antecipar-se aos fatos, enxergando e vislumbrando novas oportunidades de negócio onde ninguém as vê. São pessoas de visão, que pensam e agem de forma antecipada, evitando-se assim, grandes transtornos que porventura poderiam surgir e colocar a vida da empresa em jogo.

Capacidade de enxergar e pensar de forma global, mas agir de forma local, sendo um profissional realista: Vive sempre «antenado» quanto à realidade do mercado, de «olho-vivo» nas circunstâncias, incertezas, enxergando e encarando a realidade «sem fazer maquiagem», agindo sobre a realidade, procurando fazer das ameaças grandes oportunidades, e trabalhando em prol da transformação das fraquezas em fortalezas e assim, realizando a tomada de decisão acertada.

Amar muito o que faz: Além de se apaixonar muito pelo que faz, este profissional ama em demasia o que realiza; por conseqüência, mergulha de modo intenso no que faz ,não fazendo deste um fardo, mas sim constituindo uma relação prazerosa no que se propõe a fazer. E é sabido que dedicação, zelo, empenho, comprometimento, envolvimento, motivação, energia, alegria, entusiasmo e eventuais dividendos, advêm da paixão pelo que fazemos. Se tivermos paixão e amor pelo que nos propusermos a fazer não sentiremos nosso trabalho como um fardo, pois teremos prazer em exercer nossa função. Assim, sentir paixão e amor pelo que fazemos constitui hoje um diferencial.

Cuida e zela pela empresa de maneira incessante: Neste contexto, é importante ressaltar que, quando amamos o que fazemos, além de sentirmos imensa responsabilidade em cuidar e zelar pelo que nos propusemos a fazer, devemos lutar pela melhoria contínua, sobrevivência e ascensão da empresa em que estamos inseridos; portanto, querer cuidar, torna-se fundamental.

Capacidade de concentração, determinação e persistência: Todo empreendedor possui foco e mira em um determinado alvo. Sabe como ninguém o que deseja alcançar, e para isso traça planos de como caminhar. Através da determinação sempre presente em sua vida, não se deixa enganar e muito menos se deixa levar por outrem, pois tem sede insaciável em perseguir seus objetivos e metas.

Poder de persuasão: Ele sabe como ninguém disseminar suas idéias, opiniões, produtos e/ou serviços, apresentando de forma lógica suas idéias, utilizando de informações precisas, dados estatísticos para reforçar a sua argumentação «contagiando» todos ao seu redor com argumentações clara, objetiva, envolvente e acima de tudo convincente, convencendo as pessoas ao seu redor do que deve ser feito e como as coisas deverão ser feitas para adquirir o resultado esperado.

Leia este tema completo a partir de 31/1/2011

Carlos Barros e a Cantiga (que) vem do Céu

Carlos Barros e a Cantiga (que) vem do Céu

Carlos Barros iniciou sua carreira em 1997, cantando e atuando no espetáculo Abismo, que reunia canções e textos nacionais e portugueses em torno do conceito do hexagrama 29 do I Ching.

O show, com roteiro e direção de Carlos Barros, percorreu a cidade de Salvador durante um ano, e foi realizado juntamente aos violonistas e compositores Harlei Eduardo e Ivan Farias. Aliando sua graduação em História ao seu trabalho como músico e arte-educador, Carlos Barros passa a conjugar literatura, leitura dramática e música ao seu cotidiano profissional. Entre 1998 e 2001, Carlos Barros atuou como intérprete de MPB em espaços alternativos da cidade, constituindo um estilo, compondo, escrevendo e dirigindo seus shows.

Em 2001, criou o grupo musical Bando de Uns, que fez (até 2007) diversos espetáculos musicais e de música e literatura. Ao lado de Carlos Barros, estiveram as cantoras Déia Ribeiro e Vércia Gonçalves, além do violonista Harlei Eduardo. Neste período, o Bando fez uma parceria com o maestro de percussão Bira Reis e dividiram o palco com a cantora Margareth Menezes, em show comemorativo da Banda Kizumba, então resultado da oficina de instrumentos da escola de Investigação Musical do referido maestro.

Em 2005, a convite, este grupo gravou o disco Adurá Oxum, em homenagem ao orixá Oxum, numa edição que foi distribuída na Bahia e em outras partes do Brasil. Neste mesmo ano, Carlos Barros defende uma Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia, abordando as construções de identidades culturais baianas na trajetória artística dos Doces Bárbaros – Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia. Seus trabalhos remontam às tradições mínimas , como voz e violão ou percussão e voz , além de formatos de banda, numa via seguida para dar forma à canção como veículo de idéias sobre o universo , particular e ao redor como poderia dizer a referencial Marisa Monte.

Seu estilo está situado entre a dramaticidade e o trato poético das peças musicais , como em Maria Bethânia, a busca de uma emissão técnica e eficiente, como em Gal Costa e espectros interpretativos da figura de Caetano Veloso. Sua presença artística evoca a de sues ícones, sem confundir-se com estes mesmos. Realiza o show Baihunos, em referência a este seu trabalho acadêmico e traz, no evento, uma interface entre música, imagem e teatro, com projeções e textos dramatizados para incorporar o espírito da obra dos baianos estudados pelo artista.

Em 2006, Carlos Barros é convidado para fazer um show em homenagem aos sessenta anos de Maria Bethânia – Atakã, amiga dos ventos – no Teatro Dona Canô, em Santo Amaro, na Bahia e ainda no grupo Bando de Uns, grava o CD Ensaio Demo, com canções inéditas e faz shows pela cidade para divulgá-lo. Em 2007, sai o disco Ensaio Demo II, continuação natural do sucesso em meios alternativos do primeiro destes trabalhos fonográficos. No final de 2007, depois de uma viagem ao Rio de Janeiro, Carlos Barros – já em carreira solo – reúne um repertório de sambas que caracterizam a identidade nacional e junto a cânticos de candomblé de caboclo, faz o show Raio do Sol, que fez turnê em Salvador e no interior da Bahia no verão 2007/2008.

Em 2008, Carlos Barros convida músicos para uma banda base – A Banda do céu – a fim de concretizar o projeto estético Cantiga vem do céu, que conta com um blog, uma página no site my space, um perfil e comunidade no Orkut, além de shows e palestras dramatizadas sobre a identidade cultural brasileira através da música. No processo de constituição deste novo projeto, além de participar de shows ao lado do compositor e cantor Jota Velloso, em agosto é um dos artistas que fazem o espetáculo Baile da saudade, para o sambista Batatinha.

Leia este tema completo a partir de 31/1/2011

GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA - Biografia e Poesia - A ARMA NOSSA DE CADA DIA - COBRANÇA I - COISAS COSMICAS


GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA - Biografia e Poesia - A ARMA NOSSA DE CADA DIA - COBRANÇA I - COISAS COSMICAS

GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA, nasceu em 26 de agosto de 1953 em Nazaré-Ba. Foi morar em Belo Horizonte em outubro 1976. Mudou-se para Salvador em 1978 e retornou à sua terra natal em 1980.


Escreveu vários livros de poesias. Em 2005 lançou seu primeiro livro (Ferro Teatro). Seus livros: REVOLTA, ALEM DA MISERIA, O SANTO DEMONIO, ESSES HEROIS CAMPONESES, OS DOIS POLOS ANTAGÔNICOS, O SISTEMA, NEOLIBERALISMO NO CÉU, IMPÉRIO, ORGIAS CAPITAIS, FERRO, O HOMEM PARTIDO, ZÉ, TEATRO IMPRODUTIVO, LÁ FORA , EM MINHA TERRA, FERRO E A VINGANÇA DO DIABO.


Em 2002 reuniu todas as suas poesias em dois livros: EM MINHA TERRA (são poesias feitas em Nazaré-Bahia) e LÁ FORA (poesias feitas em Belo Horizonte-MG e em Salvador-BA).

Parou de escrever em 2002 por motivo de saúde e retornou ao mundo da cultura em 2010 com algumas poesias e um livro. Todas as suas obras foram organizadas e registradas na Fundação Biblioteca Nacional-RJ-Brasil pelo Historiador André Leite.

POESIA

A ARMA NOSSA DE CADA DIA
Nazaré, 01-07-1995

O poeta está armado...
Disse ele empunhando uma caneta.
O pintor está armado...
Disse ele empunhando um pincel.
A policia está armada...
Disseram eles, combatendo o povo.
Chegou a tropa de choque, abrilhantando a desgraça.
O camponês está armado...


COBRANÇA I
Nazaré, 20-12-1973

Já é hora de cobrar
As desgraças que vocês fizeram,
Comigo e com meus irmãos.

Maldita ditadura.
Militares assassinos.
Vocês não vêem
Que estão atrasando a cultura
Quando matam um gênio?
Vocês estão colocando
O futuro do país em perigo,
Em mãos assassinas e irresponsáveis.

COISAS COSMICAS
Nazaré, 04-04-1974

Numa estupenda noite que não mais parecia ter fim
Houve a explosão de estrelas, explosões irônicas,
Era a Terra a contemplar a Lua
Num amor distante e impossível
Num impetuoso flerte lésbico,
Onde só havia troca de olhares e de esperança.
A Lua queria ir ao encontro da Terra,
Beijá-la e abraçá-la e não pensar nas conseqüências.
As estrelas que as observavam irônicas,
Uma a piscar o olho e outras a responderem.

Leia este tema completo a partir de 31/1/2011

domingo, 23 de janeiro de 2011

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Espaços Fechados

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Espaços Fechados

Dentro das coisas que tenho aprendido melhor desde o início da elaboração deste jornal e agora da rádio e portal Raizonline é que é absolutamente normal viver-se em espaços culturais estanques mesmo que a língua seja a mesma e que não é de todo legítimo esperar-se que haja uma compreensão mesmo aproximada que seja entre universos geograficamente distanciados mesmo que o intercâmbio cultural seja constante e expectantemente aproximador.

A unidade da língua, mesmo coberta pelos dialectos e linguajares locais é uma matéria que acho extremamente interessante ser explorada porque de uma forma ou de outra acaba por sintomaticamente aceitar e rejeitar aquilo que é parecido e aquilo que é distante, respectivamente, em termos de formação cultural historicamente cimentada.

Isto para dizer entre outras coisas o seguinte: uma ouvinte minha (brasileira) insiste para que eu não diga «vou meter uma música» mas sim que devo dizer «vou colocar uma música» porque ao que me parece (tenho quase a certeza) o termo «meter» no Brasil (ou em parte dele) terá uma conotação que aqui não tem: ora aqui em Portugal não se pode «colocar» uma coisa em que não se mexe: colocar tem uma maior relação com o posicionamento (para a esquerda, para a direita, para cima, para baixo, de uma coisa) do que propriamente com o acto de «meter», introduzir.

Mas não é isto o mais importante que eu quero realçar neste meu texto: temos um colaborador, que eu respeito muito, o Cecílio Elias Netto, do Jornal a Província de Piracicaba que me surpreendeu há dias com a defesa da pena de morte: questão que não tem nada a ver com a ordem cultural europeia e por isso me surpreendeu embora haja como será evidente quem ache por aqui essa medida necessária especialmente quando se trata de casos mais chocantes e dos chamados crimes horrendos.

Estranhei mas acabei por aceitar que fosse possível um intelectual com fortes raízes na cultura de raiz ter essas ideias. Agora esta semana surpreendeu-me de novo com o artigo que publicamos hoje e que fala da possível legalização da maconha (liamba, por aqui, acho eu, não chegando ao haxixe).

O problema se é que existe problema é que todo o discurso do Cecílio Elias Netto se circunscreve aos saberes da América latina (refere Fernando Henriques Cardoso - brasileiro e Mário Vargas llosa - peruano como defensores da legalização do consumo da tal de maconha), não fazendo qualquer referência ao que se passa nesse campo na Europa onde na maior parte dos países é permitido o consumo (mas não o tráfico, como é claro).

Ao mesmo tempo são fornecidas drogas de substituição (Metadona) para os viciados em heroína. Não vamos falar aqui das possíveis vantagens ou desvantagens de uma coisa e outra porque o que me interessa ver é o enclausuramento do raciocínio em ambiência não universal e logo local.

Embora os temas sejam complexos e polémicos e não fique nada mal analisar uma coisa em ambiência local, tendo em consideração que os problemas têm lugar a nível local, há também um outro aspecto (e gostaria que lessem a crónica do Cecílio) é que o discurso é, pelo menos aparentemente de esquerda naquela tradição europeia e mundial, ao referir uma pretensa teoria da conspiração (esta de origem americana do norte) sobre a docilização dos consumidores de tabaco e a pretensa eliminação de ensaio da sua vontade livre (de fumar - que é um vício - e teste para outras operações igualmente conspirativas).

Leia este tema completo a partir de 24/1/2011

Poesia de Ilona Bastos - Dias Outonais; RETRATO DO MEU AMOR; ENCANTO E DESENCANTO

Poesia de Ilona Bastos - Dias Outonais; RETRATO DO MEU AMOR; ENCANTO E DESENCANTO

Dias Outonais

Tanto necessito de harmonia,
Que dos meus gestos faço dança,
Para que a arte torne belos
Estes dias curtos do Outono.

Limpo cada folha da palmeira
Como quem penteia os cabelos de oiro
De uma princesa donzela.

Atento, o meu olhar passeia manso
Sobre as construções passantes,
Quando em trânsito navego na cidade,
E lentos desfilam edifícios altos
Nas margens empedradas da avenida.

Prendo-me aos detalhes do mármore jovem,
Do ferro forjado da varanda antiga,
Às minúcias doces de um jardim cuidado,
À cortina em renda por trás da vidraça…

Rola-me entre os dedos a caneta prata
Sinto-a macia, em ânsias de apontar
As palavras prontas que lestas irrompem
Na tarde outonal.


RETRATO DO MEU AMOR

Olho o teu rosto jovem e audaz,
Fito os teus olhos ternos, meigos,
Que a verdade contam sem receios.
Penso em ti, longe de mim, tão só,
Vejo-te em sonhos, olhando em paz
O verde molhado dos outeiros…

Toco-te a boca, que cerras, sem falar,
Miro-te o queixo, erguido, valoroso.
Sei-te distante, na estrada, a rodar
Veloz na chuva, que tomba sem repouso.

ENCANTO E DESENCANTO

Todos passaremos pelo encanto
e pelo desencanto.
Perguntaremos pelo esplendor
que já partiu.
Veremos a luz e as trevas.
Cantaremos, saudosos, o passado,
desalentados do presente.
Imaginaremos que só o tempo ido é belo
e o aqui e agora puramente tristeza.
Esqueceremos, cegos, que este presente
será o passado feliz.

Mas eu não quero perder o presente.
Por isso observo, procuro, encontro
a cor na escuridão,
a flor no charco,

Leia este tema completo a partir de 24/1/2011

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Cai a tarde no jardim.; Convite à Oração; Meus Devaneios

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Cai a tarde no jardim.; Convite à Oração; Meus Devaneios

Cai a tarde no jardim.

Cai a tarde no jardim.
Faz parte da fantasia,
Que serena a minha alma,
Um concerto em sintonia.

A bela canção de amor
Prende-se o vivo gorjeio
Dos alegres passarinhos,
Saltitando em seu recreio.

E a cair sobre o ramo
Da verde árvore, frondosa,
Deixa-o a balouçar,
Uma ave graciosa,

Convite à Oração

Se tu sentes, minha Amiga,
Que te conforta rezar,
Ergue ao Senhor a tua alma
E não cesses de O louvar.

Se sentes profundo anseio
Partilhar o teu sofrer,
Exprime-o em oração
Nisso empenha todo o ser.

Se sentes que a tua vida
Renasce com devoção,
Ao longo de todo o dia
Deixa orar teu coração.


Meus Devaneios

Meus singelos devaneios
Surgem lentos, devagar,
Deste coração se evolam,
Gotas da beira do mar.

Molham a areia da praia
Com que levanto castelos,
Mas vem a onda e não deixa,
Que me perca em meus anelos.

Ao desfazer da escumilha
Insiste o meu devaneio.
Olho ao longe o grande mar,
«Que tu chegues, é o que anseio.

Leia este tema completo a partir de 24/1/2011

Poesia de Varenka de Fátima - Paz; Desertificação um horror; VIDMAR

Poesia de Varenka de Fátima - Paz; Desertificação um horror; VIDMAR

Paz

Uma palavra...Paz
Vamos falar....
Vamos falar...Paz
Eu quero paz
O povo quer paz
O povo luta pela paz
O povo canta a paz
Símbolo...Pombo
O povo desenha a paz
O povo pinta a paz
A palavra paz
Como pacífico
Objetivo pacífico
Colaboração pacífica

Desertificação um horror

Não se dança com orquestras dos pássaros
Nem os vales estão floridos, rios não se banham
Não semeiam todos os campos, um lamento
Nem o grito das pedras fazem ecos

O Rio Grande do Norte apenas dunas de areia
No Nordeste todo palmo de chão torrado
Oh, Minas Gerais o ar está carregado
Os sábios alquimistas desapareceram


VIDMAR

No meu ser um contentamento
Tu habitavas bem no meu colo
Coração palpitava de emoção
Num salto sai do meu ventre

Trinta de julho, dia muito belo
Numa tarde invernal nascia
Meu filhinho esperado e lindo
Para revolucionar uma vida

Geração de Araújo, tão amado
Tamanho normal e saudável
Uma criança forte admirável


Leia este tema completo a partir de 24/1/2011

Coluna de Manuel Fragata de Morais - O Fantástico na Prosa Angolana - JACINTO LEMOS

Coluna de Manuel Fragata de Morais - O Fantástico na Prosa Angolana - JACINTO LEMOS

Nasceu em Icolo e Bengo a 21 de Janeiro de 1961, e, para além de ser um prosador nato que utiliza um cativante discurso assente no linguajar popular, é ainda um homem das artes cénica e plástica. Esta sua obra, da qual retirámos alguns excertos, mereceu o Prémio Sonangol de Literatura 2001, na altura o maior galardão literário nacional. Tem vários livros publicados.

A DIVIDA DA PEIXEIRA

– Não mi matam os filho! Mi perduam!, mi perduam só!– pedia Sá Rosa, ajoelhada em frente as amigas – eu não sabia! Juro, não sabia... que essa dívida era pra si pagar com a vida dos filhos. Mana Fatita, mana Marta, mana Maria Simão, favor... favor minhas amigas, minha conpanhera do uenji (negócio), recebem o dinhero... aceitam o dinhero.
Com o dinheiro embrulhado no avental entregava ora numa, ora n’outra, que só lhe olhavam em silêncio.

– Mana Maria Simão, quando ti bati a porta pra ti pidir o impresto deste dinhero, bati com bom curação, mana Maria. Bati com bom curação. Não sei porquê mi fizeste esse pecado. Devias mi falar, mana Maria... devias mi falar!, que este dinhero qu’stamos a ti imprestar é dinheiro de uanga (feitiço) porque nós samo já parente. Samo já família. Aqui no bairro, minha família é você que acompanha a minha vida. Que sabe onde passo, que sabe o que faço pra criar esses môs jingongo (gémeos); como é que m’i’sconde esse segredo? Him?!, como é que mi’sconde esse segredo mana Maria... como é?!... – Segura na ponta do pano, limpa as lágrimas, assoa o ranho, e vira pra as duas senhoras – mana Fatita, m’ajuda só dessa vez... não vou fazer mais impresto sim pruguntar!... Nunca mais vou fazer isso... mana Maria, favor, mi recebe o dinhero. Sei qu’stou errada. O mô erro foi de pidir o impresto sem pruguntar a manera de como pagar... devia pruguntar. Mas também a mana Maria Simão, devia mi falar, ela não mi falou...

Sá Marta faz sinal, pra Sá Rosa lhe seguir até no quarto. Sá Rosa poisa o embrulho do dinheiro na frente das duas (Nga Fatita e vizinha Maria Simão, a dona da casa), levanta e segue Sá Marta até no quarto. No quarto, junto da cama, havia uma mala, mala de porão. Por cima da mala, havia uma capela com muitas velas acesas. Sá Maria levanta a capela, poisa por cima da cama, abre a mala e diz pra Sá Rosa:

– Dinhero é que temos demais. Venha ver. Incosta.
Sá Rosa como estava parada junto da porta, chegou perto, encostou.
– Veja! A lhe apontar dentro da mala.
– Êh!!? – Se espanta Sá Rosa quase a gritar – isso é o quê mô deujo?!!
A mala estava cheia de dinheiro.

Sá Rosa nunca viu tanto dinheiro. Costuma só ouvir falar, que essas pessoas que trabalham com uanga de lumbongo (feitiço de obter dinheiro), têm malas cheias de dinheiro. Mas nunca viu. É a primeira vez. Ele é mesmo grande peixeira. Peixeira de fama. Conhecida em todos os bairros da cidade, como a Nga Zefa, Nga Ximinha, Nga Tonha Sá Minga, Sá Júlia, e outras. Mas nunca viu tanto dinheiro. Sá Marta a segurar a tampo da mala, olhava na Sá Rosa com um olhar de quem está a dizer:«’Stás a ver o uanga que temos? Intrega os filho, se não queres que ti acontece o pior...» e fechando a mala diz:
– Dívida é dívida!
– Mas... mana Marta... eu...
– Dívida é dívida! – Lhe corta a palavra com voz seca.
– ‘Stá bem. Dívida é dívida. Eu sei. Mas a mana Maria Simão, podia mi falar. Ela não mi falou. Não mi abriu. E logo-logo dois filho... eu que só tenho dois, não acha que é muito?
Sá Marta não responde, lhe segura no ombro:
– Vamos, vamos na sala.
E foram até na sala. E na sala Sá Marta apanha o dinheiro e entrega na Sá Rosa:
– Toma, leva o dinhero!
– Ai mana Marta, favvor, m’ajuda já!...
– Leva a merda do tô dinhero! – Berra a Nga Fatita. – Não queremos dinhero, não intendeste ainda!
– Mana Fatita, mi perdua já... mi perdua mana Fatita!... Não mi mata os filho. Mi perdua, eu não sabia, mana Fatita...
- Maria tira daqui a tua vizinha! – Segundo berro de Nga Fatita.
– Mana Fatita não mi trata assim. Mi perdua, se ti fiz mal... mi perdua mana Fatita!...
– Maria, possas! – Outro berro de Nga Fatita. – Tira essa besta daqui pra fora, oh!
Vizinha Maria Simão segura na Sá Rosa:
– Rosa, vamos! Sai! Sai!...
– Mana Maria, m’ajuda só...! Minha vizinha, minha irmã...
– Sai! Sai!...
– Não mi trata ansim, mana Maria!, não mi trata ansim...
– Sai, sai pá!, sai... A lhe empurrar.
– Ai mana Maria ajuda os tôs jingongô! Não mata os amigo do tô filho!... tô filho vai andar brincar com quem? Quem vai andar lh’acudir?...

Leia este tema completo a partir de 24/1/2011

COLUNA DE ABILIO LIMA - Agenda europeia e Noticiário da União Europeia.

COLUNA DE ABILIO LIMA - Agenda europeia e Noticiário da União Europeia.

Agenda europeia

26 de Janeiro: Comissão adopta uma comunicação sobre uma Europa eficaz na utilização dos recursos (água, ar, solos, matérias primas, alimentos), no âmbito da estratégia Europa 2020, com vista a uma economia mais sóbria em carbono e melhores índices de produtividade, crescimento e emprego.

26 de Janeiro: Comissão adopta comunicação na qual apresenta um balanço da acção da UE em matéria dos mercados de produtos de base e das matérias-primas, bem como as próximas medidas previstas nestes domínios.

27 de Janeiro: Comissão lança uma consulta pública sobre a modernização da política da UE em matéria de concursos públicos. O objectivo do debate consiste em simplificar e facilitar a adjudicação de contratos públicos. No mesmo dia, a Comissão apresenta os resultados de uma avaliação sobre a forma como a directiva dos serviços tem sido aplicada na UE. Propõe ainda uma série de medidas para aprofundar o mercado único dos serviços, tornando-o mais próximo das necessidades do mercado e dos cidadãos.

31 de Janeiro: Comissão adopta uma comunicação sobre energias renováveis, apresentando os progressos da UE no domínio da promoção das energias renováveis, bem como a situação de financiamento destas energias.

31 de Janeiro: Comissão apresenta um conjunto de iniciativas destinadas a reduzir o número de jovens que na Europa abandonam o ensino ou a formação com qualificações de fraco nível.

31 de Janeiro e 1 de Fevereiro: Fórum da coesão, evento que marca o fim da consulta pública lançada em Novembro passado sobre o futuro da política de coesão após 2013.

Noticiário da União Europeia



Saúde on-line: melhores cuidados de saúde e mais autonomia para os cidadãos

A Vice-Presidente da Comissão Europeia, Neelie Kroes, convidou a 17 de Janeiro os profissionais da saúde a combaterem o risco de estagnação dos cuidados de saúde europeus mediante uma maior utilização das tecnologias da informação e da comunicação (TIC). A Comissária sublinhou que, ao utilizar as TIC nos cuidados de saúde, não se trata de substituir o contacto humano, mas de ajudar as pessoas a alcançarem uma melhor qualidade de vida: a manterem-­se activas e a viverem autonomamente. Mudanças muito simples que podem, na verdade, significar grandes diferenças em vidas muito ocupadas: "Quero com isto dizer, por exemplo, a oportunidade de iniciar aulas ginástica com um clique de um rato ou evitar consultas demoradas no médico através da tele-monitorização e/ou dos exames com webcam". A saúde on-line também é muito importante para garantir que não haja uma quebra nos sistemas de saúde europeus nos próximos anos: "Com os custos crescentes da saúde e a diminuição no número de profissionais da saúde, a incapacidade de melhorar radicalmente a nossa utilização da tecnologia traduzir-se-á numa catástrofe para a Europa e os cidadãos europeus." No Reino Unido, por exemplo, os responsáveis pela saúde pensam que os cuidados de saúde prestados através das TIC poderão potencialmente reduzir em 50% as admissões hospitalares. Desenvolvimento em SPEECH/11/19.

Concorrência: Comissão Europeia lança análise dos acordos de resolução de litígios em matéria de patentes no sector farmacêutico

A Comissão Europeia enviou um pedido de informações a vários laboratórios farmacêuticos solicitando-lhes que lhe transmitam uma cópia dos acordos de resolução de litígios em matéria de patentes que tenham celebrado em 2010 entre laboratórios de medicamentos originais e fabricantes de medicamentos genéricos. Trata-se da segunda série de análises na sequência do inquérito levado a cabo pela Comissão sobre a concorrência neste sector em 2009 (ver IP/09/1098 e MEMO/09/321) que mostrou que certos tipos de acordos de resolução de litígios em matéria de patentes comportavam riscos significativos para os consumidores europeus. Desenvolvimento em IP/11/40.

Consumidores: formas mais baratas, rápidas e fáceis de resolver litígios sem ir a tribunal

Um banco grego cobrou por duas vezes despesas a um seu cliente quando este estava a fazer compras em Londres. O sistema grego de resolução alternativa de litígios conseguiu com que o banco reembolsasse a segunda cobrança ao consumidor. Num outro caso, um consumidor francês a fazer compras em França pediu para rescindir um contrato, mas teve que pagar uma penalização de 150 euros. Na sequência da intervenção do sistema francês de resolução alternativa de litígios o consumidor pôde rescindir o contrato sem pagamento de encargos. A Comissão Europeia lançou a 18 de Janeiro uma consulta pública sobre sistemas de resolução alternativa de litígios para os consumidores. O objectivo da Comissão consiste em aumentar a confiança quando se fazem compras no mercado único, assegurando formas extrajudiciais mais fáceis, rápidas e baratas de resolução de litígios entre um consumidor e um comerciante. Actualmente existem pelos menos 750 sistemas de resolução extrajudicial de litígios na UE, mas nem sempre os consumidores conseguem a ajuda de que necessitam. Estima-se que as perdas incorridas pelos consumidores europeus que tiveram problemas correspondem a cerca de 0,3% do PIB europeu. Os resultados da presente consulta, aberta até 15/03/2011, serão utilizados para preparar a proposta legislativa da Comissão prevista para Novembro de 2011. Desenvolvimento em IP/11/45.

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O Jacaré vai morder! - Por Adm. Marizete Furbino

O Jacaré vai morder! - Por Adm. Marizete Furbino

«...até um pé no traseiro te empurra para frente».
Jack Welch- CEO da General Electric nos Estados Unidos
Seu comportamento, assim como sua atitude, podem levá-lo à demissão. Seu talento, assim como seu conhecimento, podem perder o significado diante do individualismo, assim como do egoísmo, da perversidade, da maldade e da arrogância, tendo em vista que todos da organização do século XXI deverão ter em mente que não há espaço no mercado para estes comportamentos e atitudes, uma vez que em meio a esta era, o que tem maior significado é o saber compartilhar, saber conviver, enfim, saber somar.

Importante pensar que o profissional é selecionado pelo seu currículo, observando-se assim sua capacidade técnica; mas é demitido pelo seu comportamento, bem como, por sua atitude.

Destarte, a falta de produtividade juntamente com a incompetência técnica, somados a um comportamento inadequado, são cruciais no que tange ao processo de demissão.

Jamais se pode olvidar que nos dias atuais, torna-se cada vez mais freqüente a preocupação com o comportamento e a atitude, pois, sabe-se que estas variáveis podem derrubar qualquer profissional, posto que apenas cumprir metas não garante sua permanência na empresa em que atua. É sabido que nos dias atuais o profissional necessita ter inteligência emocional, deve também saber lidar com as pessoas assim como deverá saber lidar com a instabilidade, sendo um profissional pró-ativo em meio a esta era do terceiro milênio, sendo flexível e humilde o bastante para saber conduzir o seu departamento e/ ou empresa como um maestro que rege uma orquestra, em plena sintonia.

O fato é que, vários são os motivos que impulsionam um colaborador a «namorar» outra empresa e a pedir demissão, dentre os quais citamos alguns: a busca por melhores possibilidades, a falta de perspectiva de crescimento dentro da empresa em que atua, a falta de harmonia no departamento e/ou empresa, a falta de educação, bem como o comportamento e a atitude de seu superior, uma vez que este não sabe exercer com maestria seu papel de liderança, não sabendo se relacionar e nem a valorizar os seus pilares, que são as pessoas que fazem parte da empresa.

Interessante lembrar que, o «casamento para toda a vida» entre empresa e colaborador se vê ameaçado em meio a competitividade e a globalização do mercado. Hoje o colaborador pode «morrer» de amor pela empresa em que atua, mas, se verificar novas possibilidades de desenvolvimento, bem como de crescimento, em outra empresa, se «divorcia» da empresa em que exerce suas funções, migrando fácil para a outra empresa, em busca de «novos horizontes».

Em face do exposto, torna-se interessante conscientizar-se que, em meio à lei da sobrevivência e do «salve-se quem puder» este «divórcio» ocorre de maneira bem fácil também por parte da empresa no que tange a demissão do colaborador. Um exemplo clássico desta prática é quando o colaborador falha e sua falha determina a posição da empresa no mercado; assim, o colaborador ajudou a empresa anos e anos se doando , se entregando à execução de suas tarefas, contribuindo para com a ascensão, assim como com a permanência da empresa no mercado, mas em um dado momento em que falhou e sendo esta falha crucial à posição da empresa no mercado, a empresa não pensa nos benefícios advindos deste colaborador em tempos passado, não perdoando seu erro, desligando-o imediatamente do quadro.

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COLUNA do Prof. Menegatti - Um time campeão...

COLUNA do Prof. Menegatti - Um time campeão...

Com 12 apóstolos, Jesus criou a maior, a mais longa, a mais rica e a mais popular organização do mundo. As escolhas foram feitas não com base na aparência e atração pessoal, mas partindo do princípio da diversidade de talentos, temperamento, experiência, porque Jesus sabia que pessoas heterogêneas tornam uma equipe bem mais forte.


Veja o perfil de alguns dos discípulos que assessoraram Jesus:

André: Empresário. Era sócio no negócio de secagem de peixes.

Mateus: Era um bom homem de negócios. Adaptava-se bem a qualquer meio social, e havia sido dotado com a capacidade de fazer amigos e de se dar muito bem com uma grande variedade de pessoas. Era um eficaz homem de propaganda e angariador de dinheiro.

Tomé: Era cético, mas leal e um líder da aldeia onde vivia. Apesar da pouca instrução, possuía uma mente perspicaz e de bom raciocínio. Possuidor da única mente de fato analítica dos doze, Tomé era realmente o cientista do grupo.

Pedro: Tinha sido mercador. Ele era um organizador muito eficiente das atividades de diversão e recreação dos doze. Enfim, sua função era de motivador do grupo.

Jesus não possuía um departamento de marketing, logística ou vendas, mas era possuidor de uma visão estratégica fantástica. Ele poderia ter recrutado alguns dos maiores conhecedores das leis de Deus, mas Sua visão não sairia das paredes da sinagoga.

Verdade que um dos doze o traiu, mas quem de nós teria a capacidade de acertar nas escolhas e decisões onze vezes em cada doze? Se nós tivéssemos essa capacidade com certeza seríamos as pessoas mais bem-sucedidas do planeta.

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Lenir Moura - Biografia e Poemas : Amo-Te; Lamento de Um Velho; TEU TOQUE

Lenir Moura - Biografia e Poemas : Amo-Te; Lamento de Um Velho; TEU TOQUE

Lenir Moura, 60 anos, escreve pelo simples prazer de escrever.

Participa de concursos desde 2007, quando resolveu mostrar seus trabalhos.

Tem poesias classificadas em vários concursos culturais pelo Brasil.

Poesias em Antologias lançadas na Bienal Internacional do Livro - RJ. 2007/2009 pelas editoras Oficina e Litteris.

Destaque no «X CONCURSO LETRAS PREMIADAS» no Rio Grande do Sul

6º lugar no «II CONCURSO DE POESIA GIOCONDA LABECCA», em Minas Gerais.

Poesias nas II e III Antologias de Poetas Lusófonos – em Portugal

Livro de poesias lançado em 2009 «Um Turbilhão de Sentimentos»

Participou do 6º DESAFIO DE ESCRITORES DA CAMARA DOS DEPUTADOS de Brasília, ficando em 4º lugar no gênero poesia.

2º lugar no VI Concurso Literário Poesias Sem Fronteiras 2010.

LENIR MOURA - POESIA

Amo-Te

Amo-te
Com um amor maior que tudo.
Maior que o sol, que pela manhã
Acorda a vida para um novo despertar.
Amo-te
Com um amor maior que o mar
Que inunda a minha vista,
Sem ter fim, sem acabar.
Amo-te,
Com um amor maior que o céu
Que nos entrega todo dia
As estrelas, o sol e o luar.
Amo-te

Lamento de Um Velho

Parece que a vida parou,
Que o sol de mim se escondeu.
O clarão do dia tornou-se sereno
E o brilho da lua, já não vejo no céu.
Parece que todas as vozes calaram,
Que já não escuto da música, a melodia.
Vejo que os que foram nunca mais voltaram.
Parece que as horas se arrastam pelo dia.
Parece que às vezes, no mundo, me vejo tão só.
Parece que a vida, de mim, roubou o brilho.
Sinto que todos me olham com pena, com dó...
E que o mundo de mim, até roubou os filhos.
As vezes eu quero conversar com alguém

TEU TOQUE

Um toque, apenas um toque
Leva-me ao lugar mais distante.
Tuas mãos parecem aladas
E me levam sempre adiante.
Um toque, apenas um toque,
Mas é um toque perfeito.
E me deixo sempre levar,
Quando sinto tua mão me tocar
Sentindo teu toque em meu peito.

Um toque, apenas um toque
E me entrego para ti, totalmente.
Tuas mãos são como veludo
E me envolvem completamente.
Um toque, apenas um toque,
E meu corpo para ti, se oferece.
Pelo gesto simples de um toque
Um momento mágico acontece.

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Canções de Natal - uma crônica... -  Por Se Gyn

Canções de Natal - uma crônica... - Por Se Gyn

Mês atrás, alguém do meu círculo de amigos da Internet me perguntou o que eu gostaria de pedir a papai Noel. Pergunta simplezinha, pra ser respondida rápido. Mas, não consegui responde-la, no momento e, fiquei com ela na cabeça.

Os compromissos profissionais e pessoais apertando e, a campanha do sindicato chegando finalmente a termo, enquanto os dias que iam escorrendo rápido e a cidade ia se cobrindo de mensagens, simbolos e eventos natalinos - na praça Cívica a praça do Noel, com iluminação, stands, brinquedos, presépio e, a casa do velhinho de galochas e barbas brancas. Na praça Tamandaré, o túnel de luz sobre as pistas que atravessam a praça e, do lado, um grande presépio, arvoredo iluminado e, ao lado, o carro do Bom Velhinho, cujas primeiras renas já iniciam o voo para os céus, para levá-lo, sorridente e confiante, para encantamento das crianças.

Chegando o feriado, baixei para o interior, para fazer como em todos os outros anos de minha vida: passar o Natal junto dos pais e da família, entrementes reencontrar velhos amigos de infância. Só depois de ter chegado ao meu destino e sentido o clima de tranquilidade típico das cidadezinhas do interior do meu Estado é que pude encontrar a resposta para a pergunta que estava ainda grudada na mente.

O que eu pediria para o papai Noel? E o pedido deste quarentão seria - e é - muito simples: que os Natais alegres e calorosos que eu tenho na companhia de meus pais e minha família possam se repetir por muitos e muitos anos. Que essa alegria genuína e este encontro com as várias gerações de minha família se repitam, presididas sempre pelo e espírito de fraternidade, renascimento e, encontro do Natal!

Nesta manhã do dia de Natal, abri a Internet para dar uma zoada e, encontro um site que oferece vídeos de músicas natalinas. Como provavelmente deveria ser, as músicas são de cantores americanos, porque nessa tradição, ninguém os conseguiu igualar.

No Brasil, por exemplo, muitas tentativas de estabelecer essa tradição foram feitas e, há mais ou menos uma década, uns poucos músicos a retomaram, com gravações dirigidas para o evento - Chitãozinho e Chororó, Simone e, alguns instrumentistas. Mas, o excesso de execuções nos shopping centers e lojas comerciais - pena!, levaram tais gravações a exaustão.

Entre as músicas oferecidas no tal site, estão «White Christmas», numa gravação de Frank Sinatra, «The Christmas song», com Nat King Cole, «I saw Mommy kissing Santa Claus», cantada pelo Jackson Five, «Santa Claus is comming to town» - gravada ao vivo e apresentada por Bruce Springsten and E. Street Band, «Merry Christmas», por Mariah Carey, «My only wish (this year)...», interpretada na voz adolescente da trintona Britney Spears, «Santa Baby», por Earth Kitt e, finalmente «Crhistmas Tree», com, oh-oh!, Lady Gaga.

Sinatra é só competencia na interpretação a seu cargo. No meio do clipe, aparecem várias fotos dele com nada menos que Bing Crosby, o mestre das canções natalinas e, cantor com o qual dividiu vários standards com o tema (só para lembrar: os temas natalinos dos filmes da série «Esqueceram de mim», são de Crosby). Além da interpretação, impossível deixar de notar a beleza do arranjo da música, onde a orquestra e o coral não deixam dúvidas sobre o clima da festa.

A gravação de Nat King Cole cantando «The Christmas song» provavelmente foi retirada dos programas que apresentou na televisão americana e é fantástica. Ele vem para frente da camera vestido de black tye, senta-se numa pose elegante (houve um tempo em que os homens ainda se orgulhavam e faziam questão de cultuar os bons modos e, a elegancia). E ele canta, soberano e confiante, o famoso tema de Natal do começo ao fim, com gestos economicos e o característico olhar lateral para a camera.

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sábado, 22 de janeiro de 2011

Coluna de Cecilio Elias Netto - FHC e a maconha

Coluna de Cecilio Elias Netto - FHC e a maconha

Através do Hamlet, Shakespeare deixou-nos o comentário que explica o inexplicável e também o óbvio: «Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia.»
Aplicada a reflexão à política – em especial à política internacional – abrem-se os leques de possibilidades. E, então, o que parecia simples se torna complexo e o que aparentava complexidade se simplifica. Entre tantas situações, já se pode incluir a campanha internacional – sob o comando de líderes do neoliberalismo mundial – peça descriminalização da maconha. E Fernando Henrique Cardoso presta-se a mais esse jogo internacional.

Desde o final do século 19, o mundo se debate diante das pérfidas propostas contidas no livro «Protocolo dos Sábios do Sião», atribuído perfidamente a lideranças judaicas com o propósito da dominação do mundo. Acabou-se provando ser um perfídia em relação aos judeus, mas o conteúdo do livro foi-se, a pouco e pouco, tornando realidade, através de conglomerados econômicos que, realmente, assumiram o controle econômico, cultural e político do planeta.

Entre aqueles propósitos, estava o do enfraquecimento moral dos povos através do solapamento de regras, de normas, de orientações religiosas e morais, além da disseminação de drogas, da banalização e vulgarização sexual, da desagregação da família. Tudo isso aconteceu.
Outro livro – a que costumo referir-me espantadamente nos últimos tempos – é o Clube Bildeberg, que coloca a nu todo o esquema mundial de dominação dos povos, desregulando os Estados, enfraquecendo as instituições cívicas e morais. Quanto mais fraco o povo – moral, econômica e politicamente – mais esse domínio se consolida.

E as drogas, a prostituição, os jogos são parte fundamental na destruição de alicerces. Uma das denúncias do livro – cuja reedição foi boicotada na América Latina – mostra como a campanha contra o tabagismo se tornou em verdadeiro laboratório para a dominação psicológica dos povos. Se se conseguisse domesticar a sociedade contra o fumo, a vitória sobre esse que é uma das mais graves dependências a ser enfrentada, provar-se-ia ser possível engendrar todas as demais campanhas. Conseguiu-se. E em âmbito universal, usando-se a saúde pública como pretexto.

As lideranças neoliberais do mundo – comandas por Fernando Henrique Cardoso e por Vargas Llosa – insistem, contrariando informações científicas e dados sociológicos, na descriminalização da maconha, que, sabidamente, é a chamada porta de entrada para as drogas mais pesadas. O pretexto é o mesmo: a saúde pública.

Mas essas lideranças não mais conseguem esconder o grande projeto mercantilista por trás disso, pois a indústria da maconha, legalizada, viria a ser uma das mais poderosas do mundo, saindo da clandestinidade. Em vez de se enfrentar o vício – pela educação, pela prevenção, pelo combate eficiente ao tráfico – cede-se à mazela. Como já se está cedendo à prostituição, à liberação da jogatina e, com indícios claros, também da cocaína e da heroína.

São essas mesmas lideranças neoliberais – que se vinculam a poderosos grupos econômicos, arrepiando-se de se aproximar do povo – que se voltam contra as novas e atuais tendências de, em vez de ceder ao mercado as decisões econômicas, fortalecer o Estado em áreas vitais para a população. Quanto mais sem leis uma nação, quanto mais enfraquecida moralmente, mais os povos se tornam vítimas de apetites insaciáveis de minorias poderosas.

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Poesia de Sanio Aguiar Morgado - NADA A ESCREVER; FANTASMA; TREM DA VIDA

Poesia de Sanio Aguiar Morgado - NADA A ESCREVER; FANTASMA; TREM DA VIDA


NADA A ESCREVER


Agora não queria
escrever nada e só deixar
este papel serenamente
em branco, questionando,
um reflectir de tudo.

Uma impotência
do ser humano que está
entre o silêncio e um grito.
Folha com pressentimentos,
cheia de versos invisíveis.

FANTASMA

Antigamente,
quando escrevia, um
fantasma que não via
me dizia todas as coisas.

Hoje, o entendo, leio
seu pensamento e já
não fala nada, escrevo
sempre o que penso.

TREM DA VIDA

Há um trem
na minha vida,
que regularmente
me atravessa.

As vezes, o sinto vazio,
outras, observo-o cheio,
nunca sei o seu destino,
aonde vai ou de onde veio.

Há muitas estações na vida,
estamos sempre de partida…

Oiço seu barulho ao longe,
sob os trilhos, vagaroso,
de repente acelera,
parece fugir misterioso.

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