domingo, 27 de junho de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O futebol como libertação identitária

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O futebol como libertação identitária

Eu gosto de futebol, aliás penso que toda a gente gosta de futebol nos países onde ele está presente como manifestação desportiva maioritária. Mesmo nos países, de raiz anglo-saxónica e antigas colónias desses mesmos países, embora as diversas modalidades de desporto possam disputar entre si a maioria de adeptos, penso que o futebol vai ganhando terreno.

Contudo, nos países onde o futebol está implantado desde mais longa data e se tem desenvolvido como modalidade, ele não precisa de ganhar adeptos porque de uma forma geral todos são adeptos do futebol. Nasce-se já com um carimbo do clube do pai - normalmente - e tudo dependendo do grau de afeição pelo futebol do progenitor acaba-se por ir ganhando «amor» a esse clube que é do pai, da família, de gerações.

Ir ao futebol com o pai (normalmente) é assim como o primeiro passo para ter a antiga autorização para começar a fumar: o futebol, a adesão ao futebol será pois um facto familiar e social. Com ele se convive nas peladinhas de rua (agora em campo vedado), se formam as primeiras equipas (os grupos), se criam ideias sobre organização do jogo, se fica a saber que jogando com fulano é mais acertado que jogar ao lado de beltrano, enfim, começa a organização (infantil, mas organização na mesma).

Quando se trata desse verdadeiro fenómeno mundial que é ....o Mundial, ou Continental (que será o Europeu, o pan - africano, a Libertadores ou outra que meta diferentes países em disputa) o fenómeno passa de social a social / político.

Canta-se o Hino Nacional de cada país e, em certo sentido, os jogadores são os representantes de uma Nação (por mais diluído que esteja o conceito). A nacionalidade já não é determinante e as Selecções podem ter jogadores de várias origens, desde que cumpram os requisitos mínimos que é terem o papelinho que lhes dá a nacionalidade pretendida.

Mas isso em nada afecta o entusiasmo do chamado torcedor: ele revê-se na sua Selecção, independentemente da nacionalidade real de quem dela faça parte e no fundo até acho bem, que exista esse desprendimento.

O facto de haver estrangeiros / nacionalizados tem uma demonstração de tolerância ou afecção que noutras situações poderia ser curiosa: se a equipa perde, se é eliminada, se fulano faz uma asneira que resulta num golo do adversário, a sua nacionalidade real é indiferente: é um jogador como outro qualquer, que jogou bem ou mal.


Diário de um incompreendido - sobre tudo e coisa nenhuma - Por Roberto Kusiak

Diário de um incompreendido - sobre tudo e coisa nenhuma - Por Roberto Kusiak

Calculei que em fevereiro acabaria com esta crise, só me esqueci do ano. Bem, um dia descubro.Inventei de deixar crescer os cabelos, aqueles que ainda me restam. Para o bem da humanidade dizimei-os a tempo. A sociedade não merece tal visão.

Minha unha encravada dói, meu ciático dói, minhas juntas doem, e minha carteira geme. Coitada, tão puída pelo tempo que só fungos habitam seu interior, além de velhos documentos. Até mesmo os cartões de crédito a abandonaram. Para minha sorte.

Não tenho outra opção a não ser fazer piada sobre tudo. E é até mesmo outra maneira de ver as coisas. Isso bate de frente com minha velha teoria do cubo, ou seja, olhar tudo sobre vários ângulos, ou, variações sobre o mesmo tema.

Pois bem, digo então: azar dos credores, quem mandou me tentarem, devo e não nego, pago quando for necessário, ou quase isso. Não que tenha a intenção de não pagar, mas deixe-os correr um pouco atrás, afinal, crediário só faz bem para os comerciantes. E não venham me dizer que não lucram com seus juros gordurosos.

E é. A vida às vezes parece um vagão de trem sem controle que descarrila. Numa dessas curvas da vida em que entramos em alta velocidade, ignorando o perigo e quando vemos não há mais tempo para frear, somente aguardar o tamanho do impacto.

Também posso ver isto com outros olhos, aqueles olhos de quem tenta tirar a culpa de si e colocar numa maldita pedra que alguém, por sacanagem, colocou em cima do trilho só para ver o resultado – «no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho» –.
Ainda não entendi o que ele quis dizer, ou será que escreveu só para rir dos idiotas que ficam tentando entender o significado de tudo? . E o resultado acontece alheio à nossa vontade. Então você exclama: Puta merda! Justamente agora?

Vou-me embora para uma qualquer Pasárgada - Por Afonso Santana

Vou-me embora para uma qualquer Pasárgada - Por Afonso Santana

Na continuação do texto glosando o poema de Manuel Bandeira «Vou-me embora para Pasárgada» (ver número anterior) vou repetir que o titulo base do meu trabalho é «Vou -me embora» e pedindo desculpas repetir a introdução do mesmo para um melhor entendimento da minha «tese»: «Vou-me embora» é o título de um trabalho que eu tenho realizado cuja extensão é enorme porque resolvi fazer uma recolha de alguns textos e poemas que se basearam no tema. Partir para quê? Partir para onde? Deixar um lugar ou um tipo de vida é uma ambição raramente concretizada mas está muitas vezes presente no pensamento das pessoas.

Ir embora é sempre uma fuga...uma recusa da luta, a assunção de que não vale a pena lutar ou que é mais fiável ou certo ganhar-se «indo embora» do que continuar a lutar naquele campo. Mas interessa também saber se o campo merece a luta, por muito envolvente que ele seja, ao ponto de não nos deixar alternativa senão «ir embora» há campos que não merecem que lutemos dentro deles ou por eles. Ir embora...ir embora, há quase sempre quem queira sair de um dado lugar ou de uma dada situação. Importante é saber-se quando dada coisa ou situação justifica, importante é saber-se quando essa coisa ou situação merece a honra de nos fazer ir embora.»

Mas ir embora é mesmo ir embora? Ou será antes um regresso a algo de agradável de que nos recordamos, de que guardamos uma boa memória, seja ela própria ou «intuída» por via cultural?

Sobre este poema há que ver que não é de todo impossível aventar-se, sem grandes ofensas, o regresso ao ventre materno, como forma de ir embora:

Dueto Poético - Dueto José Geraldo Martinez e Lara Cardoso - Lembranças...- José Geraldo Martinez - Lembrança - Lara Cardoso

Dueto Poético - Dueto José Geraldo Martinez e Lara Cardoso - Lembranças...- José Geraldo Martinez - Lembrança - Lara Cardoso

Lembranças...

José Geraldo Martinez

Estáticas ficaram aquelas cenas...
Como se em coma a alma tivesse entrado!
No quarto em penumbra eu acordei
com lembranças tuas, lá no passado.

A tênue lâmpada iluminava meu triste aposento.
E a saudade se fazia obreira,
tua imagem um fantasma lindo,
a passear pela casa inteira!

Lembrança

Lara Cardoso

O tempo que passou não conta
é como se jamais o houvesse vivido
apenas a lembrança afronta
o coração, de toda alegria despido.

À minha volta já não há nada
é como casa deserta
sem portas, janelas, destelhada
apenas alma liberta;


Nada mais resta,
nem mesmo pequena fresta
para fazer fugir as lembranças...

COLUNA DE MARIO MATTA E SILVA - Poema - Reflectindo por aí

COLUNA DE MARIO MATTA E SILVA - Poema - Reflectindo por aí


Quando vou por aí

não me animo

nem me consolo

vou apenas por aí

sozinho em minha monotonia

sentindo o avançar do dia

numa angustia de ter dó

vertigem do estar só

andando por aí

em minhas reflexões

e desfeitas convicções

num ânimo absorto;

triste de mim

me exorto

quando posso

ou me remoço

no fantasma em que vou

do que sou e não sou

perdido por aí.


Leia este poema completo

COLUNA DE DULCE RODRIGUES - ESCRITORA PORTUGUESA RESIDENTE EM PORTUGAL E NA BELGICA - India – uma visita inesquecível - Por Dulce Rodrigues

COLUNA DE DULCE RODRIGUES - ESCRITORA PORTUGUESA RESIDENTE EM PORTUGAL E NA BELGICA - India – uma visita inesquecível - Por Dulce Rodrigues

Entre as múltiplas experiências maravilhosas que a vida me tem proporcionado, veio juntar-se a minha visita a uma escola de língua inglesa em Bombaim, no passado mês de Fevereiro.

Foi com emoção que verifiquei, uma vez mais, que em países outros que os da Europa e da América do Norte, ainda está «em moda» o respeito dos alunos pelos professores e a disciplina dentro das aulas, valores que também fizeram parte da minha educação e que, sem dúvida, contribuíram para que a minha vida tenha sido tão gratificante.

Estejam sem receio os adeptos das novas psicologias de educação de que não se podem castigar as crianças, sob pena de as traumatizar; ou que à criança - rei se deve permitir tudo. Não vou fazer aqui nenhum artigo sobre o assunto. E quanto às pobres crianças vítimas destas novas vagas educacionais, já estão suficientemente traumatizadas, pelo que só tenho a desejar que consigam superar esses problemas quando forem adultas.

Voltando, portanto, à escola de Bombaim, tanto as aulas de manhã como depois de almoço, começam com o hino nacional a ser tocado e ouvido respeitosamente por todos.

As crianças ainda sabem como dirigir-se a um adulto, quer ele seja um visitante como no meu caso, ou os professores ou pais; por outras palavras, não se dirigem a um adulto tratando-o por tu. Estou já a ouvir algumas pessoas dizerem: mas em inglês só existe o pronome «you» para dizer tu ou vós.
Absolutamente certo, com a única diferença de que também se emprega «madam» ou «sir»; alternativamente e conforme as situações, também Mrs X ou Mr X. Em nenhuma circunstância as crianças ou jovens se dirigiriam a um adulto tratando-o(a) pelo nome próprio, sem o mínimo de respeito se a pessoa tem idade para ser mãe ou pai deles, por vezes até avó ou avô.

E isto, obviamente, não as impede de expandirem a sua natural alegria e energia como crianças que são! O povo indiano é educado e deseja elevar-se e não rebaixar-se, pois sabe que só assim conseguirá o respeito e a admiração dos outros. Longe deles, também, a ideia de falarem (e escreverem) com palavrões, como parece ser outro aspecto de «moda» desde há uns anos em Portugal.

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano. - O homem do Ray Ban Verde

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano. - O homem do Ray Ban Verde

O Calixto era um rapaz órfão, criado desde os tenros anos por uma tia-velha. Era tido como «destrambelhado». Certa feita, um estranho homem de Ray-ban verde aproximou-se do Calixto, este bêbado, e perguntou:
-Você quer ficar rico, Calixto?
Aturdido pelo álcool, o Calixto nem pestanejou:
-Quero, né!

E o misterioso homem do Ray-Ban Verde sorriu um sorriso irônico. O Calixto, além de bêbado, tinha um sangramento na boca, cuja razão era resultado de sua mania de comer cacos de vidros, coisa que ele se vangloriava, pois achava fenomenal.
O homem misterioso pediu então ao Calixto para que o seguisse. Atravessaram a vila todinha. Nenhum ser vivente presenciou o fato. Ao longe, ouviam-se os atabaques do terreiro de Mãe Maria de Nanã. Hinos eram entoados em homenagem a Exu, guardião do terreiro.
Ofegante, Calixto seguia aquele misterioso homem por picadas em meio da mata. A noite já ia adiantada. Na verdade, beirava a meia-noite. O Calixto, naquela empolgação devido ao efeito do álcool, seguia os passos rápidos de seu antecessor.

Chegaram numa clareira. A escuridão era total. No centro da clareira, Calixto só via a própria sombra, iluminado pela lua cheia. Daquele homem misterioso, pouco se via além da capa preta que cobria todo o corpo e aquelas enormes lentes verdes do Ray-Ban na cara.
O homem do Ray-Ban Verde colocou as mãos sobre a cabeça do Calixto, novamente lhe fez a pergunta, naquele sorriso de incredulidade e zombaria:
-Você quer ficar rico, Calixto?
-Quero, respondeu o Calixto.

-Calixto, disse-lhe o homem misterioso, vê esta pedra no chão? Ela é de ouro, e será sua; no entanto você vai ter que vender sua alma para mim!
O Calixto, num momento de consciência, fugiu daquele lugar em um átimo de segundo. Correu como louco. Em meio aos sons da floresta, ouvia a risada estridente do homem do Ray-Ban Verde e dos espíritos da floresta, cantando:
«Oxalá, meu pai/ Tem pena de nós, tem dó/ A volta do mundo é grande/ Seu poder ainda é maior»...

sábado, 26 de junho de 2010

Euclides Cavaco Apresenta no RAIZONLINE o seu novo CD «Quando o Meu Canto é Poesia»

Euclides Cavaco Apresenta no RAIZONLINE o seu novo CD «Quando o Meu Canto é Poesia»

Aos Amantes da Poesia
Neste meu 5º CD, apresento uma diversificação de poemas declamados assaz variada a fim de poder satisfazer simultaneamente o maior número de preferências poéticas dos amantes da poesia.
Estou contudo consciente que não obstante esta minha diligência, não pretendo de forma alguma agradar a todos. Tenho a minha própria maneira muito peculiar de escrever e dizer poesia, sem tentar imitar ninguém, nem tão pouco colocar-me ao nível dos grandes senhores da palavra, a quem rendo a minha reverência.
A minha determinação é tentar dignificar e propalar a poesia portuguesa sem pretensiosismos dando-lhe alma e sentido nesta minha constante da vida, levando-as nas asas da saudade sempre mais além com este meu nobre orgulho de ser português e ter o sublime privilégio de a poder expressar na Língua mais maravilhosa do mundo...
Fruto da minha vontade
Ofereço com cortesia
A todos com amizade
Quando o meu canto é Poesia

Euclides Cavaco

Tertúlia a favor dos Bombeiros Voluntários de Santarém – Reportagem e Imagens - Por Arlete Piedade

Tertúlia a favor dos Bombeiros Voluntários de Santarém – Reportagem e Imagens - Por Arlete Piedade

Conforme noticiámos na passada semana, cuja notícia poderão rever aqui:
http://www.raizonline.org/setentaecinco/quarentaetres.htm , realizou-se em 20 de Junho passado em Santarém, um convívio poético e musical, antecedido de um almoço convívio no Restaurante El Gallego, situado no Complexo Aquático Municipal de Santarém, localizado no Jardim de Cima, uma zona nova dos arredores de Santarém, onde resido, que é um espaço amplo, arejado e luminoso.

A seguir ao almoço, realizou-se no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Santarém, uma tertúlia onde actuaram músicos, nomeadamente o Grupo de Canto Coral «AS HENRIQUINAS DE SAGRES», lideradas pela sua maestrina e também poetisa Suzette Duarte, autora de todas as letras das músicas que apresentaram.

Quem cuida de você, é você mesmo! - Por Adm. Marizete Furbino

Quem cuida de você, é você mesmo! - Por Adm. Marizete Furbino

«Se você acredita em qualidade ilimitada e age em todos os seus relacionamentos de negócios com total integridade, o resto se solucionará sozinho». (Frank Perdue)
Sabedor de que nossa imagem é primordial em todo e qualquer ambiente, principalmente organizacional, temos que ter cautela com a mesma. Cuidar de nossa aparência, zelar e atentar a todo instante ao nosso comportamento, nossas atitudes e nossa maneira de nos comunicarmos, torna-se essencial quando queremos obter sucesso no que fazemos.

A maneira de nos portarmos diante das situações vividas conta muito, e se não formos cautelosos, poderá transmitir uma imagem distorcida, aparentando falta de comprometimento e de envolvimento, irresponsabilidade e incompetência, podendo, desta forma, prejudicar a inserção e/ou permanência do profissional no mercado de trabalho.
Temos que ser inteligentes e trabalhar com sabedoria nossa imagem, pois esta é crucial na carreira profissional de cada um.

Alguns quesitos são observados e de extrema importância na carreira de qualquer profissional, tais como: comportamento, conduta, transparência nas ações, discrição, postura diante dos fatos, ter empatia, assiduidade, pontualidade, comprometimento, envolvimento, responsabilidade, iniciativa, honestidade, educação, equilíbrio emocional seja em qualquer circunstância, gentileza, ter o máximo de cautela para não usar de expressões chulas, atenção para com as demais pessoas em sua volta, ética, ter uma preocupação com o tom de voz, maneira de se vestir, higiene pessoal, busca constante pelo saber, procurando atualizar-se sempre e assim crescer cada vez mais profissionalmente.

Todo pré-julgamento ou julgamento de qualquer pessoa deve ser banido, bem como as palavras devem ser ditas com quem for de direito. Assim o profissional irá evitar que flua em seu ambiente ervas daninhas e prevaleça na organização um ambiente harmonioso.

COLUNA DE HAROLDO P. BARBOZA - Dunga é nosso herói - Alzira na copa - A copa não pode afundar.

COLUNA DE HAROLDO P. BARBOZA - Dunga é nosso herói - Alzira na copa - A copa não pode afundar.

Segunda feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.
Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.

Dunga é nosso herói

Segunda feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.
Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.
Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a esposa do poderoso William Bonner sentenciou : «Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores...»
Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação: «Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de «REPORTAGEM EXCLUSIVA» para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma...»

Alzira na copa

Já que a organizada turma da Rua Alzira Brandão/RJ consegue congregar quase 50.000 pessoas em mutirões em torno de um fato popular de alto interesse (seleção de futebol) durante quase 30 dias, sugerimos que a potencialidade de tal grupo seja utilizada em prol da melhoria da qualidade de vida da nossa população visando uma herança melhor para nossos filhos.
A idéia é usar a alta credibilidade e o potencial latente para efetuar reuniões regulares (mensais ou bimestrais num final de semana com churrasco – 3.000 mil pessoas será um número representativo) objetivando abordar e gerar um documento (seria ótimo registra-lo num cartório ou publica-lo na imprensa) relativo a temas que nos incomodam e precisam ser tratados pelas autoridades com seriedade.
Certamente o «time» desta rua (e adjacências) possui pessoas de alto gabarito para conduzir tal cruzada: médicos, advogados, militares, professores, psicólogos, tributaristas, jornalistas, delegados, empresários, similares. Abrir espaço para as abalizadas opiniões femininas e os sentimentos daqueles que não tiveram oportunidade de obter melhor cultura dentro de seus universos carentes.

A copa não pode afundar.

Infelizmente, depois de 30 anos abandonado (como tantas outras instituições), um anexo do Hospital do Fundão (RJ), começa a «afundar» (?) no decorrer de junho de 2010. Mais uma herança da apodrecida administração pública.
Sua estrutura apresentou ruídos característicos de degradação de uma estrutura de ferro e cimento sem a conservação adequada. Foram 30 anos sem 900 leitos que poderiam ter ajudado a salvar algumas vidas.
Logo após o ocorrido, diversos pacientes situados próximos à região foram deslocados para tendas de campanha como as usadas em momentos de guerra.
Com o assédio de repórteres, um membro da direção diz acreditar (só ele mesmo) que agora sairá o projeto da conclusão definitiva deste importante complexo de saúde.
Nós que estamos acostumados a observar estes desmandos (sem reagir) com nossos impostos elevados, certamente não vamos acreditar que alguns milhões de Reais serão investidos com tal objetivo antes de 2017.

Leia estes textos completos

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Poesia escrita e declamada por Joaquim Sustelo - A MINHA CASA VELHINHA (poema escrito quando tinha 15 ou 16 anos) - A Noite, Terna, Linda, Louca, Escu

Poesia escrita e declamada por Joaquim Sustelo - A MINHA CASA VELHINHA (poema escrito quando tinha 15 ou 16 anos) - A Noite, Terna, Linda, Louca, Escura - Tão Longe...(acróstico, à minha amiga Maria Eveline Frenzel) - A CIDADE DORME...


A MINHA CASA VELHINHA

(poema escrito quando tinha 15 ou 16 anos)


A minha casa velhinha
Perde-se atrás da colina
Contudo o sol ilumina-a
Sorri-lhe a lua à noitinha

E a minha casa é sozinha...

Fala-lhe o vento ao passar
Na sua voz meiga e morta
Dá docemente na porta
E ela não pode falar

A Noite, Terna, Linda, Louca, Escura

Terna é a noite,
A noite que passa.
Terna, suave e calma
Entrando como tu na minha alma
Quando a gente se beija e se entrelaça.

Linda é a noite,
A noite que cai.
Fresca, quieta e linda
Como a tua pele, de frescura infinda
Dessa tez morena e rara que me atrai.

Tão Longe...

(acróstico, à minha amiga Maria Eveline Frenzel)

Moras tão longe... para além dos ecos
Aqueles que ao chamar-te, aqui invento;
Rasgam os ventos os espaços secos
Irrompem seus gemidos pelos becos
Ah! Mas tu moras para lá do Vento!

Ergo os meus sonhos para te encontrar,
Viajam nuvens com eles no espaço...
E o tempo voa no imenso mar
Lá onde vogo para te abraçar
Inda que o tempo me pareça escasso

A CIDADE DORME...

A cidade dorme na noite que cai
Ondulam os troncos, as árvores dançam…
E todo um silêncio que chama, que atrai,
Não me vem o sono, os olhos não cansam

Um carro que rola descendo lá vai
Alguém dá uma passa e atira o cigarro
Mantém esse vício, dirá que distrai...
Prossegue o caminho, tosse com catarro

Chuvisca e na rua há água que corre
O frio já grassa pela noite dentro
E sai-me o poema que a mente discorre
Na escura varanda, medito, concentro...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Poesia de José Manuel Veríssimo - Vozes dedilhadas

Poesia de José Manuel Veríssimo - Vozes dedilhadas


Vozes dedilhadas

Vêm vozes
Fios do passado
Tecer dias d´outrora
Manchar o silêncio nocturno

A lembrar veias dilatadas

Estendi-te mãos:
Prontas
Abertas
Amigas

Apenas tocaste as pontas dos dedos.....................................

Antes, punho de força
Quebrado – aberto
Lembrança – Tear
Derrotado a repetir

Estendi-te as mãos:
Rosas dos ventos
Ao longe
Graves - doces - plenas

Brilho - safírico – estrelar


Apenas tocaste as pontas dos dedos...............................

PARTIMOS

Para vencer distâncias
Mas a noite
Passada
Presente Da nossa vontade

Ensombrava
Casas- abandonadas – SEM LAREIRAS


Leia este poema completo

Poemas de Liliana Josué - Uma Frase Inspiradora - Melhor Amiga - Ultrapassando as Sombras

Poemas de Liliana Josué - Uma Frase Inspiradora - Melhor Amiga - Ultrapassando as Sombras

Uma Frase Inspiradora

Amar perfeitamente o imperfeito
é emprestar a alguém a perfeição
e sentir dentro do nosso peito
não ter razão o consentir na aflição.
Amar o imperfeito é renovar
o corpo e alma num doce despertar.


Melhor Amiga

Hoje cedi ao impulso de pensar
no que fui ontem
tu estavas lá também;
perpétua memória de eterno abraço
apesar...
do tempo passar sem embaraço
na leveza dum soprar.
A tua silhueta era a lembrança
de tudo quanto fomos em criança.

Ultrapassando as Sombras

Revolte-se a terra, revolte-se o mar
mas hoje sinto-me livre
não tenho espectros a atormentar-me
tenho espaço
tenho luz
tenho harmonia
tenho alegria
de viver.


Leia estes poemas completos

Alimentação Viva - Por Alexandre Pimentel * - Germinações (Continuação) - Leite do trigo

Alimentação Viva - Por Alexandre Pimentel * - Germinações (Continuação) - Leite do trigo

Você também pode utilizar o grão de trigo recém germinado, antes de ir para a terra e se transformar em capim, para fazer o leite de trigo. Basta utilizar meia xícara de sementes germinadas para uma xícara de água, batendo ao liquidificador e, após, batendo novamente com a fruta de sua preferência, rapadura picada, melado de cana ou açúcar mascavo. Utilize o leite do trigo em receitas que peçam leite de vaca e tudo sairá perfeito. Esta receita, como você verá adiante, também pode ser preparada com girassol.

Pão de trigo germinado

Embora não estejamos tratando aqui de um alimento cru, outra possibilidade na utilização do trigo germinado é o preparo do pão. Você deve utilizar 2 xícaras de trigo germinado, bem moído ou passado no liquidificador para 3 xícaras de farinha de trigo comum e preparar o pão, amassando bem, colocando fermento e acrescentando ervas aromáticas conforme sua preferência. Em minha apostila das oficinas práticas no preparo de pães você encontra as melhores receitas com utilização do trigo germinado.

Pão essênio: O pão da vida

O pão essênio está entre os principais alimentos consumidos por Jesus ! Trata-se de um milagre em termos de nutrientes e energia vital. Também é produzido com trigo germinado, mas ao invés de ser assado ao forno, é desidratado ao sol como se fosse uma passa de fruta. Nesse processo de desidratação o pão essênio torna-se crocante, seco, gostoso e altamente nutritivo. Pelo fato de ser exposto apenas à luz solar, as enzimas naturais do trigo não se destróem e você ingere um pão de trigo com a maioria das vantagens do trigo vivo. Nesse sentido o pão essênio pode ser chamado de «o legítimo pão da vida» que associado com o «sangue vegetal», a clorofila, justifica a expressão «milagre» que utilizei acima. Mas você poderia me perguntar como fazer o pão essênio, já que mora numa região onde o sol não é intenso ou está numa estação do ano em que o astro rei não mostra a cara. A resposta é simples, veja no texto abaixo.

Forno desidratador. Posso construir um ?

domingo, 20 de junho de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A história da morte, das formas como se encara a a nossa sempre potencial morte ou a morte de alguém sempre me fascinou.

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A história da morte, das formas como se encara a a nossa sempre potencial morte ou a morte de alguém sempre me fascinou.

Não temos muitos estudos sobre isso, embora agora a necessidade das instituições serem os mensageiros cada vez mais preferenciais da noticia da morte tenha trazido para um campo «científico» a questão e tenha feito despoletar um maior numero de estudos.

Por uma razão ou por outra, mas quase sempre porque se tenta, pelo menos, dar ao moribundo ou não a última chance num estabelecimento de saúde, cada vez se morre menos (muito menos) em casa e se morre cada vez mais num Hospital.

A história da morte, neste plano mais terra a terra dos posicionamentos das pessoas perante o falecido ou potencial defunto com prazo mais ou menos definido pelas análises médicas despiu-se de todo aquele ritual que era eminentemente familiar ou de pessoas chegadas e transformou-se na «notícia da morte» de uma forma objectiva, despida em grande parte daquela envolvência emocional mais ou menos duradoura.

Eu, por exemplo, nem sabia que o José Saramago, nestes dias falecido, estava doente e que sofria de doença grave capaz de não ser debelada. Soube, assim a notícia, só a notícia, do seu falecimento. E no entanto ele faleceu em sua casa, rodeado dos seus familiares e não num Hospital.

Evidentemente que lhe coube a ele, enquanto teve discernimento para isso e se por acaso o não teve depois, deixar disposto que a sua doença não devia tornar-se pública e que o seu provável desenlace deveria ficar desconhecido do grande público. Dispôs da noticia da sua provável e concretizada passagem a seu modo, gozando de um direito que nestas circunstâncias ainda é mais imperioso que todos os outros.

Em toda a minha vida tenho assistido a talvez dezenas de mortes, assim, nestas circunstâncias de só saber a notícia depois do desenlace se ter concretizado. Antes disso, salvo um caso ou outro de familiares mais próximos, tudo se passa sempre da mesma maneira: sei quando devo saber, quer dizer, passada a hora, até porque muitas vezes ou quase sempre a morte é inesperada mesmo que o não seja de facto.

Dois Poemas de Liliana Josué dedicados a José Saramago - AO MEU ESCRITOR - POEMA DEDICADO A JOSE SARAMAGO

Dois Poemas de Liliana Josué dedicados a José Saramago - AO MEU ESCRITOR - POEMA DEDICADO A JOSE SARAMAGO



AO MEU ESCRITOR

Agora que morreste
este país de gente pequenina
venera-te como um mestre
mas recusou-te em vida
porque eras um herege da gramática
e da doutrina.


POEMA DEDICADO A JOSE SARAMAGO

No final duma manhã de início de verão
em que o sol brilhava
mas o vento agitava as janelas
liguei o soturno aparelho
que principiou a trabalhar num piscar lento
como se retardasse a exposição
de todas aquelas tão insípidas, medonhas e estagnadas realidades.
Finalmente o clarão surge
a imagem nasce
a voz cresce
e a notícia relampeja vestida já de saudades.
Solto um «não» abafado
as mãos colam-se-me à cara… .

Leia os poemas completos

Tertúlia de Poesia e Fado para angariação de fundos - A favor dos Bombeiros Voluntários de Santarém - Por Arlete Piedade

Tertúlia de Poesia e Fado para angariação de fundos - A favor dos Bombeiros Voluntários de Santarém - Por Arlete Piedade

Os Bombeiros Voluntários de Santarém, são a segunda corporação mais antiga em Portugal, e depois de muitas dificuldades, inauguraram há três anos um novo quartel, numa zona ampla e bonita, saindo da anterior localização no centro da cidade, numa zona de difícil acesso e condicionada.

Novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Santarém
No entanto em Abril, segundo notícias publicadas no Jornal regional O Ribatejo, estariam sem verba para pagar salários e saldar outros compromissos nomeadamente com a banca, como se pode ver aqui:
http://www.oribatejo.pt/2010/05/bombeiros-voluntarios-de-santarem-em-risco-de-parar-operacoes-de-socorro/

Foi assim que Arlete Piedade, como colaboradora do Jornal Raizonline, o jornal que todas as semanas tem uma nova edição online, dirigida ás comunidades de língua portuguesa na mundo e Consul de Poetas del Mundo em Santarém, que é uma organização mundial de poetas com sede em Santiago do Chile, que coloca a poesia ao serviço de causas de solidariedade, resolveu organizar um evento de angariação de fundos a favor dos Bombeiros Voluntários de Santarém.
Assim juntou esforços e uniu em seu redor, o Grupo de Canto Coral «As Henriquinas de Sagres», uma associação cultural e recreativa com sede em Sagres no Algarve, local emblemático e místico, onde teria existido a Escola Náutica do Infante de Sagres e de onde teriam partido as primeiras caravelas para efectuarem os Descobrimentos, que fizeram dos portugueses os pioneiros da união entre povos e culturas diferentes, que foi o início da globalização como hoje a entendemos.

POESIA DECLAMADA - Por Astir Carr

POESIA DECLAMADA - Por Astir Carr

Sou Astir Abi Rached Carrascosa, mais conhecida como Astir*Carr, aqui nesse mundo virtual.
Minha família é numerosa e muito unida, e louvo a Deus por ela.
Sou casada com Edio Carrascosa há 39 anos, temos um casal de filhos e uma neta, eles são a razão de nossas vidas. Nasci e moro em Araraquara, interior do Estado de São Paulo.

Muitos podem estranhar o que uma professora de Matemática está fazendo em meio a poesias.
Explico: Desde cedo tivemos o costume de ler muito e passei essa paixão aos meus dois filhos que não ficam sem um bom livro para «devorar».

A poesia sempre me acompanhou, desde a infância, na adolescência e na fase adulta. Poetas e pensadores sempre tiveram um espaço especial em minha vida e em minhas salas de aulas, pois ao iniciá-las, colocava um pensamento após colocar a data, que serviam de reflexões para os jovens confiados à minha função de educadora, além de professora.

Minha performance como intérprete de poesias começou há oito anos, quando fiz a interpretação de poemas de Olavo Bilac e Olegário Mariano, dois dos nossos grandes imortais que admiro muito.

As gravações na época eram muito rudimentares, sem nenhum recurso, mas mesmo assim agradaram aos amigos que as recebiam através dos meus e-mails. Estava nessa época fazendo cursos de PSP e animações, e nas tarefas enviadas às moderadoras do curso, eu colocava poemas com minhas declamações.

Por esse motivo, fui convidada para grupos de poesias e vez ou outra, fazia um carinho aos poetas gravando alguns de seus poemas, hábito que ainda tenho.

Contigo aprendi - Dueto José Geraldo Martinez - Graça Ribeiro

Contigo aprendi - Dueto José Geraldo Martinez - Graça Ribeiro

CONTIGO APRENDI...

José Geraldo Martinez

Meu amor quando tu vais,
sou inteiro ciúmes!
Quando voltas a tua terra e
lá sussurras teus queixumes...

Ah, meu amor, não tens idéia...
Gela o meu peito sozinho!
Não me aquece esta paulicéia,
distante dos teus carinhos!

Falta-me alguma coisa...
Sinto-me sem as mãos e pernas!
Sou hospedeiro infeliz,
da saudade que em mim hiberna...

Contigo aprendi

Graça Ribeiro

Contigo aprendi ir além do tempo
viver como quem nunca morre
inventando razões para ser feliz

Aprendi que a palavra é matriz
do que toca o nosso coração
quando tomado pela emoção

Aprendi que somos muito mais
quando somamos nossos desejos
transformando alegria em beijos

Aprendi que as mãos podem falar
e que o olhar é a janela da alma
quando chora consola e acalma

Leia este dueto completo

A coisa - Reflexão de Michel Crayon

A coisa - Reflexão de Michel Crayon

Dedicado a John Donne

«Elegia: indo para o leito

Vem, Dama, vem que eu desafio a paz;
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado,
Feito para deter o olhar ousado.

Entrega-te ao torpor que se derrama

De ti a mim, dizendo: hora da cama. (...)»

Não sei exactamente como a coisa aconteceu mas que aconteceu, aconteceu. Não foi nada de especial, inicialmente, pelo que não me importei e continuei a andar ao mesmo passo. Era a primeira vez que me acontecia, é um facto, e eu deveria ter dado atenção à coisa precisamente por isso, por nunca ter acontecido. Mas não dei, não dei qualquer atenção e agora tenho de confessar que me arrependo disso, de ter sido tão descuidado.

Aliás penso mesmo que foi a primeira vez que fui assim tão descuidado, que eu me lembre. Já me tinham acontecido coisas diferentes, algumas mesmo estranhas ou muito estranhas algumas vezes e eu tinha pelo menos reparado na originalidade da coisa, no inesperado, na diferença, sei lá...tinha detectado logo que mesmo que a coisa não fosse importante era importante tomá-la em atenção. Mas neste caso não!

E isso começa agora a chatear-me bastante e bastante mais do que na altura em que as consequências começaram a ultrapassar-me ; não era propriamente a coisa em si que me chateava porque embora diferente e com consequências diferentes eu na altura convenci-me que conseguia controlar a coisa, pelo menos estava convencido que conseguia controlar a coisa e isso é importante porque fico agora com a sensação de que apesar de ter errado na análise tomei a atitude que achei apropriada.

Não passei assim grande cartão...e nas circunstâncias pareceu-me o mais apropriado. Daí que a ausência de reacção esteja ajustada.

Tivesse eu passado cartão, o cartão necessário e não tivesse reagido isso é que seria preocupante. Mas não; a minha reacção, que foi a de não ter qualquer reacção, foi ajustada aquilo que eu pensei sobre a coisa. Não é nada (!), disse para mim mesmo e em nada se tornou a coisa. E tenho necessidade de repetir isto para mim mesmo para ter a certeza de que não sou um totó. Calma aí!!

RAUL DE LEONI - Por Sanio Aguiar Morgado

RAUL DE LEONI - Por Sanio Aguiar Morgado

Poeta com espírito clássico, proporções, imagens e equilíbrio formal em seus poemas, expressou muito bem a beleza em sua ideologia, num desencanto moderno de sentido filosófico incomum para seus poucos 31 anos de vida.

Nascido na cidade imperial de Petrópolis no Rio de Janeiro em 30 de Outubro de 1895, foi bacharel em direito, tornou-se deputado estadual e nomeado secretário da ligação do Brasil com Cuba no governo de Wenceslau Brás por indicação de Nilo Peçanha.

Casou-se com Ruth Soares de Gouveia em 1920 e chegou a morar na rua das Paineiras nº19 em Botafogo.

Em 1914 colabora nas revistas «Fom-Fom» e «Para Todos» com publicações literárias para o «O Jornal» em 1919, no Jornal do Comércio, Jornal do Brasil e inclusive o «O Dia» alguns anos depois.

A sua obra poética editada por ele próprio, apareceram, entre elas, «A Ode a um Poeta Morto» (1919), dedicado ao seu amigo dilecto Olavo Bilac e os poemas de Luz Mediterrânea (1922) .

Em 21 de Novembro de 1926 em Vila Serena, Itaipava, vizinha a Petrópolis, após passagem por Corrêas onde tratava enfermidade pulmonar que lhe haviam abreviado as actividades profissionais, falecia Raul de Leoni sendo sepultado onde nascera.

Os que o conheceram sabiam o valor que dava à vida que lhe fora tão cedo, ao contrário do que se podia imaginar sobre o poeta de Luz Mediterrânea, não tinha atitude de revolta em face da morte inevitável.

Adquirira profunda serenidade ao compenetrar-se deste fim próximo, agiu tranquilo sobre o que se passava, ditou metodicamente as suas ultimas disposições e interrogado sobre o destino de sua obra, concordou de se lhe reeditar a Luz Mediterrânea, que depois fora acrescida de poemas inéditos. Nos deixa a sua História Antiga, símbolo da beleza e pureza de um ser de extrema sensibilidade.

COLUNA DE ROSA PENA - Comportamento Geral

COLUNA DE ROSA PENA - Comportamento Geral

Gilda trabalhou muitos anos na casa de meus tios, hoje é uma amiga da família e às vezes resolve dar uma mãozinha em dia de festas. No aniversário de titio, lá foi ela para ajudar e prestigiar, só que desta vez trouxe orgulhosamente seus netos.

Duas crianças encantadoras, uma menina de seis anos, e um garotinho de cinco. Diferente do passado, filhos de empregados só ficavam na parte de serviço (mudou?), elas correram livremente pela sala e se sentaram no sofá junto ao meu primo Jorge que lá estava com Ana, uma conhecida nossa, que havia chegado de Londres há poucos dias.

Jorge com seu jeito alegre e solto, sessenta anos bem resolvidos, começou a brincar com os miúdos e logo já tinha um sentado em cada perna.

— Na Inglaterra você não poderia ter este comportamento com menores. Sentar no colo é visto como assédio - sentenciou Ana - que morou dez anos no exterior, fazendo mestrado na Tonga da Mironga do Kabuletê. Ela é uma intelectual da esquerda - direita - centro. Séria, erudita, vegetariana, macérrima, transparente, caga - regra de comportamentos, daquelas que saem com um livro pendurado e um olhar que discursa. Extremamente autoritária e solitária. Vive na fossa, faz terapia desde que nasceu ou nasceu no meio de uma.

Jorge é economista, estudou muito, carrega uma bagagem cultural imensa, mas não perdeu o gosto por um churrasco, adora uma cerveja, um rock arrebentando os limites auditivos, diz bom dia, boa tarde, boa noite, responde aos e-mails que lhe são enviados, adora sorrir, perdoa à falta da crase ou o excesso dela, um pacato cidadão, pai de uma filha que o olha permanentemente como se visse o Clark Kent em ação.

Nunca o tinha visto estressado. Como nunca não deve ser dito...

José Saramago - Escritor português José Saramago morre aos 87 anos - JOSE SARAMAGO - Por João Furtado - Saramago - Por Francis Raposo Ferreira

José Saramago - Escritor português José Saramago morre aos 87 anos - JOSE SARAMAGO - Por João Furtado - Saramago - Por Francis Raposo Ferreira

Escritor português José Saramago morre aos 87 anos

«Nossa única defesa contra a morte é o amor», disse certa vez o escritor português José Saramago. Deixando um vazio na literatura, ele morreu nesta sexta-feira (18) em Lanzarote (Ilhas Canárias, na Espanha), aos 87 anos. Em 1998, Saramago - que era filiado ao Partido Comunista Português - ganhou o único Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa.
A Fundação José Saramago confirmou em comunicado que o escritor morreu às 12h30 (horário local, 7h30 em Brasília) na sua residência em Lanzarote «em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila».

JOSE SARAMAGO - Por João Furtado

José que hoje lamentavelmente partiste
O vácuo enorme que deixaste na lusofonia
Será que um dia este vazio insípido e triste
E esta sensação por ti deixada passará?

Seres prodígios e incompreensivelmente humildes
A verdade seja dita, são únicos no Mundo
Rapidamente viveste 87 anos e obras muitas feitas
Amaste tanto a Arte em Português que
Me sinto envergonhado de te falar, mesmo hoje com
As lágrimas contidas nos olhos sofridos…

Saramago - Por Francis Raposo Ferreira

Foste, sempre, homem frontal
Sem nunca temer o poder,
Tiveste de sair de Portugal
Para conseguires vencer.

Nunca te deste por resignado,
Enfrentaste velhas instituições,
Foste, várias vezes, insultado
Mas deste-lhes grandes lições.

Leia este tema completo

FLORBELA E O DONJUANISMO - Por Daniel Teixeira

FLORBELA E O DONJUANISMO - Por Daniel Teixeira

Assiste-se no tempo de Florbela Espanca ao nascer e ao desenvolver do sentimento e à interiorização do absurdo descrito mais tarde por Camus no seu Mito de Sísifo, por exemplo:
«O homem absurdo não é servo de nenhum código moral; é, antes, um consciente imitador dos protótipos vivos da sua atitude: D. Juan, o comediante e o conquistador.

O primeiro põe em acto «uma ética da quantidade, ao contrário do santo que tende para a qualidade» (p. 92). Para o segundo, a arte consiste em «fingir absolutamente, entrar o mais profundamente possível em vidas que não são suas» (p. 101). O terceiro, o conquistador, é aquele que se excede por ter consciência da grandeza do espírito humano, «mergulhando no mais ardente da alma das revoluções» (p. 110). Mas a «mais absurda das personagens (...) é o criador» (p. 114), e «a alegria absurda por excelência é a criação» (p. 118), ainda que esta seja para nada.»

Voltaremos a estes termos «criação e nada» tão presentes em Florbela, e igualmente faremos realçar a personagem de D. Juan cujo seguidismo é sugerido existir em Florbela por vários autores. Contudo seria bom desde já deixar claro que a ideia que se tem correntemente, de D. Juan e do Donjuanismo (mesmo contando com as reformulações que lhe foram trazidas quer pela música quer pelas reposições temáticas ao longo de mais de duzentos anos) não se pode resumir a alguns aspectos freudianos (que são bastante interessantes, nalguns casos, diga-se de passagem, e até muito ridículos noutros casos, diga-se também).

D. Juan (aquele D. Juan que se foi perpetuando) não é mais que uma imagem ajustada de Zeus já na sua fase decadente, de Deus da ira (contra os metafóricos Titãs) a Deus do perdão e fusão com o mundo dos homens em que a sua «vida» era já motivo de risota superadora dos gregos dadas as suas aventuras amorosas e a eterna perseguição da sua mulher e irmã Hera.

Há também, em D. Juan, um pouco da inconstância e falha de virtudes de um Paris indirectamente originador da guerra de Tróia. Aliás, uma das interpretações freudianas que vimos da personagem de D. Juan detém-se precisamente neste tipo de característica; alguma inconsciência ou falta de capacidade de valorização entre o Bem e Mal acrescida de uma sumária equiparação a um Cupido que se «recusa a crescer» («complexo» de Peter Pan ) transformado no próprio Eros com o qual o «burlador» acaba também por ter afinidades nesta sua característica dado que Eros depois de ter conseguido convencer a Terra a copular com o Céu se apropria dela, fazendo-a sua não no sentido físico mas sim no sentido da dominância.

sábado, 19 de junho de 2010

SOUER SOURIRE - Glória e Tragédia - Por Afonso Santana

SOUER SOURIRE - Glória e Tragédia - Por Afonso Santana

Tendo lido os trabalhos do Daniel Teixeira sobre Mariana Alcoforado e Florbela Espanca e possível similitude ainda que remota de situações pelo menos psico - sociais, lembrei-me de um trabalho meu, que foi feito num fórum numa altura em que os fóruns ainda serviam para alguma coisa, trabalho este sobre um ícone do passado, mas do qual muitos ainda guardarão alguma recordação.

Trata-se da Irmã Sorriso, uma freira belga, que na altura fez furor com um seu único single...pois, isso existiu, uns discozinhos pequeninos em vinil, em termos comparativos o equivalente à disquete não HD com 640 Kb da nossa infância computadorizada.

Lembrei-me assim do refrão (parte dele) «Dominique, nique, nique» da Soeur Sourire, e estas minhas pesquisas por vezes são como as cerejas, lembrei-me também na altura que nem a Irmã Belga (que andava de bicicleta com cestinho) nem ninguém parece ter dado grande importância ao facto da repetição «nique, nique» ter algumas conotações menos próprias no calão francês: de uma forma geral pode dizer-se que «nique» tanto pode ser «lixar» no sentido pessoal, quer dizer, lixar alguém como «fazer amor» (num sentido bastante popularizado).

De qualquer forma a Freira belga andou aí por esse mundo a repetir o Dominique «nique, nique» e safou-se extraordinariamente bem. Logo abaixo junto um vídeo humorístico em rap da terceira idade onde os enérgicos velhotes se queixam que estão a ser «nique - ados» pela história imperialista e pela situação social e económico financeira.

Pois bem a Soeur Sourire (também conhecida como Sister Smile ou The Singing Nun) nasceu em 17 de Outubro de 1933 e faleceu em 30 de Março de 1985. Teve um sucesso mundial em 1963 com a canção «Dominique». O seu verdadeiro nome era Jeanine Decker e o seu nome no convento era irmã Luc-Gabrielle. Em 1966 um filme foi feito baseado na sua vida, com o nome «The Singing Nun», com Debbie Reynolds no papel principal.

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - DONA... - APAIXONEI-ME! - CONTIGO APRENDI...

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - DONA... - APAIXONEI-ME! - CONTIGO APRENDI...


DONA...

Dona, o que tens que me aprisionas?
Ainda que me ignores simplesmente!
Quando passas...
Ah! Dona...
Dispo-te com meus olhos loucamente!

Ressuscitas o animal!
Pequeno e imbecil...
(Pobre de mim)
Um ser anormal buscando teu cio.


APAIXONEI-ME!

Quem duetaria comigo esta dor?
Alguma poetisa que me lê nesta hora?
Talvez carregue um pouco dela,
seja como for...
Quando for embora!

Um homem entregue é o que sou.
Vivo a mais perdida das paixões!
Aquele que andou por seus caminhos
nas mais fugazes ilusões...

Nem faço conta das bocas que beijei,
dos corpos que tive em minha cama...
Juras de amor? Nem sei...
Perdidas e profanas!

CONTIGO APRENDI...

Meu amor quando tu vais,
sou inteiro ciúmes!
Quando voltas a tua terra e
lá sussurras teus queixumes...

Ah, meu amor, não tens idéia...
Gela o meu peito sozinho!
Não me aquece esta paulicéia,
distante dos teus carinhos!

Falta-me alguma coisa...
Sinto-me sem as mãos e pernas!
Sou hospedeiro infeliz,
da saudade que em mim hiberna...

Leia estes poemas completos

Poesia de Sanio Aguiar Morgado -IDADE - AMOR DESCONHECIDO - PROFISSAO

Poesia de Sanio Aguiar Morgado -IDADE - AMOR DESCONHECIDO - PROFISSAO


IDADE

Os olhos
que te vêm,
tem a mesma
idade dos teus.

O coração que
brinca de amar,
também ainda
não aprendeu.

AMOR DESCONHECIDO

Tu que sempre amei
e tanto procurei,
onde estavas que
nunca te encontrei.

Sentia-te tão perto,
percebia o teu olhar,
mas se te procuravas
fugias sempre de mim.

PROFISSAO

Há um faxineiro de
almas, limpando ruas,
varrendo folhas,
juntando emoções,
amassando as dores
e queimando lixos.

Como o jardineiro,
tratando este canteiro
de rosas e espinhos,
retirando do caminho
galhos secos, ervas daninhas,
deixando o jardim em flor.

Leia estes poemas completos

Página de Sandra Fayad - AGUAS TEMPORONAS

Página de Sandra Fayad - AGUAS TEMPORONAS

- Não vai sair esta noite? Pergunta minha filha
- Não. Esta secura me desanima. Sinto falta de ar, alergia – respondo.
- Pelo jeito, se você não viajar para o litoral, vai ficar os próximos seis meses em casa – observa ela.

Nem respondo. Estou mal humorada.
Ligo o umidificador e a TV. Informe da previsão do tempo para o dia seguinte:
«...na Região Centro Oeste do Brasil, tempo firme com céu claro e possibilidades de chuvas esparsas em algumas áreas isoladas.»

Nem dou bola para a parte final da informação. Já estamos no dia 30 de maio de 2009 e nunca choveu no dia seguinte aqui em Brasília (pelo menos que eu me lembre...).

- Isso aí é rebate falso. Os metereologistas erraram mais uma vez ou então a emissora está querendo nos fazer sonhar, como nas novelas. A chuva se despediu de nós há mais de uma semana com umas gotinhas sem-vergonha que nem deram para apagar a poeira.

Começo a cochilar, ainda com o pensamento voltado para o áudio que ouvira pouco antes. Aquela palestra me deixou muito impressionada. As constatações de que a água já acabou em várias partes da Terra por causa da irresponsabilidade do homem e as péssimas perspectivas para os próximos quinze anos me fizeram ficar mais preocupada (*).

Desligo a TV e o umidificador e durmo. Sonho que chove. Ouço a água caindo mansamente sobre o telhado. Acordo e adormeço duas ou três vezes, ouvindo aquela sinfonia. Não sei se sonho ou se penso na felicidade das plantas e dos animais da Horta Comunitária. Estou bem no limiar entre o sono e o despertar, mas não me levanto. Pelo menos não me lembro de tê-lo feito, a menos que eu seja... sonâmbula.

Cynthia Kremer - Internet e o inexplicável - O Inexplicável II

Cynthia Kremer - Internet e o inexplicável - O Inexplicável II

Foi no dia do aniversário de 15 anos do Dan, meu filho, que aconteceu e que vocês vão ler agora..
Ele estava conversando num chat americano, chamado «Virtual Places», e era ainda um novato lá; não tinha sequer avatar e nenhuma informação pessoal. Apenas um Nickname que até hoje eu lembro:«Leonarzen».

De repente ele recebeu um «IM» uma mensagem instantânea - que era uma das ferramentas oferecidas pelo chat - dizendo «Deutschland». Meu filho respondeu:«what»? e a resposta veio: «Germany» meu filho respondeu então: «who are you?» e a resposta foi:
«I know you but you don't know me» em seguida veio outra mensagem: «I love you» quando o Dan apertou o «send» para perguntar de quem se tratava, o que significava aquilo, veio a mensagem automática do chat «User not found», «Usuário não encontrado».

Foi assustador, porque como eu disse, nada havia nas informações dele. Nem o nome verdadeiro, nem o país de origem, nada enfim que alguém pudesse fazer aquela analogia com a Alemanha, a não ser meu pai, que infelizmente não chegou a conhecer o Daniel. Ele faleceu três anos antes dele nascer.

O que nos veio à mente, foi que só poderia ser ele, meu pai, que, de alguma forma - que eu desconheço completamente - conseguiu uma maneira de se comunicar através dali. Fomos excluindo todas as possibilidades de ser alguém que o conhecesse, por não haver nenhuma informação que ligasse o Dan a Alemanha.

Ninguém ali poderia saber disso. E muito menos mandar mensagens tão curtas e tão significativas, como: «Você não me conhece, mas eu te conheço» e «eu te amo» e desaparecer assim como apareceu: do nada!


O Inexplicável II

Como eu disse no outro texto «Internet e o Inexplicável» tenho mais uma história pra contar. E que sempre me impressionou muito...

Depois da Segunda Guerra, meu pai foi estudar geologia na Universidade de Stuttgart e alugou um quarto na casa de um pianista profissional e muito rico. Meu pai contava que sempre que chegava da faculdade, ia jantar e dormir.

Mas que quando o «senhorio» dele tinha concerto marcado, ele ensaiava muito em casa e meu pai adorava escutar aquele piano do quarto dele antes de dormir. As vezes, com a parceria de algum violinista, etc.

Um belo dia, ou melhor, uma bela noite, o meu pai escutou-o tocar especialmente bem, mas estranhou o fato do cão do pianista, um boxer que chamava-se «Otto» latir incessantemente enquanto o dono tocava - coisa que ele nunca fazia, por estar habituado aos ensaios de seu dono.

POESIA DE DENISE SEVERGNINI - FELIZ ANIVERSARIO, AMOR - AMOR, DEIXA O TEMPO PASSAR - AMOR NUM SORRISO - AMOR N'ALMA D'UM POETA - ALMA OUTONAL

POESIA DE DENISE SEVERGNINI - FELIZ ANIVERSARIO, AMOR - AMOR, DEIXA O TEMPO PASSAR - AMOR NUM SORRISO - AMOR N'ALMA D'UM POETA - ALMA OUTONAL

FELIZ ANIVERSARIO, AMOR

Deito minhas saudades às malhas do esquecimento
Buscando atingir aos píncaros da doce (in) sanidade
Quero deixar de querer, libertar-me do atroz tormento
Que foi tua partida, conduzindo contigo a felicidade

Nesta data de recuerdos doridos, lágrimas e lamento,
Acendo uma vela que queima um amor de tal verdade
Não aliviando em mim, o real e o desejável intento
De transmutar a dor da ausência em feliz docilidade

AMOR, DEIXA O TEMPO PASSAR

Quem me dera o tempo se fosse a vagar
Perdido entre eras, passasse devagar
E em ti, eu ficaria indefinido,num eterno amar
Atado em teus braços, enrodilhado no teu carinho
Seria teu amante, como pássara e pássaro
Em seu doce ninho...amor de momento total!

AMOR NUM SORRISO

Empresta-me o teu sorriso
E´dele que eu preciso...
Não! Não estou triste...
Estou com saudades de ti!

Empresta-me o teu sorriso
Quero colocá-lo na retina
E na tua ausência, mesmo instantânea
Lembrar-me de ti!

AMOR N'ALMA D'UM POETA

Sensível demais, emotividade transborda
Por teus poros a inundar minha alma

Desenhando essências especiais
Suaves arroubos de versos gentis

Minha alma voa à procura da tua
Imaginando um jeito de ser feliz

E o vôo à leva aos píncaros do céu
Redesenhando suas quimeras mil

ALMA OUTONAL

As árvores despem-se de suas folhas
No raiar do outono.
Tiritam de frio e emoção...

Sento junto à varanda
A contemplar a serra
Descortinada no horizonte.

Matizes esverdeados desenham formas
Dão ares da natureza a festejar
Os sentimentos nascentes,
Em meu ser, neste momento...

Leia estes poemas completos

Pagina de Meg Klopper - Carta para mamãe; Prosa poética - LIBERDADE, EU SOU! - Poema

Pagina de Meg Klopper - Carta para mamãe; Prosa poética - LIBERDADE, EU SOU! - Poema

Carta para mamãe

Oi, Mãe Tudo bem? Espero que sim.
Estou te escrevendo para saber como você está. Sei que será difícil saber, mas agora você está ocupando uma das moradas do Pai.
Sinto tanto a sua falta...aí, ai...dá até uma dorzinha fina no peito. Hoje, aqui na terra, comemoramos o Dia das Mães, mas como a senhora sempre nos dizia: «O dia das Mães é todo dia, mas para o comércio é um dia especial. Esperto quem criou tais datas comemorativas»...
Lembro de como você era inteligente, eclética, bondosa, caridosa e muito responsável. Sua disciplina era algo que as vezes até incomodava, mas que hoje me faz falta, já que sou meio assim, ou seja, necessito de alguém falando, falando, falando para que eu me movimente. (xiii...nem muito nem tão pouco, né, mãe?)
Apesar de sermos filha e mãe temos nossas diferenças, né? Eu sou responsável também, igual a você, mas detesto horários, regras impostas e chateações do género. Sigo muitas porque do contrário me dou mal, mas que gostaria de que todos fossem livres, ah isso sim...Chatice faz mal e engorda!

LIBERDADE, EU SOU!

Sou como o vento, que viaja solto
Leve, sem amarras, sem garras
Nada pode me prender
Nada me pode enredar

Sou pássaro solto que voa pela relva
E respira o ar sarado da flora.
Sou livre como os animais da selva
Quero sentir a claridade, a aurora...

Como brisa, quero passar por qualquer lugar.
A esmo, quero estar onde quiser estar.
Por opção, parar e permanecer soprando
As aragens silenciosas a cobrir o espaço

Leia esta página completa

CORONEL FABRICIANO - Ciúme -  BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - Ciúme - BENEDITO FRANCO

O apresentador Ratinho disse que nós brasileiros somos uns bananas, por não reclamar dos desmandos de nossos governos. Atualmente, a grande mídia «mete o pau» na Igreja Católica e nós católicos não nos indignamos! É por essas e outras que admiro os judeus e os árabes: vá falar mal de judeus ou de Maomé! A reação, com toda razão, vem pesada!

022 - Ciúme

Dr. Luis, nos últimos dias de vida, quase morria de ciúmes quando a esposa ouvia o Roberto Carlos cantar - ciúme mesmo. Na época eu namorava uma sua filha.

Ele jovem namorava e amava a irmã caçula de catorze irmãos homens - única mulher entre eles. Noivaram. Os irmãos, todos, moravam fora da cidadezinha – a maioria no Rio de Janeiro e um deles chegou a ser goleiro do Botafogo e outro foi deputado estadual em Minas.

O casamento marcado. Dia tal, seria ao meio dia, pois o trem chegaria às onze horas, e nele viriam bastante parentes dos noivos que, depois da cerimônia, do almoço e da festa, voltariam no trem das dezesseis horas.

De manhã, expectativa total, com os irmãos presentes - uma alegria só! - Alegria vai, brincadeira vem, risos e gargalhadas, tudo de encontros raros e desejados, um irmão puxa a noiva e ela cai em seu colo. Ela, rindo e abraçando-o, acaba dando-lhe um beijo na face.

O noivo vê.

O noivo gela. Branqueia. Bufa e avermelha. Vai à sua casa, arruma a mala - e como estava quase na hora do trem chegar - sai a galope para a estação. Consegue comprar a passagem e pega o trem, indo para a cidade mais próxima.

Leia esta crónica completa

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Devaneio da Primavera - Serão - As rolinhas

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Devaneio da Primavera - Serão - As rolinhas


Devaneio da Primavera

O Sol a aquecer os ninhos
E a brisa a abanar os ramos
Acordam os passarinhos
Na Primavera que amamos

Como nos dais alegria
A cantar no arvoredo
A ternura que extasia
Pássaros de manhã cedo

Todo o dia encantais
Quem vos ouça chilrear
Às dezenas os pardais
Outros com melhor cantar

Serão

Sou parceira do meu neto,
Que gosta de jogar cartas
-Tiago, toma cuidado,
Não te ponhas com bravatas!

- Mas não temos pano verde,
Nem a mesa é quadrada
Porém há muita alegria,
Lá vai mais uma jogada!

As rolinhas

As rolinhas, que eu conheço,
Têm penas matizadas
De cinza, branco e castanho
Têm asas bem lançadas

E as cabecinhas redondas
Muito vivos os olhitos
Vêem tudo o que se passa
Brilhantes são seus biquitos

Leia estes poemas completos

O Amável refilão ou a aldeia das pessoas felizes - Conto por Ilona Bastos 

O Amável refilão ou a aldeia das pessoas felizes - Conto por Ilona Bastos

Era uma vez um viandante, que se chamava Amável.Um viandante é uma pessoa que coloca aos ombros a sua mochila carregada de coisas importantes - tais como a escova de dentes, o sabonete, o casaco e o chapéu - e vai viajar para terras distantes. Quero dizer, o viandante não passeia próximo da sua casa, da sua escola, ou do seu escritório. Ele toma um barco ou um comboio, por exemplo, e desce num local longínquo, que pode ser uma praia, um bosque ou uma cidade. Depois, não permanece aí durante muito tempo. Descansa um pouco, recolhe a bagagem, consulta o mapa, escolhe um destino e põe-se a caminho.

O viandante da nossa história, como todos os outros viandantes com quem se cruzava nas suas andanças, pouco parava. Contudo, destacava-se dos demais por duas características particulares: em primeiro lugar, por os pais, babosos do seu rebento, o haverem baptizado com o nome de Amável; em segundo lugar, por este nosso amável viandante ser, na verdade, um incorrigível refilão.

Estranha ironia, que um homem tão rezingão, tão pronto a encontrar defeitos em tudo e em todos, tivesse, afinal, o mais delicado dos nomes!

Sempre crítico, o viandante Amável saltitava, impaciente, de terra para terra, à procura do local ideal para viver. Porém, cada cidade que visitava lhe parecia mais desagradável do que a anterior, e a sua irritação não tinha limites.

E que ao viandante Amável agradavam as moradias de amplas janelas e belos jardins, mas desgostavam os altíssimos edifícios em betão que escureciam as ruas, tornando-as estreitas, húmidas e sombrias.

O viandante Amável apreciava os parques arrelvados, com árvores frondosas e lagos brilhantes que os patos selvagens e os pombos sobrevoavam em bandos. Mas horrorizava-o a pobreza dos bairros da lata, onde as crianças deambulavam ao frio e com fome.

O viandante Amável entusiasmava-se com as sensações de liberdade e de aventura que a velocidade lhe proporcionava. Mas desanimava-o a poluição libertada pelos tubos de escape dos automóveis.

Também dos teatros, dos cinemas e dos cafés gostava o viandante Amável. Mas sempre o deixavam indisposto os ruídos ensurdecedores das buzinas, das motorizadas, e até dos aviões que rugiam em constantes aterragens e descolagens.

Como não existiam cidades sem altos edifícios em betão, sem bairros de lata, sem poluição e sem ruídos, andava o viandante Amável permanentemente de sobrolho franzido, de um lado para o outro, a refilar, a refilar.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

ALBERTO CAEIRO / FERNANDO PESSOA - (Heteronímia) - Por Liliana Josué

ALBERTO CAEIRO / FERNANDO PESSOA - (Heteronímia) - Por Liliana Josué

Este trabalho versa Fernando Pessoa mas vestindo o seu heterónimo Alberto Caeiro – O Guardador de Rebanhos.
Como muito gente sabe Fernando Pessoa foi um escritor bastante original e muito complexo. E considerado um dos génios da nossa literatura. A magistral utilização dos heterónimos deu um matizado impar à sua escrita. Começarei então por fazer a destrinça entre heterónimo, ortónimo e pseudónimo:

Ortónimo é o autor na sua «real» identidade: nome, aspecto físico, estilo de escrita, gostos e tudo o mais correspondente à sua personalidade e características físicas.
Heterónimo será um outro personagem da mesma pessoa, mas separado dela tanto psicológica como fisicamente, nada tendo isto a ver com a mais conhecida designação de «pseudónimo». No pseudónimo o autor permanece na mesma, ou seja: temáticas, linguagem, visão do mundo, estilo de vida, etc. Apenas o nome muda. São nomes falsos em pessoas reais, enquanto que no heterónimo, como a cima referi, tudo se altera. Torna-se uma personagem criada pelo autor mas exterior a ele, e ao mesmo tempo, completando - o, mas nunca tipo personagem de cinema ou apêndice seu. E uma parte do todo do escritor, ou seja: essa parte é um todo independente, não assumindo o ortónimo uma posição de superioridade pois todos fazem parte da mesma globalidade.

Aparecimento dos heterónimos em Fernando Pessoa
Como se sabe Fernando Pessoa tinha uma personalidade bastante complexa, segundo ele próprio disse era um «histérico - neurasténico», proporcionando-lhe esta característica uma tendência e necessidade para a simulação. Como testemunho do que acabo de referir transcrevo parte de uma carta dele enviada a Casais Monteiro sobre um outro heterónimo: Ricardo Reis, pois considerei o aparecimento deste muito interessante.

«Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo de Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. Tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis».
Mas é sobre Alberto Caeiro que este trabalho incidirá.
Este heterónimo surgiu da vontade por ele expressa em surpreender Mário de Sá-Carneiro com um elaborado poema bucólico. Fez várias tentativas mas, tal como anteriormente aconteceu, não conseguiu o tal poema; não lhe surgia a inspiração e a motivação abandonou-o. Mas algo se alterou independente à sua vontade e finalmente conseguiu escrevê-lo. A explicação para tal acontecimento dá-a ele nessa mesma carta:

COLUNA DE TOM COELHO - Liderança e Poder

COLUNA DE TOM COELHO - Liderança e Poder

«O poder, em si, não constitui uma garantia moral: o poderoso pode ter a espada na mão, mas nem por isso é dono do bem.»
(Contardo Calligaris)

A liderança é uma competência de caráter relacional, isto é, pressupõe uma relação entre duas ou mais pessoas fundamentada no exercício da influência. A regra é despertar o desejo, o interesse e o entusiasmo no outro a fim de que adote comportamentos ou cumpra tarefas. Além de relacional, a liderança também pode ser situacional, ou seja, determinada pelas circunstâncias.

Muitos são os estudos acerca dos tipos, bases e fontes de poder. Mencionamos, por exemplo, LIKERT e LIKERT (1979), KRAUSZ (1991), SALAZAR (1998) e ROBBINS (2002), mas ressaltando que todos beberam de alguma forma nos escritos de FRENCH e RAVEN (1959).

Fazendo uma compilação destes estudos, identificamos as seguintes formas de poder:

1. Poder por coerção. Baseia-se na exploração do medo. O líder demonstra que poderá punir o subordinado que não cooperar com suas decisões ou que adotar uma postura de confronto ou indolência. As sanções podem ser desde a delegação de tarefas indesejáveis, passando pela supressão de privilégios, até a obstrução do desenvolvimento do profissional dentro da organização. Pode ser exercido por meio de ameaças verbais ou não verbais, mas devido ao risco de as atitudes do líder serem qualificadas como assédio moral, o mais comum é retaliar o empregado, afastando-o de reuniões e eventos importantes, avaliando seu desempenho desfavoravelmente ou simplesmente demitindo-o.

2. Poder por recompensa. Baseia-se na exploração de interesses. A natureza humana é individualista e, quase sempre, ambiciosa. Ao propor incentivos, prêmios e favores, o líder eleva o comprometimento da equipe, fazendo-a trabalhar mesmo sem supervisão. A recompensa pode ser pecuniária, ou seja, em dinheiro, ou mediante reconhecimento e felicitações públicas. O risco de se usar este expediente como principal artifício para exercício do poder é vincular a motivação das pessoas e sua eficiência a algum tipo de retorno palpável e de curto prazo, inclusive enfraquecendo a autoridade do líder.

3. Poder por competência. Baseia-se no respeito. O líder demonstra possuir conhecimentos e habilidades adequados ao cargo que ocupa, além de atitudes dignas e assertivas. Os subordinados reconhecem esta competência e a respeitam veladamente. Um exemplo fora do mundo corporativo é a aceitação de uma prescrição médica, porque respeitamos o título do médico e seguimos seu receituário mesmo sem conhecer o profissional previamente ou o princípio ativo do medicamento.

4. Poder por legitimidade. Baseia-se na hierarquia. A posição organizacional confere ao líder maior poder quanto mais elevada sua colocação no organograma. E uma autoridade legal e tradicionalmente aceita, porém não necessariamente respeitada. Um exemplo típico é o poder que emana do «filho do dono» que pode ser questionado, embora raramente contestado, se sua inexperiência for evidenciada.

5. Poder por informação. Baseia-se no conhecimento. O líder, por deter a posse ou o acesso a dados e informações privilegiadas, exerce poder sobre pessoas que necessitam destas informações para realizar seus trabalhos. Note-se que o mero acesso a informações valiosas é suficiente para conferir poder a estas pessoas. E o caso das secretárias de altos executivos.

O Perfil Psiquiátrico do Corrupto - Por Alexandre Pimentel

O Perfil Psiquiátrico do Corrupto - Por Alexandre Pimentel

A missão deste artigo não é fácil, principalmente pelo fato de seu autor, apesar de cidadão ativo e extremamente observador, não ser psiquiatra. Analisar o comportamento do corrupto é algo tão amplo que mereceria um tratado que observasse desde a corrupção daquele que leva os talheres de um restaurante para casa, até aquele que comete desatinos em nome da ciência ou que sacrifica uma população inteira para satisfação de seus desejos pessoais. A idéia deste texto é apresentar elementos básicos para compreendermos a atitude de quem usurpa, rouba e compromete a vida do coletivo.

O dicionário Aurélio define corrupção como algo podre, corrompido, devasso, depravado, que se deixou corromper ou subornar. Etimologicamente o substantivo feminino corrupção deriva do latim corruptio, com o sentido de deterioração, ato, processo ou efeito de corromper. Há também a compreensão que se refere à palavra «ruptura», que pode significar o rompimento ou desvio de um código de conduta moral ou social.

Empiricamente acredito que a palavra «corrupto» possa ter origem comum com «carrapato», ao menos há semelhança entre elas, tanto na fonética quanto na atitude de ambos, ou seja, sugar energia que não lhe pertence, invadir uma estrutura com interesse particular em detrimento da vitalidade do outro, cometer o parasitismo social cujo impacto seja catastrófico em todos os sentidos. Interessante atentarmos para a possibilidade de um carrapato matar um boi enorme e também para o cuidado de não eliminarmos um boi para matarmos um carrapato.

Os interessados em conhecer o impacto da corrupção e a classificação de países quanto à prática corrupta, têm na Internet uma grande quantidade de informações. As ONGs Transparência Brasil e Transparency International, entre dezenas de outras, apresentam uma série de importantes dados, tanto para os estudiosos quanto para o cidadão comum, maior vítima de todo o processo.

Sugerimos, também, o interessante artigo «Quanto custa a corrupção?», de Ecléia Conforto, publicada no jornal Extra Classe, do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul. Segue anexo, como ferramenta de pesquisa, o «mapa de riscos da corrupção», publicado pela Transparência Brasil.

POESIA DE PATRICIA NEME - MORTE... VIDA... - CHUVA? - PAI NOSSO

POESIA DE PATRICIA NEME - MORTE... VIDA... - CHUVA? - PAI NOSSO


MORTE... VIDA...

Se existe um amanhã... Um «logo mais»...
Quem sabe, onde a certeza do momento?
Viver, morrer... É tudo tão fugaz...
Efêmero... Qual é o pensamento.

Se agora, aqui... Em breve o corpo jaz
em meio ao canto triste do lamento.
Os sonhos... São entregues ao jamais...
Os planos... Perdem-se em esquecimento.


CHUVA?

Do céu cinzento, chega a chuva fina...
Vem mansamente, quase em desalento.
E chove, chove... Nunca que termina...
E chuva d’água... Ou chove sofrimento?

A terra dorme sob a gris neblina,
o tempo para, já não canta o vento...
Nem leve sol, a vida descortina...
E chuva d’água, ou chuva de lamento?

PAI NOSSO

- porque há crianças... -

Pai nosso, Pai de toda a criançada,
estás longe no céu, por qual razão?
Te assusta tanta vida aniquilada,
Te agride ver a infância sem ter pão?

Do céu, ouves a mãe desempregada,
que implora por Tua Graça e Compaixão,
pra que a família seja alimentada
e os filhos tenham teto e educação?

Conto Infantil de Cremilde Vieira da Cruz («Avómi») - A Pulga Teimosa

Conto Infantil de Cremilde Vieira da Cruz («Avómi») - A Pulga Teimosa

Aquela Pulga era tão pequenina, tão pequenina, que o Cão Calcinhas não conseguia vê-la. Ele resmungava e ela ria às gargalhadas, saltando daqui para ali e dali para acolá. Mal ele acabava de coçar uma pata, já ela estava na barriga, coçava a barriga, ela saltava para uma orelha, e assim sucessivamente.

O Cão Calcinhas que era muito esperto, farto da Pulga Teimosa e das gargalhadas que ela dava a troçar dele, pensou:
- Espera lá, pulga marota, que vou chegar para ti. Estás a armar-te em esperta e a brincar comigo, mas vais arrepender-te.

Sem mais delongas, o Cão Calcinhas pôs-se a caminho do rio. Chegado lá, deu um mergulho, mas arrepiou-se todo, porque a água estava muito fria. Voltou a resmungar qualquer coisa que a pulga não entendeu, mas como era bom nadador e porque depois do primeiro impacto com a água se sentiu bem, deixou-se ficar um bocado, foi nadando, nadando, e acabou por se esquecer da pulga.
Quando se cansou de nadar, saiu da água, foi estender-se ao sol para secar o pêlo e descansar um pouco. Porém, mal se tinha acomodado, ouviu uma gargalhada, sentiu uma picada numa orelha e então sim, lembrou-se que, apesar de ter estado dentro de água para se ver livre da Pulga, não tinha resultado.

A Pulga ria, ria, picava aqui e ali, o Cão Calcinhas coçava ali e acolá e a dada altura ela disse:

- Que bem que se estava dentro de água! Por que não mergulhas outra vez? Nem me apeteceu picar-te e estava tão consolada, que queria ficar lá o dia todo. Como o tempo está quente, sabe mesmo bem dar uns mergulhos, não achas? Vá, anda daí se não continuo a picar-te!

- Pulga duma figa, desaparece do meu corpo, senão...

-Ah, ah, ah... que bem se está aqui! - disse ela - Estou bem alimentada, porque o teu sangue é bom, bem cheirosa, porque o teu pêlo é um asseio, e tens um perfume que me agrada, que mais eu quero? Nem penses que algum dia sairei daqui, Cão Calcinhas!
Só se me matares, o que é difícil, porque quando vieres com a pata ao sítio onde eu estiver, saltarei logo para outro e continuaremos a brincar às escondidas, o que me divertirá imenso.

O Cão Calcinhas, mal disposto e irritado, disse:
- Espera aí que te hei-de apanhar, Pulga maldita.

O MUNDIAL - Por Manuel Fragata de Morais

O MUNDIAL - Por Manuel Fragata de Morais

Logo após o Mundial de 1994, escrevi esta crónica que, às portas do que começa daqui a dias, acho por bem republicar com a devida antecedência. Assisti ao que decorreu na Alemanha, onde nós angolanos participamos pela primeira vez com muita honra e brio. Lamentavelmente, para este, que é aqui mesmo ao lado, a nossa bandeira não se fará presente. Paciência, mais sóis brilharão, e como se diz aqui na banda, etu mudietu, makamba jiami (nós somos, meus amigos).
Decorridas várias semanas do término do Mundial 94, quiçá se possa referir ao evento com um pouco menos de subjectivismo e com maior probidade.

Não será intenção descrever os feitos da grande equipe brasileira e da sua mais do que merecida vitória, muito menos das técnicas e tácticas desenvolvidas e usadas nos campos pelo diabo - virado - santo Parreira.

E mister sim, e sem pitada de ironia, alertar desde já para as técnicas, e sobretudo tácticas, que poderão vir a ser impostas aos jogadores no campo do amor, no período dos mundiais. Esperemos cheios de alento que seja unicamente nos mundiais, porque se a moda esdrúxula passar para os campeonatos nacionais, Deus nos ajude, estará tudo perdido.

Num estudo elaborado e conduzido por dois pesquisadores israelitas, em cerca de quarenta jogadores de futebol daquele país, chegaram-se a indesmentíveis conclusões, que certamente não serão do agrado de todos, já que ao partir-se do princípio que todos os jogadores podem, ver-se-á que uns poderão mais do que outros, segundo a relevância física do posto. Consagra-se assim a máxima por nós bem conhecida, a cada qual segundo o seu esforço e trabalho.

Concomitantemente, a D. Maria, esposa amantíssima do guarda-redes (goleiro?) Fulano de Tal, poderá ser agraciada com os favores e calores do extremoso marido até três dias antes do tira-teimas. Se o dito cujo for tão bom a furar a baliza lá em casa quanto é a guardá-la nos relvados, ter-se-á um momento nublado para a infeliz consorte, por três dias que sejam.

Poesia de João Furtado - MEU PARDAL QUEDA MUDO E TRISTE - AS MAOS, VERDADEIRAS ARMAS!

Poesia de João Furtado - MEU PARDAL QUEDA MUDO E TRISTE - AS MAOS, VERDADEIRAS ARMAS!

MEU PARDAL QUEDA MUDO E TRISTE

Meu Pardal queda mudo e triste
Está totalmente de negro pintado
Não sei porque esta tão calado
Só sei que me faz ficar tão triste…


Dos teus ensurdecedores chilrear
Pardal meu amigo tenho saudades
E das noticias tuas necessidades
E este teu ar que tens e faz marear…


AS MAOS, VERDADEIRAS ARMAS!

Há anos quando era pequeno
Pouco mais de 4 anos tinha eu então
Admirava as casas enormes feitas
E as ruas e outras obras perfeitas
A minha mãe pegou-me nas mãos
E disse que tudo que eu via e admirava
As minhas mãos podiam fazer
As boas e as más obras
A paz e a guerra
O trigo plantar ou a bomba lançar
O carinho fazer ou a pedra atirar
As minhas mãos eram as armas
As armas do bem tão desejado
Ou do mal tão recusado
E tudo dependia de mim

Leia estes poemas completos

domingo, 13 de junho de 2010

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.- As lágrimas de Pablo Armero e contrapontos com nosso ídolos - Quem será Pablo Arme

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.- As lágrimas de Pablo Armero e contrapontos com nosso ídolos - Quem será Pablo Armero, el llorón?

Quando o assunto é futebol, sou um tanto bairrista; sou torcedor do São Paulo Futebol Clube. No entanto não fico alheio a eventos que ocorrem no futebol que vão além das marchas e contramarchas do esporte rei.

Estou acompanhando a saga do Pablo Armero, um jovem colombiano que joga na equipe do Palmeiras, aliás, time de predileção de minha esposa.
Há três rodadas, no campeonato paulista, ele cometeu duas falhas que redundaram em gols do adversário. Ficou uma rodada na reserva; voltou a jogar: cometeu outra falha que resultou em gol do adversário.
Armero chorou! Isso me comoveu. Este jovem colombiano, titular da seleção de futebol de seu país, tem garra, tem fibra, tem coragem e tem vergonha na cara.

Tivessem estes mesmos predicados durante a última copa, o Ronaldo Fenômeno, o Roberto Carlos, o Ronaldinho Gaucho, o Robinho e o Adriano, só para citar os mais famosos, o Brasil teria saído hexacampeão da copa de 2006.
Crises todos nós temos; durante uma vida, quantas crises enfrentamos? Acho natural que o Pablo, mi hermano colombiano, tenha passado por uma crise, porém percebe-se, quando ele olha para o vazio, quando as lágrimas claras escorrem de seu rosto, quando pede desculpas pelas emissoras de rádio e TV para os palmeirenses por suas falhas: ele está sofrendo e precisa de ajuda!
- Que grande pessoa és Pablo Armero!
Vamos Armero! Levante a cabeça! Emocione-se e nos emocione com a sua garra, sua disciplina tática e sua honestidade para consigo mesmo e para com outrem!

A Lenda do Galo de Barcelos - Por Arlete Piedade 

A Lenda do Galo de Barcelos - Por Arlete Piedade

Barcelos é uma cidade no norte de Portugal, pertencente ao distrito de Braga. É o maior concelho de Portugal, englobando 89 freguesias que se localizam entre os vales dos rios Neiva e Cávado.Podem ver a sua localização aqui:Localização de Barcelos

O povo de Barcelos é dotado de grande dinamismo cujo maior exemplo é a exuberância do seu artesanato, sendo o Galo de Barcelos o artigo mais conhecido, e divulgado em todo o mundo, a tal ponto que se tornou um dos símbolos de Portugal.
Mas igualmente o desenvolvimento económico é relevante, assim como o património arquitectónico, testemunhos de uma história rica, cujos monumentos poderão ver no vídeo seguinte:

Incustrado no coração do Minho, a caminho de Espanha e na rota do famoso Caminho de Santiago, por onde os peregrinos desde há centenas de anos se dirigem ao santuário de Santiago de Compostela em Espanha, o concelho de Barcelos tem vistas e paisagens magníficas, onde sobressai o verde da vegetação sempre fresca, e ao longe o azul do mar.
Mas afinal qual foi a lenda do célebre Galo de Barcelos, cujas figuras tanto inspiram os artesãos de Barcelos, que o representam com várias ilustrações e tamanhos?

Conta a lenda que há muitos anos, na Idade Média, o bom povo de Barcelos, andava alarmado e assustado com um crime que tinha acontecido e não se descobria o culpado, pelo que todos andavam receosos e com medo de sair de casa.
Então um dia apareceu um galego na cidade, que disse que ia a caminho de Santiago de Compostela, em peregrinação e era devoto do Santo e de Nossa Senhora.
Mas naquela época em Portugal, (como em qualquer época e em qualquer local), o que era desconhecido era suspeito de todo o mal e os galegos não tinham muito boa fama.
Galegos são os naturais da Galiza, região a norte de Portugal para onde o pobre forasteiro se dirigia, e habitualmente eram conhecidos por emigraram para Portugal, onde sobreviviam de pequenos negócios quase sempre no ramo hoteleiro, ou seja comidas e bebidas, pequenas tabernas que originavam uma certa desconfiança nos seus proprietários.
Portanto o povo de Barcelos, tinha encontrado o bode expiatório perfeito e logo o pobre galego foi olhado com desconfiança e preso acusado do crime, cujo autor ainda não se tinha encontrado.
De nada serviram os protestos de inocência do pobre homem, que levado á presença do juiz, foi condenado a ser enforcado no dia seguinte e enfiado no calabouço.

No dia seguinte, como o preso continuava a protestar, antes de ser conduzido á forca, para execução da sentença cruel, foi de novo levado a seu pedido á presença do juiz, que se encontrava a banquetear-se com um grupo de amigos.
Perante os repetidos protestos de inocência do pobre galego, e a risota dos presentes, este num assomo de desespero, apontando para um galo assado que se encontrava em cima da mesa, numa travessa, exclamou:
- Sou tanto inocente, como é certo esse galo se levantar e cantar, quando eu estiver a ser enforcado!
As risotas amainaram e o juiz não teve coragem de tocar no galo, empurrando a travessa para o lado, enquanto a comitiva que levava o preso, se dirigia para o local onde se encontrava a forca.
Mas naquele momento, perante o espanto dos presentes, o galo assado, levantou-se e cantou!

Sandra Fayad - Recuperação da Horta Comunitária e o Circuito Verde 

Sandra Fayad - Recuperação da Horta Comunitária e o Circuito Verde

«A terra, com tudo o que nela há, não nos pertence; nós é que pertencemos inteiramente a ela.»

A despeito da incompreensão e da intolerância de vizinhos da Horta Comunitária Urbana 713 Norte; apesar do nosso esforço e da nossa luta para mantê-la intacta; embora tenhamos contado sempre com o apoio da imprensa e com o aplauso de instituições governamentais ao projeto; mesmo que sejam claras as normas legais que prevêem punição para os que prejudicam ou destroem o meio ambiente; apesar da desolação visível no movimento e no silêncio dos pássaros, lagartixas, pombos, minhocas que habitam a horta e que perderam parte do seu habitat escolhido ou adotado,

não conseguimos proteger totalmente nosso patrimônio ecológico e social do vandalismo e da destruição.

Mas tenho algumas boas notícias para compartilhar com vocês.

A primeira delas é que, com a ajuda de amigos como Israel, Marquinho, Leonardo, Maria Soares, Leoni gaúcha, Tatiana e do pessoal da Embaixada da Espanha conseguimos salvar pelo menos um exemplar de cada espécie das ervas medicinais adaptadas ao clima do cerrado, plantando-as em vasos, latas, saquinhos e nos pequenos espaços disponíveis no solo. Salvamos também várias espécies ornamentais. Como todas as mudas não cabiam no terreno que nos restou, doamos muitas delas para as pessoas que desejaram levá-las.

A segunda boa notícia é que contratamos o Sr. Manoel para fazer seis grandes canteiros de tijolinho. Israel e Marquinho os encheram de terra e de húmus produzido pelas minhocas que habitam a horta. Esse trabalho de transportar mais de cinquenta carrinhos de terra, peneirá-la, misturá-la ao húmus também peneirado e depois despejar nos canteiros foi demorado e árduo. Mas valeu a pena!

Tertúlia a Favor dos Bombeiros Voluntários de Santarém - Por de Arlete Piedade

Tertúlia a Favor dos Bombeiros Voluntários de Santarém - Por de Arlete Piedade

Quantos de nós não nos chocámos já com imagens como esta?

E mais nos podemos chocar quando sabemos que aos bombeiros não é dado o devido apoio e ainda lhe ficam a dever as verbas necessárias para se manterem em funcionamento e poderem intervir em defesa das vidas e bens que um dia podem ser os nossos, como podem ver aqui nesta notícia:
http://www.oribatejo.pt/2010/05/bombeiros-voluntarios-de-santarem-em-risco-de-parar-operacoes-de-socorro/

Foi por saber das dificuldades sentidas pelos Bombeiros Voluntários de Santarém, que resolvi organizar mais uma tertúlia, desta vez a favor destes soldados da paz. Assim convido a todos que queiram passar uma tarde divertida e ainda serem úteis, para o seguinte evento:

Leia este texto completo

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Ser Diferente -Poemas ao mar , I , II - Se eu partir...- Saudade dispersa

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Ser Diferente -Poemas ao mar , I , II - Se eu partir...- Saudade dispersa

Ser Diferente

Ah, a dor de ser diferente!
Ser cisne...
Ser pombo entre as águias,
guardar no coração as mágoas,

Mas rir e chorar de contente!

Poemas ao mar
I

Fecho os olhos
e vejo mar e sinto mar…
salgado - doce
assustadora atracão
que nos afoga num sorriso

sendo pulsante vida

profunda transparência
reflexo do céu

II

Cada vez mais
te vejo mar, te sinto mar!
sou de novo a menina
caminhando horas, esquecida
de si mesma, que sonhava…

já quase se foi, a praia!

mas vive ainda a menina
temerosa e fascinada,
olhar além… tão perdida
de si mesma, que sonhava!

Se eu partir...

quero voar
nas asas de teus braços,
mar!

Ilha não quero ficar!

Quero ver o despontar
no dia do teu olhar!

Quero contigo crescer,
vogar, adejar, pairar
como uma estrela
de milhares que entrevejo
quando me queres amar!

Saudade dispersa

Envolta em silêncio e penumbra
minha alma busca a tua
abandona-se e mergulha

na saudade sempre acesa
daquela voz que não chega
da carícia que demanda

Leia estes poemas completos

Copa do mundo - anotações de um torcedor meio desligado...- Por Se Gyn

Copa do mundo - anotações de um torcedor meio desligado...- Por Se Gyn

Certo dia, chegou ao Brasil, um país novo, atrasado e rural, um inglês carismático chamado Charles Miller, trazendo uma bola coberta de couro debaixo dos braços, querendo convencer aos brasileiros, que só conheciam esportes equestres ou aquáticos, a jogar o Football.

Nota: Esta crónica faz parte um conjunto cuja continuação pode ler carregando aqui.
E ele acabou conseguindo muito mais do que esperava. Algumas décadas foram bastantes para transformar o futebol numa paixão e, traço de brasilidade. E dessa paixão, vieram muitas glórias planetárias, a ponto do Brasil ter sido chamado orgulhosamente por Nelson Rodrigues de «a pátria de chuteiras».

Porque o futebol de tornou uma paixão nacional? Para mim, por um motivo bem simples: com uma meia e papel de jornal se faz uma bola e, qualquer lugar serve de campo. O que podia ser mais acessível, convidativo e cômodo? O que eu já li de besteira sociológica tentando explicar a popularidade do futebol...

Mais uma Copa do Mundo. Mais uma vez, o país entrando numa espécie de transe coletivo - mistura da mísitica da fé na nação, com laivos de prática nacional.

A primeira lembrança que tenho de Copa do Mundo são das imagens algo trêmulas e em preto e branco do selecionado de 1970 reinando no México e conquistando o tricampeonato.

Estas imagens foram projetadas na Praça da Matriz da minha cidade natal, durante a festa do padroeiro da cidade, na parede pintada de branco da Igreja católica, na companhia de meu pai.

Alimentação Viva - Por Alexandre Pimentel * - Germinações

Alimentação Viva - Por Alexandre Pimentel * - Germinações

Três germinações são minhas preferidas pela grande facilidade, rapidez e variedade de derivados. São as sementes de trigo, girassol e alfafa. As duas primeiras também podem ser cultivadas na terra, em pequenas caixas, o terceiro, preferencialmente na água. Abaixo passo a comentá-las individualmente.

Germinação do trigo

Em 24 horas, após ficar de molho na água, a semente do trigo já demonstra seu germe. A planta, em seu estágio inicial, concentra mais vitaminas e sais minerais do que as folhas adultas. A molécula das plantas, através da fotossíntese, que na presença da luz solar absorve gás carbônico e o transforma em oxigênio, é também responsável por benefícios mais diretos ao organismo humano.

Sempre procuro adquirir sementes de origem orgânica para potencializar o processo. Então é só distribuir as sementinhas germinadas sobre dois centímetros de terra preta em uma caixa plástica. Caso queira, você pode fazer, utilizando um prego quente, pequenos furos no fundo dessa caixa para que o excesso de água da irrigação escoe.

Caso contrário, utilizando apenas o aspersor de água, não é necessário furar, mas é preciso ter cuidado para não deixar a terra muito molhada, o que pode gerar fungos e até matar seu plantio. Ao espalhar o trigo sobre a terra não é necessário deixar espaço entre os grãos, você deve cobrir totalmente o espaço de forma a não enxergar a área de plantio.

A experiência mostra que os grãos, de trigo ou outros, cobertos pela terra demoram mais para germinar. Então é importante, como já disse, que você cubra inicialmente sua micro horta com um pano, já que as sementes necessitam de ambiente sem luminosidade para o devido desenvolvimento.