sexta-feira, 30 de abril de 2010

ALEXANDRE O’NEILL E O SURREALISMO - Por Liliana Josué

ALEXANDRE O’NEILL E O SURREALISMO - Por Liliana Josué

MOVIMENTO SURREALISTA
Não se podem estabelecer datas rígidas em relação ao desenvolvimento humano, seja qual for a perspectiva. As viragens rápidas , quanto a mim, não existem, pois qualquer estudioso do seu desenvolvimento não consegue fazer cortes radicais. Há sim evoluções menos ou mais rápidas, assim sendo, a passagem do Realismo/Futurismo para o Surrealismo aconteceu com alguma brevidade mas a seu devido tempo.
Considera-se o início do Movimento Surrealista com o francês André Breton e o Manifesto Bretoniano em 1924, extinguindo-se em 1969, dando-se desta forma inicio a outro novo ciclo cultural intitulado Pós-Modernismo.
Em Portugal surge mais tardiamente com António Pedro. Para alguns estudiosos é determinante o ano 1942 com a obra do mesmo intitulada «Apenas uma narrativa»; outros valorizam o ano de 1947 com a formação do Grupo Surrealista de Lisboa, cujos fundadores foram: António Pedro, José Augusto França, Cesariny, Alexandre O’Neill e outros. Começaram por se reunir na pastelaria Mexicana, mas o local de encontro de maior destaque para os surrealistas foi o café Gelo.
Em 1960 este movimento foi considerado extinto

ALEXANDRE O’NEILL

Nasceu em Lisboa a 19 de Dezembro de 1924 e faleceu em Lisboa a 21 de Agosto de 1986.
Teve antepassados irlandeses mas era filho de António Pereira de Eça e O’Neill , tendo como profissão bancário e de Maria da Glória Vahia de Castro, dona de casa.
Em 1944 fez o primeiro ano da Escola Náutica de Lisboa, mas devido à sua miopia não lhe será concedido o certificado marítimo. Não continuou os estudos tornando-se quase um autodidacta .
Em 1946 devido a dissidências familiares sai da casa paterna.
Em 1949, em Lisboa, apaixona-se por Nora Mitrani, enviada pelo Movimento Surrealista Francês, no intuito da divulgação do surrealismo em Portugal à qual dedica o poema «Um Adeus Português» integrado na obra: No Reino da Dinamarca de 1958, onde é demonstrado o seu desagrado pela mediocridade em que este país vivia assim como a todo um pensamento sem horizontes arejados.

THIAGO - UM HEROI NA MIDIA - Escrito por Sandra Fayad 

THIAGO - UM HEROI NA MIDIA - Escrito por Sandra Fayad

Em setembro de 2006, meu neto Thiago, que havia completado 13 anos em julho, devorava litros de água e refrigerantes e comia desesperadamente tudo o que encontrava pela frente.

Pouco tempo antes minha filha Tatiana o levou à pediatra porque, apesar disso, ele estava ficando cada vez mais magro e irrequieto. Após exames superficiais, a médica informou que a magreza era decorrente do crescimento próprio da sua idade.

Dias depois, ao fazer a limpeza do banheiro privativo do menino, Rita, nossa faxineira, percebeu que havia uma grande quantidade de formigas no vaso sanitário. Assustada, a mãe retornou com ele à pediatra que, desta vez, pediu o exame que mede a taxa de glicemia. O laboratório agendou a entrega do resultado para a 2ª feira seguinte.

No entanto, dois dias antes - sábado pela manhã - o médico responsável pelo laudo ligou para minha filha, pedindo que ela retornasse com o Thiago imediatamente ao laboratório, em jejum, para repetir o exame, pois o primeiro resultado havia sido assustador.

As 15 horas do mesmo dia, o médico ligou novamente recomendando levá-lo com urgência ao hospital, pois o novo exame confirmara que sua taxa de glicemia estava em nível alarmante e que ele corria o risco de entrar em coma. No pronto-socorro, foi medicado imediatamente pela endocrinologista de plantão, Dra. Ângela, que até hoje o acompanha. Ficamos chocados! Os primeiros sentimentos foram de impotência e desespero. Após dois dias de medicação intensa, ainda com oscilações abruptas, a taxa de glicose cedeu a níveis razoáveis, mas ainda não se estabilizara.

Juntos, Seremos Mais! - Por Adm. Marizete Furbino

Juntos, Seremos Mais! - Por Adm. Marizete Furbino


«Grandes visionários são importantes; grandes administradores são fundamentais.»
(Tom Peters).

Cooperação e colaboração se tornaram palavras de ordem no séc.XXI. Para que a organização alcance um diferencial no mercado, é preciso que funcione como um ser humano, além de viva e atuante, funcione de forma integrada, interagida e interligada, de modo que, todos os envolvidos no processo organizacional realizem de fato cooperação e colaboração.

Em uma organização inter-relacionada, torna-se necessário que, cada pessoa, bem como cada departamento, não só compartilhe o seu papel, é preciso ir além, é preciso somar forças, compartilhar conhecimentos, talentos, buscas e anseios, contribuindo assim e lutando em prol do alcance de objetivos comuns.

E preciso que haja espírito de união e confraternização, onde todos, sem exceção, desde o porteiro até a diretoria, estejam direcionados às conquistas, mas, com dignidade e respeito, compartilhando, interagindo e integrando as diferenças, enxergando que, para se obter sucesso, torna-se necessário somar forças e não realizar verdadeiros massacres dentro de uma organização, pois, o massacre, além de ser um nefasto comportamento desumano, não irá contribuir com a produtividade e sim com o medo, com a insegurança e com a frustração dos envolvidos, corrompendo então, o elo que poderia existir entre todos, comprometendo assim, o objetivo final.

UM CONCEITO DE PERSONALIDADE - Por Daniel Teixeira

UM CONCEITO DE PERSONALIDADE - Por Daniel Teixeira

O conceito de personalidade numa perspectiva mais sociológica que psicológica tem a sua origem na constância que se observa no comportamento do indivíduo durante um período de tempo e numa gama de situações diferentes.

Derivando «personalidade» da palavra pessoa é assim legítimo pensar-se que a personalidade possa ser vista de uma forma diferente quer por diversos observadores, ( todos eles dotados da sua personalidade própria ) quer pelos diversos actuantes no seu processo pessoal ( todos eles, também, dotados da sua personalidade própria), sendo esta analisada durante o tempo e nas mais diversas situações.

Contudo, o termo personalidade designa sobretudo a constante dos comportamentos individuais, ou seja, o conceito de personalidade é uma generalização abstracta de diversos pontos comuns de comportamento encontrados quer num individuo quer num grupo de indivíduos. Por outras palavras, pode dizer-se que o conceito de personalidade se obtém através de uma soma de comportamentos posteriormente reduzidos aquilo que tiverem em comum entre si.

Em termos psicológicos o conceito de personalidade designa, de maneira muito geral, a unidade individual do comportamento e do seu fundamento interno, ou seja, designa a conformidade de um determinado comportamento com o seu fundamento interno, sendo este do foro individual e psicológico de um indivíduo dado. Enquanto que a sociologia se ocupa da manifestação exterior da personalidade, a psicologia interessa-se mais pela relação de personalidade dentro do próprio indivíduo. Não descura, como será evidente, os aspectos em que a mesma se manifesta exteriormente, mas ao fazê-lo pretende antes observar ou analisar a conformidade existente entre aquilo que é a manifestação exterior do comportamento de um dado indivíduo e aquilo que se pensa que esse mesmo indivíduo é, em si, dentro de si.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Poesia de José Manuel Veríssimo - Trazido pelo Mar - ou para alguém que chegou a ser muito especial - Amores

Poesia de José Manuel Veríssimo - Trazido pelo Mar - ou para alguém que chegou a ser muito especial - Amores

Trazido pelo Mar - ou para alguém que chegou a ser muito especial

Vieste navegando
No barco da vida
A descoberta……….
Quem dera um pouco que fosse
De carinho
Nesse convés de descrença
Em vez de um grito rouco
Uma mão aberta
Que acendesse


Amores

Queria amar:
Como quem enlaça filhos
No cordão umbilical das ansiedades
No caminho de cada etapa
Sem querer
Ou talvez……….
Querendo
Projecta falsas ideias
Inseguranças d e si próprio

Como se fossem filhos/irmãos
De uma proveta
A ânsia do reencontro
A corrida vital
Contra o tempo
A destruição anunciada
Enquanto se espera

Leia estes poemas completos

POESIAS de JOAO FURTADO - PROFESSOR, PROFESSORA! - O DIA DA TERRA

POESIAS de JOAO FURTADO - PROFESSOR, PROFESSORA! - O DIA DA TERRA

PROFESSOR, PROFESSORA!

Porque mereces este dia a ti dedicado
Eu te dou com alta estima e consideração
Os meus parabéns, tu meu professor estimado
Tu minha professora do meu coração!

Sei que tu não te lembras do meu nome
Sou um entre muitos que moldastes
Com as tuas mãos e com tua dedicação formastes…
Lembras dos verbos que contigo aprendi? E do pronome?

A matemática que me obrigavas a aprender
E os erros que eu dava, e, que tu me emendavas e bem?
Hoje, graças a ti sei ler um pouco e escrever
E este poema que te ofereço, sabes quantos erros tem?


O DIA DA TERRA

Hoje, 22 de Abril é o teu dia Terra
E cá estou eu à janela o mesmo cantar escuto
Enquanto o homem a vida enterra
Tu pardal continuas a dar o mesmo tributo!

Pardal inocente e belo pássaro cantante
Não precisas destruir nada para viveres
Continuas a estar perfeito e alegre e distante
Enquanto a Terra chora… escuto teus cantares…

Pardal, eu quero te pedir um favor excelente
Não pares de cantar, meu amigo inocente
Aproveita tua bela música bela e inconsciente
Para alertares os homens da situação presente!

Leia estes poemas completos

Festival Mundial de Defesa Pública da Estupidez - A Austrália avança no regional! - Por Se-Gyn

Festival Mundial de Defesa Pública da Estupidez - A Austrália avança no regional! - Por Se-Gyn

Leiam o texto abaixo, publicado na revista Epoca, que logo em seguida comento.
«Seios pequenos são uma apologia à pedofilia?» - Os australianos estão travando uma discussão quente. Associações ligadas à indústria do entretenimento adulto acusam a Australian Classification Board – o órgão que avalia para qual público revistas, filmes e games podem ser vendidos – de banir produtos eróticos que usam a imagem de atrizes com seios pequenos. Algumas revistas já teriam sido classificas como RC (refused classification), o que impede a comercialização delas no país.


O argumento do órgão regulatório é que revistas e filmes que mostram atrizes com aparência muito jovem seriam um incentivo ou uma apologia à pedofilia. As recentes proibições seriam reflexo da campanha lançada no ano passado pelos senadores Barnaby Joyce e Guy Barnett contra publicações com mulheres de seios pequenos...»

Lendo notícias assim em pleno início do século XXI, me recordo de Stanislaw Ponte Preta e seu famoso Febeapá - Festival de Besteiras que Assolam o País.
Mas, besteiras no país das jaboticabas é um negócio previsível.

O volume de estultices de caráter supostamente razoável ou científico que circula pelo mundo, envolve muitos postos de trabalho na área de administração e pesquisa, envolve vultosos recursos e, influenciam pessoas, grupos, organizações e governos, num nível admirável.

As vezes tenho a impressão de que existe uma espécie de disputa mundial e secreta para ver quem (pessoa, organização ou governo) diz, propaga ou estabelece a pior estultice. Uma espécie de «Festival Mundial da Defesa Pública da Estupidez».

Com este conceito e a tal classificação para a veiculação de imagens de seios, os autralianos estão ganhando disparado o festival em nível regional, vencendo os vizinhos neozelandeses que, querem taxar, imaginem, a emissão de CO2 dos peidos e arrotos das vacas, pois não consigo ver uma idéa mais absurda, estúpida e, destituida de razão.

domingo, 25 de abril de 2010

Sexta Brasileira - Por Marcelo Torca

Sexta Brasileira - Por Marcelo Torca

A Sexta Brasileira é um dos concertos que a MACRISAN realiza anualmente e inclui-se num grupo de concertos que incluem * Carnaval;* Páscoa; * Sexta Brasileira; * Dia das Mães; * Festas Juninas; * Festival de Inverno Marcelo Torca; * Dia dos Pais; * Independência; * Dia do Saci; * Concerto de Final de Ano.

A apresentação da Sexta Brasileira teve lugar em 23 de abril de 2010, com início às 20,00 horas e com o seguinte repertório: Fio de Cabelo; Meu Mel; A Canoa Virou; Cai, cai Balão; Marcha Soldado; Aquarela; Aleluia; Terra do Nunca; Asa Branca; E Bom o Carnaval; Maluco Beleza; Aguas de Março e Azul Cor do Mar.

Essencialmente dirigida a crianças e jovens e tocada pelos mesmo estes concertos têm a particularidade de servirem de excelente meio de difusão da música entre os mais novos criando assim o gosto pela mesma. A linguagem musical não pode ficar restrita ao som, como também é necessário fazer parcerias com outras artes, assim consegue atingir um público maior e de várias tendências, contribuindo com ideias e criatividade, fortalecendo caminhos diversos e amplos.

E fundamental que o músico de hoje escreva partituras, isso significa conseguir manter a música viva. Tocar a música ao vivo é outra forma de conquistar públicos diferentes e mostrar com detalhes a maneira da execução, com esta mentalidade abre-se espaço para apresentações musicais da Música Clássica, ajudando a divulgar a música tocada e a música escrita.

Parabéns Brasília - Por Maria da Fonseca

Parabéns Brasília - Por Maria da Fonseca

Cheguei ao Rio de Janeiro em 10 de Outubro de 1956. Oito dias antes, o Presidente do Brasil Juscelino Kubitschek de Oliveira tinha dito, ao visitar pela primeira vez o local vazio onde seria construída Brasília por sua ordem :
«Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu País e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino».

Fui trabalhar para a fábrica de vidro plano e de vidro impresso que fora instalada por uma companhia portuguesa em São Gonçalo, Estado do Rio. A administração, os engenheiros e encarregados que construíram a fábrica eram todos portugueses. A data da minha chegada, fazia parte da grande empresa brasileira VIDROBRAS, e utilizava o mais avançado sistema de fabrico de vidro plano existente à época – o processo Fourcault.
Fornecia vidro para todas as regiões do Brasil e ainda para outros países da América do Sul.
Os camiões saíam continuamente carregados de vidro e passavam defronte da moradia onde se encontrava instalado o Laboratório que eu dirigia, à frente de uma equipa que controlava especialmente as matérias primas intervenientes no fabrico do vidro e também o produto final, entre muitas outras tarefas.
Observar os camiões do vidro que se destinava a ser utilizado na futura Capital acelerava os corações de todos nós. Brasília constituía um objectivo que entusiasmava todos os que trabalhavam na Vidreira. Kubitschek queria ver a nova Capital inaugurada em 1960.

Liderança e Poder - Por Tom Coelho

Liderança e Poder - Por Tom Coelho

«O poder, em si, não constitui uma garantia moral:
o poderoso pode ter a espada na mão, mas nem por isso é dono do bem.»
(Contardo Calligaris)

A liderança é uma competência de caráter relacional, isto é, pressupõe uma relação entre duas ou mais pessoas fundamentada no exercício da influência. A regra é despertar o desejo, o interesse e o entusiasmo no outro a fim de que adote comportamentos ou cumpra tarefas. Além de relacional, a liderança também pode ser situacional, ou seja, determinada pelas circunstâncias.

O poder é o exercício da liderança. Em verdade, inexiste isoladamente, pois o que encontramos são relações de poder. Assim, é notório que se questione: como o poder é exercido por um líder?

Muitos são os estudos acerca dos tipos, bases e fontes de poder. Mencionamos, por exemplo, LIKERT e LIKERT (1979), KRAUSZ (1991), SALAZAR (1998) e ROBBINS (2002), mas ressaltando que todos beberam de alguma forma nos escritos de FRENCH e RAVEN (1959).

Fazendo uma compilação destes estudos, identificamos as seguintes formas de poder:

1. Poder por coerção. Baseia-se na exploração do medo. O líder demonstra que poderá punir o subordinado que não cooperar com suas decisões ou que adotar uma postura de confronto ou indolência. As sanções podem ser desde a delegação de tarefas indesejáveis, passando pela supressão de privilégios, até a obstrução do desenvolvimento do profissional dentro da organização. Pode ser exercido por meio de ameaças verbais ou não verbais, mas devido ao risco de as atitudes do líder serem qualificadas como assédio moral, o mais comum é retaliar o empregado, afastando-o de reuniões e eventos importantes, avaliando seu desempenho desfavoravelmente ou simplesmente demitindo-o.

Leia este texto completo

«Chico Xavier» e «Atraídos pelo Crime»- Página de Michael Ginobili - Autocinetrip

«Chico Xavier» e «Atraídos pelo Crime»- Página de Michael Ginobili - Autocinetrip - lembre-se, se você não pode ir ao cinema, nos o levamos ate você!

Chico Xavier

Veja o trailer ecrã total: http://www.chicoxavierofilme.com.br/trailer.html
Analisando o histórico das bilheterias de filmes nacionais desde a Retomada, os especialistas apontam algumas características freqüentes entre os campeões de bilheteria. O filme Chico Xavier contempla vários desses conhecidos aspectos, e aponta para a consolidação de um novo tema nas histórias que os cineastas brasileiros contam nas telas.

A participação da Globo Filmes na produção normalmente garante alguma ajuda no número de ingressos vendidos. O grupo de comunicação domina muitas mídias e assegura a divulgação de mensagens publicitárias sobre a fita. Também se percebe que produções de outras empresas são deliberadamente esquecidas por esses mesmos meios de comunicação em uma atitude questionável.

Outro ponto que atrai público é o elenco, com estrelas que já são conhecidos pelos noveleiros. No quesito qualidade, vale ressaltar que as atuações dos intérpretes do protagonista estão convincentes. De forma geral, Chico Xavier tem um compromisso com a realidade, remontando cenas reais que podem ser comparadas com imagens de arquivo durante os créditos finais.

Dueto Poético - José Geraldo Martinez; QUERO UMA AMANTE! - Ana Maria Brasiliense; Poeta

Dueto Poético - José Geraldo Martinez; QUERO UMA AMANTE! - Ana Maria Brasiliense; Poeta

QUERO UMA AMANTE!

José Geraldo Martinez

Quero uma amante!
Que tenha uma sensibilidade aflorada...
Ainda que fosse uma errante,
me enxergasse por dentro e mais nada!
Quero uma amante!
Daquelas com olhos de muita alegria...
Que me deixe a impressão que, d'antes,
já fora minha um dia!
Com mãos que aquecem e sábias palavras...
Que possam me erguer de qualquer tombo!
(Bendita seja!)
E que me leve ao amor em sublime morada!
Quero uma amante!
Um anjo sem rosto e idade...


Ana Maria Brasiliense

Poeta
amante tua serei
se couber na tua mão a minha.
Perfumarei teus dias.
Tuas noites em meus braços acalentarei
Amante tua serei
com sorriso nos lábios, alegria nos olhos.
Te ofertando tanto amor que ja não cabe em mim.
Amante tua serei
se em teus dias de chuva,eu for teu sol de verão.
Serei tua amante sim
Se em tuas noites de inverno, eu primavera puder ser
Minha pele ainda é macia.
Meus cabelos com rosas enfeito sim.
Quero te banhar em água perfumada de amor.
Meu sorriso é farto e claro, fará brilhar teu olhar.

Leia este dueto completo

Duque – parte II - Conto por Roberto Kusiak

Duque – parte II - Conto por Roberto Kusiak

Aos domingos a igreja lotava. Famílias inteiras compareciam ao culto para ouvir minha pregação, e Deus, como eu sabia articular a palavra. O povo me venerava. Aos poucos comecei a freqüentar a casa das famílias, na maioria pobres, esquecidos pela sociedade e por Deus.
Levava-lhes esperança, palavras amigas de fé, de apoio, de elevação da alma. Em dois anos conseguimos ampliar o templo. Tínhamos até uma banda, formada por moleques da periferia, que não tinham espaço para expor o talento que Deus havia lhes dado.

Com sacrifício, consegui construir um templo no centro da cidade, maior que o da periferia. Aos poucos os fiéis começaram a surgir. Comecei a abrir em dias de semana para poder atender o grande número de seguidores. O triunfo afinal chegara, em partes, Deus ouviu minhas preces.

Uma noite, pouco antes do culto, no templo do centro, entrou um senhor de cabelos grisalhos, terno bem passado, sapatos lustrosos. Sentou-se na última fila, próximo da porta, como todos que comparecem a primeira vez ao templo. Aquela noite não usei as palavras dos antigos mestres, apenas a palavra do Senhor.

Ao final, como sempre, convidei os visitantes a permanecerem após o culto, para que pudessem conhecer um pouco mais o templo, o modo como tratamos os fiéis, para que se sentissem acolhidos, amados.

Ele foi o último, esperou todos saírem e dirigiu-se a mim. Parecia-me abatido, atormentado. As rugas em seu rosto mostravam que tinha uma vida turbulenta, um vazio na alma.
- Pastor, eu posso falar com o senhor um minuto?
- Claro meu filho. Venha, vamos até o escritório para que possamos ficar mais à vontade. Assim você já conhece um pouco mais do nosso humilde templo.

- O que houve com sua perna, pastor?
- É uma longa história filho. Mas para saciar-lhe a curiosidade, quebrei há alguns anos atrás. Desde então eu manco. Mas Deus me deu forças para continuar.

Leia este conto completo

COLUNA DE MARIA PETRONILHO - Conto : Tempo de Escuridão

COLUNA DE MARIA PETRONILHO - Conto : Tempo de Escuridão

Na escola primária, onde perdi 4 anos de vida (eu sabia ler e escrever, sequer andava em classe certa: sentava-me onde calhava).
Aí, onde os meninos iam descalços e quase nus sobre a neve, as professoras ficavam furiosas de ser colocadas... e descarregavam toda a raiva sobre nós, pobres crianças: reguada que se escutava à distância ao estalar sobre as mãos enregeladas... que, saindo da escola, ainda tinham de ir trabalhar.

O alimento: pão com azeitonas.
Na casa das minhas avós tudo se fazia: eram economias medievais de auto-subsistência, portanto comida nunca faltava.
Mas faltava amor e cuidado.

Era como se eu não existisse: se aparecia, comia; se não aparecia não comia.
Quem se importava se eu dormia ou me levantava, se estava doente ou triste?!
Nunca na vida alguém foi à minha escola (falo de 11 anos em que andei na escola, até concluir o liceu).

Cheguei no primeiro dia, sentei-me na carteira da frente com um sorriso de orelha a orelha, escrevi os meus cinco nomes na capa do caderno, e fiz pose (como via nas figuras) declarando:
- E assim que se está na escola!

... Ora eu nunca tinha convivido com outras crianças, nem sabia brincar como elas.
Recortava bonecos de papel e fazia teatrinhos, onde contava a mim mesma muitas histórias.
Como andava de casa em casa, nunca tendo poiso certo, ora na cidade ora no campo, captava coisas daqui e dali... inventava cantigas e brincadeiras.

Leia este conto completo

BRASIL - SUA DESCOBERTA - Por António Cambeta (Macau / Tailândia)

BRASIL - SUA DESCOBERTA - Por António Cambeta (Macau / Tailândia)

O termo descoberta do Brasil se refere à chegada, em 22 de abril de 1500, da frota comandada por Pedro Álvares Cabral ao território onde hoje se encontra o Brasil. A palavra «descoberta» é usada nesse caso em uma perspectiva eurocêntrica, referindo-se estritamente à chegada de europeus às terras do atual Brasil, que já eram habitadas por vários povos indígenas.

Embora quase exclusivamente utilizado em relação à viagem de Cabral, o termo «descoberta do Brasil» também pode referir-se à suposta chegada de outros navegantes europeus antes de Cabral. Esse é o caso das possíveis expedições do espanhol Vicente Yáñez Pinzón em 26 de janeiro de 1500, e de Duarte Pacheco Pereira em 1498.

A viagem

Conforme relatam os cronistas da época, zarpou a grande frota de treze navios do Restelo a 9 de Março de 1500, com o objetivo formal de novamente tentar atar relações comerciais com os portos índicos de Calecute, Cananor e Sofala, uma vez que Vasco da Gama havia sido, na primeira tentativa, absolutamente desastroso, chegando a ser ridicularizado pelos governantes locais dadas as péssimas condições em que os portugueses se encontravam no desembarque. Neste mesmo aspecto diplomático, a viagem de Cabral também mostrou-se um grande fracasso, sendo que Portugal ainda demoraria mais algumas décadas até conseguir uma relação comercial com esses portos.

Pelo dia 14 do mesmo mês já encontravam-se nas Canárias e no dia 22 chegavam a Cabo Verde. No dia seguinte desapareceu misteriosamente o navio de Vasco de Ataíde.

Leia esta crónica completa

A mulher do Calendário - Conto por Emerson Wiskow

A mulher do Calendário - Conto por Emerson Wiskow

Em uma das mesas dois homens bebiam Coca-Cola com cachaça.

No balcão outros homens bebiam suas cervejas e fumavam e olhavam para as paredes, para o vazio ou para sei lá o quê eles estavam vendo com aqueles olhares perdidos.

A noite estava clara como nunca e milhares de estrelas piscavam e alguns caminhões passavam zunindo e seus faróis pareciam estrelas nas estradas como as que piscava no céu.

Martin entrou e olhou para a folha de calendário pregada na parede com a foto estampada de uma bela mulher seminua, seios fartos à mostra e olhos num azul claro que prometia o paraíso.

Então ele sentou ao lado de um dos homens no balcão e não deu importância para ele. Martin estava se lixando para o cara.

Seu Chevy estacionado lá fora parecia um carro fantasma abandonado. Martin pediu uma cerveja e um maço de cigarros. Aguardou com um vago olhar para a foto no calendário.

O homem ao lado olhou para ele e para o calendário que estampava a foto da mulher de olhos azuis.

Deu um sorriso e disse: «Com uma dessas eu f.. a noite inteira», Martin não ligou. E o cara fechou-se numa carranca.

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O 25 de Abril em espinhos de rosas

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O 25 de Abril em espinhos de rosas

Existe toda uma relutância natural em analisar-se de uma forma critica este evento que acabou (deu a machada final) num sistema de prática política que moralmente e historicamente não tinha qualquer razão para subsistir.

Como se sabe mantinha-se com a vertente repressiva em relevo maior, e é isso - o acabamento dessa repressão que normalmente se realça - mas o sistema de representação corporativa que lhe estava por detrás não tinha simplesmente passado de moda; em termos de prática era um anacronismo.

Mas, e sem se aprofundar muito esta questão, parece evidente que de uma forma ou de outra, através da democracia representativa ou do corporativismo, acaba-se sempre por ter um ponto em comum que é quase uma fatalidade social.

As elites, quer dizer, aqueles que melhores condições têm para deterem lugares políticos ou económicos de relevo, para estabelecerem na sua medida e na medida das suas possibilidades as cadências que regulam a vida do cidadão comum são isso mesmo, são elites, são os «escolhidos», os descendentes por inerência quase de sangue para governarem naquilo que podem aquilo que nós podemos ser.

O fundo da questão está nos regimes, é um facto: uns proporcionam melhores condições de reversão deste status quo quase fatal, deste corre corre de pai para filho quase inevitável e com poucas mas mesmo muito poucas excepções negativas para o seguimento nesta interligação familiar, de casta (se quisermos utilizar este termo).

sábado, 24 de abril de 2010

Coluna de Arlete Piedade - Pessoas que nos Honram - Prof. Mário Matta e Silva

Coluna de Arlete Piedade - Pessoas que nos Honram - Prof. Mário Matta e Silva

Hoje queremos falar-vos de um notável homem de cultura, professor, jornalista e poeta, que aos 68 anos mantém-se activo, desdobrando-se em várias frentes. Leciona História na ULTI - Universidade da Terceira Idade de Lisboa, onde acompanha os alunos em diversas viagens de estudo, e ainda mantém uma tertúlia poética chamada Mensagem, onde desenvolve temas poéticos com os seus alunos. Baseado em poemas de autores consagrados, fazem glosas, ou seja cada um dos versos ou frases do poema, serve de base a um novo poema que é finalizado com a frase ou verso que lhe deu origem.

O nosso ilustre colaborador, mantém ainda mais duas tertúlias poéticas a seu cargo, na Amadora a Tertúlia Sempre Acontece Poesia e outra em Paço de Arcos, chamada Clube dos Poetas de Paço de Arcos, onde além de se dizer poesia, se trocam opiniões, se fazem estudos sobre poetas que são propostos e escolhidos para a sessão seguinte, de comum acordo.

Além destas actividades, também o Professor Mário Matta é sócio da APP-Associação Portuguesa de Poetas, onde desempenha igualmente uma meritória actividade na arte da poesia.

A seguir uma breve biografia do nosso colaborador:
MARIO HENRIQUE MATTA E SILVA, nascido em Algés, Oeiras em 12.03.1941, Professor (Licenciado em História) reformado da FP como Assessor, Jornalista e Poeta, Coordenador de Tertúlias Poética (Benfica, Amadora, Paço de Arcos) colaborador / cronista - Jornal dos Reformados, Jornal da Amadora, Revista Montepio Geral, autor dos livros de Poesia «Nunca Vos Direi Tudo» - 2002, «...E Vou Nos Cânticos da Terra»- 2004, «com eles Noutra Atitude» (glosados 44 autores nacionais e estrangeiros) 2006, co-autor de «Duas Gotas a Mesma Fonte» 2007, «Sei Que Voltas Sempre (Viagem ao sebastianismo)» de 2009.

Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (XLVIII)

Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (XLVIII)

Por vezes, pergunto-me quais serão os limites humanos de e para cada indivíduo. Outras vezes, penso em causas e na remoção de efeitos. Outras ainda, arisco em tentativa de definições.

Apoiada pela formação tecnicista, onde se pensa e procura segundo um critério técnico para explicação de diversos acontecimentos, muito em determinado momento da minha vida questionei-me acerca dessa prática. Optando por a abandonar, comecei por iniciar a procura de respostas dentro de mim. Contudo, não pude deixar de achar curioso que a necessidade desse processo crescera em mim, depois de ser iniciada no Reiki, e de regularmente fazer exercícios de meditação…

Aos poucos e poucos…

Comecei a acreditar no que não vejo e que apenas sinto…

Comecei a aceitar coisas que antes insistia em explicar…

Passei a olhar para o vento, chuva e neve, como algo de magnífico esquecendo que antes era algo de medonho e frio,

Até a doença e na doença, passei a olhar de modo diferente…

Valeu a intenção: Viva Brasília!

Valeu a intenção: Viva Brasília!

As vezes a gente se orgulha tanto que não consegue guardar só para si, não é mesmo? Hoje estou mais sensível por causa do aniversário de Brasília, minha mãe terra adotiva, e resolvi alugar um pouquinho os olhos dos meus amigos.

Como vocês sabem, vivo em Brasília desde 1967, tenho filha e netos nascidos aqui (e bisnetos nos planos de curto prazo da neta casada). Logo, logo terei contribuído com três gerações. Não é chique?

No início do ano, a partir do tema «Declare seu amor a Brasília» o BRB gravou uns vídeos onde pessoas comuns faziam sua declaração de amor à cidade. Depois os inseriu no Youtube, premiando o mais acessado com R$500,00 (não foi o meu).

Ao ter conhecimento da brincadeira no quiosque montado no Espaço Cultural da República, escrevi rapidamente uma pequena poesia e a declamei. Sem retoque ou revisão, ficou assim:

Mais ou Menos? Não! - Por Adm. Marizete Furbino

Mais ou Menos? Não! - Por Adm. Marizete Furbino

«Somos o que fazemos repetidamente. A excelência, então, não é um ato, mas um hábito». (Aristóteles)

Com o iniciar deste terceiro milênio, enfrentamos múltiplos desafios; um deles é a acirrada competitividade. O mercado exige que sejamos ótimos, caso contrário seremos literalmente esmagados. Vivemos em um mundo globalizado, na era da incerteza, e esta traz consigo grandes mudanças, sendo uma destas a de não permitir que sejamos mais ou menos.

O investimento pesado, nos Recursos Humanos e na tecnologia da informação, se tornou o grande aliado da organização que deseja pelo menos, sobreviver no mercado, pois o conhecimento e a informação passam a ter uma nova conotação, passando a ser os pilares da organização, gerando o rebento denominado produtividade.

Neste mercado, inovação é uma palavra de conotação muito forte, e esta aparece atrelada ao conhecimento e à informação, que juntas, são capazes de gerar vantagem competitiva.

Neste cenário, o foco organizacional deverá ser verificado, analisado e alterado, pois vivemos em um mundo recheado de mudanças e incertezas, exigindo do colaborador e da organização a capacidade de compreensão e adequação no que tange a este momento de transição. Algumas palavras deverão ser de fato implementadas, não podendo ficar de fora do vocabulário organizacional, tais como: integração, inter-relação e interação.

Em meio a tantas mudanças, incertezas e desafios, surge um novo perfil do profissional, e o profissional tem que se adequar, isto se quiser também sobreviver nesse mercado.

A COLUNA DE JORGE M. PINTO - CASOS AO ACASO - INVEJINHAS !!!! - PRATICAMENTE A JACTO

A COLUNA DE JORGE M. PINTO - CASOS AO ACASO - INVEJINHAS !!!! - PRATICAMENTE A JACTO

INVEJINHAS !!!!

- Existiu um administrador de circunscrição de 2ª classe que, por ser licenciado em direito, tinha ingressado no Quadro Administrativo diretamente na categoria sem ter passado pelos demais degraus e que na 2ª classe se manteve por todo o resto da sua existência.

Com proveito ou não, tinha fama de excêntrico, pelo que, habitualmente, andava por circunscrições de 3ª e de 2ª , nunca tendo chegado a administrar nenhuma de 1ª classe.
Sentia-se e dizia-se preterido e discriminado, porque via os seus pares serem guindados aos postos imediatos e a ele, nem sequer a 1ª classe lhe davam.

Pessoalmente atribuía o facto a perseguições e a más vontades contra si movidas.

PRATICAMENTE A JACTO
- Estava este Administrador colocado em circunscrição cuja sede se situava sensivelmente a meio caminho entre as cidades capitais de distritos vizinhos ligadas por linha férrea de que, ao tempo, constituíam as respectivas cabeças.

Por essa linha férrea - de via reduzida, (60Cm) - transitava um comboio famoso pela sua lentidão, e ainda se ou quando necessário, automóveis de linha popularmente conhecidos por draisines - que mais não eram que pequenos auto-carros movidos a gasolina com rodado adaptado aos carris e com capacidade variável: 8, 10, 12 ou mais passageiros.

E evidente que eram substancialmente mais rápidos que o tradicional comboio.

Para tornar inteligível o ocorrido, convém dizer que mecha, como se sabe significa também rastilho, e que este, por ter rápida combustão ao termo empresta o conceito de velocidade. Mecha, era pois freqüentemente empregue em Angola quando se desejava dar maior ênfase à ligeireza com que carros, motos, aviões ou qualquer outra coisa se movia a grande velocidade.

Poemas de Liliana Josué - Equilíbrio - O Conto e a História

Poemas de Liliana Josué - Equilíbrio - O Conto e a História

Equilíbrio

Uma perna ergue-se
desenhando o sol
um pé sobrevoou o céu
tornando-o cinzento
a perna queria outra perna
para não cair
o pé procurava a perna
no intuito de se lhe juntar.
Faltava outro pé...
estaria com a perna desaparecida?
Era bem possível.
Mas porque precisa um pé duma
perna?
E porque é preciso haver
duas pernas com pés?
O mesmo desvario s
e passa com as mãos
e os braços.
A história repete-se:
«Exigimos AUTONOMIA!»


O Conto e a História

Boas histórias escritas em português
começam todas em «Era uma vez»

Boa certamente esta não será
controversa sim, alguém me dirá

Queiram desculpar esta brincadeira
mas escrita por mim só desta maneira

Conto não vai ser, verdade... talvez...
mas vou começar com... era uma vez...

Um belo rapaz em tudo perfeito
com moça falava assim deste jeito:

Minha boa amiga, não me argumente
ser você real e eu aparente

Se o concreto é seu como me dizia
a minha verdade é a fantasia .

Diz ela altiva: - Meu prezado amigo
sabe que o respeito e não o desdigo


Leia estes poemas completos

Poesia de Kácia Pontes - O porquê da dor do amor escrito...

Poesia de Kácia Pontes - O porquê da dor do amor escrito...

O amor deveria ser encontrado em toda parte
Deveria estar presente em cada pessoa, em cada face...
Em cada olhar que se olha de frente
Em todos os sorrisos de cada boca diferente.
Porque é difícil encontrar o amor?

O amor deveria vir para cada um
Ser daquela pessoa que o nosso coração escolheu
E que nada pudesse separar nenhum
E que o nosso amor pudesse ser de quem dele mereceu
Porque o amor deve ser sofrido?

O amor deveria estar na flor que nasce
Na gota de orvalho que dela se embeleza
Nas flores que nascem na primavera
Do carinho que o medo não vence
Porque não sentir o amor que se tem no coração da gente?

O amor nunca deveria ser algo dolorido
Nunca deveria magoar um coração apaixonado
Nunca deveria afastar duas pessoas, do colo acostumado...
Nem deixar nos olhos lágrimas comovidas
Porque o amor afasta, dilacera e afoga?

Porque nos versos e rimas de um poeta
O amor chega sempre em hora incerta
E apenas num dos corações faz morada
Que mais fere como fogo que queima e mata
Porque escrever versos de amor de uma dor ingrata?


Leia este poema completo

José Varzeano - As saboarias no concelho de Alcoutim

José Varzeano - As saboarias no concelho de Alcoutim

(JORNAL ESCRITO Nº 63, DE MAIO DE 2004, P. IV, ENCARTE DE «O ALGARVE» Nº 4797)

Há mais de trinta e sete anos e quando ainda era um jovem, na casa dos vinte, comecei a ler em literatura de cordel coisas do passado alcoutenejo e foi assim que entre outros assuntos que nada me diziam, vi referido as saboarias da vila de Alcoutim e da Aldeia de Martim Longo.

Naturalmente que liguei as saboarias a sabão, à sua fabricação ou depósito, o que qualquer dicionário de língua portuguesa elucida. Para o que pretendia saber, era muito pouco, tinha de ir mais além mas era preciso saber dar os passos para isso.

Os anos foram passando e a pouco e pouco fomos encontrando explicações para as nossas dúvidas. O fabrico de sabão é antiquíssimo com vestígios de produção encontrados no tempo de romanos e árabes, na península.

A produção variou com a tecnologia, sendo durante séculos utilizados no seu fabrico as gorduras animais, cinzas proveniente de vegetais, cal, azeite e suas borras. Sendo assim, não admira que no concelho de Alcoutim ela existisse já que havia quase tudo do que se necessitava para a sua confecção.

O fabrico do sabão, como sucedeu com outras produções, estava sujeito a um monopólio de tipo senhorial, por mercê régia, cabendo aos beneficiários os rendimentos de tal produção. (1) Do mais antigo que se conhece, vem do tempo de D. Fernando que por carta de 7 de Julho de 1376, concedeu a Lancerote de França (ou Franca), almirante das suas galés, entre outras, as saboarias pretas de Alcoutim. (2)

Mais tarde, em 1499, juntamente com as de Martim Longo, vieram a pertencer a Diogo Lopes da Franca (4) certamente da mesma família e que serviu com muito valor em Tânger, onde foi adaíl (5) e algumas vezes capitão e contador da Fazenda Real. Em 1385, D. João I doou ao filho de Lancerote, de nome Afonso, as mesmas saboarias que possuía seu pai. (3)

Leia este texto completo

domingo, 18 de abril de 2010

POESIA DE PATRICIA NEME - ADEUS...- O MAR E A ROCHA

POESIA DE PATRICIA NEME - ADEUS...- O MAR E A ROCHA

ADEUS...

O adeus é vendaval, tudo embaralha...
Quem fica perde o rumo, o tino e o chão.
É como andar no corte da navalha,
sem conhecer aonde os passos vão.

No adeus, o coração tem a mortalha
e a alma se consome em solidão.

O MAR E A ROCHA

O mar se entrega à rocha sem receios
e a cobre com espuma virginal.
E lhe acarinha todos os permeios,
e a ama, como nunca amou igual.

Lhe conta dos seus mais sutis anseios,
lhe fala desse amor, já outonal...
E a cerca com seus mil e um meneios...
E lhe oferece todo o seu caudal.

Leia estes poemas completos

POESIA POR ILONA BASTOS - Oração - ECOS

POESIA POR ILONA BASTOS - Oração - ECOS

Oração

Neste dia vou dizer mil palavras.
Palavras de júbilo ou de tristeza,
Palavras de ira ou de comoção,
Substantivos aos centos,
Pronomes sem conta,
Adjectivos à discrição,
Preposições simples e compostas.

Neste dia sair-me-ão da boca
Expressões que nem conheço como minhas.
Vou ser sisuda no discurso,


ECOS

Mesmo que aos ouvidos
me não cheguem,
os ecos existem, eu sei.
Largados no espaço, talvez.
Aos meus anseios, eu sinto,
uma voz responde,
inaudível mas forte,
ao longe criada, difundida
pelos confins do Universo.

Leia estes poemas completos

Santa Bárbara e os nomes - in Memórias de Ilha - Por Manuel Fragata de Morais

Santa Bárbara e os nomes - in Memórias de Ilha - Por Manuel Fragata de Morais

Há dias, vi na Televisão Pública de Angola (TPA) uma senhora lamentar-se que não haviam permitido que a sua filha fosse registada com o nome por ela escolhido, o de Giovânia Bárbara. A desgostosa mãe, reclamava que lhe tinha sido vetado o uso de Bárbara, tendo que registar a filha com o nome de Giovânia X (não me recordo do nome que substituiu o Bárbara).

Fiquei pasmado, se não escandalizado, em como uma pessoa, de seu livre arbítrio, decide que nome leva ou não leva o filho ou filha alheios, isto, na maior parte das vezes, a começar com os padrinhos, embora o caso seja diferente. Daí, tantas e tantas vezes, vermos o Miguelito, ser mais conhecido por Ricardo, o verdadeiro nome que os pais lhe queriam colocar, a Minguota, ser mais conhecida pela Isabel, e por aí fora.

A senhora do registo civil que impediu a referida mãe de registar a filha com o nome de Bárbara, e fez vista grossa ao Giovânia (muito em voga nas novelas brasileiras que por aqui vão mudando os nossos costumes, infelizmente), uma corruptela de Giovanna, nome italiano, certamente não sabe que a denominação Bárbara é bem comum no mundo de fala latina, pertencendo, incluso, a uma Santa muito famosa, a quem ela reza cada vez que há trovoada e relâmpagos.

Para se redimir do seu pecado, aqui lhe passo de seguida a oração de Santa Bárbara, nascida em Nicomedia, na Ásia Menor, que morreu decepada por ter consagrado a sua virgindade a Cristo e cujo culto acabou por passar para o Ocidente, sobretudo a partir do século VII.

Histórias da Vida Real - Crónica por Martim Afonso Fernandes - «ORELHAS DE GATO» 

Histórias da Vida Real - Crónica por Martim Afonso Fernandes - «ORELHAS DE GATO»

Na minha infância éramos seis irmãos, três homens e três mulheres. Nossa mãe gostava de cozinhar e também de fazer doces e salgados variados e especiais. Como era costume tomar-se um delicioso café à tarde, sempre havia alguma novidade gostosa para acompanha-lo.

Certa tarde nossa mãe fez «orelhas de gato». A massa é de farinha de trigo com açucar e leite .
Depois de amassada e esticada, tem que ficar consistente. Feitas as tiras, cortam-se novamente em pedaços menores retangulares, com um corte central, virando-se as pontas para o centro da massa e saindo do outro lado. Fritas, são passadas no açúcar e na canela.

Nossa casa era sempre freqüentada por vizinhos que regulavam a idade de meus irmãos, variando entre sete a catorze anos.

Quando terminava de fazer as ‘«orelhas de gato»’, minha mãe colocava-as em um prato grande para esfriarem, próximas à janela. Ela observou que passara alguém por ali.

Feedback como ferramenta de melhoria no desempenho - Por Ricardo Dorés

Feedback como ferramenta de melhoria no desempenho - Por Ricardo Dorés

«Sem feedback, voamos às cegas». (Folkman)

Quem não gosta de receber um retorno de algo que solicitou ou fez? O feedback exprime uma retroalimentação, ou alimentação de retorno. É considerado como sendo uma sugestão ou crítica, que pode ser positiva ou não, de âmbito profissional ou pessoal, mas sempre vista de forma construtiva.

O feedback é uma forma de comunicação que pode ser feita por uma resposta escrita, um elogio, uma análise ou até mesmo uma opinião direta ao solicitante. Pode ser considerado como uma excelente ferramenta de aprendizado e aprimoramento em nosso trabalho, pois, por meio dele, podemos buscar a perfeição e descobrir o caminho certo a seguir.

E uma atitude que demonstra consideração e respeito pelo ser humano por minimizar incertezas e ansiedades, quando recebido. Deve ser individual quando se tratar de conduta ou até falhas impróprias.

O feedback é parte fundamental do processo que orienta as pessoas a apresentarem comportamento e desempenho apropriados a uma determinada situação, fazendo com que saibam como estão sendo vistas no mercado ou no ambiente de trabalho, desta forma, podemos saber como estamos sendo vistos e avaliados ao nosso redor.

Cinco Passos para uma Meta por Tom Coelho

Cinco Passos para uma Meta por Tom Coelho

«A fórmula da minha felicidade:
um sim, um não, uma linha reta, um objetivo.»
(Friedrich Nietzsche)

Você decide ir ao cinema. Sai de casa e, quando percebe, imerso em seus pensamentos, está fazendo o caminho convencional para ir ao trabalho – que, por sinal, é diametralmente oposto.

Depois de enfrentar um belo trânsito, acerta o passo e chega ao shopping. Vasculha os três pisos de estacionamento para obter uma vaga. Logo mais, encontra uma agradável fila para comprar os ingressos. Na boca do caixa descobre que a sessão está esgotada. A próxima, somente em duas horas e quinze minutos.

Impossível? Improvável? Com você não? Pense bem antes de responder. Se você ainda não passou pelo ciclo completo descrito acima, uma boa parte dele já lhe visitou em um final de semana destes. O mal é o mesmo que afeta a profissionais e empresas no mundo corporativo: a ausência de metas definidas. Vamos partir de um pressuposto. Você sabe o que quer, para onde deseja ir. Se estiver em uma companhia que não lhe agrada, buscará outra. Se estiver disponível, sabe qual o perfil de vaga lhe interessa. Se estiver satisfeito em sua posição atual, almeja alcançar um cargo mais elevado.

Poesia - Por Abilio Pacheco - Revisita à Casa Bipaterna, Aos meus pais - avós Ezequiel e D. Nenê - Inteligência Artificial (ou Pinóquio pós-moderno) -

Poesia - Por Abilio Pacheco - Revisita à Casa Bipaterna, Aos meus pais - avós Ezequiel e D. Nenê - Inteligência Artificial (ou Pinóquio pós-moderno) - Procura



Revisita à Casa Bipaterna
Aos meus pais - avós Ezequiel e D. Nenê

A mesma rua ainda observa imóvel porta,
janela e paredes da casa,
onde moram os nossos velhos, pai e mãe,
onde as aranhas pacientes esperam, à teia urdida intacta,
pelos insetos que tardam a vir,
onde pandora parece nunca ter aberto sua caixinha,


Inteligência Artificial
(ou Pinóquio pós-moderno)

Minha fada cor de céu,
Por mil pares de anos
Repito-te o mesmo pedido:
Faze comigo o que fizeste
com o filho de Gepeto.
Mas, acima de nossas cabeças

Procura

Entre os silêncios noturnos,
grito-me o teu nome
que mal vaga em vão
pelas paredes de mim;
pois tantas são as vozes,
entrecortadas, entrecruzadas,

Leia estes poemas completos

Poesia de Sá de Freitas -Quem é você? - AO FILHO NO DIA DOS PAIS - O PAI NAO MORRE

Poesia de Sá de Freitas -Quem é você? - AO FILHO NO DIA DOS PAIS - O PAI NAO MORRE

Quem é você?

Quem é você que, sem pedir licença,
Ousada invade toda a minha mente?
Quem é voce que traz-me de repente,
Uma dor incontida e tão intensa?

Quem é você que deixa-me tão tensa
A alma... E a retira do presente,
Para levá-la à um mundo diferente,
Morto e desfeito já, em névoa densa?

AO FILHO NO DIA DOS PAIS

Abraça, filho, o pai que está ao teu lado,
Dize-lhe o quanto ainda ele é querido;
Dize também que estás agradecido,
Por ter ele na vida te orientado.

Dá-lhe um beijo no rosto já cansado,
Sintas que em cada ruga há definido,
Um traço de um momento já sofrido,
Quando por ti lutava no passado.


O PAI NAO MORRE

Quem já não tem, como eu, o pai querido
Aqui no mundo onde eu também sou pai,
Não sinta hoje o coração sofrido,
Porque da Terra todo mundo vai.

Eu sei que o «não estar» do pai é doído
E o nosso coração na angústia cai,
Porque ao lembrá-lo a nossa mente saí,
Empós de um tempo já por nós vivido.

Leia estes poemas completos

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.

VIA-CRUCIS SEVERINA e Histórias que os Pescadores Contam

VIA-CRUCIS SEVERINA

O Severino chegou a São Paulo. Mal podia controlar sua ansiedade. Um enxame de gente. Sentiu vontade de urinar. Viu o cartaz da rodoviária: «sanitários - masculino». Entrou. Urinou. Dirigiu-se ao lavatório. Olhou-se no espelho: estava abatido!
Também pudera; três dias e três noites viajando! O dinheiro era pouco, difícil se alimentar bem. Saudade de um sururu de capote e pirão, carregado na pimenta malagueta. Severino sorriu. Ensaboou-se cabeça, rosto e braços.
Mochila nas costas atrapalhava. Livrou-se dela, colocando-a no piso do sanitário. Voltou ao lavatório, ensaboou-se novamente. Enxaguou-se. Que delícia; agora estava refrescado. Olhou de lado, procurando algo para enxugar-se.

Histórias que os Pescadores Contam

Ontonte, eu tinha lido a istória que o JG, de Itatiba contô, dum liga que foi pescá no Mato Grosso e iscuitô a vóiz duma pessoa dizeno, com voiz bem fraquinha:
-Quando eu estô...; quando eu estô...; quando eu estô... .
O tár foi observá e viu um remoinho adebaxo dum tronco de ingazêro, donde um gainho incostava num pedaço de disco LP antigo que tava girano no remoinho i se iscuitava: quando eu estô..., como já disse inhantes.
O tár viu que era um pedaço de disco antigo e campiô, do lado de fora i achô ôtro pedaço du mêmo disco. Cum jeitinho, incostô o novo pedaço no antigo e: i num é que o raminho passô dum pro ôtro i o tár iscuitô o Roberto Carlos cantano:
-«Quando eu estô...aqui, eu tenho um pensamento lindo!!!!»

CORONEL FABRICIANO - Assombração - BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - Assombração - BENEDITO FRANCO

Mikhail Vassilievitch Lomonossov escreveu:

Carlos V, imperador, aconselhava a falar: com Deus em espanhol, com os amigos em francês, com os inimigos em alemão, com as damas em italiano. Mas se Carlos V conhecesse a língua russa, diria, certamente, que em russo se pode falar com todos: com Deus, com os amigos, com os inimigos, com as damas, porque a língua russa tem a majestade do espanhol, a vivacidade do francês, a força do alemão, a leveza do italiano e, além disso, a riqueza, a expressividade e a concisão do latim e do grego.

Assombração

Pelos quinze anos, passava férias na Casa de Campo...

Casa de Campo, onde os internos passávamos as férias, quando estudávamos em um internato em Congonhas, MG, Seminário São Clemente Maria, dos Padres Redentoristas.

Estudávamos de oito a nove horas por dia. Três semanas de férias em maio e em setembro. De meados de dezembro ao final de janeiro, também íamos para a Casa de Campo, aos pés da Serra de Ouro Branco - caminhávamos a pé, umas três léguas, distância calculada pelos colegas da roça - não passávamos férias nas casas de nossos pais.
Arrumávamos as trouxas - iam de caminhão - colocando as roupas necessárias para todas as férias. Havia dois campos de futebol, dois de vôlei e duas piscinas. Instalações simples e a comida ótima e farta. Uma capela onde assistíamos à missa diariamente.

Nessas ocasiões passeávamos subindo a serra e acampando durante o dia. Lá em cima, além da maravilhosa paisagem e vista quase a perder de vista, chapadões e córregos, assim como uma linda e perigosa cachoeira na parte de trás.

Sociedade em decadência.- Por Haroldo P. Barboza

Sociedade em decadência.- Por Haroldo P. Barboza

A sucessão de escândalos nacionais envolvendo figuras deprimentes da nossa política forma uma pirâmide de lama fétida que está corroendo as estruturas das entidades atualmente desacreditadas. Principalmente as câmaras públicas seguidas de perto pelos palácios regionais da Justiça. E atropelando por fora, chegam os sindicatos que outrora defenderam os interesses dos trabalhadores e que agora defendem os empresários .

O desrespeito está se alastrando sem controle entre os jovens que passam a acreditar que está tudo liberado e a desesperança de seus responsáveis está aumentando por perceberem que o futuro de seus herdeiros se mostra mais horrendo do que o suportável apesar de algumas tentativas de colocá-los num bom caminho.
As famílias que se acomodaram enfrentam uma luta desigual contra os amigos de esquina que distribuem drogas entre seus herdeiros largados sob a vigilância de games explosivos.

Por esta tendência, jovens agridem índios, domésticas, lésbicas, gays e assemelhados. Fumam drogas a céu aberto, estupram menores e executam corridas noturnas de carros nas ruas das cidades na certeza de que nada acontecerá, pois a Justiça está sucateada e é fácil de ser «amaciada».
Basta-nos ver com que facilidade os perigosos detentos usam celulares em suas celas nas prisões, como se fossem seus escritórios. Adolescentes que queimam índios e afogam colegas nas piscinas estão livres e alguns já montaram consultórios!

POESIA DE DENISE SEVERGNINI - FINADA EM VIDA - A ESPADA E A CRUZ

POESIA DE DENISE SEVERGNINI - FINADA EM VIDA - A ESPADA E A CRUZ

FINADA EM VIDA

Ontem, havia amor, deleite, sedução
Em ósculos e amplexos magistrais
Maviosa voz cantilenava aleivosias
Meu ser romanesco fido, em ti, cria

Querubim noturno que voejou...
Imersa em sangüíneas sombras,
Aparto níveas asas. Maculam-se!
Muito resta de tuas garras em mim.

A ESPADA E A CRUZ

Sal vertido na senda de Santa Luzia
Imolou meu espectro sem lucidez
Vassala de ti, eu ajoelhei sem rezar...

Suserano de mim, lançaste tu, a adaga
Ruíram nossos castelos... Tergiversei!
Cruzado peregrino, aguilhoaste viagem...

Leia estes poemas completos

Poesia de Sanio Aguiar Morgado - AUTOPSIA - QUADRO POETICO - A CHAMA

Poesia de Sanio Aguiar Morgado - AUTOPSIA - QUADRO POETICO - A CHAMA


A CHAMA

Procuro na poesia
aquela chama,
uma mistura de ácidos
com a pura lama.

A fórmula não revelada
de toda a alquimia,
pouco anunciada e que
simplesmente se tem.

QUADRO POETICO

Vou pintar
o que escrevo,
como se estivesse
escrevendo...pintando.

Com um pincel largo,
e outro fino, os
tubos de tintas cores
bem vivas deixando.

AUTOPSIA

A autópsia do meu corpo,
vai confirmar que
morri de amor.

Não será de cancro,
nem enfarte ou um derrame,
mas de amor.

Leia estes poemas completos

POESIA DE JOSE GERALDO MARTINEZ - CHORAR DE ALEGRIA...- A ESPERA...- QUERO FALAR...

POESIA DE JOSE GERALDO MARTINEZ - CHORAR DE ALEGRIA...- A ESPERA...- QUERO FALAR...

CHORAR DE ALEGRIA...

Depois de velho aprendi
a provar com gosto da vida...
Comer o que não comi,
sem «mea culpa» vivida!

Dormir quando quiser...
Sem qualquer preocupação!
Esquecendo do mal-me-quer
e qualquer trevo da sorte na mão!

A ESPERA...

Amada minha,
mulher dos meus dias e horas...
Tens minha alma todinha
na vida que advinha,
a mortalidade que o tempo devora!

Amor de mim!
«Bendita sois entre as mulheres».
Foste tu a escolhida para todo o sempre,
nesta vida onde a carne pobre representa o fim.

QUERO FALAR...

Quero falar da vida...
Esta que brota lá fora!
Com cheiro de terra molhada,
sereno da fresca aurora...

Quero falar de sonhos...
Vividos ou não!
Relembrar de velhos amigos,
que trago no coração!

Leia estes poemas completos

CARLOS DRUMOND DE ANDRADE - Por Arlete Deretti Fernandes

CARLOS DRUMOND DE ANDRADE - Por Arlete Deretti Fernandes

CARLOS DRUMOND DE ANDRADE - Nasceu no Estado de Minas Gerais, em Itabira, no ano de 1902. A memória de sua cidade natal viria a fazer parte de sua obra. Estudou com os jesuítas no colégio Anchieta, em Belo Horizonte e em Nova Friburgo.

Formou-se em farmácia. Com vários companheiros, fundou «A Revista», para divulgar o Modernismo no Brasil. Foi funcionário público durante a maior parte da vida.

Sua atividade poética atravessará mais de 60 anos, sendo considerado, quase por unanimidade, o mais totalizante e o mais significativo poeta do século XX no Brasil.

Começou a escrever cedo e continuou até seu falecimento, que ocorreu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.
.Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas.

Alfabeto Poético - Por Maria Mira - Em A, Em B, Em C, Em D, Em E

Alfabeto Poético - Por Maria Mira - Em A, Em B, Em C, Em D, Em E

Em A

Abro a alma arquitectando altares

Alguns anjos almoçam o ar

Anseio auscultar África

Amor alongado e arrebatador

Amantes arrastam-se arduamente

Arrefece o ângulo amotinado

Alquimia agitada

Aniquilada no amor altivo

Atravesso as asas da águia e atrevo-me a atracar

Amanhece agora

Aviva-se o adormecer

Em B

Batam barcos nas barras

Bêbados e barítonos benfeitores

Baloiçam braços de bonecas

Bordões e botas bordadas


Leia estes poemas completos

COLUNA DE ROSA PENA - Cegos e desdentados 

COLUNA DE ROSA PENA - Cegos e desdentados

Será que o menino João teve esse calvário para acordar os donos da situação dessa nação?
Será que esse pequenino Messias teve que morrer preso na cruz de um cinto, martelado nos pregos do descaso, arrastado no asfalto da estupidez da exclusão, para que finalmente os reis da Judiação percebam que já passou há muito o momento de verdadeiras providências?

Será que os assassinos do menino, Carlos Eduardo e Diego, que nasceram numa favela, foram criados numa realidade brutal, levaram surras em cada geral violenta da PM, viram o pai baleado numa delegacia, o irmão drogado, o vizinho encontrado morto com dez tiros na cabeça do lado da porta de casa, a mãe prostituída como única saída para dar-lhes um pedaço de pão, a irmã morta por falta de vaga em um hospital viraram os únicos Judas desse caos social? Pena de morte é bem mais fácil do que pensar em programas reais de inclusão.

COLUNA DE JORGE VICENTE - Poesia : carnaval (sónia regina e jorge vicente)

COLUNA DE JORGE VICENTE - Poesia : carnaval (sónia regina e jorge vicente)

1.

que fazes, quando a tontura
chega aos meus versos?

eu, ouço
a bateria
(tão próxima ao coração)

vibro
- a harmonia me convida -
e sambo.

sonia regina


2.


eu sambo

e dança a ciranda

do pé.

a roda

o beija-mão

o poema

o grito
o saci da selva

e das árvores.


jorge vicente


Leia estes poemas completos

sábado, 17 de abril de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Tecnologia na ponta do lápis

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Tecnologia na ponta do lápis

A falta de tempo, ter falta de tempo, é um fenómeno em foco recente. Ainda há algum tempo, estudando uma matéria que me interessou na altura, cheguei após alguns minutos dessa leitura rápida à conclusão (sumarizada) de que não existe de facto falta de tempo no sentido real do termo.

Pode parecer estranho, mas não me lembro de ter visto estudos feitos sobre o tempo desperdiçado, o tempo que a sociedade moderna ( que é de uma eficácia organizativa confrangedora) nos faz perder todos os dias fazendo com que façamos coisas e percamos o nosso tempo sem qualquer justificação plausível para a sua aplicação.

Falou-se, durante bastante tempo, da burocracia, da desmoralizadora burocracia, que nos levava a preencher uma tonelada de papéis para obter um outro: pois bem, passou-se à era da burocracia informática, informatizou-se quase tudo, hoje nas diversas repartições praticamente não se faz uma virgula sem passar pelo computador e o que temos? Longas esperas, seja porque o sistema está emperrado, seja porque não há sistema, seja porque a Net está lenta, seja porque o programa é novo, seja porque o funcionário é velho e não consegue adaptar-se em forma acelerada, enfim...

Chega-se ao absurdo de parar uma repartição porque não há sistema, um banco, uma empresa. Da «papel dependência» passámos à «computo - dependência». Somado tudo isto, se descontarmos o dinheiro ganho pelas empresas que fornecem o material e o mantêm - sempre pior que melhor - não ganhámos grande coisa em termos de tempo.

Coluna de Arlete Piedade - Pessoas que nos Honram - António Carlos Affonso dos Santos – ACAS – O CAIPIRA URBANO

Coluna de Arlete Piedade - Pessoas que nos Honram - António Carlos Affonso dos Santos – ACAS – O CAIPIRA URBANO

Em 2005, costumava publicar os meus poemas e crónicas no site brasileiro, Recanto das Letras onde ainda mantenho uma página e lá conheci muitos poetas, amigos e amigas, que alguns ainda mantenho, outros fui perdendo o contacto.

Entre esses, destacou-se o Acas, nickname porque era conhecido e continua sendo ainda, formado pelas iniciais do seu nome. Conhecíamos as pessoas através dos comentários que cada um deixava nos textos que os colegas publicavam, aos quais respondíamos nas páginas respectivas e os comentários do Acas, foram ganhando destaque entre os outros, pela sua originalidade e estilo.

Comecei a visitar a sua página e a ler os seus trabalhos e logo fiquei sua admiradora e amiga. Começamos a comunicar também por email e a trocar ideias, e uma amizade foi nascendo e se consolidando.

Quanto tive um site meu que hoje está fora do ar, oferecido e construído pelo meu falecido e grande amigo, Roberto Oliveira, havia um espaço para poemas de amigos e logo convidei o Acas, para me enviar os seus poemas caipiras, escritos nesse dialecto próprio das zonas rurais do interior de S. Paulo. Adorava lê-los e ele foi muito comentado e elogiado pelos visitantes e leitores do meu site de literatura.

Amar é o Remédio.(Bullying em questão) - Por Meg Klopper

Amar é o Remédio.(Bullying em questão) - Por Meg Klopper

Eu queria estrear minha participação no Raizonline com uma prosa, um conto ou algo bem leve e alegre para levantar a moral e o astral de quem lê. Mas sei que um jornal é uma actividade que visa colectar, investigar, analisar e transmitir ao grande público informações da actualidade para difundi-las. Por isso, hoje, estreando, eu quero divulgar algo que me incomoda como pessoa e como mãe. Dirijo um apelo a sociedade.

Existe uma palavra que anda na mídia em geral, mas o povo mal sabe o que significa. Sabem que é algo ruim, mas o significado dessa palavra é muito abrangente, é muito grande e gera conflitos e males de toda espécie. Bullying... Estou a falar de Bullying, um assunto polémico, mas necessário.

E o que é Bullying?

«É definido como a imposição de sofrimento intencional em relações de desigualdade. Compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adoptadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os actos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais que tornam possível a intimidação da vítima.

Não se trata de um fenómeno tão moderno, mas, actualmente, os pais andam preocupados porque o Bullying se alastrou nos locais onde há grupos de crianças e jovens, principalmente nas escolas. Todos temem que seu filho seja alvo de humilhação, exclusão ou brincadeiras de mau gosto por parte dos colegas.

Uma realidade que actualmente vitimiza uma parcela considerável de estudantes e que pode acarretar em atitudes extremas como as tragédias escolares que nos últimos dez anos vêm sendo noticiadas com frequência pela mídia.

O Clube dos Operários - Contado por Jorge André, «O Seu Catalão» (1915-2007) - Escrito por Sandra Fayad 

O Clube dos Operários - Contado por Jorge André, «O Seu Catalão» (1915-2007) - Escrito por Sandra Fayad

Em Catalão havia um clube social – o clube dos ricos, chamado Clube Recreativo e Atlético Catalano (CRAC), que era freqüentado apenas pelas pessoas mais abastadas da cidade, a chamada nata da sociedade.

Os operários não podiam entrar no clube. Faziam proposta para se associarem, mas estas não eram aceitas. A turma de operários, da qual eu era o mais velho, desejando freqüentar também o Clube, vinha a muito tempo tentando fazer com que a Diretoria aprovasse propostas de associação, e nada.

Como esta nem se manifestava, resolvi procurar o Prefeito João Neto de Campos: - Prefeito, nós não temos um clube pra dançar... O CRAC não aceita nossa proposta de filiação. Então eu quero que o senhor dê um auxílio para abrirmos um clube.

- Onde vocês querem abrir esse clube?
- Será no prédio aí em frente a sua casa, que é do Cristiano Vitor, Farmacêutico,
- Então você vê lá quanto é o aluguel que eu ajudo vocês – respondeu ele.

Fui lá juntamente com os colegas João, Inácio e Sabino e falamos para o Zé Vitor, filho do Cristiano, que queríamos alugar o prédio pra fazer um clube.
- Pensando bem, eu alugo, com uma condição: vocês terão que fazer uma reforma no prédio, porque está muito mal «arrumado».

POESIA DE SANDRA FAYAD -TE AMO, TE AMO, TE AMO. - LIVRE COMO UMA BORBOLETA - COMO FOI BOM RIR MUITO

POESIA DE SANDRA FAYAD -TE AMO, TE AMO, TE AMO. - LIVRE COMO UMA BORBOLETA - COMO FOI BOM RIR MUITO

TE AMO, TE AMO, TE AMO.

TE AMO.
Frase curtinha, revolucionária.
Clarão em montanhas inexploradas,
Luz que ilumina barco à deriva
Em noites, com almas desamparadas.

TE AMO.
Cinco letrinhas bem arrumadas,
Oração completa, intransitiva,
Sujeito oculto da cobiça alheia,
Expressão direta, na voz ativa.

LIVRE COMO UMA BORBOLETA

Que gente alegre é esse povo de Deus!
Desde os tempos de Moisés,
Festeja, comemora - eloqüente,
A liberdade do jugo dos poderosos,
Do pecado, do corpo, da serpente.

Que gente crédula é esse povo de Deus!
Anda por caminhos espinhentos,
Maltrapilho, resignado, inerte,
Aviltado em seus sentimentos,
Mas convicto de que um dia acerte.

COMO FOI BOM RIR MUITO

Ah, como foi bom ter rido muito...

Do amarelo nos cabelos, nas calcinhas
Os mesmos tons das mini-saias
Das meias arrastão, chicletes, amônia
Dos discos de vinil, aplausos e vaias.

Como foi bom ter rido muito...

Das beatas nas missas de domingo
Das risadas ridículas de cada uma
De nossos irmãos, colegas e freiras
De quem tropeça bêbado e fuma.

Leia estes poemas completos

Intra - Empreendedorismo, uma viagem sem volta!- Por Adm. Marizete Furbino

Intra - Empreendedorismo, uma viagem sem volta!- Por Adm. Marizete Furbino

«O que quer que você seja capaz de fazer, ou imagina ser capaz, comece. Ousadia contém gênio, poder e magia».(Goethe)

No séc. XXI, o que se verifica em demasia, é que o mercado está cada vez mais exigente e tal exigência se faz necessária, para alcançar pelo menos sobrevivência no mesmo. Por isso, podemos considerar como uma das características deste mercado, a crueldade.

Apenas permanecem no mercado os ótimos, os mais ou menos e até os bons serão esmagados pelos pés invisíveis do mesmo, portanto, há uma necessidade urgente, dos funcionários de se tornarem colaboradores intra-empreendedores, e das organizações se transformarem em organizações empreendedoras, caso contrário, serão engolidos pelos concorrentes, não permanecendo no mesmo.

Com a competitividade cada vez mais acirrada, diplomas e mais diplomas não conta tanto, como no século anterior, o que se avalia muito, é, se o funcionário faz jus de fato ao titulo de colaborador, ou seja, se é realmente um intra-empreendedor, um colaborador pró-ativo, que possui iniciativa, visão do cenário de mercado, sempre preocupado com seus comportamentos e atitudes, enfim, se é um profissional que cuida da organização e executa ações como se o empreendimento fosse seu, enxergando-o com olhos não vendados e sim bem abertos, procurando agir sempre com ousadia, criatividade, inovação, se antecipando aos fatos, buscando mais e mais conhecimentos para alcançar eficiência e eficácia, procurando assim, fazer o diferencial.

Poesia de José Manuel Veríssimo - Silhueta Envidraçada - SENTE

Poesia de José Manuel Veríssimo - Silhueta Envidraçada - SENTE

Silhueta Envidraçada

Gente suspensa
Apoiada
Cambaleante
Gente contra gente.
Gente sentada
Gente a gritar
Gente que não se ouve
Gente com direcção definida
Gente do 7..............
Gente do 29
Gente de fim de jornada

SENTE

Não fales
Não escutes

Sente
Tacteia
Revela-te

Assim sem palavras
Sintetiza a carícia

Serena
Doce
Plena

Leia estes poemas completos

POESIAS de PEQUENINA - Anjo Cansado - Primavera - Escravas da solidão  

POESIAS de PEQUENINA - Anjo Cansado - Primavera - Escravas da solidão

Anjo Cansado

Sou anjo vindo do nada
Que aqui na terra atracou
Trouxe comigo a desdita
Àquele que me amou.
Sou Anjo de alma vazia
Em busca da salvação
Sou prisioneira dos medos
Das noites, e da escuridão.
Sou Anjo de asas caídas
Chamuscadas numa lareira
Das chamas eu sou a fumaça

Primavera

Passa por mim uma brisa
Com o suave aroma da terra
Nascem as flores nos campos
Alargam-se ao pé da serra.
Voam as aves nos bosques
Borboletas ensandecidas
Que buscam em tirar das rosas
O doce pólen da vida.

Escravas da solidão

Assusta-me quando ouço
Aos que me chamam de "freira"
Tenho uma vida regrada
Mesmo que sendo solteira.
Não sou aqui uma “santa”
Também tenho as minhas crises
E dentre outras e tantas
Não condeno as meretrizes.

Leia estes poemas completos

Avatar - a bobagem eco - esotérica do canadense James Cameron.- Por Se-Gyn

Avatar - a bobagem eco - esotérica do canadense James Cameron.- Por Se-Gyn

Como ainda estão falando de «Avatar», o fime do canadense James Cameron, por conta de sua passagem pelo Brasil recentemente, não posso deixar de digitar umas linhas a seu respeito.
Assisti a «Avatar», baseado num comentário que li na Veja. Logo percebi a roubada, pois tinha em mente que, atualmente, praticamente não mais há limites para efeitos visuais, que, por outro lado, esse negócio de 3D já vem sendo objeto de experiência desde os anos 50 e, por fim, que o roteiro era na linha ecológica-esotérica-«shoo-bi-doo».

Como se sabe, o roteiro todo gira em torno da tese de Gaia e dicotomia entre os interesses de exploradores sem coração do mundo civilizado x e os direitos de selvagens bonzinhos, literalmente conectados com a natureza, o planeta e seu espírito protetor.

O planeta longínquo é rico num raro e caríssimo mineral. Os homo sapiens sapiens vão até para extraí-lo, a qualquer custo. Acontece que o tal planeta tem uma particularidade: é habitado por tipos humanóides e estes, estão conectados com todo o planeta, que se constitui numa forma superior de vida, resultante da conexão de todos os seres vivos.

(Quando via os Na'Vi se conectando com animais e plantas como alguém que enfia um plug na tomada, não pude me conter no riso. Tipo assim: «quer entrar em «alfa», irmão? Quer entrar numas de falar com os bichos e plantas? Sem essa de mantras e coisas do tipo. Basta conectar seu plug biológico no lugar certo!»).

Alguns detalhes visuais da fauna e dos Na'Vi, indicam que foram baseadas na fauna sul-americana, caso da pintas e rajas de seus corpos e rostos, que lembram (por favor, não riam) as das capivaras e antas...

POESIA DE MARIO MATTA E SILVA - Porquê chuva oblíqua?

POESIA DE MARIO MATTA E SILVA - Porquê chuva oblíqua?

Fernando Pessoa
«Chuva Oblíqua»
Poemas interseccionistas - ortónimo

Transversalmente
A chuva converge
E cai sobre nós.

Transversalmente
O vento diverge
Muda, atira a chuva p’ra gente.

Transversalmente
Engole-se a claridade
Para assentar os pós.

Transversalmente
Insurge-se mentalmente
No nosso interiorismo.

Transversalmente
Derrama ácido mutismo
E pingos imensos e devassos.

Leia este poema completo

domingo, 11 de abril de 2010

O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL - CESARIO VERDE - Por Arlete Deretti Fernandes

O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL - CESARIO VERDE - Por Arlete Deretti Fernandes

O poeta Cesário Verde nasceu em 1855 e faleceu em 1886, aos 31 anos. A seu respeito, citou a autora da Seleção de Textos, notas, estudos biográficos, histórico e crítico e exercícios:
«Este seu poema é uma obra-prima. Foi publicado a 10 de junho de 1880, em Portugal a Camões, publicação extraordinária do Jornal de Viagens, Porto, comemorativa de Camões.

Cesário queixou-se porque ninguém comentou o poema, a não ser um crítico espanhol que escreveu que seus versos destoavam do nobre espírito português. Observe que o poema é dedicado a Guerra Junqueiro, poeta realista, crítico, que acreditou na força do povo para a transformação da sociedade.» Paschoalin, Maria Aparecida, p. 59

O poema se organiza em quatro partes, com sub - títulos. Apresenta um percurso de um eu - lírico que percorre a cidade, através da Ave Maria, à noite fechada. Gás, era novidade até chegar a luz elétrica. A cidade ganha uma sobrevida à noite.

Tem luz, mas é mortiça, amarelada. Apresenta a cidade com seu aspecto multifacetado, com uma visão da vida moderna e seus impasses. A paisagem é urbana e as sensações são urbanas. Cesário quebra com as expectativas do povo português da época.

Quando o poeta morreu, um amigo mandou imprimir sua obra. Ele era comerciante. Viveu pouco e foi pouco reconhecido na época. Seu poema, O Sentimento dum Ocidental, lançava um olhar crítico à sociedade daquele Tempo.

POESIA DE BABY ANGEL - Sonho meu: - Diga-me que não foste embora - Quero sonhar-te outra vez

POESIA DE BABY ANGEL - Sonho meu: - Diga-me que não foste embora - Quero sonhar-te outra vez

Sonho meu:
Porque fugiste de mim??
Que mal fiz eu
Para que não queiras
Que eu entre no teu sonho?

Que posso eu fazer
Para que volte a entrar na tua mente?
Diga-me meu amor:
Alguma vez me quiseste?
Alguma vez me amaste?



Diga-me que não foste embora
Diga-me que isso é um pesadelo
Acorda-me desse horrível pesadelo
Deixe-me sonhar
Deixa-me ser livre

Volta, amor
Antes que eu acorde
Porque se eu acordar,
O pesadelo vai



Quero sonhar-te outra vez

Amanhã
Quando eu acordar
Quero sentir seu coração
palpitando de emoção,
verificar que tudo isso
não passou de um pesadelo
que teimava em ficar

vou passar
uma borracha em tudo isso
quero nunca mais lembrar
que esse tempo existiu

Leia estes poemas completos

Américo Durão e «Soror Saudade» - Por Daniel Teixeira

Américo Durão e «Soror Saudade» - Por Daniel Teixeira

Colega de Florbela na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e um dos mais próximos da poetisa durante os seus estudos universitários (diz dela, inclusive, que tinha em si qualquer coisa de chama), Américo Durão é o criador do epíteto «Soror Saudade».

Américo Durão – 1893 – 1969 – é o autor da seguinte bibliografia:
Vitral da minha dor, 1917; Tântalo, 1921; Lâmpada de Argila, 1930; Tômbola, 1942; Ecce Homo, 1953 e Sinal, 1963.

E referido como contendo «laivos» de sebastianismo nalguma da sua poesia, sendo integrado na poética do saudosismo por Fernando Guimarães, ao lado (ainda que com distância) de Teixeira de Pascoaes e Leonardo Coimbra. Como nota à margem e a merecer maior desenvolvimento esclareçamos que o Prof. Guido Battelli escreveu sobre Teixeira de Pascoais em 1953. De esclarecer ainda que Américo Durão não é referido por António José Saraiva e Oscar Lopes na sua História da Literatura Portuguesa, devendo-se já a David Mourão Ferreira, Jacinto do Prado Coelho e José Carlos Seabra Pereira e Fernando Guimarães a sua inclusão quer como poeta a merecer referência quer no período neo – sebastianista.

Aliás, pensamos que a evidência do poema do que segue obrigava quase imperativamente à inclusão de Américo Durão no Sebastianismo e no Saudosismo Pascoaliano:

D. Sebastião

Manhã de névoas. Misteriosamente
As coisas ganham atitudes vagas.
Nevoeiro denso, diz-me porque afagas
A lenda doida, a esta doida gente?

Ascende ao Sol religiosamente,
Oiço um fremir de escudos e adagas….
Coração, coração, porque divagas
Na esperança do mesmo eterno Ausente!?

Poesia de Kácia Pontes - Anuncio...

Poesia de Kácia Pontes - Anuncio...

Anuncio

Troca-se todas as pedras preciosas
Pela luz pura e serena do teu lindo olhar
Pelo teu sorriso largo a me encantar
Pelo calor terno das tuas mãos deliciosas

Troca-se um coração ferido e cansado
Por uma dose animadora de um pó encantado
Por uma fagulha de luz da lua dos enamorados
Por uma chave que deixe os corações escancarados

Leia este poema completo

A MORTE E OS MORTOS - Reflexão de Michel Crayon

A MORTE E OS MORTOS - Reflexão de Michel Crayon

Morrer é, ou deve ser, uma coisa natural embora se tenha sempre alguma dificuldade em entender a morte como tal. Sendo a vida, e o estar vivo o princípio geral e sendo a morte e o morto vitimas de uma ausência que se não manifesta no estado vivo das nossas vidas, é claro que morrer representa como que um afastamento da vida (seja ela dos vivos seja ela dos mortos) porque entre os dois campos (se houver dois campos) não há ligação nem diálogo.

Ressalvam-se as poucas excepções em que o morto continua como que vivo na mente dos seus entes queridos, pela memória, ou por - como disse Camões - «se ter da lei da morte libertado» sendo que esta afirmação tem no seu conteúdo várias graduações. Há quem se liberte da lei da morte um pouco, muito ou bastante mas este facto, esta graduação, depende daquilo que ele fez em vida, do seu comportamento enquanto ser vivo, para se poder manifestar - estando morto - então entre os vivos: pela memória individual ou colectiva.

E o morto, neste caso, como em todos, penso, é um ser incorpóreo: a gente vê a imagem mas mais importante que aquela imagem parada (em foto, estátua ou mesmo numa obra exemplar) é a memória daquilo que levou a que ele ascendesse a esse seu grau de imortalidade relativa.

Porque a imortalidade, ela também, é relativa, como a não - imortalidade relativa: não tenhamos ilusões, enquanto vivos procuramos manter-nos vivos, temos alguma autonomia ou capacidade de decisão no processo, de nos mantermos vivos, mas depois de mortos nada podemos fazer neste mundo (dos vivos) para que a nossa morte se mantenha, se altere ou sucumba: são os outros que decidem por nós e nada há mais chato neste vida ou numa outra (se houver) do que depender dos outros para nos mantermos não vivos mas conservando, aperfeiçoando, limando ou eliminando a a nossa imagem na nossa imortalidade relativa.

Dueto Poético - José Geraldo Martinez -RENDO-ME... - Graça Ribeiro - Se fosse diferente...

Dueto Poético - José Geraldo Martinez -RENDO-ME... - Graça Ribeiro - Se fosse diferente...

RENDO-ME...

José Geraldo Martinez

E segues a queimar meu corpo...
A instigar-me os sentidos e a seres
meu abrigo e porto,
meu amor bandido!

E se fosses diferente?
Sem este mistério e segredo...
Não serias este amor caliente,
coberto de loucos desejos!

Se fosse diferente...

Graça Ribeiro

Talvez por ser amor assim proibido
fora do eixo que clama e censura
este doce amor se revele sentido
e tome corpo na palavra procura

Procura por algo que desconhece,
pelo inusitado, pelo já esquecido
no tempo que não nos favorece
e nos faz querer resgatar o vivido

Leia este dueto poético completo

Duque – parte I - Conto por Roberto Kusiak

Duque – parte I - Conto por Roberto Kusiak

Quando pequeno, eu gostava de usar as roupas de mamãe. Achava aquilo engraçado, me sentia bem. Depois, com o tempo, comecei a usar seus batons, sem que ela percebesse. Mas isso era vez que outra. Fazia por diversão, talvez. Gostava de tomar banho com meu pai, ele sempre me convidava. Era coisa normal na nossa família. Muitas vezes, eu e meus primos ficávamos nos bolinando, fazendo competições infantis tolas.

Hoje, passados trinta anos, relembro daquele tempo. Comentava com Carlos, que me olhava com os olhos estupefatos, deitado na cama. Eu sabia que ele teria aquela reação, mas não me importava. Carlos estava ali por um motivo, e ele sabia disso. Tornei-me professor cedo, logo depois da faculdade eu já lecionava. Era um colégio interno, antigo, construído no tempo em que a igreja católica ainda dominava os povos. Eu gostava da nostalgia daquele prédio, com seu pé direito muito alto, as portas de madeira trabalhada, estilo rococó. Ficava admirando aqueles corredores longos, escuros. Ficava pensando o que teria ocorrido naqueles corredores no tempo que os padres eram os professores.

Minha turma era composta por meninos na faixa dos treze anos. Em sua maioria branquinhos, a pele parecia algodão. Gostava de ficar com eles, me sentia bem. Tratava-os com muito carinho, não faltavam afagos. Poderia dizer que éramos cúmplices, todos nós. Um dia fiquei até mais tarde na escola, precisava corrigir alguns trabalhos, tinha pedido para o Júnior, um garoto que tinha como meu pupilo, para me ajudar. Percebi que ele estava um pouco estranho naquela tarde. O brilho de seu olhar havia sumido. Estava abatido, procurava não me olhar nos olhos. Segurei seu rosto em minhas mãos e beijei-lhe a testa.

- O que houve Júnior? Por acaso não gosta de ficar comigo?
- Gosto.
- Então por que esta cara amarrada? Não está se divertindo? Você sempre adorou ficar aqui comigo.
- É outra coisa professor. Outra coisa.

Achei estranho demais aquele comportamento, Júnior não era assim, estava sempre festivo, tratava-o como a um filho. No outro dia, na sala de aula, percebi que ele continuava do mesmo jeito, não falava com ninguém, estava cabisbaixo. O olhar por muitas vezes estava longe, mirando o céu pela janela da sala de aula. Comecei a me questionar se havia feito algo que ele não tivesse apreciado, se o magoei de alguma forma. Será que fui longe demais com ele?

COLUNA DE MARIA PETRONILHO - Conto - A Flor do Rosmaninho

COLUNA DE MARIA PETRONILHO - Conto - A Flor do Rosmaninho

Ah, que saudades da flor do rosmaninho, que sempre adorei!
Desde pequenina, onde houvesse rosmaninho em flor era como se da terra um íman irresistível me chamasse
... Lembro-me do Alvarinhal, onde o chão estava pejado dele...

E havia um rio.
Mas colocaram uma bomba, destruíram tudo: rio, peixes... para regarem as hortas, embora houvesse um poço, ladeado de roseiras... o Soares tinha as mais lindas rosas, que perfumavam tudo em redor!

No rio, dizem que o avô Petronilho pescava com chumbo... um horror!

E havia «a toca dos coelhos»!

Se a malina matasse todos os coelhos , ali nunca faltavam: Viviam sob rochas enormes, com buracos.
O meu avô, dizem, tinha um furão amestrado.

Devia ser levado da breca!

Gostava era de sair para o campo, pescar, caçar, petiscava ouriços cacheiros... mandava esfolar e grelhar as orelhas dos bichos que se matavam em casa, deixando a carne de lado... gostava de vinho e de se escapulir para Espanha, onde passava mais tempo que em Portugal.

Minha avó não era bonita (nem feia), mas não tinha os traços finos da irmã nem da filha.
Meu avô devia pôr as espanholitas doidas! E vice-versa...

Aprendi a cantar malageñas... também com as pessoas fugidas à Guerra Civil.
A Espanhola atravessou o rio Ponsul com os filhos atados à cintura, o mais pequeno à cabeça... Perdeu-os todos, não sei se salvou o bebé, diziam que sim e que não... nunca lhe vi filho algum.
Trajou para sempre de preto, a sua horta era um lindo primor, ganhava a todas!
Nunca aprendeu uma só palavra de português.

sábado, 10 de abril de 2010

DIA MUNDIAL DO POVO ROMA e SINTI (CIGANOS) - Por António Cambeta - Macau- Tailândia

DIA MUNDIAL DO POVO ROMA e SINTI (CIGANOS) - Por António Cambeta - Macau- Tailândia

Sinti (também Sinta ou Sindi) é o termo que nomeia os membros de um dos três grandes grupos do povo genericamente chamado de cigano. Falam um dialeto da língua romani, o Romanes Sintenghero Tschib(en), que tem um vocabulário primário romani, porém fortemente influenciado pelo alemão.

Os rom (plurar: roma), chamados vulgarmente de ciganos, são povos nômades, originários do norte da Índia e que hoje vivem espalhadas pelo mundo, especialmente na Europa, sendo sempre uma minoria étnica nos países onde vivem.
São subdivididos em diversos grupos, como os sintos e os caló.

Origens

A procedência geográfica do povo, bem como a origem do nome "sinti", são incertas. É possível que haja alguma relação entre os ciganos sinti e a etnia sindhi, do sudoeste de Paquistão, mas isso ainda não pode ser provado.


História

Acredita-se que os sinti (juntamente com os roma) chegaram à Alemanha na Idade Média. De lá, alguns deles migraram para a França, onde ficariam conhecidos como manouches; outros se transferiram para países do Leste Europeu, adotando nomes distintos em cada lugar.

Desde que se estabeleceram na Alemanha, tanto os sinti quanto os roma foram alvo de discriminação. Exemplo disso é que, em 1899, a polícia alemã mantinha um registro central de ciganos, nos mesmos moldes daquele onde os criminosos eram catalogados. Com o advento do Nazismo, sintis e romas foram enquadrados como estrangeiros não-arianos, sujeitos, portanto, aos horrores da política racial do regime.

Adolf Eichmann, que cuidava da logística dessa política, recomendava que a «questão cigana» fosse tratada simultaneamente com a "questão judaica". Mas antes disso, em 1939, a polícia de Hamburgo já estava deportando sintis para a Polônia, onde muitos deles acabaram nos campos de extermínio.

Lendas da Infância - CONTO POR JOSÉ GERALDO MARTINEZ

Lendas da Infância - CONTO POR JOSÉ GERALDO MARTINEZ

Um dia me contaram uma lenda. Existem nas matas,a Caipora, meio gente e meio bicho , com os pés ao contrário .Adora fumar.
Só permite que alguém entre mata à dentro se, antes ,colocar fumo ou cigarro no pé de qualquer árvore.

Aquilo de certa forma me causou expectativa , mesmo porque, papai havia me convidado para pescar e justamente num córrego margeado por pequena mata. Chegado o dia , preparei toda tralha de pesca: anzóis, iscas , varinhas, picuá , lanches e guloseimas...
Não podia me esquecer do cigarro da Caipora .
Fui correndo comprar.

Para me garantir , comprei logo cinco maços de cigarros e um pedaço de fumo .
Seguimos pela manhã que se abria quente , ensolarada e de poucas nuvens .
Conosco levamos um amigo , «Girico», este apelido lhe foi dado por seu tamanho . Era franzino , miúdo , a ponto de mostrar as costelas todas . «Girico» é o nome dado ao jegue tão usado e querido pelos nortistas !

Ele era pequeno porém, forte. Garoto astuto e destemido, criado a vida toda no mato, nas fazendas da região, até que seu pai acometido de séria doença teve que abandonar a vida no campo e voltar para cidade. Chegamos finalmente . Logo de cara , Girico fisgou um piau, peixe típico da região e com ele fazia festa , como se desafiando a mim e meu pai . Engraçado que seguidamente ,Girico fisgava algum peixe , enquanto a gente já desanimava de molhar as minhocas . E a cada fisgada , a mesma festa . Lembrei-me finalmente da Caipora , depois de escutar um assobio vindo da mata .

Super-ego, Avatares e Personas - Cynthia Kremer

Super-ego, Avatares e Personas - Cynthia Kremer

Não foi à toa que escrevi na apresentação do meu perfil: «sou uma, duas, nem sei eu quantas...» Sempre percebi que sou várias personas em uma. «Atuo» ou interajo com as pessoas de acordo com o que sinto intuitivamente em relação à elas. Estou falando na 1ª pessoa do singular, mas esse mecanismo cerebral é comum à todos nós porque necessitamos de proteção e nos valemos das possibilidades que o nosso ego nos apresenta em situações diversas.

Persona, filme - aparentemente surreal - de Ingmar Bergman, é uma obra-prima nos mínimos detalhes. Ele mergulha profundo na sinuosa e difícil compreensão da psique humana. Faz um ensaio bastante junguiano e instiga o espectador a se identificar, se reconhecer dentre as múltiplas facetas das personas representadas por Liv Ulmann - uma atriz em crise de identidade - e Bibi Andersson - a enfermeira. Não é um filme fácil, vi 4 vezes, porque não quis perder nenhum detalhe dos simbolismos utilizados magnificamente por ele.

Este filme, embora seja de 1966 me parece atemporal, pois mais do que nunca, vivemos o fenômeno da hiper-exposição narcisista através da Internet. Temos a liberdade - como nunca tivemos antes - de sermos quem quisermos. De construirmos inúmeras identidades à partir do prazer que isto nos dá e que na vida real não poderíamos alcançar. E Para isso, usamos «Avatares».