terça-feira, 31 de maio de 2011

Lisboa condecora a popular Florbela Queiroz

Teatro

Lisboa condecora a popular Florbela Queiroz

“É uma novidade para mim, não fazia a menor ideia, estou surpreendida, não sabia de mesmo de nada”, disse Florbela Queiroz com mais de 50 anos de carreira teatral.
Sou alfacinha, nasci na rua da Cruz da Carreira, e será pela minha carreira, e nesse sentido acho que as homenagens devem ser feitas em vida”, continuou a atriz de 68 anos.
A Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, foi entregue à actriz pelo presidente da Câmara, António Costa, durante a última apresentação da revista “Vai de em@il a pior”, que marcou o regresso da atriz aos palcos após 15 nos anos.
Esta é uma peça que hei-de sempre recordar, pois foram-me buscar após 15 anos sem fazer teatro, e foi um êxito, o que demonstra que ainda tenho talento”, disse a actriz.
Florbela Queiroz referiu que o facto de ser distinguida por um edil socialista “demonstra que vivemos em democracia, pois eu até sou do CDS/PP”.
A actriz que na televisão participou, entre outras, nas telenovelas “Origens” e “Na Paz dos Anjos”, recordou os tempos em que “durante a guerra colonial vesti o camuflado, aprendi a atirar e fui para juntos das tropas em Angola e Moçambique, tentar minimizar as saudades que sentiam de casa, fiz muito pelo meu país, apesar disto não ser hoje tão apreciado”.

Florbela Queiroz tornou-se conhecida com a peça “O pecado mora ao lado” de Henry Miller, encenada por António Pedro, no Teatro Avenida, mas estreara-se no Nacional, aos 13 anos, pela mão de Amélia Rey Colaço que a escolheu para um papel na peça “As Bruxas de Salem”, de Arthur Miller.
De facto ganhei muitos prémios com essa peça, mas o que me tornou de facto popular, sem poder andar na rua, foi a série televisiva ‘Enquanto os dias passam’ que eu fazia com o João Lourenço, e muitos outros atores de gabarito”.
Eu o que mais fiz foi de facto televisão, mais que revista ou comédias, apesar do muito sucesso que sempre tive, felizmente”, referiu.
Figura regular desde o começo da televisão, mais recentemente participou nas telenovelas “Origens” (1983), ou “Passerelle” (1986), e após um interregno na série “Pisca-Pisca” (1989), e em “Todo o tempo do mundo” (1999).
A estreia no cinema de Florbela data de 1956, dirigida por Arthur Duarte em “O noivo das Caldas”, tendo participado em cerca de 10 títulos em que se destaca “Um campista em apuros” (1967), de Herlander Peyroteo.
Participou em cerca de 20 revistas, entre as quais “Bate o pé” (1961), “Sol e Dó” (1962), e “Pr'a frente Lisboa” (1972).
Alcançou êxito também em várias comédias, com realce para “Vamos contar mentiras” (1963), de Alfonso Paso.
(ES)

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