domingo, 27 de março de 2011

Página de Michael Ginobili - Colin Farrell confirmado no remake de «Vingador do Futuro» - Desenrola



Página de Michael Ginobili - Colin Farrell confirmado no remake de «Vingador do Futuro» - Desenrola



Colin Farrell confirmado no remake de «Vingador do Futuro»



Colin Farrell acaba de ser confirmado como protagonista de «Vingador do Futuro», refilmagem da clássica ficção-científica estrelada por Arnold Schwarzenegger e dirigida por Paul Verhoeven.


Farrell concorria ao papel ao lado de Tom Hardy e Michael Fassbender. O ator chega em breve aos cinemas com a refilmagem de «A Hora do Espanto» e a comédia «Horrible Bosses».



Desenrola



Escrito para um publico jovem, o filme retrata a vida sexual iniciante de uma garota de 16 anos. Totalmente narrado em primeira pessoa, ele força uma identificação do publico com a heroína do filme, ou poderia até dizer a princesa em busca do príncipe encantado. Aí se encaixa o famoso clichê dela achar ser uma pessoa (o garoto mais velho e galã) e ser outra.


Na parte técnica o filme é bem feito, seguindo o padrão Globo Filmes, porem isso para mim se torna um problema. Toda a parte criativa fica engessada, deixando o longa com cara de um episódio comprido de Malhação, só que um pouco mais arrumado.


A escolha do elenco para os personagens principais foi muito bem feita, foram usados atores e atrizes da idade dos personagens, diferente de alguns filmes onde usam maiores de 18 anos para interpretar menores de idade para falar da sexualidade do adolescente. Mas sempre com atenção e respeito.




CORONEL FABRICIANO - 068 – Dom Luciano; 096 – O Presépio e igrejas - BENEDITO FRANCO



CORONEL FABRICIANO - 068 – Dom Luciano; 096 – O Presépio e igrejas - BENEDITO FRANCO



068 – Dom Luciano


Dom Luciano visitou-me em minha casa – benzeu-a.


Nosso virtuosíssimo Vigário, o Revmo Padre Cornélio, adoeceu e ficou na Casa Paroquial, sendo tratado mui atenciosamente pelos paroquianos, que muito o admiravam.


Um meu amigo, o Sô João, era quem mais cuidava do Padre Cornélio. Fui visitar nosso Pároco e o Sô João me disse que Dom Luciano viria no dia seguinte para ver a situação do Padre e para nomear seu substituto até que melhorasse. Coloquei minha casa à disposição para o novo Vigário.


Dom Luciano constatou a impossibilidade de o novo Vigário morar na casa Paroquial; aceitou minha oferta, mas gostaria antes de conhecer-me e a minha residência. Comunicaram-me.


Um dia, eu em casa tranquilamente, chega Dom Luciano, acompanhado de dois Padres e do Sô João. Com alguma dificuldade subiu os muitos degraus de minha residência – pouco antes se acidentara perto de Itabirito.


- Meu grande problema é subir escada. Descer até que não é tão difícil assim – falou-me ele. Esteve em minha casa por mais de uma hora. Gostou de tudo, principalmente do violino:


- Sou um violinista, não muito exímio, mas sou. O instrumento que mais aprecio.


– Tem a voz de Deus, respondi-lhe.


Com um largo e característico sorriso: - Acho que sim.


Uma hora e pouco durou sua estada – atencioso e discretíssimo.


Depois da benção, foi chamado por um Padre; cauteloso e devagar desceu a escada; agradeceu a atenção e se foi... ficou sua aura - masda! Um santo santo.



COLUNA UM - Daniel Teixeira - A Teoria e a Prática



COLUNA UM - Daniel Teixeira - A Teoria e a Prática


A teoria e a prática, de uma forma global, sempre foram entendidas em campos diferenciados; ser-se um teórico é normalmente entendido quase como se se fosse um sonhador ou mais exactamente é entendido como sendo-se alguém que na «prática» não sabe fazer nada ou sabe fazer muito pouco.


Já um prático é entendido como sendo uma pessoa que resolve as situações da melhor maneira sem grandes preocupações sobretudo na forma como resolve. Os fins justificam os meios neste último caso (quase entendido embora subentendido) enquanto que no caso acima, o do teórico, este não resolve nada também, mas não só, porque está «paralisado» por princípios que lhe tolhem os meios.


No fundo um e outro são quase água com azeite também; não se misturam. Um teórico tem de envergar a farda do prático para realizar coisas enquanto que o prático tem de envergar a farda do teórico para pensar. Só assim será possível, passar, como se diz, da teoria à prática. Estas serão as ideias correntes o que não quer dizer que quer uma quer outra correspondem quer à realidade quer à nossa prática do dia a dia e à aplicação das teorias que vamos entendendo no jornal, rádio e portal no nosso dia a dia.


No mesmo campo, ainda que bastante diferente mas seguindo uma lógica quase similar. temos a divisão entre «inspiração» e técnica: a inspiração será um dado, um dom quando constante ou um momento ou uma sucessão de momentos quando mais espaçados ou esporádicos.


A técnica é o tradicional «saber fazer»: no campo da escrita, onde vogamos maioritariamente no nosso jornal, trata-se neste caso de saber como se colocam as palavras num dado contexto que se pretende que atinja um dado fim que normalmente é a sua perfeição quanto baste e a sua capacidade de ser recebida pelo leitor ou pelo próprio «prático» num exercício sempre primeiro de auto-satisfação.


E este exercício de auto-satisfação talvez seja o elemento maior de encontro entre o «inspirado» e o «técnico»: são eles os primeiros críticos da sua forma e do conteúdo que trazem da ponta da caneta (do teclado actualmente). Se está bom para o próprio (nunca está quando se é perfeccionista ao quase extremo) está bom para sair, quer dizer, para ser publicado. Nalguns casos (em muitos mesmo) este debate é quase eterno: quer dizer, ainda não está bom hoje e não está bom nos próximos tempos que se vão repetindo ao longo do tempo.


Trata-se da falta de confiança, do debate entre a teoria (de ter feito) e a prática de colocar cá fora, quer dizer, colocar em exposição mais ou menos pública. Encontramos de novo o embate entre a teoria e a prática num nível já liberto das conotações que lhe foram dadas no início: mas estarão elas (as tais conotações) definitivamente afastadas?


Não me parece... O teórico, à força de radiografar o papel que tem entre mãos há dias ou há anos tem de tomar, um dia, uma opção: joga então muitas vezes mão do tal conceito do prático acima (no inicio) referido. E é então o que se chama de «meia bola e força»: um acto prático que se distingue contudo por resultar do esgotamento da reflexão: quer dizer, a coisa já foi vista tantas vezes que «certamente» que está boa e para além do mais «que se lixe»: estamos fartos de ver esse papel e de estar a pensar nele.



Marcia Dalva Machinski - Biografia e Poesia - Poesia de Marcia Dalva Machinski - Cativeiro Existencial; DOCE SOLITUDE



Marcia Dalva Machinski - Biografia e Poesia - Poesia de Marcia Dalva Machinski - Cativeiro Existencial; DOCE SOLITUDE Marcia Dalva Machinski


Nasceu em 21/03/1975, em Quedas do Iguaçu/ Paraná/ Brasil


Dos 09 meses aos 8 anos viveu no estado de Minas Gerais, por motivo transferência de trabalho de seu pai. Ali teve seu primeiro contato com a Literatura, aprendendo a ler e escrever aos 07 anos e pelo constante incentivo de seu pai, que além de contar muitas histórias, adquiria muitos livros e coleções que despertavam a curiosidade e formaram o hábito de ler.


Em 1983, com a aposentadoria de seu pai, retornou ao Paraná e viveu até os 28 anos lá.


Em 1992, formou-se professora, no Magistério - em 1997 graduou-se em Pedagogia, pela Universidade estadual do Centro Oeste do Paraná.


Especialista em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Gestão de Negócios pela Universidade Comunitária de Blumenau/SC.


Aos 28 anos mudou-se para o estado de Santa Catarina e atualmente reside em Florianópolis, capital do estado, cidade de forte expressão da cultura portuguesa pela colonização Açoriana.


Atualmente trabalha como Gestora de Educação, no Sistema das Indústrias e é escritora freelance de blogs de informações. Como hobbye e para expressão dos seus sentimentos ou sentimentos universais, mantém um blog pessoal onde publica seus poemas e textos marcantes de autores diversos. Blog pessoal: www.marciadalva.wordpress.com



Poesia de Marcia Dalva Machinski


Cativeiro Existencial; DOCE SOLITUDE


Cativeiro Existencial


Há algo em mim querendo transbordar


Derramei óleo, derrubei farofa, queimei as torradas


Talvez, atos falhos de minha realidade psíquica


E o que esteja a transbordar seja a saudade


Ou a tristeza do vazio que se fez


Meu desejo de amar não correspondido


Pelos nossos tempos desencontrados


Só queria tê-lo aqui


Impressionante como você me acalmava, como você me centrava


Estou sem rumo, pareço barco a deriva


Será que estou doente ou será isso amor


Amor difícil de ser escalado, tão íngreme, tão perigoso


Foi tão breve te conhecer e mesmo assim


Trouxeste paz, fortaleceste o meu ser, deste-me brio


Mas, assim, de repente você se foi, por precisar ficar só


Duas realidades tão antagônicas



DOCE SOLITUDE


Esta paz, deste sábado cinzento, o friozinho tão leve, brisa fria do mar…


gotas de chuva na janela e a luz, em penumbra, tentando entrar, neste meu pequeno lar…


Imagem, cena, cenário que registrará na memória este tempo presente, já passado…


É sábado, e eu desfrutando a doce paz...um café da manhã, ao meio dia…


No computador, a janela para o mundo aberta…


a música a me invadir, leva meu corpo a se embalar…


assim como o alimento acorda minha células e começa a nutrir…


a música acorda meus sonhos, nutre meu ser…


traz fome de vida… uma pacífica fome de vida…


Já sinto saudades deste tempo, o tempo de agora… desfruto-o…


a certeza de que um dia este silêncio, esta doce solidão findará, na agitação do calor da estação, de uma nova etapa no ciclo da vida…


Oh! Afortunada solidão, que me embala na paz, na alegria de ser eu…


doces momentos, na vida de solteira… refúgio… quebrado, quando se prolonga…







Nota: O Bloger não está a aceitar formatações de textos. Logo que este problema esteja solucionado pela Google arranjaremos melhor este texto.

Arlete Deretti Fernandes - Poema: Ciclo Inexorável - Dueto: Arlete Brasil Deretti Fernandes e Hildebrando Menezes



Arlete Deretti Fernandes - Poema: Ciclo Inexorável - Dueto: Arlete Brasil Deretti Fernandes e Hildebrando Menezes



Ciclo Inexorável - Dueto: Arlete Brasil Deretti Fernandes e Hildebrando Menezes.



Sinto-me cercada de todos os mistérios, da essência de todas as vidas da existência universal. Talvez resida aí a intensidade com que percebo a profundidade de teus textos e a Generosidade com que lidas com as pessoas. Observo a perfeição da Natureza, o nascer luminoso de mais uma manhã, o formato geométrico de um favo de mel. Todas as almas possuem este poder, de estar em contato com a Natureza e sua Fascinante biodiversidade... Do mais simples ao mais complexo de seus elementos constitutivos. No relógio do tempo a ampulheta segue devagar, mas inexorável como a lei que marca. Enquanto isto passam lentos ou rápidos os dias. Tempo e espaço desaparecem quando estamos em contato com o Universo, porque é como se estivéssemos enxertados Ao coração do Criador.






Nota: O Bloger não está a aceitar formatações. Logo que este problema da Google esteja resolvido arranjamos este texto / poema.

Especial Dia Mundial da Poesia - POESIA - Suely Lopes; ...que não me falte nunca a utopia. - Odete Nazário - Grupo Horizontes da Poesia; Cantar a Poes

Especial Dia Mundial da Poesia - POESIA - Suely Lopes; ...que não me falte nunca a utopia. - Odete Nazário - Grupo Horizontes da Poesia; Cantar a Poesia - Maria João Brito de Sousa - Grupo Horizontes da Poesia

POESIA

Suely Lopes

A poesia tem cor

A poesia tem forma

A poesia tem corpo

A poesia tem alma


De lá

até cá

Cantemos

A poesia


Não importa qual forma


...que não me falte nunca a utopia.

Odete Nazário - Grupo Horizontes da Poesia



Que não me falte nunca a fantasia

que o sonho se mantenha no olhar

que não se negue a mão á poesia

que o verso não desista de voar


que se espalhe a canção na noite escura

e volte a acontecer a madrugada

que o grito que a garganta não segura

seja a voz da palavra amordaçada


que em cada rua, praça ou avenida

se espalhe o verde-rubro deste povo

que seja então a força renascida

verdade a ressurgir num pais novo.



Cantar a Poesia


Maria João Brito de Sousa - Grupo Horizontes da Poesia

Tu, hoje, vens magoada, vens vazia,


Vens frágil, vens diferente do costume,


Como se consumida por um lume


Que te queima, mas já não te alumia…



De súbito, num acto de magia,


Invade-me o olfacto, o teu perfume


E sou quem, conquistada, aqui se assume


A tua humilde serva, ó Poesia!




Especial Dia Mundial da Poesia - POESIA - Lenir Moura ; O Significado da Poesia. - Marcelo Torca

Especial Dia Mundial da Poesia - POESIA - Lenir Moura ; O Significado da Poesia. - Marcelo Torca


POESIA


Lenir Moura


Palavras que soltam da alma,


Escritas com calma


Desenhando a emoção.


Necessidade constante,


Vontade incessante.


Impulso? Solidão?


Rimas que demonstram


Como chora um coração


Nos versos com sentimentos,


Nas estrofes de sofrimento


Sentidas com amor,


Descritas com paixão.


Poesia


Um desabafo!


Uma necessidade imensa


De gritar o que não se deve calar.


De dizer o que não se consegue falar.


Uma gritante vontade


De se expor para o mundo


E mostrar em segundos


O mais verdadeiro pensar.



O Significado da Poesia.


Marcelo Torca


Uma poesia


Uma vida


Lamentos e discórdias


Tristezas


Discussões em vários versos


Daquilo que pode ser escrito em um


Espaço para o amor


Mais eufórico


Mais atormentado



Leia este tema completo a partir de 28/03/2011



sábado, 26 de março de 2011

Especial Dia Mundial da Poesia - O QUE O POETA AMA - Denise Severgnini ; Poesia - [po-e-zia] - Amália Faustino Mendes

Especial Dia Mundial da Poesia - O QUE O POETA AMA - Denise Severgnini ; Poesia - [po-e-zia] - Amália Faustino Mendes


O QUE O POETA AMA

Denise Severgnini


Poeta que é poeta, ama mais que as palavras
Ama a mistura de letras em forte conjunção
Ama o sentimento solto ao vento sem travas
Doa sua alma a todos aqueles que tem coração

Poeta gosta do verso solto, com rima ou não
Gosta da melodia singela que no peito cravas
Ama encontro de notas desenhadas na canção
Aprecia o brilho das gemas encravada nas lavras

A quem ou o que o poema ama, é mistério
Sensação non sense , loucura infinda, utopia
Pois ele é ser raro, que finge falar a sério


Poesia - [po-e-zia]

Amália Faustino Mendes

Poesia, para mim, não é mais que pó
Pulverizado sob a forma de um átomo só
Cada grão de pó, isolado, é inspirado
E entra na mente por qualquer lado!

Aloja e se transforma em qualquer coisa
Reconhecida, vale a pena, ela vem e poisa.
E a Zia consegue tocá-la, senti-la ao cantá-la,
Concebe o seu sentido de maneira acéfala!

Gente vê e vai, dá cada qual suas razões
Mesmo o ninguém também tem visões
Acerca daquilo de Zia uniu de todo o pó
Organizado na razão, em jeito de tricó.


Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

Reportagem: Sexta Feira Santa no Bairro Português de Santa Cruz - Por José Martins

Reportagem: Sexta Feira Santa no Bairro Português de Santa Cruz - Por José Martins - Banguecoque : Bangkuntien : Tailândia

O princípio da noite estava próximo e fui me aproximando para o adro da igreja. As sete horas estava programado o início do espectáculo religioso do Auto do Calvário e a Paixão de Jesus Cristo. Os habitantes do bairro, já acostumados e passa de geração em geração, todos trabalham nos arranjos.

Oram enfeitam o andor onde Jesus Cristo será deitado depois de descido da cruz; surgem mulheres de todos as vielas com jarras com flores brancas. Outras enfeitam a imagem de Virgem Maria, em cima de uma mesa que vai assistir à descida do crucificado filho. O som de música sacra chega ao ouvido de todos.

Um homem dá volta ao bairro matraqueando uma matraca. Um objecto, velho e que me fez recordar aquela matraca que em miúdo matraqueva nas ruas da minha aldeia. Num pátio maquilhavam o bom e o mau ladrão com tinta vermelho vivo para lhe dar o toque. de golpes, de sangue fresco. Senhoras maquilhavam a Maria e Maria de Madalena e o José. A outro lado a guarda Pretoriana. Não vi o Judas e não sei se já se tinha pendurado numa «árvore» pelo pescoço pela conspiração.

Os guardas Pretorianos, José, Maria e Maria Madalena, aguardam a descida de Jesus da cruz.

Nos lugares de honra e (a) (b) os embaixadores de Portugal Maria da Piedade e António de Faria e Maya. (os primeiros embaixadores de Portugal que assistiram a esta cerimónia).

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

José Varzeano - Migas de azeite

José Varzeano - Migas de azeite

Esta rubrica do blogue recentemente criada por sugestão de um dos colaboradores, nunca teve a pretensão de ser uma página de culinária e muito menos a indicação de receitas, quantidades, tempos de cozedura, etc.

Ainda que, naturalmente, isso faça falta, não é essa a missão que aqui pretendemos passar.

Temos lido nos vários tipos de suporte (papel, digital, etc.) a indicação de receitas como típicas de várias zonas do país, completamente adulteradas pela imaginação das pessoas e até com algum sentido comercial. Até temos ouvido dizer que é preciso inovar e enriquecer as receitas. Que inovem sim, que façam aquilo que lhes der na «real gana» mas não digam que são típicas daqui ou dali.

MIGAS ou MIGA são termos muito abrangente e que tem a ver com o verbo migar ou seja, partir em migalhas, cortar aos bocadinhos.

Migar está neste caso relacionado fundamentalmente com o pão ou batata.

Há MIGAS de muita coisa: bacalhau, espargos, alentejanas, boroa, couve e de azeite, entre outras e que têm pontos de origem muito diferenciados.

Quando há 44 anos chegámos a Alcoutim, na casa que nos recebeu perguntaram-nos se gostávamos de migas, a que eu respondemos afirmativamente, acrescentando «muito».

Quando chegou a altura de as servirem, ficámos um pouco confusos, pois aquelas pouco ou nada tinham a ver com as migas de que gostávamos e que afinal eram «migas alentejanas» feitas com pão tipo caseiro amassado e tostado com o pingo proveniente de leve fritura de enchidos (chouriço, morcela ou negro), entrecosto e toucinho entremeado. Não podiam faltar os dentes de alho tostadinhos que lhe dão um toque muito especial.

O pão era enrolado na frigideira com o auxílio destas gorduras formando uma espécie de bola. Acompanhava-se com a carne frita e os alhos. Eram estas as migas que conhecíamos e apreciávamos que se faziam em nossa casa de meus pais duas ou três vezes por ano, já que a nossa avó materna era alentejana e que apesar de se encontrar fora da sua região de origem, mantinha muitos usos e costumes.

O que nos apresentaram não era nada disto ou por outra, disto só tinham o pão e os alhos. A bola de pão era enrolada pelo mesmo processo mas a gordura utilizada era o azeite. O acompanhamento era feito com peixe do rio (muge) frito e azeitonas. Havia outra grande novidade, grande parte das pessoas juntavam ao acompanhamento o café por onde passavam frequentemente a colher cheia de migas ou seja, molhavam as migas no café.

Depois de uma leve hesitação acabámos por comer e não desgostar.

São estas as migas típicas de Alcoutim e que poderão ser conhecidas como «migas de azeite». Nunca comemos outras por lá ainda que tenhamos conhecimento que as migas alentejanas (com carne de porco) são por lá conhecidas mas excepcionalmente feitas e dizemos isto porque fizemos pesquisa neste sentido e reproduzindo a grande maioria da informação recolhida.

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações V - Por Daniel Teixeira - Alcoutim a crença e a realidade

Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações V - Por Daniel Teixeira - Alcoutim a crença e a realidade

Saber se Alcoutim como Concelho desaparece ou continua eis a questão.


O amigo José Varzeano na sua última introdução ao meu texto aqui publicado em número anterior (ver aqui no Raizonline e aqui no Alcoutim Livre) não me pareceu muito crente na possibilidade de Alcoutim vir a ser uma «mera» Freguesia (como referi - do Concelho de Castro Marim) o que aliás se compreende e se aceita. Para mim, embora tenha tido oportunidade de ler alguns estudos - não sobre este aspecto em concreto, note-se - mas porque por razões relacionadas com a comunicação social regional que frequentava na altura tive de me «bater» com longos textos e estudos na então CCR para além de outros obtidos por altura de eleições junto do STAPE, tenho no entanto uma outra perspectiva.

Não tive muito tempo para procurar textos de apoio sobre esta temática, até porque me convinha recomeçar esses estudos de novo e não aproveitar senão em termos comparativos aqueles que obtive há cerca de 10 anos, mas lembro-me bem que um dos fenómenos que eu analisei, nessa altura, foi o que chamei de «factor refluxo».

Este factor (que deve ter um outro termo técnico mais apropriado) referia-se à saturação dos centros urbanos mais atractivos e por um regresso populacional para uma periferia que na altura situei num raio de 15 Kms do centro embora esse «refluxo» não tivesse como actores os mesmos que dessa periferia migraram.

O fenómeno é quase lógico e visível a olho nu - quer dizer sem estudo. O próprio José Varzeano refere que Castro Marim (Concelho) está a servir de dormitório de Vila Real de Sto António (Concelho), o que se coaduna com aquilo que refiro acima, sendo esse um dos primeiros passos para uma fixação mais efectiva. Os números que obtive na altura abrangiam um universo estatístico de cerca de 20 anos e eram sobretudo notáveis no Barlavento Algarvio e nos centros turísticos em geral (Barlavento e Sotavento).

O Concelho de Vila Real de Sto António tem uma concentração populacional grande na relação com o seu espaço físico e o Concelho de Castro Marim tem um espaço territorial relativamente elevado (tal como o Concelho de Alcoutim) na sua relação com a população.

Como se sabe - e espero não levantar polémicas desnecessárias naquilo que considero ser uma questão que é sempre polémica e que mete muito amor à camisola - a Vila Pombalina viveu desde a sua fundação pelo Marquês de Pombal por razões fiscais relacionadas com a pesca (as cabanas dos pescadores de Monte Gordo foram simplesmente mandadas queimar pelo Marquês), em seguida as conservas e posteriormente com o minério da Mina de S. Domingos também: uma actividade está acabada (a mina) e as outras atravessam as ruas da amargura.

Para o primeiro plano (o da mina de S. Domingos) a ligação com Alcoutim era lógica e feita com base na via fluvial (Rio Guadiana). Ora essas ligações obtidas em termos administrativos em função dos portos (cais de embarque) perde relevância nos tempos modernos, não só pelo seu deperecimento natural em termos de importância como também pela criação de vias terrestres alternativas.

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

A NOSSA RADIO - Movimento e estatísticas

A NOSSA RADIO - Movimento e estatísticas

Neste segundo mapa referindo o período do mês de Março para além do obtido acima (aqui 25 dias - o 26º não conta porque foi obtido antes do fecho, 24 horas) podemos ver que a média de conexões aumentou em cerca de 37 por dia e que o pico mais elevado passou de 1369,5 para 2812 aumentando assim esse pico em 73 unidades / conexões. O pico mais baixo mantém-se acima da média com excepção de um dia (dia 20/03/2011) em que esse mesmo pico se situa na média.

Ora, apesar dos números analisados por pequenos períodos fornecerem por norma pequenas alterações, devemos entender também que estas alterações (pequenas) se verificam numa concentração de 13 dias (do dia 12 ao dia 25) . Não havendo como se pode verificar um aumento significativo (+ 24 conexões por dia) devemos no entanto realçar que, por estes números se constata desde logo uma fidelização de ouvintes - o que é a mais importante ilação a retirar nesta comparação parcelar e um aumento cadenciado e relativamente pequeno no contexto de conexões diárias médias mas bem importante na comparação com a totalidade do mês anterior como já foi dito acima.

Repetimos que não somos tão irrealistas que aceitemos estes números sem observações nem achamos estar a nossa rádio nesses números em termos reais dado que há pessoas que fazem mais que uma conexão por dia.

Embora não tenhamos forma fiável de fazer uma avaliação numérica baseada em números recolhidos no servidor em termos globais podemos considerar que temos cerca de >10% de ouvintes de uma só vez por dia e logo <90% de ouvintes «fiéis» desde já. As estatísticas que temos não têm em consideração factores que têm de ser por nós deduzidos: sabemos que nem todas as horas contam como horas de audição (há as chamadas horas negras que são 6 no total médio fazendo com que o dia «real» de audição apenas tenha 18 horas) e também sabemos que existem as horas nobres e as semi-nobres em que os números sobem de acordo com esses períodos.
Assim, de um lado existem cerca de 5/6 horas por dia que não deviam contar porque o fenómeno é universal na lusofonia e há 18/19 horas de período nobre e semi-nobre que deve contar sim e deve ter em conta também os picos de audiência a determinadas horas. Alegra-nos saber que temos durante o período das horas «não - negras» um numero estável de ouvintes e que este número cresce às horas em que temos programas com colaboradores nossos.

Como resumo e conclusão deste nosso trabalho devemos dizer que os números são bastante animadores em todos os planos e que seria bom terem termo de comparação. Faremos essa comparação entre nós mesmos, quer dizer vendo estes mesmos números (outros) dentro de algum tempo . E são também animadores desde já porque nos situam desde há bastante tempo como sendo também a rádio de língua portuguesa vocacionada para a Cultura com maior número de ouvintes.
Guardem pois estes números e esperem pela comparação seguinte...

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Memórias de minha mãe; Serei ultra-som ressoando  

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Memórias de minha mãe; Serei ultra-som ressoando

Memórias de minha mãe

Mãe, de ti sei aquele dia
andavas de robe e camisa
na entrada da cozinha
para onde dava a cozinha?...
e eu era pequenina
e andava bem vestida
brincava no chão
com a única fotografia
em que a minha mãe se ria
e parecia
uma deusa ou fada linda!
fiz-lhe um rasgão
machuquei-a,
sentindo em pressentir
que era errado o que fazia
mas a minha mãe deixava!
não estava triste, nem ria
tão raramente se ria!
olhei sob a sua saia
não entendia o que via
mas senti que não devia
mas minha mãe não ralhara!


Serei ultra-som ressoando

Que as minhas palavras
Silenciem
Se comprimam nas águas
Primevas
De onde brotavam
Mergulhando agora
Desfeitas em espuma
Deixando que as brisas
Se ergam
E cantem
Assobiem
Transluzam
Mas eu não mais

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - QUERO UMA AMANTE!; ONTEM...

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - QUERO UMA AMANTE!; ONTEM...

QUERO UMA AMANTE!

Quero uma amante!
Que tenha uma sensibilidade aflorada...
Ainda que fosse uma errante,
me enxergasse por dentro e mais nada!
Quero uma amante!
Daquelas com olhos de muita alegria...
Que me deixe a impressão que, d'antes,
já fora minha um dia!
Com mãos que aquecem e sábias palavras...
Que possam me erguer de qualquer tombo!
(Bendita seja!)
E que me leve ao amor em sublime morada!
Quero uma amante!
Um anjo sem rosto e idade...
(Uma mulher apenas! )
Desprendida do ter,
de qualquer tola vaidade!

ONTEM...

E naquele banco eu fiquei
no cinema perdido de um tempo...
Com meus cabelos brancos viajei
com o garoto, que mora aqui dentro!

Beijei a namorada!
Coberto ainda de pudor...
Quiçá pudesse o passado ter volta e estrada,
aos braços daquele primeiro amor!

Era pipper a bala...
Beijo trocado com a minha 7 belos!
Num domingo com matinê e missa,
com pracinha de bancos singelos...

Uma fileira de pipoqueiros com
moçoilas felizes desfilando...
Os rapazes tímidos na espreita,
em longos corredores se formando!

As horas eram rápidas...
Pareciam também aplicadas!
Hoje? São donas do esmo...
Chegando facilmente as madrugadas!

Ontem? Não era assim!
Pareciam terminar às 22 horas...
A noite era chegada ao fim e meu
amor logo ia embora!

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

JORNADA CREPUSCULAR - POR: DR. MARIO MATTA E SILVA - UMA GERAÇÃO «A RASCA» COM NIVEL INTELECTUAL (1870)

JORNADA CREPUSCULAR - POR: DR. MARIO MATTA E SILVA - UMA GERAÇÃO «A RASCA» COM NIVEL INTELECTUAL (1870)

Nesta minha jornada crepuscular deu-me o apetite de ir buscar um tempo politico remoto que se ergueu por força das incompatibilidades de um rotativismo partidário, muito confuso e cheio de peripécias, que abrange os anos de 1851 a 1870, e que culminou por uma activa participação da então designada Geração de 70.

Por certo, uma geração também, nesse tempo, à rasca, em busca de verdade, de estabilidade politica, económica e financeira e desejosa de mais intervenção a um nível cultural superior. Vivia-se então numa monarquia constitucional, desastrosa, controversa e debilitada.

Diz, nos seus escritos de História, Oliveira Marques: «As revoluções francesa e espanhola que, em 1870 e 1873 respectivamente, levaram a República ao poder, tiveram papel de relevo no surto de uma consciência politica nacional oposta ao rotativismo cínico dos partidos e ao enriquecimento despreocupado da burguesia.»

E é neste ambiente de instabilidade e de insatisfação popular que em 1871, surgem as famosas Conferências do Casino, numa atitude de afrontamento às instituições e à ordem de uma certa burguesia que disputava sem pudor o poder, com desprezo pelas classes mais baixas. Assim é em pleno alvoroço de nefasta politiqueira, que vão irromper as primeiras greves de apreciável amplitude (1872) dinamizadas já por um operariado emergente.

A História não tem acasos mas sim factos, que se enquadram sempre num recheado de insatisfações sociais, que neste tempo bem mostravam a exaltação de gente explorada, envolta numa dinâmica nova, trazida por uma paz podre e uma agonia do poder real, ao mesmo tempo que se consagrava a apetência pela formação de mais partidos políticos (Partido Republicano 1873, Partido Socialista 1875… que se juntarão aos partidos Reformista e Progressista).

Curioso será então o Manifesto - Programa dessas mesmas Conferências, do qual passamos as transcrever alguns passos:

«Ninguém desconhece que se está dando em volta de nós uma transformação politica, e todos pressentem que se agita, mais forte que nunca, a questão de saber como deve regenerar-se a organização social. (…) Não pode viver e desenvolver-se um povo, isolado das grandes preocupações intelectuais do seu tempo: o que todos os dias a Humanidade vai trabalhando deve também ser o assunto das nossas constantes meditações. Abrir uma tribuna onde tenham voz as ideias e os trabalhos que caracterizam este momento do século, preocupando-nos sobretudo com a transformação social, moral e politica dos povos. (…) Procurar adquirir a consciência dos factos que nos rodeiam, na Europa; (…) Tal é o fim das conferências democráticas…»

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

sexta-feira, 25 de março de 2011

Texto sobre Florbela Espanca - Parte VIII - FLORBELA E O DONJUANISMO - Por Daniel Teixeira

Texto sobre Florbela Espanca - Parte VIII - FLORBELA E O DONJUANISMO - Por Daniel Teixeira


FLORBELA E O DONJUANISMO


Assiste-se ao nascer e ao desenvolver do sentimento e à interiorização do absurdo descrito mais tarde por Camus no seu Mito de Sísifo, por exemplo:


«O homem absurdo não é servo de nenhum código moral; é, antes, um consciente imitador dos protótipos vivos da sua atitude: D. Juan, o comediante e o conquistador. O primeiro põe em acto «uma ética da quantidade, ao contrário do santo que tende para a qualidade» (p. 92). Para o segundo, a arte consiste em «fingir absolutamente, entrar o mais profundamente possível em vidas que não são suas» (p. 101). O terceiro, o conquistador, é aquele que se excede por ter consciência da grandeza do espírito humano, «mergulhando no mais ardente da alma das revoluções» (p. 110). Mas a «mais absurda das personagens (...) é o criador» (p. 114), e «a alegria absurda por excelência é a criação» (p. 118), ainda que esta seja para nada.»


Voltaremos a estes termos «criação e nada» tão presentes em Florbela, e igualmente faremos realçar a personagem de D. Juan cujo seguidismo é sugerido existir em Florbela por vários autores. Contudo seria bom desde já deixar claro que a ideia que se tem correntemente, de D. Juan e do Donjuanismo (mesmo contando com as reformulações que lhe foram trazidas quer pela música quer pelas reposições temáticas ao longo de mais de duzentos anos) não se pode resumir a alguns aspectos freudianos (que são bastante interessantes, nalguns casos, diga-se de passagem, e até muito ridículos noutros casos, diga-se também).


D. Juan (aquele D. Juan que se foi perpetuando) não é mais que uma imagem ajustada de Zeus já na sua fase decadente, de Deus da ira (contra os metafóricos Titãs) a Deus do perdão e fusão com o mundo dos homens em que a sua «vida» era já motivo de risota superadora dos gregos dadas as suas aventuras amorosas e a eterna perseguição da sua mulher e irmã Hera.


Há também, em D. Juan, um pouco da inconstância e falha de virtudes de um Paris indirectamente originador da guerra de Tróia. Aliás, uma das interpretações freudianas que vimos da personagem de D. Juan detém-se precisamente neste tipo de característica; alguma inconsciência ou falta de capacidade de valorização entre o Bem e Mal acrescida de uma sumária equiparação a um Cupido que se «recusa a crescer» ( «complexo» de Peter Pan ) transformado no próprio Eros com o qual o «burlador» acaba também por ter afinidades nesta sua característica dado que Eros depois de ter conseguido convencer a Terra a copular com o Céu se apropria dela, fazendo-a sua não no sentido físico mas sim no sentido da dominância.


Mas Zeus, uma personagem omnipresente desde os princípios da humanidade é um pouco ou muito o homem ele mesmo vivendo as contradições que são próprias do relacionamento entre os sexos. As suas fugas ao «obstáculo» Hera (sua mulher) não serão mais do que entraves psíquicos postos pela lenda de forma a dificultar a acção de Zeus (neste caso) e valorizar o que não seria valorizável: como Senhor dos Deuses teria seguramente mais poderes que as mortais ou semi-deusas ou deusas que seduzia o que tornaria cada «conquista» um aborrecimento mítico.


«(…)Para Homero, Zeus era imaginado de duas maneiras diferentes. Representado como o deus da justiça e da misericórdia, o protector dos fracos e o punidor do mau. Como marido de sua irmã Hera, ele é o pai de Ares, o deus da guerra; Hebe, a deusa da juventude; Hefaísto, o deus do fogo; e Ilíthia, deusa do parto.(…)»

Nesta primeira parte da visão de Homero sobre Zeus a abordagem é Moral e Etica, em certo sentido límpida e virtuosa. Daí que tenhamos alguma dificuldade em entender a sua outra face, a face licenciosa e amoral. Mas desde quase sempre ou mesmo sempre o mundo tem sido «regulado» por dualidades e oposições e aceita-se, também quase desde sempre, que uma prefiguração contraditória acaba por servir de termo antagonicamente comparativo e facultador da opção para a escolha de um dos termos, fomentando assim as réstias do livre arbítrio necessário ao equilíbrio humano.


Ainda Homero «(…)Ao mesmo tempo, Zeus é descrito como um deus que se apaixona por uma mulher a cada instante e usando de todos os artifícios para esconder sua infidelidade da esposa. Os relatos de suas travessuras eram numerosos na mitologia antiga, e muitos de seus filhos eram o produto de seus casos de amor tanto com deusas quanto com mulheres mortais.


Acredita-se que, com o desenvolvimento de um sentimento de ética na vida grega, a ideia de um deus lascivo, algumas vezes um ridículo deus – pai tornava-se desagradável, e então as lendas posteriores tenderam a apresentar Zeus com uma luz mais gloriosa. Seus muitos casos com mortais às vezes são explicados como o desejo dos primeiros gregos de traçar sua linhagem até ao pai dos deuses.» ( Nota de D.T.: O que não deixa de ser um «sacrilégio» tornando pior a emenda que o soneto, como se costuma dizer).

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Coluna de Manuel Fragata de Morais - A prece dos mal amados - Capítulo três - Os que vieram pelo mar fora

Coluna de Manuel Fragata de Morais - A prece dos mal amados - Capítulo três - Os que vieram pelo mar fora

São como os búzios que levam presa,
no seu labirinto de nácar, a música do mar.
(Mário Vargas Llosa)

Nataniel perscrutou atentamente o soldado cubano, e sorriu perante a fala estranha. Entendera que havia estrangeiros a lutar em Angola, quando o povo aterrado que fugia de outras zonas falou de sul-africanos e mercenários brancos, todavia nunca os vira.

Deslumbrado, olhava para a vastidão de fardas verdes, com bonés da mesma cor, gente fortemente armada, parte dela engajada em amena conversa com a população, que se deslocara da aldeia para onde estavam acampados.

Não muito longe, uma gama infinda de tanques e outros carros blindados, assim como camiões que lhe pareciam gigantes, com rodas mais altas do que ele. Movimentavam-se por todo lado, entre eles, muitos negros e mestiços e há dias que observava com interesse um que, pela ligeira diferenciação de tratamento revelava que talvez fosse o chefe, um negro alto e de voz rouca com um riso contagiante. Foi-se chegando, pouco a pouco, fingindo despretensão e quedou-se, parado, a olhar para ele como se de algum bicho estranho se tratasse. O cubano achou graça, nunca se vira esquadrinhado de tal modo. Deu um ligeiro passo em frente

- Como te llamas? – perguntou-lhe e, perante a cara de espanto do garoto, ajuntou – Nombre, tu nombre?

Nataniel não soube o que responder.

Nombre?

Soou-lhe meio familiar a palavra e, por intuição respondeu, arriscando.

- Meu nome? Estás a perguntar pelo meu nome?

- Si, tu nome, como te llamas?

- Sou o Nataniel.

- Nataniel!...Me gusta. Quantos años tienes? – insistiu, passando-lhe uma pequena barra de chocolate.

Riu outra vez, o desconforto ainda o dominava. O idioma parecia-lhe o português, mas não era.

Anhos, anhos, quantos anhos tienes?

Só poderia ser quantos anos tens. Decidiu confirmar.

- Anos? Tenho treze.

- Tresse años? Mui bien, y quien son tus padres?

Surpreso, enxergou à volta a ver por onde teriam chegado ao que sabia nunca os vira interessados pelas coisas militares ou assuntos da tropa, todavia com toda aquela confusão, poderia ser que tivessem vindo observar os novos estranhos, a curiosidade era para todos. Mas que ele soubesse, a aldeia só tinha um padre e que se encontrava ausente. Seriam outros? Tornou a olhar e não viu nenhum.

- Padres, mas que padres, não vejo qualquer padre.

O oficial cubano percebeu a perplexidade da criança e notando que a palavra seria certamente outra, sorriu. Estava a gostar do exercício, da descoberta das palavras e das ciladas que criavam quando fora do contexto.

- Tu papá, tu maman.

- Pai, meu pai e minha mãe! – E igualmente rindo, corrigiu - Não é padre, padre é quem reza a missa, o missionário.

- Hombre! Pués padre es missionário en português? Entonces madre será missionária, no és asi?

- Padre é missionário e madre é a mesma coisa.

- Assi pae y mae son papá y mamá, non?

- Sim, é isso. Mas de que terra vieste?

- Mira, soy cubano – disse com orgulho - Estamos aquí para ayudar el gobierno contra las fuerzas imperialistas yanquis, los fantoches zairenses y los racistas sudafricanos. Nuestro presidente es Fidel de Castro, muy grande amigo de Agostino Neto. Tu tanbien bas a ser mi amigo, no?

- Teu amigo? Claro que sim.

- Mui bien, pero quien son tu papá y tu mamá?

- Sou filho do camarada Epalanga e da camarada Zeferina. O meu avô é o soba grande, o camarada Juba de Leão.

- Soba?!...

- Soba é o chefe. O meu avô Juba de Leão é o chefe de toda esta região, ele é quem manda no povo.

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Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LXVI)

Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LXVI)

Numa cidade perfeitamente desconhecida, nem referências, ou quaisquer pesquisas, tínhamos. Apenas curiosidade, carolice e vontade de conhecer, claro está, o melhor dos melhores. A minha confiança era tanta em que tudo seria fantástico, que estava de facto muito bem-disposta e animada. Já o mesmo não posso dizer da minha amiga, na qual claramente via na sua mente, dúvidas a pairarem e se acumularem.

Quando saímos do apartamento em que nos encontrávamos, em lugar de apanharmos um autocarro, resolvemos caminhar e a paisagem admirar. Quando a hora de almoço chegou, uma senhora que nas suas lides andava, não só bem nos aconselhou, como à porta de entrada de um bonito, gigantesco e paradisíaco Centro Comercial, onde um lindo lago à luz do sol brilhava, nos levou. E o que ela e nós caminhámos!

Após alegremente andarmos pulando de loja em loja, tal como borboletas esvoaçando de flor em flor, de algo curioso nos lembrámos. Doces regionais na zona afamados e aclamados! Nesse sentido, a um dos polícias do centro, recorremos, indagando locais de compra possíveis. Simpática e prontamente nos informou, referindo-se um reputadíssimo Hotel no Centro da cidade, onde o melhor pasteleiro na confecção de tais especiarias trabalhava. Num ápice, é claro que naquela mensagem, um sinal percebi!

Assim e, antes de para o Hotel partimos, almoçar era imperativo. Escada rolante após escadas rolantes, no último piso do Centro Comercial, a panóplia de restaurantes era de facto assombrosa! Enquanto contemplávamos para onde nos dirigirmos, o mesmo polícia na minha visão novamente cruzou. Questionado acerca de comida vegetariana, o bom homem, o sobrolho ergueu. Apesar do Agente da Lei resposta não ter dado, preocupação não senti e o meu caminho prossegui.

Sim, porque a minha amiga que não era vegetariana, já o lugar seleccionado para o seu repasto tinha. Em frente ao tal seleccionado local, o policia que no seu moto -veiculo nos tinha ultrapassado, aproximou-se de mim, indicando com o polegar um lugar que com toda a certeza refeições vegetarianas tinha. E,... imagine-se, mesmo ao lado do sítio onde a minha amiga tinha pedido a sua refeição!

Certíssima que coincidências não existem, como sempre faço, mentalmente agradeci a minha refeição e a todos aqueles que permitiram que tais alimentos até mim chegassem. Depois, agraciei a presença da minha amiga, bem como o surgimento da senhora e do polícia que tão providencialmente se encontravam no local certo, no momento certo.

Já no metro, situações semelhantes ocorreram, e da mesma forma «tudo sob rodas correu». Mais uma vez e desta feita, um rapaz nos acompanhou até ao local ideal de onde do metro devíamos sair. E aí,... mesmo ao lado,... Claro está, o tal Hotel se encontrava! Na recepção de tal magnifica «Hospedagem», nuns sumptuosos sofás sentadas, atendidas de forma cordata e cordial fomos. Rapidamente, percebemos que aí, já nem cozinheiro ou petiscos se encontravam. Mas, logo, logo a seguir, uma «milagrosa» direcção nos foi dada... Obviamente, o que a seguir sucedeu, foi uma merecida e barrigada de deliciosas bolinhos, que felizes comemos bem sentadinhas numa sofisticada pastelaria.

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Curtos - Por Emerson Wiskow - Quebra-Ossos; O primeiro dia de primavera; Alabama, chetchup, chicletes de hortelã.; Uma pequena história; James Dean

Curtos - Por Emerson Wiskow - Quebra-Ossos; O primeiro dia de primavera; Alabama, chetchup, chicletes de hortelã.; Uma pequena história; James Dean

Quebra-Ossos

Em um pequeno hotel no centro da cidade.
O cara que está tentando derrubar a porta é Joe Quebra - Ossos.
Os apelidos dizem tudo. Sempre dizem.
BAM! BAAMM!!
Enquanto ele bate na porta procuro minha arma. A merda é que deixei-a em algum lugar e não consigo me lembrar onde.
A porta estala, sofre. Eu ouço os potentes pontapés explodirem. Quebra - Ossos deve estar furioso.
A Moça me ligou em tempo para me avisar que ele viria.
«Onde está minha arma?!»
A Moça possui uma voz linda e suave. Lembra um beijo na primavera.
BBAAAMMMM!!!
Aqui, encontrei! Tenho vontade de beijá-la. E beijo.
BRUUUMMM!!!!
Quebra - Ossos explode através da porta como um tigre furioso.
Eu não gosto de sentir dor. E Quebra - Ossos adora causar dor.. Ossos quebrados, ligamentos sendo rompidos... Dor..., dor, dor...
Disparo em sua perna. Ele tomba e ruge. Eu aproveito e me mando.
Devo uma para a Moça.

O primeiro dia de primavera


Marcos serviu-se de mais um pouco de café. Estava calmo e sereno como um cão vira -latas tomando banho de sol numa manhã preguiçosa. Pela primeira vez em anos ele comia novamente ovos mexidos no café da manhã.
Marcos passou margarina no pão, depois deu uma dentada e bebeu um bom gole de café. No rádio o locutor anunciava um belo dia de céu limpo, sol e temperatura agradáveis. Ele sabia que era o primeiro dia de primavera. Era uma segunda-feira. Marcos olhou a passagem para o México e sorriu satisfeito. Ele tinha feito um bom serviço, mesmo sendo aquela sua primeira vez. O locutor continuou dando as notícias do dia e então Marcos se levantou e tirou da estação de rádio para colocar uma fita -cassete.
Ele gostava de ouvir Bach e naquela manhã ele achou-o especialmente fabuloso. Após terminar o café, Marcos fumou um cigarro, olhou através da janela e observou o dia iluminado lá fora. Uma grande e agradável sensação e bem-estar percorreu seu corpo. Marcos pegou a passagem sobre a mesa e entrou no quarto. Ele colocou algumas coisas numa velha mala, e antes de partir, deu uma última olhada na sua mulher morta sobre a cama.


Alabama, chetchup, chicletes de hortelã.


Alabama, chetchup, chicletes de hortelã. Passavam todas as imagens em minha cabeça. Todas e elas sumiram com a estalido que fez a porta do ônibus quando abriu. Alabama, eu me imaginava lá, tomando sol e vendo garotas sorridentes com bochechas rosadas. Todas correndo como doidas, felizes em irem a lanchonete para devorarem volumosos hot dogs com chetchup. Então entra aquela garota de pernas grossas, linda. A barriga da perna forte como aço, roliça. Entrou e parou na roleta. Fiquei ali olhando, observando suas pernas de seis da manhã, indo para o trabalho. Um trabalho que parecia ser fodido. Umas pernas daquelas, e eu só tinha chicletes de hortelã para oferecer.

Leia este tema completo a partir de 28/03/2011

Culinária e Doçaria por Karolina Felipe

Culinária e Doçaria por Karolina Felipe


Quiche de espinafre


Ingredientes da massa:



2 xícaras de farinha de trigo

100 gramas de manteiga gelada picadinha (1/2 tablete)

4 colheres de creme de leite

1 pitada de sal



Você vai precisar de:

1 forma de aro removível de 20 cm de diâmetro



Modo de preparo:



Com as mãos, misture a farinha de trigo e a manteiga até virar uma farofa. Junte o sal e o creme de leite e misture bem até virar uma massa homogênea. Forre o fundo e as laterais da forma com os dedos (não precisa abrir com rolo). Faça furinhos com um garfo e leve ao forno médio (200 graus) durante 10 minutos para pré-assar.

Obs: Separe todos os ingredientes e deixe-os por perto, pois quando você começar a mexer com a massa não vai querer sujar toda a cozinha.



Ingredientes do recheio:



1/2 cebola picadinha

3 dentes de alho picadinhos

2 colheres de azeite

1 maço de espinafre (cozido, escorrido, espremido e picado)

2 ovos

1/2 xícara de leite

1/2 xícara de creme de leite

100g de mussarela picadinha

orégano, sal e pimenta a gosto

4 colheres de sopa de parmesão para polvilhar


domingo, 20 de março de 2011

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Dia da Poesia ou Dia dos Poetas.

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Dia da Poesia ou Dia dos Poetas.

Aparentemente uma coisa e outra deveriam querer dizer o mesmo ou quase, pelo menos...De facto sem poetas não há poesia (ou há?) e sem Poesia não há poetas (ou há?).

Pois, sem querer ser complicadinho confesso que não entendo muito bem porque se chama a este Dia (21 de Março) de Dia da Poesia e não se chama antes Dia dos Poetas. Na verdade, a Poesia, sendo uma coisa abstracta, sem definição concreta, apenas encontra definição pelo menos mais concreta e definida quando é feita, quando é realizada...por poetas, é claro.

Aliás, talvez 100% dos Poetas ao considerarem-se Poetas admitem que fazem Poesia, ou que pelo menos pensam que fazem Poesia, o que já não é mau de todo. Por isso a minha contribuição para este Dia é que ele trate de fazer-se dele mesmo o Dia dos Poetas.

Poderemos assim celebrar o homem (o ser humano, nada de machismos aqui) no exercício da sua Arte e não como fazemos agora celebrar a Arte sem sujeito.

Talvez eu esteja um pouco influenciado pelos acontecimentos do presente e em função deles me tenha relembrado hoje daquilo que sempre considerei ser uma incongruência mas, e por isso, numa altura em que jogam bombas no Médio Oriente, em que se matam pessoas - todas inocentes porque ninguém merece ser morto por nada deste Mundo ou mesmo do outro - deveríamos dizer que o que mata e faz morrer é a Guerra e não as pessoas que fazem a guerra.

A Poesia, quando feita pelos Poetas, como é claro, deve também reflectir sobre este mundo conturbado em que vivemos, em que praticamente muita pouca gente se entende entre si e onde há gente que não utiliza a poética arte do diálogo para resolver problemas.

Se entendermos este Mundo como uma casa grande, composta de muitas famílias, estaremos dentro desta linha de raciocínio a legitimar a violência doméstica - e que violência meu deus...que reprovamos abertamente todos os dias, por exemplo.

Por isso o Poeta é mesmo mais alto e a Poesia é aquilo que ele consegue que seja e não aquilo que ele gostaria que fosse. Esta parte do gostar, quer dizer a diferença entre o possível e o desejado é a parte utópica do Poeta e da Poesia que ele mesmo faz e que encontra sempre lugar dentro do coração, da alma, do sentir do Poeta.

Ser Poeta, pois, é estar mais além e estar aqui. Sem se estar aqui, neste Mundo que nos desilude um pouco ou muito todos os dias é andar evadido, e isso, fugir ou alhear-se das coisas, das coisas importantes que mexem no Homem e no Mundo onde ele vive não é francamente Poesia...Aliás acho, mesmo, que vendo estas coisas estou a ser Poeta.

Leia este tema completo a partir de 21/03/2011

Especial Dia Mundial da Poesia - O QUE O POETA AMA - Denise Severgnini ; Poesia - [po-e-zia] - Amália Faustino Mendes; POESIA - Lenir Moura ; POESIA -

Especial Dia Mundial da Poesia - O QUE O POETA AMA - Denise Severgnini ; Poesia - [po-e-zia] - Amália Faustino Mendes; POESIA - Lenir Moura ; POESIA - Suely Lopes; O Significado da Poesia. - Marcelo Torca; ...que não me falte nunca a utopia. - Odete Nazário - Grupo Horizontes da Poesia; Cantar a Poesia - Maria João Brito de Sousa - Grupo Horizontes da Poesia

O QUE O POETA AMA

Poeta que é poeta, ama mais que as palavras
Ama a mistura de letras em forte conjunção
Ama o sentimento solto ao vento sem travas
Doa sua alma a todos aqueles que tem coração

Poeta gosta do verso solto, com rima ou não
Gosta da melodia singela que no peito cravas
Ama encontro de notas desenhadas na canção
Aprecia o brilho das gemas encravada nas lavras

Poesia - [po-e-zia]

Poesia, para mim, não é mais que pó
Pulverizado sob a forma de um átomo só
Cada grão de pó, isolado, é inspirado
E entra na mente por qualquer lado!

Aloja e se transforma em qualquer coisa
Reconhecida, vale a pena, ela vem e poisa.
E a Zia consegue tocá-la, senti-la ao cantá-la,
Concebe o seu sentido de maneira acéfala!

Gente vê e vai, dá cada qual suas razões
Mesmo o ninguém também tem visões
Acerca daquilo de Zia uniu de todo o pó
Organizado na razão, em jeito de tricó.


POESIA

Palavras que soltam da alma,
Escritas com calma
Desenhando a emoção.
Necessidade constante,
Vontade incessante.
Impulso? Solidão?
Rimas que demonstram
Como chora um coração
Nos versos com sentimentos,
Nas estrofes de sofrimento
Sentidas com amor,
Descritas com paixão.
Poesia
Um desabafo!


POESIA

Suely Lopes

A poesia tem cor
A poesia tem forma
A poesia tem corpo
A poesia tem alma

De lá
até cá
Cantemos
A poesia

Não importa qual forma

Seja na forma
Da forma
Seja L I V R E
Como agora
Inventemos a poesia
Ela é assunto
Para todo dia


O Significado da Poesia.

Marcelo Torca

Uma poesia
Uma vida
Lamentos e discórdias
Tristezas
Discussões em vários versos
Daquilo que pode ser escrito em um
Espaço para o amor
Mais eufórico
Mais atormentado
Mais erótico
Mais amado
A Poesia é ideal


...que não me falte nunca a utopia.

Que não me falte nunca a fantasia
que o sonho se mantenha no olhar
que não se negue a mão á poesia
que o verso não desista de voar

que se espalhe a canção na noite escura
e volte a acontecer a madrugada
que o grito que a garganta não segura
seja a voz da palavra amordaçada

Cantar a Poesia

Tu, hoje, vens magoada, vens vazia,
Vens frágil, vens diferente do costume,
Como se consumida por um lume
Que te queima, mas já não te alumia…

De súbito, num acto de magia,
Invade-me o olfacto, o teu perfume
E sou quem, conquistada, aqui se assume
A tua humilde serva, ó Poesia!


Leia este tema completo a partir de 21/03/2011

Especial Dia Mundial da Poesia : Só - Se-Gy; Olá poesia! - Anna Müller; Cegueira - Ricardo Mainieri ; No dia da poesia....Agradeço aos Poetas (Eugénio

Especial Dia Mundial da Poesia : Só - Se-Gy; Olá poesia! - Anna Müller; Cegueira - Ricardo Mainieri ; No dia da poesia....Agradeço aos Poetas (Eugénio de Sá); O POETA E A POESIA MOR - (Mário Osny Rosa)


Se-Gyn

Solerte
entro na luz
das palavras
enluaradas

só lerte giz
lento e atento
solerte pouso
os olhos na luz
das palavras
que nem ouso

finas gentilezas
sentidos em desuso
solerte e lento
pouso e experimento


Olá poesia!

Anna Müller


Há muito tempo ausentei-me
dos sonhos, da dura realidade!
Há muito tempo descuidei-me
dos versos, da minha verdade!
Há muito tempo senti o vazio,
que o coração, de tão ferido,
fechou-se em prantos, arredio
em tentar se mostrar escrito!


Cegueira

Ricardo Mainieri

Poesia
deixou rastros.

Não percebi.

Mostrou-se nua.

Meus olhos
eram só sintonia
para o mundo
concreto factível.


No dia da poesia....Agradeço aos Poetas

(Eugénio de Sá)

Agradeço aos poetas
Que me emprestaram o aroma da sua poesia,
que fizeram correr a sua inspiração nestas veias,
que deixaram que respirasse o ar dos seus encantamentos…

Agradeço aos poetas
O testemunho da dor que consolida a tristeza,
a sabedoria da expressão dramática dos sentimentos,
o jeito que me dota a mão
desta força imensa da comunicação metafórica,
a capacidade de saber reconhecer a beleza
numa palavra, num gesto, numa intenção…


O POETA E A POESIA MOR

(Mário Osny Rosa)

Poeta artesão das palavras
Nunca pode ser um mito.
Quando de suas belas lavras
A poesia que já fito.

Atento a seu mundo
Com uma boa critica.
Vendo o submundo
Sua poesia publica.


Leia este tema completo a partir de 21/03/2011

Especial Dia Mundial da Poesia - Liliana Josué - Poesia I ; Poesia II; Poesia III

Especial Dia Mundial da Poesia - Liliana Josué - Poesia I ; Poesia II; Poesia III

Poesia I

Humanizar a poesia
é dar-lhe dimensão;
a dimensão do Homem
logo, está certo
pois nele há tudo
na proporção do infinito.
Terra, Fogo, Mar e Ar
são poesia
porque estamos lá também.
Este dom é humano
e não divino
ou se é divino
nós também o somos

Poesia II

Transcendência poética?
que é isso?
ela existe porque o poeta quer
por isso é que encontramos poetas e não poetas.

Uma pedra pode ser poesia
sem dúvida
mas porque alguém a vê ou sente
dessa forma.

Aquela ideia, quanto a mim patética
de que ela “é” só por si
não tem sentido.
A poesia está no espírito que crê
na sua existência


Poesia III


O que é a Poesia…?
o que se vê?
o que se sente?
o que se vê e sente?

Poesia é grito
é raiva
é susto!

Poesia é amor
é paixão
é carne!

A Poesia será autónoma se eu o for também.
Es tu
sou eu

Leia este tema completo a partir de 21/03/2011

Especial Dia Mundial da Poesia - Poetas do Grupo Horizontes da Poesia: Landa Machado; José GR Branquinho; Maria Dulce Saldanha

Especial Dia Mundial da Poesia - Poetas do Grupo Horizontes da Poesia: Landa Machado; José GR Branquinho; Maria Dulce Saldanha

Landa Machado

POESIA

Poesia não tem definição...
E tudo aquilo que nos toca a alma
Folha que o vento leva em turbilhão
As cores dum poente em tarde calma

Um pássaro que esvoaça em pleno céu
Um barco que navega pelo rio
A brancura da neve como véu
Envolvendo em silêncio um dia frio


José GR Branquinho

DIA MUNDIAL DA POESIA


Da POESIA é o Dia Mundial!
Por ela o nosso querer sem igual
Dádiva que nos sai do coração.
Poesia- nosso arrimo em cada dia
Nela encontramos mais alegria
Por ela...esta nossa Paixão.

POESIA é uma arte, é um saber!
Dom que nos faz cantar e sofrer,
Sina que acompanha nossa vida.
POESIA! Sem ti... eu era nada!
Devias ser mais considerada
Por todos! Amante mais querida.



Maria Dulce Saldanha

CANTA POETA

Tu que és pura magia,
que dizes coisas tão belas
nunca antes repetidas,
impulsionas e inovas,
mostras-te e fazes-te ouvir.

Recitas o horizonte,
estás no azul do firmamento,
nas salsas ondas do mar,
na areia que cobre a praia,
no verde lindo dos campos.

Cada flor que se abre,
um passarinho que canta
Falas na brisa da tarde,
o pôr do sol te fascina,
e o luar transporta um beijo.

Estás na chuva, que se alastra sobre a terra
banhando toda a imensidão,
de matas frondosas e verdejantes.
Vês o rosto da amada
que leva o aroma da ternura.

Leia este tema completo a partir de 21/03/2011

Especial Dia Mundial da Poesia - MARIA DA FONSECA - Render-se à Poesia; Viver Poesia

Especial Dia Mundial da Poesia - MARIA DA FONSECA - Render-se à Poesia; Viver Poesia

Render-se à Poesia

Haver a ideia concisa
Do verso que vai nascer
Ao pegar com mão precisa
Na pena para o escrever

Não parece concebível,
Se a poesia é sentimento
De um coração sensível
A inspirar o pensamento,

Como carícia de amor
Ou lágrima de saudade,
Angústia de amarga dor
Ou abraço de amizade.

O cérebro assim recebe
As sensações transmitidas
E as palavras que concebe
São as nossas preferidas.

Viver Poesia

Eu sempre te amei Poesia
Desde que de ti me lembro.
Meu saudoso Pai, ouvia,
A recitar o relembro,
Seu estilo me envolvia!


Com João de Deus eu li
As minhas letras primeiras,
E seus versos aprendi.
Mal chegava às carteiras,
Tão pequena os conheci!


Leia este tema completo a partir de 21/03/2011

Especial Dia Mundial da Poesia - Cremilde Vieira da Cruz - NOITE DE POESIA ; POESIA

Especial Dia Mundial da Poesia - Cremilde Vieira da Cruz - NOITE DE POESIA ; POESIA

NOITE DE POESIA

(Tertúlia em casa do saudoso Anibal Trindade)

Parei...
Parei porque a poesia me faz parar;
Parar para olhar,
Olhos parados.
Parei porque a poesia me ensina a escutar;
Parei para escutar,
Pensamentos arrumados.
Parei no ar,
Olhei,
Escutei...

Corri pr'o mar,
Numa corrida de quem quer chegar,
Ser marinheiro.


POESIA

Poesia é poesia.
Poesia não é realidade palpável,
Mas faz viver,
Faz sentir,
Cultiva o espírito,
Educa a mente.

Poesia,
Sensibilidade,
Amizade,
Amor,
Sempre de mãos dadas.


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COLUNA do Prof. Menegatti - Dois aspectos importantes para o desenvolvimento da sua

COLUNA do Prof. Menegatti - Dois aspectos importantes para o desenvolvimento da sua arreira: 1. Por que a ATITUTE é tão importante? 2. Qual a diferença entre DESENVOLVER e equipar PESSOAS?

1. Por que a ATITUTE é tão importante?

Atletas e executivos bem-sucedidos sabem que em condições normais de competição, manter uma atitude positiva é como dispor de uma arma secreta para determinar a vitória.

Você sabia que existem dois tipos de atitudes profissionais?

1. As que purificam: são aquelas que fazem tudo a sua volta ficar melhor, acreditam que tudo dará certo, não importa que tipo de atmosfera encontrem. Elas ouvem as palavras tóxicas dos poluidores, como os demais, mas as filtram antes de passar adiante. O que lhes chega pode ser poluído e negativo, mas o que sai delas é fresco e límpido.

2. As que poluem: são como chaminés, soltando fumaça o tempo todo. Elas detestam céu limpo, e não importa quão bom esteja o ar, encontram uma maneira de fazer tudo ficar melancólico.
Quando as pessoas da organização inalam suas toxinas, adoecem gradativamente.
O efeito da atitude é crucial. Quando ela é negativa acabam por poluir o meio e tornar as pessoas melancólicas, mas quanto positiva, ajuda a ampliar suas possibilidades de sucesso.

2. Qual a diferença entre DESENVOLVER e equipar PESSOAS?

• Ao equipar pessoas, você lhes ensina como fazer um trabalho. Se você mostra a alguém como passar um fax ou escanear um documento, isso é equipar. Se você ensina alguém a fazer uma venda, isso é equipar. Se você treina as pessoas nos procedimentos do departamento, isso é equipar. Você já deve dar treinamento ao seu pessoal para que ele saiba fazer o trabalho.

Equipar é obrigatório.

• O desenvolvimento é diferente. Ao desenvolver pessoas, você as está ajudando a melhorarem como indivíduos. Você as está ajudando a adquirirem qualidades pessoas que irão beneficiá- las em muitas áreas da vida, não só o trabalho. Quando você ajuda alguém a cultivar disciplina ou uma atitude positiva, isso é desenvolvimento. Quando você ensina alguém a gerenciar o tempo de modo mais eficiente ou melhorar suas habilidades pessoais, isso é desenvolvimento.


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Especial Dia Mundial da Poesia - Filipe Papança - Dorme Poeta ; Ser poeta

Especial Dia Mundial da Poesia - Filipe Papança - Dorme Poeta ; Ser poeta


Dorme Poeta


Dorme poeta dorme …

Os teus sonhos nos embalam …

O teu olhar nos ilumina.

O teu cabelo branco nos inspira.

As tuas barbas denotam experiência.

Dorme poeta dorme …

Descansa das noites insones,

Das prologadas tertúlias,

Da boémia desenfreada,


Ser poeta


Poeta é aquele que nunca mente.

Ama perdidamente.

Diz o que lhe vai na alma.
E o que sente.

E sofre as consequências …
Dolorosamente …!


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Página de Michael Ginobili - Em colaboração com : Michael Ginobili  e Autocinetrip - Rede Globo exibirá com exclusividade «Lula, o Filho do Brasil» -

Página de Michael Ginobili - Em colaboração com : Michael Ginobili e Autocinetrip - Rede Globo exibirá com exclusividade «Lula, o Filho do Brasil» - As Viagens de Gulliver


Rede Globo exibirá com exclusividade «Lula, o Filho do Brasil»

A Rede Globo comprou os direitos de exibição exclusivos do longa «Lula, o Filho do Brasil».

Com direção de Fábio Barreto («O Quatrilho»), e baseado no livro homônimo de Denise Paraná, «Lula, o Filho do Brasil» traz para as telas o percurso de Luiz Inácio Lula da Silva, do seu nascimento, em 1945, até 1980, quando era um líder sindical consagrado.

A data marca também a morte de uma pessoa extremamente influente em sua vida e em sua forma de pensar: Dona Lindu (Eurídice Ferreira de Mello), que criou oito filhos, sozinha, e tinha como lema «Nesta família ninguém vai ser ladrão ou prostituta». E cumpriu.

Filmado em dois estados (Pernambuco e São Paulo), sete cidades e 70 locações, entre 20 de janeiro e 18 de março de 2009, Lula, o Filho do Brasil percorre os principais pontos da trajetória humana de Lula, do árido sertão pernambucano, onde nasceu, à periferia de Santos, onde cresceu, e por fábricas e sindicatos do ABC paulista, onde viveu intensas transformações pessoais (como a perda da primeira mulher e do filho), e profissionais (como o emocionante discurso no estádio lotado da Vila Euclides, realizado sem sistema de som, quando 80 mil operários repetiram suas palavras para que todos pudessem ouvi-las).
O filme ganhou um gordo orçamento de R$ 17 milhões e representa o Brasil no Oscar 2011.

As Viagens de Gulliver

A primeira coisa que chama a atenção em As Viagens de Gulliver é a total ausência do nome de Jonathan Swift nos créditos iniciais. Ele é o autor do clássico livro que inspirou o roteiro e, mesmo com a história original bem diferente do que foi para as telas, é necessário dar crédito a ele. Quando Jackie Chan estrelou uma versão de A Volta ao Mundo em 80 Dias, o nome de Julio Verne era bem visível no começo da projeção.

A diferença principal entre a literatura e a adaptação cinematográfica de As Viagens de Gulliver está na atualização do enredo. Gulliver não é mais um viajante qualquer, mas um sujeito que não leva jeito para navegação em busca de uma matéria jornalística para impressionar sua editora, por quem tem uma queda.

Ao trazer a trama para os dias de hoje, o roteiro pode usar e abusar de referências à cultura pop, especialmente a filmes e seriados distribuídos pela Fox, que também apadrinha a produção. As alusões são, com certeza, a grande graça da fita, já que as histórias de amor não chegam a tirar suspiros do público.

O protagonista é Jack Black e isso já prenuncia como será a tônica dessa comédia infantil. Quem não agüenta mais o gorducho fazendo o mesmo papel de sempre não terá salvação. Quem é fã do ator terá a diversão garantida.

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Especial Dia Mundial da Poesia - Gilberto Nogueira de Oliveira - AO ESPIRITO DE UM POETA NEGRO; AOS POETAS

Especial Dia Mundial da Poesia - Gilberto Nogueira de Oliveira - AO ESPIRITO DE UM POETA NEGRO; AOS POETAS

AO ESPIRITO DE UM POETA NEGRO

Certa vez um poeta
Teve a ousadia
De publicar seu trabalho.
Era século XX.
Saiu de porta em porta,
De jornal em jornal
Suplicando uma coluna cultural,
Porém, o jornal só publicava negócios.

Ao atravessar o mar
Foi preso por ser barbudo,
Lhe tomaram oitenta poesias
E jogaram no lixo.
Maldita ditadura militar!

Das poesias que lhe roubaram,
Lembrava apenas de algumas frases
Que diziam assim:
Nos imensos canaviais, eu sofri.
Em frente à casa grande, eu caí.
Nas grossas correntes da vida, eu chorei.
Nos rasos pratos da senzala, eu morri.


AOS POETAS

Era um poeta,
Vivia na solidão,
Todos o reprovavam,
Era mal visto por todos,
Nada lhe importava,
Queria era encontrar-se.

Achava que os poetas de rimas
Eram falsários da estética,
Pois os poetas de rimas
Nunca escrevem o que sentem.


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Especial Dia Mundial da Poesia - ARLETE PIEDADE - O que é a Poesia!; Dia Internacional da Poesia; Sementeira de Poetas

Especial Dia Mundial da Poesia - ARLETE PIEDADE - O que é a Poesia!; Dia Internacional da Poesia; Sementeira de Poetas

O que é a Poesia!

Poesia é sentir cá dentro uma mensagem pungente
que tem que ser libertada em palavras de emoção
ofertada ao mundo sem nada esperar! Somente...
o preito do reconhecimento, e a oferta da paixão!

Poesia é ser portadora da arma certa para combater
metralhadora com balas compostas de tinta e papel
a indignação como mola de arremesso ! E assim fazer
a revolução pelo Mundo! Como nova Torre de Babel!

Dia Internacional da Poesia

D iamante lapidado, terna poesia
I rradiante em inspiração e magia
A stros navegando em pura alegria

I nacreditável esta nossa interacção
N otável a veia poética que nos irriga
T ela pintada com vibrante coração
E spargindo cores de seara e espiga
R aros tons de aguarela, óleo e carvão
N evóas de primavera, sol que respiga
A rdentes calores no pino do verão
C anção da ternura que a todos liga
I nflamada em terrenos de emoção
O vação de vates e musas em festa

Sementeira de Poetas

Sementeira de carinho, amizade, amor e paixão,
Com muita prática de emoção e alguma teoria...
Se vão cultivando os poetas usando o coração,
Juntando doses generosas de atenção e alegria.

Há quem comece em infantil e tenra idade a poetar,
Pela mão de seus professores atentos e inspirados,
Que lhes ensinam em palavras construir e colocar,
A visão da beleza que os cerca por todos os lados.

O sol, as nuvens no céu azul, um canto de passarinho,
Sua mãe, a família, a escola, a primeira namorada,
Toda a poesia que a vida transmite no seu caminho,
E as encruzilhadas que encontrarão na sua estrada.


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Especial Dia Mundial da Poesia - Mário Matta e Silva - AO DIA DA POESIA; Felicidade...o melhor que há na vida; Silêncios da Solidão

Especial Dia Mundial da Poesia - Mário Matta e Silva - AO DIA DA POESIA; Felicidade...o melhor que há na vida; Silêncios da Solidão

AO DIA DA POESIA

Andam cantigas no ar
Trazendo em si emoções
Que os abraços aos serões
Regalam-se num bem amar.

Vem a Primavera florida
Que brota assim dos poetas
E pintores dão nas paletas
As cores da tela garrida.

Rico em palavras o dia
Avança cheio de esperança
E cresce nele a bonança
De se animar na poesia.

Felicidade...o melhor que há na vida

Soltam-se vidas vibrando
no corrupio dos ponteiros
que dançam horas, minutos
em constante despertar
e o tempo traz anseios
em encontros, devaneios.

Fugida anda a tristeza
alegrando amores certeiros
e abre-se a Natureza
derramando toda a beleza
que aos olhos d’ afeição
vibra em cada coração.

Silêncios da Solidão

Rasga-se o tempo
em compassos de espera
e em perturbados caminhos
andam sombras, desalinhos
em cada ai que desespera
sem que haja Primavera
que venha pr‘aconchegar
e anda uma penumbra no ar
gélida, em torvelinhos
sem que os pássaros façam ninhos
onde os prantos vão poisar.

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Prosa de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz. - Entre a Terra e o Olimpo: a milenar fogueira das vaidades!  

Prosa de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz. - Entre a Terra e o Olimpo: a milenar fogueira das vaidades!

Entre a Terra e o Olimpo: a milenar fogueira das vaidades!


Em determinadas conjunturas, ninguém deseja «perder» nada! E, a situação agrava-se, quando o tema é a intelectualidade. Por este caminho ocorre o desregramento das paixões humanas. Um breve olhar sobre a humanidade de ontem e de hoje, demonstra que o meio social, no qual ocorre a maior falta de ética e demonstração de inveja é o que abriga a vaidade intelectual. Nada é pior, ao detentor desta vaidade, do que se sentir «ameaçado» pela opulência mental do seu opositor.

Historicamente, Caim matou Abel por ciúmes. Por ostentação, mesmo possuindo diversas mulheres, Davi cobiçou e cometeu adultério com Bate - Seba esposa de Urias, enviando-o para ser morto em combate na guerra. Assassínios. Cicutas. Fogueiras. Decapitações. Guerras se travaram. Sabe-se que, através do tempo e do espaço, o mundo vive mais em guerra do que em paz e, praticamente, todas, decorrentes dos delírios insinuados pela vaidade humana. Triste, mas verdadeiro.

A vaidade pelo saber ignora e despreza, oprime e humilha o diferente, hoje traduzido como minoria. É a mais desprezível das vaidades. Eleva o ser humano às grandes alturas da sua (in)competência, mas, inexorável, lança-o à espurca prisão de onde veio: seu próprio interior. O vaidoso desta estirpe sucumbe frente ao primeiro golpe fatal. Padece de inveja, o mais conhecido vício da Humanidade. Não lhe existe salvação, nem mesmo o direito a um último apelo: apenas, apodrece e morre. Envenena-se, inevitavelmente, à própria picada.

Sobre o tema, Mário Quintana alerta, de forma assustosa: «A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta.» Por tal razão, é prudente resguardar-se quanto aqueles que se anunciam humildes, passivos e omissos, para viverem melhor; e, da mesma forma, quanto aos que permanecem «sobre o muro», para amealhar discípulos frágeis, com a intenção de manipulá-los a seu favor. Não sem razão, Machado de Assis anunciava a vaidade como o princípio da corrupção. Nas palavras de Francis Bacon: «Os vaidosos são os joguetes desprezados dos homens sábios e discretos, o objeto de admiração dos tolos, os ídolos dos parasitas e os escravos de sua própria vaidade.»

Para evitar o exercício do poder arbitrário através de líderes doentios, quando se convive num grupo humano, a mudança de paradigmas exige explicação consistente. O estabelecimento de regras pré-determinadas, que estabeleçam, com base no consenso, o âmbito da liberdade de cada ser atuante, também contribui, em muito, para o bem estar do homem na sociedade. Caso contrário, corre-se o risco de uma convulsão social. Neste estágio, perde o grupo e perde a sociedade, como um todo, porque poderia usufruir do bem em desenvolvimento. A individualidade é coisa do passado... e muito distante mesmo!!!

No mundo contemporâneo, urge o diálogo. Nada deve ser imposto sem explicação. Neste sentido, a Arte da Argumentação fascina! Existem estudos científicos e literários a respeito. E é preciso estudar muito, para depois colocar em prática o que se aprendeu. Não obstante, o mais difícil parece ser a mudança de posicionamento, quando se percebe o erro! Pedir desculpas não dói, não mata! Mas, aos que ostentam a vaidade intelectual, é sofrimento pior do que ser vitimado por um cancro.

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