domingo, 27 de fevereiro de 2011

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A crise financeira nos países ricos e os países pobres a sofrerem

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A crise financeira nos países ricos e os países pobres a sofrerem

No número anterior afirmei, de maneira clara penso eu, que não quero mesmo ter nada a ver com os politiqueiros actuais, passados e futuros que eventualmente tenham pontuado ou venham a pontuar presença nos horizontes da nossa infelicidade. Para mim, e não sou o único, esse pessoal não conta na estatística enorme que todos os dias é feita pela movimentação dos povos.

Temos infelizmente atravessado algumas desgraças, bastantes bem grandes e que normalmente e por um pouco de comodidade nalguns casos, afirmamos serem ou terem sido culpa das «autoridades competentes»: estranho paradoxo este...clamamos pelas «autoridades competentes» considerando-as desde logo incompetentes.

Pois bem, quando do rebentamento da crise financeira, alegadamente resultado de uma «bolha» inflacionista relacionada com o crédito à habitação, nomeadamente nos EUA, o motor da crise, o maior motor, esteve naqueles, ricos e pobres, que movidos pela ganância do dinheiro mais fácil, entraram nessa doida espiral de compra e venda de valores sem substrato suficiente.

No caso português, e não só - como tenho dito não quero meter-me nem levemente que seja em assuntos que sejam de responsabilidade de outros povos vivendo noutros países mesmo que eles falem a mesma língua que nós. Assim, no caso português, soube-se a muito mais haveria a saber se o interesse tivesse despontado, que uma parte (relativamente pequena mas importante) de dinheiros públicos - quer dizer aqueles que teoricamente servem para redistribuição e resultam de impostos ou contribuições - estavam «aplicados» em instituições que jogavam nessa chamada bolha financeira: há casos comprovados e conhecidos nomeadamente num banco que faliu e que se chamava de «privado» ... como se o não fossem todos...

Nos EUA (e destes tenho mesmo de falar) existe um género de leilão periódico de títulos cuja única «regra» de regulação é a lei da oferta e da procura: ou seja, a emissão é de 100,00 Euros (exemplo) e se a procura for puxando esses mesmos 100 Euros podem chegar até ao tecto do mundo...isto, tratando-se de um país chamado de evoluído, guarnecido das maiores agências de cotação internacionais, gozando do prestígio que alguém oportunamente lhes outorgou é pelo menos caricato.

Mais caricato se torna se entendermos que uma parte grande dos «dinheiros» aplicados nesses sistemas eram pertença emitida, comprada e vendida sobretudo de e por municípios estado-unidenses. A devolução dos títulos junto dos emissores era admitida, é um facto, mas pelos valores de emissão amputados de uma multa ou dedução que os podiam tornar em muitos casos como «trash», quer dizer, valor de lixo.

Só como exemplo e para não alongar muito esta estranha loucura, se o valor de emissão era 100 e se nesse mesmo mercado chegava aos 500, quem não encontrasse colocação para eles podia devolvê-los por 100 menos 30 ou 40 conforme, ou seja, por 70 / 60. Quer dizer, simplesmente, que quem tivesse feito percorrer comprando esses valores até aos 500 podia ver-se na eminência de perder 430/440.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

COLUNA do Prof. Menegatti - I Parte: Quais os tipos de vendedores que encontramos numa empresa?

COLUNA do Prof. Menegatti - I Parte: Quais os tipos de vendedores que encontramos numa empresa?

Não existem negócios, empreendimentos, empresas de sucesso, existem sim PESSOAS que fazem dos seus negócios um sucesso.
Segundo Hopkins, existem alguns tipos de vendedores que impedem e outros que sempre alcançam seus objetivos. Veja esses exemplos:

Analítico:
esse tipo de vendedor gosta mais de analisar e manter em dia suas estatísticas de vendas do que vender. Ele tem mapas, gráficos, objetivos a serem atingidos. Geralmente, é muito organizado e atualizado em relação aos programas de incentivo. Orgulha-se de todo seu trabalho de análise e ficará feliz de mostrá-lo a você. Tenha cuidado, entretanto, em não se deixar envolver em análises de suas vendas durante as horas em que estiver realmente vendendo. A análise profunda de nossa atividade é excelente, mas consome muito tempo. A menos que esse vendedor seja um dos vendedores de primeira linha na empresa, deixe-o saber que você aprecia suas qualidades, mas dedique suas melhores horas do dia às pessoas a quem pode realmente vender seus produtos ou serviços.

Sossegado:
pode ser encontrado na maioria das empresas. E uma pessoa ótima, mas não luta para atingir níveis de excelência. Vende o suficiente para não perder o emprego. Se fizer uma grande venda este mês, pode apostar que vai vender menos no mês seguinte. Em vez de se dedicar a vender mais, passa boa parte de seu tempo em cinemas, lendo, levando seu carro para consertar ou fazendo qualquer outra coisa não produtiva. Se seu objetivo é ser um vendedor de primeiro nível dentro da empresa, não estreite sua amizade com o sossegado. A coisa que ele mais quer ter é uma companhia para passar o tempo, qualquer outra pessoa que não fosse seu cliente.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Prenúncio da Primavera; Ilusão; O abelharuco

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Prenúncio da Primavera; Ilusão; O abelharuco

Prenúncio da Primavera

Penso espreitar-te daqui,
De mim ‘stás muito afastada,
Mas há pouco fui aí
E fiquei maravilhada.

Linda magnólia rosada,
Cada rebento, uma flor!
Cada pétala pintada
Pela mão do Criador!

A meio de Fevereiro
Primavera prenuncias,
E és sempre a que primeiro
Vens colorir os meus dias.

Apesar do teu recato
Bem junta à maternidade,
Atrais a vista e o olfacto
E encantas com amizade.

ILUSAO

Cai a noite no Estoril,
Recende ainda o jardim.
Uma doce sensação
Existe dentro de mim.

Dois lindos astros suspensos
Brilham num azul sem par.
A Lua está no crescente
E Vénus a acompanhar.

A estrela vespertina
Em tão bela conjunção!
Dispôs-se melhor no céu
A dar-nos esta ilusão.

O Abelharuco

Ave linda, colorida,
A encantar os artistas,
Não sabemos se tens alma...
Mas a todos nós conquistas.

Beleza da Criação
Com as cores do arco-íris,
Guardámos a tua imagem
'Inda antes de partires.

Migratória, nossa irmã,
A nós também te assemelhas,
Só não podemos voar
Nem perseguir as abelhas.


Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Página de Michael Ginobili - Em colaboração com : Michael Ginobili  e Autocinetrip - «Horror em Amityville» vai ganhar refilmagem... de novo! - «Tropa

Página de Michael Ginobili - Em colaboração com : Michael Ginobili e Autocinetrip - «Horror em Amityville» vai ganhar refilmagem... de novo! - «Tropa de Elite 3» vem aí

«Horror em Amityville» vai ganhar refilmagem... de novo!

A moda do momento são remakes. Mesmo que o filme tenha ganhado um a pouco tempo.

Aproveitando o sucesso de «Atividade Paranormal» e o provável sucesso da seqüência, a Weinstein Company e a Dimension Films vão refilmar o terror «The Amityville Horror», que já havia ganho em 2005 a refilmagem «Horror em Amityville», dirigida por Andrew Douglas.

Atualmente, os estúdios procuram um diretor para o novo remake.

A refilmagem deve utilizar a mesma técnica de «Bruxa de Blair» e «Atividade Paranormal», onde fitas serão encontradas na residência mal-assombrada.

«Tropa de Elite 3» vem aí

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, os investidores já estão se reunindo para definir a realização de «Tropa de Elite 3».

Entre os acionistas do filme estão Benjamin Steinbruch, da CSN, Flávio Rocha, da Riachuelo, João Cox, ex-presidente da Claro, e Cecília Sicupira, filha de Beto Sicupira, acionista da AmBev.

A idéia ainda precisa ser aprovada pelo diretor do longa, José Padilha.

Com mais de 1,14 milhão de espectadores e faturamento de R$ 12,2 milhões em seu segundo fim de semana, «Tropa de Elite 2» já se posiciona como a produção nacional mais vista do ano e a sexta bilheteria de 2010.

Ao todo, são quatro milhões de ingressos vendidos e R$ 40 milhões de renda.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Página de Michael Ginobili - Em colaboração com : Autocinetrip - A Suprema Felicidade - Dois Irmãos

Página de Michael Ginobili - Em colaboração com : Autocinetrip - A Suprema Felicidade - Dois Irmãos

A Suprema Felicidade

Depois de mais de vinte anos afastado do ofício, Anarldo Jabor volta a dirigir um longa-metragem. O estilo que pôde ser visto em filmes como Toda Nudez Será Castigada está presente em A Suprema Felicidade. Para uns pode ser anacrônico, para outros o filme ganhará ares vintage.

Se por um lado as assinaturas que Jabor estabeleceu no Cinema Novo está na tela, as décadas de ausência são percebidas no entusiasmo excessivo de um diretor estreante. Em seu filme-lembrança, Jabor parece querer dizer mais do que o roteiro suporta – exatamente como se vê quando um cineasta apresenta seu primeiro filme.

Com isso, o enredo perde o propósito e fica difícil até a simples tarefa de determinar qual personagem seguir: avô, pai ou neto. O filme parece um amontoado de cenas desconexas. Algumas são realmente boas, outras são infelizes, mas o conjunto não consegue transmitir sua mensagem. Em contrapartida, merece destaque a atuação de Marco Nanini , presenta na maioria das cenas positivas da fita.


Dois Irmãos

Nos últimos dois filmes que dirigiu, Daniel Burman provou que as relações familiares são um campo vasto, em que muitos enredos cheios de coração podem ser explorados. Em As Leis de Família, o amor de um novo pai e a fofura de um menininho conquistaram a simpatia do público. Depois, em Ninho Vazio o cineasta abriu espaço para refletir o que resta a um casal depois que o trabalho de preparar a prole para a vida está concluído.

Depois de provar ser especialista no assunto, Daniel Burman discute o amor fraterno em Dois Imãos (Dos hermanos). No enredo, percebe-se que Marcos é o irmão bonzinho, que cuidou da mãe no leito de morte. Por outro lado, Susana tem atitudes mais egoístas e toma decisões importantes sem consultar seu irmão. Para esses papéis os atores mostram um trabalho elogiável.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Poesia de Alexandre O'Neill - Sei os teus seios ; Um adeus português

Poesia de Alexandre O'Neill - Sei os teus seios ; Um adeus português


Sei os teus seios


Sei os teus seios.
Sei-os de cor.
Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já,
Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus
(Banal imagem) a colinas!
Com donaire avançam os teus seios,
O minha embarcação!
Porque não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p'la manhã?
Quantas vezes

Um adeus português

Nos teus olhos altamente perigosos
vigora agora o mais rigoroso amor
a luz de ombros puros e a sombra
de uma angústia já purificada

Não tu não podias ficar presa comigo
à roda em que apodreço
apodrecemos
a esta pata ensanguentada que vacila
quase medita
E avança mugindo pelo túnel
de uma velha dor

Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia a dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Coluna de Manuel Fragata de Morais - KASAKAS & CARDEAIS - DE : JACQUES ARLINDO DOS SANTOS

Coluna de Manuel Fragata de Morais - KASAKAS & CARDEAIS - DE : JACQUES ARLINDO DOS SANTOS

Nasceu em Dala–Uso, Libolo, Calulo-lobolo, em 6 de Janeiro de 1943. Profissional de Seguros, é membro da União dos Escritores Angolanos, sendo autor de Casseca: Cenas da Vida em Calulo, Chove na Grande Kitanda, entre outros, e Kasakas e Cardeiais, de onde foi retirada o excerto aqui constante. Preside, ainda, o Conselho Directivo da Associação Cultural e Recretaiva Chá de Caxinde.

KASAKAS & CARDEAIS (EXCERTO)

Esta é estoria da vida frustrada de Tyl, o passarinho que nasceu para ficar de bico fechado. O seu narrador, pássaro sabido e de muito canto, garante-nos que ela é verdadeira.

Não deixa de convencer pelo modo como a põe contada, parece fiel o relato que faz dos modos de ser, das práticas, das andanças e dos envolvimentos de muitos voadores, do seu e de outros bandos. É pois, a partir desse pio de passarinho, que os leitores ficarão a saber que...

Bansaka é a terra de Tyl, um país que existe entre o céu e a terra. Diz-se que os que aqui nascem e ganham fama, podem alcançar o céu, mesmo que se saiba que nunca pássaro algum, desta região ou de qualquer outra, atingiu em vida, nem sequer as estrelas.

Apesar disso, são muitos os que procuram a fama. No chão, mesmo o das montanhas que se situa bem mais perto, vão poisando as patas apenas quando calha. Quando o fazem, mesmo saltitantes, seus passos são cuidadosos e seguros. Provam que nesse aspecto, como em muitos outros, estão bem acima dos homens.

Bansaka nasceu numa manhã de mês de chuva dum ano, que ficou muito para trás nas funduras do esquecimento, muito tempo se tivermos em conta a curta vida de um passarinho. Mesmo assim, Tyl lembra-se com uma saudade que não tem tamanho, daquela manhã diferente das muitas outras, que no correr das estações vira nascer e virar dia. O céu, contrariamente, encheu-se de brilhos muito cedo, e luziu tão intensamente, que o sol se mostrou com reflexos de um incrível azul prateado.

Tyl não conseguiu nunca entender porque mantinha viva essa evocação saudosa uma vez que, na época do acontecido, ele próprio ainda não tinha nascido! Porém, lembrava-se, isso é inquestionável. E o lembrar isso não era privilégio de todo e qualquer natural de Bansaka. Só os eleitos conseguem, como ele conseguia, ter bem presente o antigamente. Esse dom era uma dádiva dos seus antepassados.

Quase sem se dar conta, Tyl mostrava vaidade que não era própria de pássaro, daquela que se julga só ao alcance das pessoas, quando lembrava que o pensamento da data maravilhosa fora-lhe transmitido assim fielmente, por ser pássaro de eleição.

Não se apercebia do modo como exultava ao constatar que só esses eleitos como ele, conseguiam ganhar a real consciência dos factos passados. Por isso, sabia com a maior propriedade, que jamais voltaria a nascer um dia igual àquele em que sol pareceu sorridente de tanta luz. Todos esses sinais, aliados ao seu próprio nome, foram mostrando a Tyl que o país esperava por si. Mais cedo ou mais tarde seria cardeal (ave colorida de encarnado e preto, fazendo lembrar o traje dos cardeais. Nota do coordenador).

Cristalizava-se assim essa ideia na sua cabeça e as imagens ficavam-lhe retidas nos miolos, vendo sempre que queria, os acontecimentos dessa terna manhã. Eram cenas que mostravam não só o sol, mas também ameaçadoras nuvens, escuras e revoltadas, a viajar com pressa incansável e costumeira, rebocando chuva e muito vento, dificultando o voo de ágeis e velozes aves de sangue quente. Reconhecia nelas os mais - velhos kasakas, de várias gerações. Também via com regularidade, a surgir no lugar das nuvens negras, tão rápidas quanto elas, outras bem mais caras e bonançosas, portanto notícias anunciadoras de que, a partir daí, o sol passaria a brilhar para todos.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Bairro Português de Santa Cruz em Banguecoque - Paula Cruz do Sião - Por José Martins

Bairro Português de Santa Cruz em Banguecoque - Paula Cruz do Sião - Por José Martins
Banguecoque : Bangkuntien : Tailândia

Os avós de Paula Cruz, nasceram, no «Ban Portuguete» (Aldeia dos Portugueses), em Aiutaá. Seus pais e ela viram a luz do dia no portuguesíssimo, Bairro de Santa Cruz, em Thomburi; do lado oposto de Banguecoque e junto à margem esquerda do grande rio Chao Praiá.
PAULA CRUZ (Uma ilustre luso - tailandesa no Reino do Sião)

A antiga capital do Reino do Sião, dos templos, budistas, forrados a folha de ouro, numa noite, no princípio do mês de Abril, do ano de 1767, foi incendiada e pilhada pelas tropas invasoras do Reino do Pegú.

Junto à margem do rio Chao Prya (Chao Praiá), havia cerca de 250 anos uma comunidade luso - tailandesa tinha sido formada, num terreno de 2 quilómetros de comprimento e de trezentos metros de largura.

Em absoluta paz, serena, mais de duas mil almas, de mistura de sangue português e siamês foram assistidas, espiritualmente, pelos missionários do Padroado Português do Oriente, em três paróquias: S. Francisco (dos Franciscanos) S. Domingos (dos Dominicanos) e a de S. Paulo (dos Jesuítas).

Naquela terrível noite de Abril, entre gritos de dor os residentes siameses fogem apavorados, entre os arrozais e florestas, em várias direcções, para assim, se livrarem da soldadesca peguana.

São vagas as informações em cima do número de pessoas que integravam a comunidade luso - tailandesas no «Ban Portuguete» mas pela existência, e dimensão da área, de três igreja, seriam mais de duas mil almas.

Segundo relatos, ainda hoje, de residentes, católicos, tailandeses (que vivem e morrem no Ban Portuguete) de geração - em - geração ficou, na memória, o facto de que a comunidade luso - tailandesa e a chinesa foram as últimas a renderem-se ao exército do Pegú.

E para que tal tivesse acontecido uma meia dúzia de soldados, birmaneses, entraram no «Ban Portuguete» hasteando uma bandeira branca, para negociarem a rendição e, com eles a mensagem do comandante de que nada de mal seria feito aos residentes.


Comunidades do ocidente, além da portuguesa, chinesa, japonesa e malaia eram diminutas. Havia uma, pouco numerosa, de origem holandesa cuja dimensão da área (actualmente em escavações) a descoberto, seriam de pouco mais de umas cinquenta pessoas que se empregavam nos armazéns da Companhia das Indias Orientais, na administração e na carga e descarga da mercancia chegada da Batávia (Indonésia) ou a comprada no Reino do Sião, principalmente a prata do Japão e vendida pela comunidade japonesa para despachar e mercanciar nos portos da Europa.

Outro reduzido número de europeus, residentes, eram mercadores e com as suas residências e armazéns na orla dos rios: Chao Praiá, Pasak e Lopburi é de prever que tenham fugido, em embarcações, para Banguecoque, na altura do pandemónio e do clamor das gentes que viam membros de suas famílias a serem assassinadas e os haveres extinguidos pelo fogo ou roubados, no meio daquela orgia incendiária.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

O DIARIO DE MINHA CIDADE - Diário do SUL – 42 anos de Informação - Publicado por António Cambeta em MACAU BANGKOK O MAR DO POETA

O DIARIO DE MINHA CIDADE - Diário do SUL – 42 anos de Informação - Publicado por António Cambeta em MACAU BANGKOK O MAR DO POETA

O futuro dos diários Regionais neste País em que vivemos apresenta-se cheio de dúvidas e dificuldades.

O futuro dos sete jornais que se editam no Alentejo é preocupante.

Não bastam as evasivas e desculpadoras da concorrência da NET e das televisões porque não é aí o mal maior.

Vem de longe os alertas que damos aos Governos para que atentem e definam se vale a pena o País ter Jornais Regionais ou se Lisboa lhes basta como meios informativos. Só que os Governos nunca o dizem porque precisam da propaganda gratuita das viagens ministeriais e das fotos de 1.ª página, e reportagens borlistas a tudo que acontece no Alentejo ou nas Beiras.

Defina-se a situação de uma vez por todas e desafio os meus colegas de ofício para que decidam na circunstância o caminho a seguir face ao Poder Central.

Um jornal feito em papel tem elevados custos. Paga impostos e cria empregos.

Vive exclusivamente das vendas desse papel e da publicidade. O Estado retirou aos regionais a sua publicidade e concentrou-a em Lisboa.

Já foram movidas “montanhas” para que o Governo cumpra as Leis de 2001 e 2006. Misteriosamente, por razões que só eles sabem não a cumpre. Tapa a desobediência à Lei; asfixia os jornais Regionais e não mostra transparência. Julga-se que em 5 anos o Estado gastou 200 milhões de euros em anúncios. Onde? Eles sabem. Quem os distribuiu? Eles sabem.

Tudo isso já foi levado a todo o Governo. Só falta já a Procuradoria Geral da República. Isto tem que ser dito para que o leitor saiba das razões porque não pode ter bons jornais regionais.

Como íamos dizendo um jornal regional tem o enorme encargo da distribuição porta a porta. O Estado até ao ano 2001 compensava as notícias “borlistas” pagando a distribuição. Hoje dá 40%. Reduziu 60%.

Só que o Estado reclama a querer mais leitura para mostrar na União Europeia. Mas em lugar de fazer esse incitamento através das Escolas retirou-lhes a verba com que pagava as assinaturas. Quer fazer Cultura à custa dos jornais.

Esta é a situação da Imprensa Regional face aos Governos.

O Estado quer se ver livre dos jornais e Lisboa chega-lhes.

Os jornais Regionais contam apenas com os leitores e a publicidade empresarial. Só que a crise atormenta as empresas que eram o suporte desses jornais. Muitas já fecharam e outras têm crises de tesouraria. Deduzem, logicamente, as compras de espaços.

Qual é então o futuro dos jornais no Alentejo, como exemplo do que acontece no resto do País?Para não reduzirem o quadro de trabalhadores têm que publicar menos páginas; menos reportagens; menos divulgação de acontecimentos locais e regionais. Fazem-se assim, jornais mais pobres

Lamentavelmente é esta a situação em Portugal, bem diferente da Europa e como exemplo na França, o «L’Oueste de França» jornal Regional já tira por dia quase 800 mil jornais! Começou em 10 mil e na sede em Rennes já tem 5 edições diárias.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Um Conto - Por Emerson Wiskow - Milonovisk

Um Conto - Por Emerson Wiskow - Milonovisk


No pátio, Milonovisk olhou em volta, a cabeça girou lentamente desenhando um meio círculo. Apenas muros. Viu apenas muros. Frios, altos, indestrutíveis, pareciam eternos. Estava congelado, o corpo todo, os pés... «Ah, como estão gelados os meus pés», pensou Milonovisk.
As mãos mal moviam-se. Milonovisk acocorou-se lentamente, não porquê quisesse, mas porque era apenas assim que ele conseguia mover-se. Lentamente. Ele gemeu ao abaixar-se, os ossos estalaram como se algo tivesse quebrado dentro do seu corpo.

Olhou para o céu com um ar vago e infinito. O céu pareceu-lhe uma pintura sombria, com pinceladas bruscas. Era uma massa gigante carregada de tintas. A neve novamente começou a cair, ele sentiu os primeiros flocos tocaram-lhe o rosto duro. Milonovisk olhou para baixo, para o chão, e cravou os dedos na neve como se fossem um arado. Ou seria uma garra? Passou uma, duas, três vezes, sempre com força.

Olhou novamente para os muros pálidos, pareceram gigantes e intransponiveis. Lá fora tudo parecia vasto, interminável e eterno. Encolheu-se ainda mais, estava gelado. A quanto tempo ele via aquele cenário imutável? Aqueles muros gelados, aquelas paredes que iam em direção ao céu. Aquele céu monstruoso e feio, que davam-lhe a sensação de estar dentro de uma gigantesca câmara de gelo. Tinham-se passados muitos anos.

Sentiu vontade de fumar, uma vontade gigantesca, tudo ali parecia gigantesco. Naquele momento só desejava fumar um cigarro, uma bagana que fosse. A vontade devorava-o por dentro, arrancava pedaços, comia-lhe as entranhas. Em um gesto desesperado Milonovisk levantou-se, os ossos estalaram e ele enfiou as mão entre os bolsos numa procura inútil de encontrar um cigarro, um resto de fumo.

Milonovisk sabia que não encontraria, que seus bolsos estavam vazios. A neve continuava a cair sobre ele, agora com mais intensidade e indiferença. Caía sobre o pátio gélido, sobre o longo muro que o cercava, sobre sua cabeça congelada.
De súbito a sirene tocou. Um grito longo, estridente e eterno. Milonovisk continuou a vasculhar os bolsos a procura de um cigarro, mesmo sabendo que nada encontraria ali. Como se aquilo satisfazesse sua vontade de dar uma tragada.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

CORONEL FABRICIANO - 028 - A negra. O loiro - BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 028 - A negra. O loiro - BENEDITO FRANCO

Dia 31 de julho.
Saí de Belo Horizonte bem cedo, indo para Ponte Nova, MG, onde visitaria duas usinas de açúcar.
Nas moendas das usinas de açúcar há formação de colônias de bactérias que, pela aparência, leva o nome de canjica. No momento em que a cana é cortada, as bactérias, há normalmente na cana, começam a crescer em números extraordinários. A cana deve ser moída assim que cortada - procura-se moê-la antes de vinte e quatro horas após o corte. Para acabar com a canjica, adiciona-se um antibiótico industrial: o biocida.

Na fabricação de álcool, o caldo de cana é colocado em tanques imensos, chamados de dornas, onde fermenta, produzindo muita espuma - e para controlar a espuma usa-se o antiespumante. Dois produtos que a firma, onde eu trabalhava, vendia e eu orientava os clientes como usá-los.

Passando por Ouro Preto e Mariana, e de quando em quando parando para visitar igrejas barrocas, maravilhosas, e às vezes conversar com o Zizi Sapateiro, um pintor de fama internacional - vários quadros no prédio da ONU, no Palácio da Alvorada - adquiri alguns. Visitando Mariana, chegue à casa do Zizi, numa ruazinha ao lado da Catedral - adorará falar com o velhinho simpático e palrador. NB: Zizi faleceu há algum tempo.

Pouco antes de Ponte Nova, no alto da serra, quando começaria a descer, apareceu uma senhora negra, dessas bem pretas, magérrima, um rosto de sulcos profundos, quase sem expressão, indicando fome e sofrimento, olhos cor de chapa de estanho, como diria o Machado de Assis. Carregava um neném esquelético no colo. Interessante como os traços firmes nos entram tão rápidos na memória, instantaneamente os vi e os guardei - não nos escapam jamais.

A senhora deu-me sinal, pedindo uma carona - parecia mais um pedido de socorro. Imediatamente, a estrada em declive acentuado, meti o pé no freio, quando, de repente, aparece por trás uma carreta, em alta velocidade; tentei jogar o carro para o acostamento. Percebi que não daria tempo. Apertei o acelerador até o fundo e a carreta freou, ouvi o barulho, e, apesar de chegar praticamente a meio metro do pára-choque de meu carro, conseguimos, ele e eu, nos safar. Que sufoco!

A Dona e o menino, os dois de branco, ficaram para trás... mas fixaram-se no meu consciente e no meu inconsciente também.

Trabalhei todo o dia - dia tranqüilo, com bons resultados da labuta, mas a senhora com o menino não me saía da cabeça - a carreta, da mesma forma.

A tarde, antes de escurecer, resolvi voltar.

Saindo de Ponte Nova, um quilômetro de asfalto percorrido, um jovem loiro de boa aparência, bermuda e camiseta coloridas, mochila nas costas, deu-me sinal.

Lembrei-me da negra e o menino. Parei - quem sabe me indulgenciaria.

- Você vai me dar carona mesmo?

- Sim!... se parei...

Ressabiado, percebi, entrou devagar, colocou a mochila entre as pernas, acomodando-se.

- Você está indo para?...

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - CHUVA DE MEL; CONSELHO ( A Meu Filho); Desagregação

Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - CHUVA DE MEL; CONSELHO ( A Meu Filho); Desagregação

CHUVA DE MEL

Ó céu, faz chover
Sobre o nosso amor!
Abre essas nuvens!
Faz chover chuva de mel!

Há tanto tempo que espero
Por um beijo molhado,
Cheio de amor!

Que a chuva nos molhe
A roupa, a alma e tudo,
Nos refresque o coração,
E o nosso amor.

Cheia de luz, a lua,
Há-de falar de mansinho,
E falaremos com ela,
Ao pé do sol,
Que vem beijar-nos depois
E selar o nosso amor.


CONSELHO ( A Meu Filho)

Enaltece tuas qualidades
e corrige teus defeitos.
Sorri para todos
e sorri para ti próprio.
Caminha com cuidado,
e repara onde pões os pés.


Desagregação

Poisou os olhos
Na brancura de cal
De páginas imensas.
Já se não recordava
Onde arrecadara a caneta,
E sua inteligência
Enlouquecera.
Pesava-lhe a mensagem de despedida,
A ausência de estrada,
E o tempo que passava.
Esquecera as palavras
Que quisera dizer
E, tudo se tornara impossível.
Fazer-se entender,

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Um conto de Ilona Bastos - VOANDO COM O VENTO

Um conto de Ilona Bastos - VOANDO COM O VENTO

VOANDO COM O VENTO

Era uma vez uma pequena pastora chamada Rosa Branca, que vivia com os pais no sopé de uma montanha. De criança, haviam-na incumbido de subir ao monte todos os dias, para guardar o rebanho. E a pequenita, envolta na sua capa de lã, trepava com esforço, encosta acima, até pastagens verdes e tenras.

Ora acontece que certo dia, achando-se Rosa Branca no topo da montanha, entretida a atirar pedras ao longe, para o cão as abocanhar e trazer de volta, ouviu um som sibilante.

Olhou em redor, para baixo e para cima, e acabou por compreender que nada de visível ou tocável emitira tal ruído, pelo que o mesmo se apresentava como que originado do ar. Era o ar que falava, ou melhor, o ar em movimento: o vento.


O vento que, no céu muito azul, impelia as nuvens, pujantes e luminosas, a grande velocidade, qual cajado de pastor guiando o seu rebanho para o norte. O vento que, ao ouvido de Rosa Branca, murmurava, sussurrava, brincando-lhe com os braços e as pernas, puxando-lhe o cabelo, roçando-lhe a cara.

A menina sorriu de prazer. E logo, numa troca de sons e aragens, o vento criou uma relação amigável com a pequena pastora, ao ponto de nesse fim de tarde, de regresso a casa, montanha abaixo, sentir a garota que o vento a acompanhava e amparava na descida.

No dia seguinte, também para a subida - esta mais difícil - o vento deu o seu contributo, empurrando energicamente Rosa Branca, de tal forma que lhe bastou dar amplas passadas pelo ar, que do resto a aragem se encarregou. E em três tempos chegou às pastagens do alto.

Como se entendiam, que ideias ou correntes trocavam, não é sabido, apenas que desde então Rosa Branca deixou de se fazer transportar de carroça, carro ou camioneta, pois que voava com o vento: se queria subir, de imediato um impulso do ar a fazia ascender; se desejava descer, súbita rajada a empurrava em tal sentido - tudo por modos que as distâncias deixaram de existir e, como é costume dizer-se, do longe se fez perto.

O tempo foi passando, Rosa Branca cresceu e, dotada de tal atributo, cansou-se de permanecer na Aldeia. Disse então aos pais que desejava mudar-se para a Grande Cidade, o que estes aceitaram. Na verdade de nada lhes servia levantar oposição - pois pode alguém prender o vento? E à pequena pastora, de mochila às costas, bastou declarar suavemente:

- Para a cidade, vamos!

Ao primeiro passo, o vento empurrou-a, ao segundo passo, o vento dominou-a, e ao terceiro passo, lá ia a menina de cabelos no ar, os braços abertos, as pernas movendo-se em largas passadas pelos verdes campos fora.

Chegada à Grande Cidade, Rosa Branca buscou acomodações em casa de uma parente de há muito saída da Aldeia. A prima Margarida recebeu Rosa Branca com agrado, mas disse-lhe que era pobre, que por isso apenas poderia dar-lhe abrigo no seu lar, com cama e roupa lavada. Quanto ao sustento, devia Rosa Branca buscá-lo fora. Havia, por isso, necessidade de que a pequena pastora arranjasse emprego.

Afoita e resoluta, a moça disse que em nada a abalava tal ideia, pois que de muito criança se habituara a labutar. E saiu em busca de trabalho.

Quando descia a Grande Avenida - uma das principais da cidade -, suavemente impelida pela mesma brisa que afagava o mármore das frontarias, Rosa Branca avistou um letreiro, dependurado de uma vitrina, que pedia para aquela loja uma empregada.

Sem hesitar, a menina entrou, e meia dúzia de palavras trocadas já se encontrava cá fora, com um lenço a tapar-lhe os caracóis escuros, um balde com água e detergente numa mão, e uma esponja na outra. Seguia-a a dona do estabelecimento, segurando um pequeno escadote e fazendo-lhe recomendações para que não caísse.

Ora cair! Como se o vento desamparasse alguma vez a sua protegida!

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011




Poesia de Esteban Costa - Poemas remetidos por Rolando Revagliatti de www.revagliatti.com.ar na página jovem.

Poesia de Esteban Costa - Poemas remetidos por Rolando Revagliatti de www.revagliatti.com.ar na página jovem.

Una nueva Orden; Las disputas y los senderos infinitos

Desconfíen del rencor de los solitarios que dan la espalda al amor, a la ambición, a la sociedad. Se vengarán un día de haber renunciado a todo eso.
Edgar Allan Poe

Una nueva Orden
Tienes un conflicto realmente importante para resolver.
Tu verdadero hogar no está allí afuera.
La decadencia de aquel tenebroso mundo exterior
te espanta, te desalienta, te deprime, te desespera.
La realidad es que vives corporalmente inmerso
en ese mundo que tanto aborreces,
ese mundo al cual no perteneces.
Ese cuerpo necesita de alimentos y de bienes
para subsistir, y si tú permaneces
en tu verdadero hogar, en aquel hermoso
mundo real pero abstracto; real para ti
pero abstracto para todos, es posible
que tu ruina material venga pronto.
Debes viajar décadas para situarte
en el mundo en que todos viven.
Debes cortar tus alas
para caer en picada sobre el más real asfalto.
Te preguntarán de dónde vienes, quién eres,


Las disputas y los senderos infinitos

Presiona bien tu pluma si algo has de decir.
Agudiza tu ingenio para ser breve y conciso.
Mírate al espejo; has crecido.
Continúas fumando y continúas siendo un solitario.
Eres joven y estás desvelado.
Te desconoces, juegas, intentas descubrir algo.
Tu vida transcurre en tu pensar.
Tus palabras afloran y surgen de una voz desconocida,
y sin embargo esa voz es la que comanda tu cuerpo
y dirige tus acciones.
Ahora, deja de mirarte al espejo. Voltéalo, dalo vuelta.
Concéntrate en tu esencia aunque ignores sus dimensiones,
aunque esa esencia te resulte extraña, desconocida.
¿Qué te inspira esa esencia?
¿Qué me inspira mi esencia?
Silencio, ausencia de identidad, energía ingresando
por mi coronilla.
El silencio es lo eterno y tus extrañas percepciones
te enriquecen.
¡Dime algo, espíritu! ¡Exterioriza tu sentir!
Que tu introspección sea fructífera, que pases
de la extrañeza al conocimiento, del desconcierto
a la certeza, de la certeza a la luz y que en la luz permanezcas.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Poesia de Arlete Piedade - Catedral; Noite de chuva; Reféns da liberdade

Poesia de Arlete Piedade - Catedral; Noite de chuva; Reféns da liberdade

Catedral

O universo infindo é a catedral onde rezo.
No azul do céu está desenhado teu olhar,
na voz do vento, ouço Deus a quem peço
que desça um anjo em breve pra me levar.

A dor dolorosa dessa saudade me sufoca,
as promessas feitas, que deixei por cumprir.
Na negra noite, um espírito gentil me toca
e vejo esse rosto amado em sonhos a sorrir!


Noite de chuva

Bate a chuva forte, na vidraça quebrada
do velho casarão na curva do caminho,
na negra e tenebrosa noite de trovoada,
que amedronta o pobre homem sozinho.

Enregelado encolhe-se debaixo do cobertor
esburacado, na cama sem a companheira,
falecida há tanto tempo, que com a velha dor
se acostumou, como uma eterna bebedeira.

Reféns da liberdade

Que os povos possam viver, dignamente!
Lutar por viver com os bens essenciais!
Pão na mesa e um futuro onde somente,
a aptidão, garanta o respeito entre iguais!

Nossos pais, levaram-nos p'ra a cidade,
aspirando dar-nos, vidas melhoradas!
Somos todos reféns p'la liberdade!
Queremos comida e não temos NADA!

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

As vizinhas - Conto por Arlete Piedade

As vizinhas - Conto por Arlete Piedade

Era nos arredores do aeroporto de Luanda que a casa alugada do casal de enfermeiros, se situava, numa rua sossegada, em que a única casa vizinha se situava a cerca de 200 metros, separada por uma extensão de terreno baldio, sem nada que impedisse a vista, a não ser aquelas centenas de metros.


Os enfermeiros tinham-se conhecido em Lisboa, no hospital onde ele já trabalhava e ela fora colocada, concluído que fora o curso de enfermagem, há cerca de 10 anos antes. Daí ao namoro e ao consequente casamento fora um percurso normal e habitual naquele tempo, em meados da década de cinquenta do século passado.

Para trás tinham ficado as terras de origem de cada um, no interior centro do país e a infância e juventude passadas naqueles tempos de dificuldades que nós hoje dificilmente conseguimos imaginar.
Eles tinham crescido no tempo da guerra e sabiam dar o valor ás dificuldades que os pais tinham passado para criar uma casa cheia de filhos, onde muitas vezes a imaginação e algumas ervas do quintal, eram os únicos ingredientes disponíveis para o jantar.

Assim quando o enfermeiro recebeu uma proposta para ir trabalhar para Angola, contratado pelo governo, e sem previsões de quando poderia regressar a Portugal, a hipótese mais viável foi apressar o casamento e propor levar consigo a esposa, também enfermeira. Assim, foram os dois com contrato para África, sem saberem as dificuldades que os esperavam, mas confiantes nos seus conhecimentos, na sua juventude e no amor que os unia.

Depois de nove anos de trabalho em diversas cidades de Angola sem descanso, e já com dois filhos pequenos, surgiu a oportunidade de virem passar as primeiras férias que tinham vindo a acumular, com a família a Portugal. Durante nove meses reviram amigos, mataram saudades, deram a conhecer os filhos á família, até que receberam uma carta de um médico amigo propondo um novo trabalho em Luanda.

Regressados a Africa, alugaram aquela casa de rés do chão, numa rua quase deserta perto do aeroporto e do novo local de trabalho do enfermeiro, e continuaram a sua vida rotineira, nos três anos seguintes.

Ao longe viam os movimentos dos vizinhos, na casa de primeiro andar encimada por um largo terraço, onde a dona da casa estendia roupa para secar. As vezes havia visitas na casa dos vizinhos e todos no terraço confraternizavam alegremente, juntamente com as crianças, filhos dos casais. Os metros que os separavam impediam que se distinguisse claramente os rostos e os detalhes, mas as movimentações eram visíveis, assim como o eco das risadas e das conversas que chegavam nas asas do vento.

Durante os dias de semana, cada família saía de casa nos seus carros para se dirigir á cidade e para os seus locais de trabalho. Viam-se ao longe, eram vizinhos, mas não havia um motivo para estreitarem relações ou para um conhecimento mais próximo.
Um dia uma carta chegou de Lisboa. Era da mãe da enfermeira e entre outras, dava notícia que uma amiga de infância e de escola, de sua filha, também se encontrava a trabalhar e a viver em Africa. A enfermeira ficou muito contente, pois era uma mulher afectuosa e que estimava as suas amigas, em especial aquela de quem já nada sabia há cerca de 20 anos, desde que tinham crescido e cada uma seguido a sua vida.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

José Varzeano - Mantas de lã

José Varzeano - Mantas de lã

Irá ser pouco o que vamos dizer sobre o assunto pois os conhecimentos são reduzidos sobre a matéria.

Podemos dividir as mantas de lã em dois grandes grupos: as que se destinam ao trabalho e que aqui já referimos (mantas premedeiras) (N.R. - ver aqui) e as de agasalho ou «graves» que se destinam às camas, são as mais trabalhosas e valiosas.

Dentro destas divisões não existe uniformidade de padrões. No primeiro grupo, que era utilizado por maiorais e camponeses utilizavam três cores, as naturais da lã, ou seja branco, castanho-escuro e beije.

No segundo grupo, que é aquele que pretendemos referir, a variedade de decoração era maior com a utilização de figuras geométricas como quadradinhos, rectângulos compridos (fuzis), losangos e círculos, a que se juntavam «espigas».

Eram utilizadas as cores naturais da lã: branco, castanho escuro (preto) e beije, Muitas vezes tinham barras onde as cores eram mais variadas, como azul, verde e vermelho, estas em pequenas aplicações.

Apresentamos pormenores de três mantas. A primeira tem o branco por cor dominante, sendo decorada com duas barras onde predominam as espigas e os fuzis e com riqueza pela variedade e harmonia das cores.

Calculo-a como peça centenária e não conheço semelhante.

A outra, igualmente muito bonita, tem por base o azul que contrasta com o branco em desenhos geométricos igualmente harmoniosos.

Esta saiu do tear de D. Senhorinha Gonçalves e das suas mãos experientes e habilidosas. Adquirimo-la numa feira de artesanato e consideramo-la uma interessante peça.

A 3ª e última que apresentamos é de idade próxima da 1ª.

Aqui o fundo é beije, as barras bem coloridas como a primeira e o padrão geral de configuração próximo da 2ª.

Estas mantas são conhecidas por mantas alentejanas pois eram confeccionadas nomeadamente no Baixo - Alentejo mas esta arte estendia-se à Serra do Algarve e a todo o concelho de Alcoutim, ainda que na freguesia de Giões tivesse maior expressão.

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

Poesia de Adelina Velho da Palma - Fazer ou não eis a questão ;  Galáctica ; A Lei do Karma


Poesia de Adelina Velho da Palma - Fazer ou não eis a questão ; Galáctica ; A Lei do Karma

Fazer ou não eis a questão

O que há que fazer tem que ser feito
no tempo que nos é dado fazer,
se durante esse tempo não for feito
bem feito poderá nunca mais ser!

S’uma causa provoca um efeito
cujo fim é urgente conhecer
a solução é seguir a direito
assumindo o que tem que se fazer!


Galáctica

Estou simplesmente à espera de viver
saltando de planeta em planeta,
viajando na cauda de um cometa,
de estrelas e galáxias conhecer...

Parsecs de distância percorrer
tornando a Lei de Newton incorrecta,
da luz a velocidade em linha recta
do infra ao hiper espaço distorcer...


A Lei do Karma
Dedicado ao Prof António Pedro

Esperei do mundo a admiração,
afadiguei-me em busca de riqueza,
ambicionei saúde e beleza,
desejei ser amada com paixão...

Tudo demandei com sofreguidão,
destilando egoísmo e avareza,
só obtive cansaço e incerteza,
até ceder por fim à exaustão!...

Leia este tema completo a partir de 28/2/2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

COLUNA DE ABILIO LIMA - Agenda europeia e Noticiário da União Europeia.

COLUNA DE ABILIO LIMA - Agenda europeia e Noticiário da União Europeia.

Agenda europeia


Fevereiro-Junho: As Representações da Comissão Europeia em Portugal e Espanha lançam o fórum on-line «Portugal e Espanha, 25 anos na União Europeia». Os fóruns temáticos estarão on-line até dia 20 de Março. Serão organizadas duas sessões de chat com os moderadores, uma em Fevereiro e outra em Março, para cada um dos fóruns temáticos. Haverá três mesas-redondas, uma para cada fórum temático, que estão agendadas para 25 de Março (Lisboa), 28 de Março (Porto) e 4 de Abril (Yuste). As conclusões serão debatidas na conferência internacional que está prevista para dia 1 de Junho.

22 de Fevereiro: Sessão sobre a UE para um grupo de jovens juristas alemães que visitam a Representação da Comissão Europeia em Portugal.

23 de Fevereiro: Comissão adopta a revisão da «Lei das pequenas empresas» que constitui o quadro político europeu para as pequenas e médias empresas.

24 de Fevereiro: Intervenção da Representação numa sessão para estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

28 de Fevereiro: Intervenção da Representação numa sessão da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.

1 de Março: Sessão de informação, no Auditório do Alto dos Moinhos em Lisboa, sobre o programa europeu em matéria de ambiente «LIFE+».

2-4 de Março: O Comissário do Desenvolvimento, Andris Piebalgs, participa na conferência sobre as alterações climáticas, em Vanuatu, e assina um plano de acção para melhorar a cooperação Pacífico - UE nesta matéria.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011


COLUNA DE TOM COELHO - A chave da boa educação

COLUNA DE TOM COELHO - A chave da boa educação

«A boa educação é moeda de ouro: em toda parte tem valor.»
(Padre Antônio Vieira)

Não é tijolo que educa. Escolas podem ser reformadas e ampliadas, quadras poliesportivas construídas, computadores de última geração instalados, e ainda assim a qualidade de ensino continuar sofrível porque a chave para a boa educação está no professor.

Ser professor neste país já foi símbolo de status. Contudo, pesquisa realizada em 2009, pela Fundação Carlos Chagas, encomendada pela Fundação Victor Civita, apontou que apenas 2% dos universitários escolhem o magistério como primeira opção de carreira. Pior, os que o fazem estão entre os 30% de estudantes com pior desempenho escolar que usam a licenciatura e a pedagogia como mera porta de entrada para o nível superior, haja vista serem cursos pouco disputados.

Em contrapartida, na Finlândia, meca do ensino no mundo, para abraçar a carreira de docência o candidato deve estar entre os 20% melhores alunos. Em Cingapura, outra referência, apenas os 30% melhores são aceitos. A lição é simples: o caminho está em selecionar os professores com maior potencial, valorizá-los e extrair o máximo deles.

Neste debate, o salário sempre surge como um dogma. O detalhe é que estudos diversos, inclusive do exterior, desmistificam esta assertiva, comprovando a inexistência de uma correlação direta entre salários maiores e melhor qualidade de ensino. Mas é fato que a questão salarial exige que o profissional acumule vários empregos, tendo menos tempo para capacitação e preparação de aulas. E não se pode negligenciar que a remuneração é um forte atrativo. Afinal, um professor da rede pública, em São Paulo, atinge ganhos mensais da ordem de R$ 4.000,00, incluindo bônus por desempenho, após anos de exercício da profissão, o que representa apenas 15% da bagatela que juízes, e agora também parte do legislativo, recebe. É para fugir do magistério.

Contudo, o maior problema do corpo docente não é o salário, e sim o despreparo, a falta de vocação e interesse em lecionar, e o descrédito da categoria profissional. O Estado brasileiro fez uma opção míope pela quantidade em lugar da qualidade. Assim, valem as estatísticas de redução do analfabetismo, ainda que se formem analfabetos funcionais. Vale perseguir a meta de 30% de estudantes com nível superior, ainda que formados em universidades de fundo de quintal, que vendem diplomas a baciada, em suaves prestações mensais. Neste contexto, ensino vira negócio e, aluno, cliente.

Na Finlândia, o nível de mestrado é pré-requisito para lecionar, exceção feita à pré-escola. No Brasil, apenas 2% dos docentes no 8º ano do ensino fundamental são mestres. Na busca pela quantidade, não é possível formar adequadamente os profissionais mediante uma capacitação que transcenda o conhecimento técnico. Tal qual uma residência médica, o professor precisa de respaldo empírico em sua formação.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - O RESGATE!; RECOMEÇO...

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - O RESGATE!; RECOMEÇO...

O RESGATE!

Por ti condenei-me sem merecimento...
A dias e dias de longas esperas!
Calei a dor guardada aqui dentro,
matando todas minhas quimeras...

Por ti ceguei-me completamente...
Entreguei toda minha mocidade!
Bebi de tuas ausências em taças cheias
de solidão e saudade...

Por ti fiz troca injusta...
Da minha vida para viver a tua!
Deste-me a rua que assusta...
Num adeus em noite crua!

Por ti sequei todo pranto!
Tornei-me frio e sem calor...
Em minha alma sou desencanto,
a própria face do desamor!

Por ti morri!
Mil vezes a cada amanhecer...
Por mim? Renasci!
Coberto de bem-querer...


RECOMEÇO...

Deixo tudo arrumado:
Flores, vinhos e velas perfumadas!
De repente, eis que bate em minha porta
a solidão e mais nada!

E ela fica ali comigo,
a beber de meu vinho calada...
Dentro de mim relaxa , fere
e faz de minha alma a sua casa!

Beija meus lábios maldosa...
Com secura e avidez!
Do amor que não chegou,
da alegria que não se fez...

Sopra em meus olhos duas lágrimas,
que frias escorrem aos lábios meus...
Lembranças de um adeus refez,
daquele amor que não apareceu!

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

CORONEL FABRICIANO - O funcionário - BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - O funcionário - BENEDITO FRANCO

A maior criação de Deus – e a que mais nos encanta - não foi o universo, nem o homem e muito menos a mulher... foram os netinhos! Quem os tem que o diga!

O funcionário


Pouco mais de um mês atrás, minha filha, esposo e os filhos estiveram em minha casa.

Como minha loja ocupa o primeiro andar e minha morada o segundo, meu neto Luis Felipe, dez anos, passou a maior parte do tempo na loja. Seu entusiasmo, como funcionário, foi o desejável para qualquer empregado. Cada cliente que entrava, ia ele atender, oferecendo-lhe um cartão que ele confeccionou, constando de um carimbo da loja e mais o número do telefone que ele escreveu.

Alguns dias depois, indo a mãe a Governador Valadares, para tirar passaporte para si e os filhos, quando chegou a vez do Luis Felipe ser argüido pelo policial federal, este lhe perguntou o que fazia.

- Sou funcionário da loja de meu Avô!

- O que? Estranhou admirado o policial.

Nessa hora a mãe entrou na conversa e explicou ao policial que a família havia passado alguns dias em minha casa e que o Luis Felipe freqüentava a loja e se considerou um verdadeiro funcionário.

Estive em Acesita e hospedei-me na casa da Tatiana.

Luis Felipe se lembrou da loja e resolveu montar a sua com seus brinquedos não mais usados. Para isso organizou-os perto do portão de entrada da casa e oferecia-os a quem passasse.

- João Pedro, onde está o Luis Felipe? Perguntou a mãe.

- Ele foi até ao supermercado, dizendo que iria arranjar mais clientes...

- ...esse Luis Felipe está muito empolgado... mas não pode sair sem me avisar...

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Eu e o efeito zero em politica

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Eu e o efeito zero em politica

Nem sempre é fácil encontrar um tema para «cronicar» semanalmente. Como não tratamos de política partidária, nem da nossa nem da dos outros povos e países que se enquadram no nosso âmbito de intervenção, temos esse tremendo handicap que é precisamente não dispormos da «base» de dados político partidária, sempre farta em eventos, alguns bem caricatos e na sua maior parte sem importância nenhuma.

Não temos - como será evidente - nada, absolutamente nada contra o interesse que esse delicados temas possam suscitar entre ouvintes, leitores de jornais ou revistas, telespectadores, leitores de panfletos ou de outros meios de agitação noticiosa. Para mim, pessoalmente e sem querer ofender ninguém, sou um defensor acérrimo da frase por mim alterada que diz que «os cães ladram e os camelos vão passando» na maior parte dos casos sem qualquer rumo ou objectivo, ambos: ladram uns e passam outros porque não sabem ainda fazer mais nada...

Os camelos, não fossem eles animais tão simpáticos, tão obedientes, tão dóceis, procurariam as sombras de um oásis bem apetrechado de tâmaras e água, ronronariam quando quisessem mesmo sem câmara que lhes fixasse o rosto e micro que lhes gravasse o simpático ronco. Bandeariam a cabeça à sua vontade e não se ajoelhariam senão quando lhes desse na real gana, porque como disse o O'Neil uma coisa pensa quem monta outra pensa quem é montado e seria ainda mais legítimo para eles que pensassem mesmo pelo menos duas vezes antes de decidirem ser ou não montados.

Quanto aos cães desta parábola, pois eles ladram, eles defendem o seu território e usam aquele truque muito conhecido e muito usado dizendo desde logo em linguagem au - au: se se aproximam mordo (!)...Não está contabilizado, que eu saiba, o número de dentadas caninas que são devidas a «vontade» própria e / ou a incentivo directo ou indirecto dos seus donos. Fosse essa contabilidade feita e tenho quase a certeza que o Pavlov era pelo menos considerado impopular entre os caninos por lhes ter desvendado as entranhas cerebrais.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011


Prosa poética e Poesia de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz. - Cordel - Minha vida num falso cordel - Criança Feliz! ; Adolescente Feli

Prosa poética e Poesia de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz. - Cordel - Minha vida num falso cordel - Criança Feliz! ; Adolescente Feliz!

Criança Feliz!

Sentei-me à mesa dos pais,
junto dos meus sete irmãos;
alimentei-me de arroz,
tutu de róseo feijão,
carne assada, outros grãos,
salada verde e vermelha,
vez ou outra guaraná,
pizza gorda aos domingos,
bolo quente, pão de queijo,
cocada branca e queimada,
sanduíches e pão-de-ló.
Fui brincando de donzela,
de rainha e de fada,
mudei-me em bruxa malvada
e brinquei a preferida
brincadeira de ser mãe...
Cunhei boneca de pano,


Adolescente Feliz!

Fui irmã bem encrenqueira,
prima linda, doce neta!
Toda noite, bem mais cedo,
recolhia-me a dormir,
vestia pijama em flanela
em cor de lua e quimera.
Lembro-me, lembro-me bem,
de uma história abissal,
tão enorme e tão sem fim...
A cada noite, um episódio,
ansiava o anoitecer!
Sentia-me, assim, raptada,
por homem forte e sem rosto...
No meu exílio existia
fogueira triste, sem riso,
eu deitada, seminua,
pele doce e perfumada,
pele doce e bronzeada.
O macho ali me cuidava,
mitigava minha fome,
abraçava e me beijava
c'o beijo desconhecido
da minha realidade...
Nesses momentos poesia,
quantas vidas eu vivi!
Deslumbrei-me, enlevei-me;
fui sonho, fui tão sonhada!
Meu primeiro namorado
foi um príncipe encantado:
loiro e lindo, meigo e doce...
Dancei Se piangi se ridi,
dei-lhe meu primeiro beijo,

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011




Poesia de Mário Matta e Silva - Felicidade...o melhor que há na vida; Silêncios da Solidão

Poesia de Mário Matta e Silva - Felicidade...o melhor que há na vida; Silêncios da Solidão


Felicidade...o melhor que há na vida


Soltam-se vidas vibrando
no corrupio dos ponteiros
que dançam horas, minutos
em constante despertar
e o tempo traz anseios
em encontros, devaneios.

Fugida anda a tristeza
alegrando amores certeiros
e abre-se a Natureza
derramando toda a beleza
que aos olhos d’ afeição
vibra em cada coração.



Silêncios da Solidão


Rasga-se o tempo
em compassos de espera
e em perturbados caminhos
andam sombras, desalinhos
em cada ai que desespera
sem que haja Primavera
que venha pr‘aconchegar
e anda uma penumbra no ar
gélida, em torvelinhos
sem que os pássaros façam ninhos
onde os prantos vão poisar.

Já nada mexe em redor
nem movimentos de amor
ou risos de alvoradas
as casas mudas, açoitadas
pelo vento tenebroso
trazem incertezas, alvoroço
num constante escurecer
sem aconchego, sem ter
forma humana ou até vida
numa alma não aquecida
a fugir de não morrer.

Há no arvoredo silêncio
sem o conforto trazer
e cresce o medo de não ter
o vai - vem de cá andar…
rasga a solidão o ar

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011


Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - Quando as alforrecas vão à Praia

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - Quando as alforrecas vão à Praia

Havia muitos sombreiros na praia, muitos meninos divertidos a brincar à beira-mar e, ao largo, os barquinhos eram tantos, que os peixes estavam admirados com o movimento.

A alforreca Traquina que andava por ali, disse à alforreca Patareca, a sua maior amiga:

- Não sei que movimento é este! Que atrevimento, virem aqui desinquietar-nos! São os barcos que não param de andar de um lado para o outro, são as pessoas que vêm mergulhar e agitam as águas...

- Deixa lá, amiga! – Exclamou a alforreca Patareca. – Nós já estamos habituadas à agitação do mar e até gostamos de brincar com as ondas. Por isso, não me faz diferença nenhuma. Para além disso, a praia está tão colorida com aqueles chapéus de várias cores, que até acho engraçado. As pessoas estão felizes e divertem-se muito a saltitar de um lado para o outro, a passear na praia, a ir da areia para o mar onde tomam banho e, algumas até fazem construções na areia da praia, que são uma beleza. Algumas pessoas nadam tão bem, que até parece que vivem no mar, mas há muita gente que não sabe nadar.

- Que pena tenho das pessoas que não sabem nadar! – Disse a alforreca Traquina.

- Também eu, disse a alforreca Patareca - Já tenho ido mesmo à beira da praia e, para me divertir, agarro-me às pernas das pessoas, mas não sei porquê, elas começam a gritar e a coçar as pernas!... Porque será?

- Não faço a mais pequena ideia! – Disse a alforreca Traquina – Naturalmente, por qualquer razão, não gostam de ti! - Um dia destes, hei-de ir também à beira-mar, farei o mesmo que tu costumas fazer, para ver se as pessoas reagem da mesma maneira. Olha, não é tarde nem é cedo, vai ser agora mesmo! Espera aí um bocadinho, que já venho dizer-te o que aconteceu.

A alforreca Traquina dirigiu-se à beira-mar, convencida que as pessoas iriam ficar deliciadas, mas mal lá chegou... Pumba!... – Agarrou-se às pernas de um senhor que andava todo satisfeito a nadar. O senhor ficou tão aflito, que quase se ia afogando, porque começou a espernear em vez de nadar, e já estava a ir para o fundo, quando veio o nadador salvador socorrê-lo. O alvoroço ao redor da praia, foi tal, que a pobre alforreca fugiu, cheia de medo, e quando chegou ao pé da amiga disse:

- Nem queiras saber o que acaba de me acontecer, minha amiga! Julgava eu que iria divertir-me e, afinal, apanhei um susto!... Não é que me agarrei à perna de um senhor e ele ficou tão assustado e gritou tanto que até veio outro senhor que eu não sei quem é, para o ajudar a sair da água!

- Sinceramente, não sei o que se passa. As pessoas não devem conhecer-nos, por isso, pensam que queremos fazer-lhes mal, não achas?

- Sei lá! – Disse a alforreca Patareca – Mas lá que é estranho, é. Havemos de descobrir. Amanhã de manhã, hei-de ir à beira-mar e se estiverem pessoas a tomar banho, não lhes tocarei, mas perguntarei porque é que gritam, quando nós queremos brincar com elas.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

A CIGANA - Conto de Liliana Josué 

A CIGANA - Conto de Liliana Josué

A manhã já se encontrava bem quente e iluminada. Por ela passeava o majestático globo incandescente. Magnífico exaltava a vida, sufocava-nos embalando os passos, dando-lhes um ritmo cadenciado e lento. Quando se condoía tornava-se brando beijando as faces do mundo, outras vezes, para demonstrar o seu poder, insurgia em arroubos violentos, só permitindo ser venerado em respeitosa distância.

No entanto, ao despertar, muito cedo, estremunhado, esquecia-se da sua realeza. Aí tornava-se uma criança doce e morna. E ao fim do dia, ensonado, escondia-se no horizonte adormecendo calmamente sem se importar com as carícias dos olhares.

Maria do Rosário levantou-se num salto assustado, olhou para o relógio e num gritinho abafado reclamou contra si própria: - Meu Deus lá adormeci eu outra vez.
O gato, deitado aos pés da cama, ergueu o focinho de orelhas espetadas mostrando um ar curioso, mas depressa se refez poisando novamente o focinho sobre o lençol enquanto se esticava preguiçosamente ronronando feliz.

Ela assustada mas numa sonolência incontrolável dirigiu-se, ao tropeção, para o duche. A água morna, quase fria, invadiu-lhe o corpo e a alma dando-lhe ânimo. Seguidamente engoliu o pequeno-almoço, escovou os dentes num ápice, fez uma festa no gato e abalou porta fora.
O calor já ardia nos olhos mas a pressa sobrepunha-se, e lá seguiu ela de passo curto e ligeiro envolta nos seus pensamentos.

Alguém um pouco mais atrás chamava:
- Pst, menina... ó menina... - em tom meio cantado.
De inicio não acatou o chamamento falando com os seus botões: - De certeza não é comigo – continuando a caminhada apressada para o seu destino.
A voz tornou-se mais próxima e insistente:
- Menina..., ó menina, olhe para mim só por um bocadinho... .
Rosário um tanto confusa e ainda duvidosa parou voltando-se para trás.

Era uma cigana de corpo franzino, pele bem trigueira, cabelo preto enrolado sobre a nuca em forma de carrapito e olhos miudinhos muito ladinos. A idade física entre as duas deveria estar muito próxima mas, enquanto em Rosário pesava o tempo das suas vivências integradas na sua civilização, a cigana carregava a dos conhecimentos característicos da etnia cigana, passados de gerações para gerações.
- Espere um bocadinho menina, que eu tenho de «le dzer» uma coisa muito séria.
Maria esquivava-se alegando ter onde ir e já estar atrasada. Mas a cigana insistia em tom aflito:
- Por favor menina, oiça só o que tenho «pra le dzer», olhe que é para seu bem -, continuava em seu tom quase gritado, devido à distância a que já se encontravam, e atirou a sua ultima cartada:
- Olhe que está cheia de mau olhado, e já de há muito tempo.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Exposição individual de pintura de Luís Athouguia na Galeria Lucília Guimarães

Exposição individual de pintura de Luís Athouguia na Galeria Lucília Guimarães

Galeria Lucília Guimarães
RUA DO RETIRO, 4 - 4800 GUIMARÃES - 253 414 135
Exposição individual de pintura de Luís Athouguia
IDEARIO MANIPULADO
A Galeria Lucília Guimarães inicia o seu sétimo ano de actividade cultural na cidade de Guimarães com uma importante exposição de Pintura, intitulada «Ideário Manipulado», de Luís Athouguia, artista que elege a sensualidade cromática, a íntima percepção da forma, o onirismo e transcendência como tema e conceito e se move num trajecto de genuína inovação.

Por entre as fendas dinâmicas de uma exuberante realidade pré-mítica Luís Athouguia criou um código próprio pelo qual exprime a harmonia de um jogo entre opostos. O símbolo converte-se no seu instrumento de comunicação decantando-se por figuras que transcendem o material e nos transportam a mundos ideais. Indubitavelmente é uma obra que convida a observar e pensar.

A sua pintura manifesta esse entrelaçamento da razão e da inteligência com a emoção e a intuição que faz da arte mais do que mera decoração de interiores emocionais.

Os seus quadros são janelas essenciais que deixando para trás o quotidiano mais prático se abrem a velozes mares de pensamento. São janelas incessantes que dão para montanhas movediças de sonhos. Athouguia ilumina a nossa noite e traz-nos a pureza dos primitivos tempos em que podíamos tocar as estrelas com as mãos.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Você tem medo de marola? - Falta mola para marola

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Você tem medo de marola? - Falta mola para marola

Uma entidade da sociedade egípcia, provavelmente também usando a Internet, conseguiu mobilizar uma expressiva parcela da população para expulsar o ditador que há 30 anos desfrutava de elevadas mordomias em troca do sofrimento do povo.

Foram 18 dias de protestos corajosos enfrentando o aparato governamental que lamentavelmente ocasionou quase 350 mortes.

Mas o povo não arrefeceu e manteve sua postura de enfrentamento em busca de um ideal maior. A LIBERDADE.

E conseguiram seu objetivo. E expurgaram o ditador que já não contava mais com o «entusiasmo» de seus lacaios.

Fechando os olhos e sonhando por um instante, nos transferimos para nossa terra visualizando nosso povo reagindo com indignação contra TODOS os temas sociais que não são atendidos razoavelmente apesar dos ELEVADOS impostos sangrarem 4 salários nossos durante o ano!

Mas abrindo os olhos, observamos que o povo não está internalizando os fatos ocorridos no Egito para daí extrair alguns exemplos de cidadania. Apesar de 350 mortes representarem menos de 0,001% de nossa população (morrem o dobro disto por mês resultante de assaltos, acidentes em estradas mal conservadas e hospitais sem estrutura), jamais enxergamos isto como viável. Claro que receamos ser uma das heróicas vítimas.

Então preferimos mesmo afogar nossas mágoas e angústias com a mente mergulhada dentro da tela de LCD analisando os paetês das fantasias carnavalescas ou as rendas das calcinhas das «bibas» que são colocadas no paredão do BBB.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

Poesia e prosa de Arlete Deretti Fernandes - Alquimia (Poema) ; Cheiro de Manacá (Prosa)

Poesia e prosa de Arlete Deretti Fernandes - Alquimia (Poema) ; Cheiro de Manacá (Prosa)

Alquimia

Como forte luz que cintila, sinto-te arder.
Em torno de ti giram meus pensamentos,
Como a mariposa em volta da lâmpada
Atraída pelo brilho que me faz aquecer.

Alento e força me ofereces como o oxigênio
Que entra em meu sangue e dá-me a vida.
É um composto de amor, de aroma doce,
Este que se desprende do riso de tua boca,


Cheiro de Manacá

A memória desempenha um papel importante na vida humana. É a evocação do passado. É a nossa capacidade de segurar e guardar o tempo que que se foi, salvando-o da perda total.

Há lembranças que se nos afloram através de um sabor ou de um cheiro. Há odores que aproximam suaves recordações.

O cheiro da flor de manacá me remete ao jardim da casa onde vivi minha infância. Um arbusto que minha avó cultivava com carinho, e que na primavera se cobria de flores liláses e brancas, esparramando pelo ambiente um doce e agradável perfume.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

Poesia Africana - Por Wilson Torres - «Oh Angola meu berço do Infinito» - João Maimona; Os rios atônitos - José Eduardo Agualusa; Costuras - Doriana

Poesia Africana - Por Wilson Torres - «Oh Angola meu berço do Infinito» - João Maimona; Os rios atônitos - José Eduardo Agualusa; Costuras - Doriana

«Oh Angola meu berço do Infinito» - João Maimona

Oh Angola meu berço do Infinito
meu rio da aurora
minha fonte do crepúsculo
Aprendi a angolar
pelas terras obedientes de Maquela
(onde nasci)
pelas árvores negras de Samba-Caju
pelos jardins perdidos de Ndalatandu
pelos cajueiros ardentes de Catete
pelos caminhos sinuosos de Sambizanga
pelos eucaliptos das Cacilhas
Angolei contigo nas sendas do incêndio
onde os teus filhos comeram balas
e
regurgitaram sangue torturado
onde os teus filhos transformaram a epiderme
em cinzas


Os rios atônitos - José Eduardo Agualusa

Os rios atônitos
(Ouvindo «Kongo», por Miriam Makeba)
Há palavras a dormir sobre o seu largo
assombro
Por exemplo, se dizes Quanza ou dizes Congo
é como se houvesse pronunciado os próprios
rios
Ou seja, as águas
pesadas de lama, os peixes todos e os perigos
inumeráveis
O musgo das margens, o escuro
mistério em movimento.

Costuras - Doriana

A vida bordou surpresas em ponto agrilhão
Tecias auroras carsidas.
Desfiaste o tecido para o crivo; esqueceste chulear as baínhas.
Não pudeste atingir a perfeição dos deuses,
gostei do passajado feito quando tudo se desmanchou
Continuo trajando o vestido da tua oferta.

baloiça o tempo na folha da goiabeira
baloiça oh folha!
que o silêncio geométrico multiplica a esfera:
a noite aleita o traçado dos morcegos
sombras mudas enamoram açucenas
a memória afaga paralelos idos
e o corpo se desfaz em loiras labaredas.
balança o tempo nas folhas da minha terra,
balança oh terra!
já o meu corpo se desfaz na geografia da espera.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

Poesia de Sylvia Beirute - CIDADE - PONTO; UM CABELO A NOITE

Poesia de Sylvia Beirute - CIDADE - PONTO; UM CABELO A NOITE

CIDADE-PONTO
{ao tiago gomes , com amizade}

não escrevi um livro em miniatura sob uma lupa falsa.
não pedi qualidade aos clássicos.
não pretendi reparar a eficácia de qualquer sistema humano.
não endossei poemas porque os poemas não são cartas.
não tenho um cativeiro de poetas.
não visitei cidades -poema.
não segui preceitos que se vejam.
não azuleci por pertencer ao céu.
não tive ilusão e coragem para crer na desistência.
não escrevi que o fingimento pode ser um ódio com casca.
não tenho maneiras puramente estéticas.
não tenho processos literários.
não tenho dois corações.
não li masaoka shiki ou matsuo basho.
não li a crítica para não perder a liberdade e o meu
dom impreparado.
não peguei no tempo e o atirei para dentro do corpo
como células estaminais.

UM CABELO A NOITE

um cabelo à noite o amor.
os seus filhos nascem de binóculos.
ninguém morrerá dele.
ninguém morrerá dele apesar
do caroço de luz indissociável
de sua síntese efémera.
e vemo-lo no parque, pela cosmovisão
do sonâmbulo, no transe do bom, de uma
contradição consciente.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

Coluna de Marizete Furbino - Segredos dos Grandes Empreendedores! - (PARTE III) - Por Adm. Marizete Furbino

Coluna de Marizete Furbino - Segredos dos Grandes Empreendedores! - (PARTE III) - Por Adm. Marizete Furbino

«Os grandes líderes são como os melhores maestros, eles vão além das notas para alcançar a mágica dos músicos». Blaine Lee
Empreendedores de sucesso são profissionais de destaque no mercado, profissionais estes que possuem algumas características que os fazem diferenciar dos demais.

Tais características podem ser consideradas decisivas, e, quando somadas, se constituem em seus mais preciosos bens.
- Prioriza a qualidade em tudo que se propõe a fazer: O empreendedor realiza investimento pesado nos Recursos Humanos e na tecnologia da informação. Ela se tornou a grande aliada da organização que deseja pelo menos, sobreviver no mercado, pois o conhecimento e a informação passam a ter uma nova conotação, sendo considerados os pilares da organização, gerando o desejável produto denominado produtividade. É importante salientar que só se alcança de fato a excelência quando verdadeiramente há consciência de que devemos fazer sempre o melhor buscando satisfazer todas as expectativas dos clientes, tanto com relação ao produto/serviço como no que tange a prazos e parâmetros de qualidade. Importante lembrar que se alcança a excelência quando existe sentimento por parte de todos os envolvidos no processo, no qual a vida organizacional é o maior de todos os empreendimentos, e que fazemos parte desta, uma vez que devemos ser ao mesmo tempo colaboradores intra-empreendedores, investidores, intermediários e beneficiados deste imensurável empreendimento. Digo imensurável quando penso nos colaboradores como sendo o patrimônio valioso que uma organização possa ter.

- Capacidade de enxergar a empresa como um “time” vencedor, descentralizando ações e compartilhando conhecimentos, competências e responsabilidades: Trabalhar em equipe não é fácil. Para que as empresas obtenham eficiência e eficácia em um trabalho em equipe, é preciso que todos os envolvidos saibam trabalhar em equipe; portanto, mais do que compartilhar idéias, é preciso que haja interação entre todos os membros bem como o reconhecimento da interdependência dos mesmos em prol dos resultados. É preciso também que todos os envolvidos saibam lidar com as cobranças e a respeitar um ao outro, sendo responsáveis, tendo paciência, tolerância e humildade, sabendo ouvir, sendo participativo e solidário, sabendo de fato colaborar, cooperar e a se doar, se relacionar, estando sempre aberto ao diálogo, tendo iniciativa, capacidade de aceitação quanto às diferenças individuais, capacidade para lidar com as diversidades, capacidade de negociação e de argumentação.
- Preocupa-se em demasia com suas atitudes e comportamentos: O empreendedor sabe que a maneira de nos portarmos diante das situações vividas conta muito, e se não formos cautelosos, poderemos transmitir uma imagem distorcida, aparentando falta de comprometimento e de envolvimento, irresponsabilidade e incompetência, podendo desta forma prejudicar a inserção e/ou permanência no mercado de trabalho.

- Zela pela sua imagem: Sabedor de que a imagem é primordial em todo e qualquer ambiente, principalmente organizacional, o empreendedor tem que ter cautela com a mesma. Cuida de sua aparência, zela e fica atento a todo instante em seu comportamento, assim como em suas atitudes, na maneira de se comunicar, tornado-se essencial em todo o processo organizacional, alcançando assim sucesso no que faz.

- É otimista acima de tudo: O empreendedor, além de fazer de cada obstáculo um desafio a ser perseguido, faz de cada barreira a ser vencida uma oportunidade, e assim terá maior probabilidade de alcançar sucesso profissional e permanecer no mercado. Os obstáculos, bem como os desafios, funcionam como um tempero na vida de qualquer empreendedor, pois são eles um dos responsáveis pela motivação do mesmo.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

Lenir Moura - Poemas - A Força do Norte; ALZHEIMER

Lenir Moura - Poemas - A Força do Norte; ALZHEIMER


A Força do Norte


Veio de longe, aquele menino um dia

Deixando prá trás tudo lá no Norte

Esqueceu sua infância, perdeu a alegria

Quando veio pro Sul, tentar sua sorte.



Criança ainda, sozinho se viu.

E assim começou uma luta de morte.

Uma dor lancinante no peito sentiu.

Ao lembrar a família que deixou lá no Norte.



Nos dias que passou viajando pro Sul,

Esperava, quem sabe, um trabalho achar.

Chegou à cidade, com um céu tão azul

E com pouco dinheiro para se sustentar.



Beleza não serve para aquele menino...

O que ele precisa para sobreviver

É um lugar prá ficar, que pode ser pequenino

E um trabalho digno que lhe dê o que comer.


ALZHEIMER


Não escuta mais nada,

não sabe onde está.

Talvez nem enxergue

o que vê seu olhar.

Seus olhos parados

fitando o infinito,

Vê somente o passado:

aqueles instantes bonitos!



A vida à sua volta

prá ele já não existe.


Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

Assombração (III) - meu irmão e o fantasma americano... -  Por Se Gyn

Assombração (III) - meu irmão e o fantasma americano... - Por Se Gyn

A tarde do Ano Novo seguia animada, e havia chegado à roda de causos e histórias formada na varanda da casa de meu pai, um casal de tios e dois companheiros de truco, que estavam doidos para pegar na orelha da «sota (dama)», mas se envolveram logo com os causos e histórias de assombração que iam se sucedendo.

Foi então que meu irmão caçula resolveu contar também um história, que ele disse ter acontecido durante a sua segunda estada nos EUA, para onde emigrara em busca de emprego e uma poupança em dólares, como haviam feito centenas de pessoas da nossa região.

Ele contou que chegando aos Estados Unidos, por informação de amigos, foi morar na cidade de Marlborough, no estado de Nova Iorque. Não demorou e, conseguiu trabalho numa empresa promotora de eventos. Normalmente, trabalhava nas dependências de um enorme hotel da cidade, onde a empresa montava numa área enorme e aberta do hotel, ambientes das mais diversas decorações e tamanhos, destinados a eventos tão diferentes quanto festas de casamento e convenções de empresas. Ali, fazia desde a montagem de divisórias, serviço de som e imagem, até a decoração de cadeiras.

Em suas palavras, os primeiros tempos de trabalho eram tranquilos, pois tinha bons colegas de trabalho (brasileiros ou «latinos») e o patrão americano era um sujeito bom, paciente e muito correto nos tratos e pagamentos. Todavia, o trabalho exigia disposição, pois os horários de trabalho variavam de acordo com as necessidades e escalas, sendo muito comum serem chamados para desmontar ambientes e estandes de madrugada, para deixar tudo pronto para o evento da manhã seguinte. Como não enjeitava trabalho, o patrão gostava de escalá-lo para o turno da noite.

Mas (e nas histórias de assombração, as encrencas começam tem sempre o «mas» que detonam as situações), ele nos disse que, depois de dois meses trabalhando nas dependências do hotel, em turnos um tanto solitários, nas noites e madrugadas, começou a acontecer um negócio esquisito - e, neste momento, ele exibiu os braços absurdamente arrepiados para a roda de silente e atenciosa roda de ouvintes. Ele começou a notar que, enquanto fazia o seu trabalho, sentia como se alguma coisa passasse rapidamente ao seu lado, em direção ao centro do salão. Mas, não via nem ouvia nada. Como achava que era uma espécie de impressão tola, ou algo causado pelo cansaço, não deu atenção.
O problema, disse ele (e, novamente se podia notar seus braços totalmente arrepiados) é que aquilo continuou acontecendo - toda noite, sentia aquela mesma coisa estranha, com a diferença que começou a notar uma espécie de alo que turvava a imagem do ambiente, na direção e altura em que aquela coisa ou presença se deslocava, sempre passando das suas costas para o lado, à direita, em direção ao centro da sala. E ele ia tentando convencer-se de que aqueles eventos tinham a ver com a luz e o ar condicionado do hotel ou coisas assim. Como precisava trabalhar e gostava do trabalho, foi ignorando aqueles acontecimentos.

As jornadas de trabalho pelas noites e madrugadas no hotel continuavam. E o estranho e pontual evento também. Meu irmão disse que tentava não ver aquilo, mas a certa altura, começou a ficar impossível ignorar, pois aquela presença estranha e silenciosa começava a mudar e dar sinais de que não iria embora, bem pelo contrário, pois, no fluxo de deslocamento, começaram a aparecer cores, primeiramente pouco perceptíveis, depois, meio esmaecidas, e finalmente, perfeitamente divisáveis. Mas, o que ele podia fazer? Como ele poderia lidar com uma situação que fugia de tudo o que conhecia, de qualquer coisa que pudesse ser explicada ou controlada?

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011

Poesia Inédita de Pedro Du Bois - Três poemas - OPORTUNIDADES; ISOLAMENTO; FUGIR 

Poesia Inédita de Pedro Du Bois - Três poemas - OPORTUNIDADES; ISOLAMENTO; FUGIR

OPORTUNIDADES

Acendo o fogo, crio a sombra
e nela projeto o mistério.

Concedo aos deuses
as oportunidades
de se fazerem chama
brasa
borra.


ISOLAMENTO

O homem isolado ressurge em mares
ama o contato, esconde o fato: reverbera
músicas. Sofre o vazio deslocado
em astros alcançáveis ao primeiro gesto.


FUGIR

Minha vida destraçada em realidades
foge ao sonho: minha criação interior
destroça planos efetivados.

Leia este tema completo a partir de 21/2/2011