segunda-feira, 29 de abril de 2013

Quintal do Sr. Sebarrinha

 
 
Quintal do Sr. Sebarrinha
 
Aqui neste quintal e casa anexa, como é claro, morou o Sr. Sebarrinha, antigo empregado na Drogaria (ou casa de artigos eléctricos) Arcanjo, situada no topo da Rua de Stº António, sensivelmente a seguir à Farmácia Baptista.
 
O temperamental Cavaco, conhecido electricista da cidade de Faro, ainda trabalhou lá, e eu, embora tivesse tido alguma lidação, curta, com o Cabecinha (na Gardy) pouco antes do seu falecimento, não consigo (memorialmente) fazer a ligação entre o Cavaco e o Cabecinha, pois parece-me que na altura do seu falecimento o Cavaco trabalhava para o Cabecinha (pai).
 
De qualquer forma um dia chegarei lá e como estamos a falar do Sr. Sebarrinha seria de dizer que o seu profissionalismo e competência eram reconhecidos assim como a sua capacidade inventiva. Chegou a fazer antenas de televisão acopladas a cabos de vassoura o que na altura era um acontecimento para constar.
 
Neste quintal que se vê em frente funciona no Verão uma excelente cavaqueira entre a vizinhança o que sendo facto cada vez mais raro na cidade tem tido aqui tendência a manter-se.
 
O filho do falecido Sebarrinha tem um estabelecimento na Estrada da Penha, aqui próximo, e herdou algumas qualidades do pai, ou talvez todas, fazendo reparações de aparelhagens diversas embora ultimamente se dedique mais à revenda de aparelhagens usadas.

Casa do Dr. Rocha Gomes

 
 
Casa do Dr. Rocha Gomes
 
O Dr. Elviro Rocha Gomes foi uma das personagens mais conhecidas na cidade de Faro, apesar de nem sempre ser referenciado pelos alunos do Liceu de Faro onde leccionou.
 
Era conhecido como «Alfafa» por razões que desconheço, também não sei exactamente quais as disciplinas (seguramente relacionadas com Letras ou Literatura) que leccionou, mas acredito que fosse Licenciado em Germânicas ou sua equivalente no seu tempo.
 
Fazia traduções de Alemão já após a sua reforma, onde morou então na Rua Dr. Emiliano da Costa e escreveu (a suas expensas) uma colecção razoável de livros, alguns de carácter didático e outros onde fazia ressaltar o seu sentido crítico e o seu excelente humor.
 
Viveu nesta casa, na Rua Antero de Quental, durante largos anos e não o tivesse eu encontrado na Rua Actor Nascimento Fernandes nem me aperceberia que ele tinha abandonado esta casa, agora na foto quase em ruínas, mas na altura (anos 60/70) uma habitação com algum estatuto.
 
Era uma personagem com um sentido de humor notável e um intelectual à medida algarvia com superior calibre. E por aqui ficou e fica a sua memória, como ficou e fica a de muitos outros que por não terem enveredado pela «grande capital» ficaram mais ou menos esquecidos e se vão «deixando» esquecer pelo tempo. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Estalagem Caíque em Olhão - Ontem e Hoje

 
 
Estalagem Caíque em Olhão - Ontem e Hoje
 
Nesta Estalagem, militava o Olhanense na Primeira Divisão tal como agora, ficavam as equipas visitantes instaladas quando iam jogar ao então Estádio Padinha.
 
Naquele tempo, fosse qual fosse a equipa, não podia ganhar ou mesmo empatar em Olhão. O ambiente olhanense era febril e um dia o Belenenses «resolveu» empatar.
 
Protestando por uma alegada falta não assinalada contra o Belenenses, esta Estalagem foi cercada e em Olhão havia dois polícias.
 
Contudo as coisas conseguiram acalmar e ao fim de algum tempo e muitas conversações lá foi permitido à equipa do Belenenses seguir até à Estação dos caminhos de ferro, onde estava estacionada um comboio expressamente fretado para o transporte dos jogadores e restante equipa técnica do BFB.
 
Quem me contou isto trabalhava no Hotel e deve haver alguma coisa escrita em jornais desportivos e não só da época.
 
As coisas mudaram muito, mesmo muito, e por volta de 77 tive oportunidade de assistir a um jogo entre o Olhanense e o seu rival regional Farense sem quase nenhuns problemas.
Só me lembro de um haver um adepto muito irritado com o Cajuda (que jogava no Farense na altura) argumentando que ele era de Olhão e que devia jogar, embora com a camisola do Farense, pelo Olhanense.
 
Mas foi um episódio, como tantos outros que ainda se vêm em qualquer lado passados que são sobre 77, cerca de 35 anos. 
 

Casa dos Rapazes - Instituto D. Francisco Gomes

 
 
Casa dos Rapazes - Instituto D. Francisco Gomes
 
Esta é a casa dos rapazes, na sua vista actual. Infelizmente não consegui encontrar uma imagem dos seus tempos antigos, para contrapor, mas conheci-a de fora relativamente bem. Era uma cerca de paredes brancas com um certo ar de isolamento para o exterior, pela qual se passava sem nos determos muito porque nada era visível senão as paredes.
 
Conheci no entanto alguns dos alunos (para além daqueles de que fui colega na Escola) porque durante bastante tempo na Rua Antero de Quental, onde agora está um prédio de esquina onde moram algumas personalidades importantes da cidade, era um dormitório secundário por cujas janelas se podia ver os alojamentos repletos de beliches e assistia-se à passagem em pelotões tipo tropa dos referidos alunos que vinham ali dormir acabado o dia neste edifício e espaço (em antigo) que aqui se vê.
 
De referir que embora não tenha assistido directamente vim a saber que o falecido Sr. Emílio Vitório Santos, irmão do desenhador e intelectual Tossan, terá tido um papel decisivo para que o pessoal da casa dos rapazes passasse a ter autorização para jogar no Clube de Basquetebol de «Os Bonjoanenses» e em boa hora o fez, porque foi através dos atletas vindos da casa dos rapazes que «Os Bonjoanenses» se colocaram na cidade como referência no Basquetebol de então, só mais tarde aparecendo à tona a equipa de Basquete do Farense.
 
Como recordação ligada e tendo em atenção que a Casa Pia em Lisboa foi criada com os mesmos princípios da Casa dos Rapazes (Instituto D. Francisco Gomes) há neste site uma foto da primeira Selecção Nacional Portuguesa em Futebol, que conta com oito jogadores do Casa Pia.   

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Casa do Dr. Passos Valente

 
 
Casa do Dr. Passos Valente
 
Esta é a casa do falecido Advogado farense Dr. Passos Valente, que teve escritório na Rua que vai ter ao Largo das Mouras Velhas, do lado do Teatro Lethes, em frente à entrada do campo de futebol de salão, depois parque de ambulâncias e agora não sei.
 
O rés do chão desta casa parece-me que esteve (ou está) ocupado por uma escola de línguas depois do seu falecimento.
 
É um imóvel «incerto», pelo menos, em termos de arquitectura, na minha opinião: denoto, sem ser especialista, alguma mistura de estilos que pretende ser harmoniosa e que com um pouco de esforço da parte do observador pode sê-lo.
 
Não sei qual será o seu futuro e isso será uma incógnita que só o tempo esclarecerá.
 
Fica no cruzamento da Rua Almeida Garrett com a Rua Dr. Justino Cúmano.
 

Colégio da Bernardete

 
 
Colégio da Bernardete
 
Aqui, em Olhão, na Rua General Humberto Delgado, continuação da Rua Diogo Cristina a partir da Avª 18 de Junho (quando se vai para actual estação da Rodoviária) foi o famoso Colégio da Bernardete, como era sumariamente apelidado o estabelecimento de ensino feminino da Dª Bernardete Romeira.
Está lá um outra chapa na porta, mas o que interessa aqui é que era um colégio exclusivamente feminino, onde uma parte substancial das filhas de médios e grandes burgueses de Olhão estudaram.
 
É assim como versão olhanense do Colégio do Alto em Faro, ou mesmo do Colégio Algarve, igualmente em Faro.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Memórias: Benje, o melhor guarda redes do mundo

 
 
Memórias: Benje, o melhor guarda redes do mundo
 
Quando a bola estava longe, a sua presença lembrava mais a de um velho sábio africano, cansado das duras batalhas. Quando a bola ou os adversários invadiam, por alto ou pela terra, a sua área, ai ele virava pantera ou gato negro, felino, com uns reflexos espantosos, voando para as chamadas defesas impossíveis. Jogou entre os anos 60 e 70 (Farense, Varzim, Leixões...) e era... o melhor guarda redes do mundo!.
 
Na baliza, quando a bola estava longe e dava uns passos no meio da grande área, a sua presença lembrava mais a de um velho sábio africano, cansado das duras batalhas que travara no passado, do que a de um felino voador.
 
Não sei se esta imagem balzaquiana me ocupa a mente devido a só o ter visto, com olhos de ver, já na fase terminal da sua carreira, as ultimas quatro-cinco épocas, mas a verdade é que, logo por cima dessa imagem, se sobrepõe outra, muito mais forte, que emerge quando recordo a sua reacção quando a bola surgia na sua área, por alto ou com avançados isolados ávidos por o fuzilar.
 
Aí, o gigante Benje, virava gato negro, felino, voador, com uns reflexos espantosos, executando, com eficácia e beleza estonteante, as chamadas defesas impossíveis. Por ser negro, algo ainda hoje pouco comum, nos guarda redes que jogam na Europa, todo aquele aparato tinha ainda uma maior dose de magia feiticeira, como se fosse dono de qualquer segredo africano. Mesclava o inestético com o espectacular e criava um estilo único e deslumbrante. Como fez quase todas a sua carreira por clubes ditos pequenos (Varzim, Farense, Leixões...) daqueles que jogam para não descer de divisão, num tempo em que as diferenças entre as equipas em Portugal era gigantesca, as suas sucessivas grandes exibições adquiriam contornos verdadeiramente épicos.
 
Entre elas, recordo uma que assisti ao vivo, no repleto Estádio do Mar, numa tarde com o sol a pino, em Matosinhos, num Leixões-FC Porto, por volta de 1976, que tentei seguir, avidamente, procurando ver por entre a multidão, toda de pé, que seguia hipnotizada o jogo. As imagens que retenho desse hoje estão-me gravadas na memória e (curiosamente, não sei porquê, para além de uma série de cruzamentos para trás da baliza, de um careca lateral portista chamado Taí que, nesse gesto técnico falhado tanto irritava os adeptos azuis e brancos) todas elas estão relacionadas com as espectaculares defesas em voo de Benje. E como ele voava, naquele seu tradicional equipamento cinzento.
 
O jogo terminaria com uma grande vitória do Leixões por 0-0. É verdade, leu bem, não me enganei, o resultado final foi mesmo esse e nessa altura empatar com um grande era como uma vitória para essas pequenas equipas, sobretudo na rivalidade que opunha Leixões e FC Porto..
 
Benje pertence, indubitavelmente, ao universo mágico do futebol português, num tempo em que o império ia do Minho até Timor, ele era, vindo de Angola, como um símbolo desses enorme legado ultramarino que tantas glórias e grandes jogadores, brincas na areia, engraçados e fenómenos, deu ao nosso futebol.
 

A última vez que ouvi falar dele foi, salvo erro, em 2001. Era então funcionário fiscal da Câmara Municipal de Faro, onde se radicara finda a carreira. A beleza do seu estilo pode ser, em parte, apreciada na foto que encabeça este artigo, datada de 1973, num jogo contra o Benfica no velho Estádio da Luz, quando, defendendo as redes do Farense, voou, destemido, para roubar a bola dos pés do ponta de lança do Benfica chamado... Artur Jorge.
 
O homem que melhor definiu a categoria de Benje foi, no entanto, um famoso e precursor treinador que marcou uma época no nosso futebol, pelo sua juventude irreverente, discurso diferente, caustico e que, ainda hoje, estaria muito á frente da maioria dos treinadores que ocupam os bancos da Super Liga.
 
Era Joaquim Meirim e a história sucedeu quando treinava o Varzim, no inicio dos anos 70, e o guarda redes suplente (confesso que não me lembro o nome) andava sempre muito chateado porque nunca jogava. Nem um minuto sequer.
 
Foi então que Meirim, para o moralizar lhe disse para estar tranquilo, que a sua hora iria chegar, pois ele era...o melhor guarda redes da Europa.
 
O “keeper” suplente abriu os olhos de espanto. Se era assim, então porque não estava a jogar?
 
Simples: porque o titular, Benje, era o melhor guarda redes do... mundo!
 
Palavra de mestre Meirim.
 
Texto escrito em 11 de Novembro de 2004, por Luís Freitas Lobo em Planeta do Futebol  http://www.planetadofutebol.com/artigos/memorias-benje-o-melhor-guarda-redes-do-mundo
 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Anexo da Estalagem Caíque em Olhão

 
 
Anexo da Estalagem Caíque em Olhão
 
Esta casa que aqui se vê, um «apalaçado» seguramente devoluto e com grandes hipóteses de não ser recuperado senão para uma subida em flecha, foi durante algum tempo um Anexo da Estalagem Caíque, que depois foi Sol e Mar ou coisa que lhe valha e foi o primeiro Hotel de jeito que houve em Olhão nos anos 60/70.
 
Tinha 35 quartos e quando enchia (porque enchia no Verão) as pessoas eram direccionadas para o Anexo, quando queriam, é claro.
 
Tinha no entanto um problema de casas de banho, esta casa, (só tinha duas) e não havia água corrente nos quartos, pelo que era engraçado ver o tradicional lavatório, com jarrinho com água e bacio e a toalhinha pendurada em cada quarto.
 
Nota: fica no cruzamento da Rua 18 de Junho com uma rua cujo nome me não lembra e não se consegue ver na placa.

Legião Portuguesa

 
 
Legião Portuguesa
 
Aqui neste edifício foi a sede farense da Legião Portuguesa, organização cuja função e posição no quadrante político do Estado Novo nunca entendi muito bem.
 
Colavam cartazes da União Nacional, faziam acções de informação sobre Defesa Civil e contra catástrofes (como reagir a um sismo, por exemplo), levavam cinema propaganda aos locais, cidades e aldeias nomeadamente sobre controle de natalidade para os mais pobres, apresentavam os bichinhos da higiene pública ao detalhe sendo muito gozados quando referiam a fauna púbica e enfim, tinham uma estrutura militar por aquilo que percebi porque o legionário para emigrar tinha de pedir licença e obtê-la.
 
Conheço uma pessoa que foi para a Alemanha sem dar cavaco e depois sentiu-se muito receoso para regressar a Portugal de férias o que só veio a fazer depois do 25 de Abril.
 
Tinham umas fardas extraordinariamente verdes (nunca vi um verde tão verde) e faziam exercícios de defesa civil do território com sacos de areia e estavam nesses exercícios encarregados de encaminhar as pessoas para os abrigos anti-aéreos.
 
Não era nada conveniente no entanto dizer-se em frente de um legionário que não se era adepto da União Nacional.
 
O partido socialista ocupou o local logo em 1974, pelo que sei, e por lá se tem mantido. 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Casa Espírito Santo

 
 
Casa Espírito Santo
 
Ora aqui, esta casa de esquina, aqui pintada de castanho meio-escuro, fica em frente à casa que foi uma Escola Primária no Bom João (embora agora já não esteja lá, nem a Escola nem a casa: está um prédio com 4 andares), morou, segundo a minha memória o Paulo Espírito Santo (vulgo Paulito e Paulinho) a respectivos pais.
 
Mas, segundo o Mauricio Severo Domingues (ver aqui: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=530719600302690&set=a.314143928626926.71102.310830955624890&type=1&theater ) e cito «Em frente da Escola, na casa do canto, residia o Capitão Leote, pai do actual também Capitão Eugénio Boal Vieira Leote e duas filhas , ambas já falecidas.».
 
Assim teremos que antes da família Espírito Santo terá aqui habitado a família Boal Vieira Leote.
 
Pois bem, eu não me lembro de alguém outro morar naquela casa o que me leva a supor (com elevado grau de certeza) que pode ter havido um lapso de tempo em que a família do Capitão Leote lá tenha morado e eu não ter dado por ela e a razão é simples: eu só dei pela família Espírito Santo lá morar porque esta tinha um filho da minha idade, mais um ano ou dois salvo erro.
 
No enfiamento deste renque de casas vê-se a seguir uma casa, agora coberta de azulejos e que na altura era de arquitectura semelhante à da esquina aqui referida (embora sem varanda) que foi a casa dos avós do Luís de Camões que ainda por lá passou salvo erro um ou dois anos e ia lá visitar os avós, embora morasse na zona do Pé da Cruz.
 
Mais abaixo e à esquina será então uma casa já aqui falada (ver aqui: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=528065633901420&set=a.314143928626926.71102.310830955624890&type=1&theater ) que foi onde morou o Carlos Gomes e posteriormente o Manuel Adanjo Inácio.
 
Esta casa da esquina ainda hoje é da família Espírito Santo tendo lá vivido uma filha até há bem pouco tempo e continua a ser mantida por um ou mais netos (não estou certo neste ponto).
 
A família Espírito Santo era o objecto inicial desta foto que tinha em carteira devida a três particularidades podendo elas não serem muito importantes para outros, mas que para mim são o fio da meada memorial: a mãe do Paulito era de origem brasileira e durante os cerca de 15/20 anos que a conheci ali manteve sempre o sotaque brasileiro (Dª Inês se chamava).
 
O pai do Paulito parece-me que era bancário, nunca soube exactamente o que ele fazia, mas sabia que ele tinha um carro (anos 50 talvez) que a ser mantido no estado em que ele sempre o manteve, hoje valeria seguramente uma pequena fortuna.Tinha-o numa garagem na Rua Pedro Nunes, logo acima e só o retirava quando tinha de viajar. Era mesmo um belo carro!!
 
O Paulito cresceu, foi para Lisboa, ainda veio cá uma vez ou duas mas acabei por o perder de vista. Andou no Liceu de Faro.
 
  

domingo, 21 de abril de 2013

 
 
Stand Mavico
 
Aqui é ainda, mas ao que suponho com materais de venda diferentes de há 30/40 anos, o - ao que me lembro -  primeiro Stand de motorizadas originais em Faro, se descontarmos um outro que houve na Rua General Humberto Delgado, da Cocciollo e /ou Pachancho que não eram motorizadas (motociclos) com motor a três tempos.
 
Em rigor a Mavico, por aquilo que soube, não era uma fábrica de motorizadas, mas sim uma fábrica de montagem de peças de motorizadas que através de modelos próprios exteriores na embalagem (carroçaria se quisermos) conseguia ter os seus modelos próprios, trabalhando com materais produzidos noutras fábricas e nomeadamente com a Famel de Agueda, cuja porta é logo ao lado mas só apareceu depois, também segundo me lembro.
 
A «febre» das motorizadas teve o seu apogeu por meados dos anos 50/60 do sec. passado e à volta dela foi criada uma estrutura com relações de dependência de sub-tratadores, tal como vendedores de pneus, oficinas de reparação, etc.
 
Hoje praticamente não há motorizadas, ou há muito poucas comparativamente com esse tempo, sendo mais usada a lambreta, que curiosamente no tempo inicial em que apareceu não conseguiu vencer em termos de vendas estas. Fá-lo agora...

sábado, 20 de abril de 2013

Escola de S. Luís

 
 
Escola de S. Luís
 
Uma parte substancial dos alunos de Faro andaram aqui nesta escola, uma vez que só havia mais a Escola do Carmo e a da Sé, que eu me lembre.
 
No meu tempo de criança lembro-me de ter havido uma escola primária no Bom João, a duas ou três portas a seguir ao Beco para cima já na Rua Ataíde de Oliveira, isto depois de o João Manjua Leal, numa tertúlia nos Bonjoanenses ter referido que deu aulas um pouco lá mais para os lados da Casa dos Rapazes.
 
Neste caso, da Rua Ataíde de Oliveira, não sei como mas a professora acabou por ficar com a casa e abriu uma mercearia passando a denominar-se «Mercearia da Vizinha» em vez de Escola Primária do Bom João.
 
Esta mercearia que refiro passou depois para uma garagem que já tinha sido oficina na Rua José de Matos (ao lado da casa dos Brito) e que foi abandonada pelos mecânicos Brito familiares entre si, e dos que ficaram,  devido ao seu êxodo para a Venezuela.
 
Segundo o Montarcílio Estrela me disse há tempos estes fizeram uma grande festa de despedida como era uso na altura, coisa que eu não sabia, do uso das festas de despedida. No meu tempo quem emigrava ia «a salto» para França maioritariamente pelo que nem sequer se dizia que se estava de partida.
 
Passando a piada e voltando à Escola de S. Luís a minha maior forte recordação é do primeiro dia de aulas em que os alunos eram quase tantos como as mães que lá estavam a despedir-se deles.
 
No meu caso e de muitos outros isso não se passou: uns quantos dias antes disseram-me (a minha mãe) «é aqui!» embora eu já soubesse, no dia 8 de Outubro meteram-me a malinha nas mãos e disseram-me «está na hora» e tudo correu muito bem.
 
Eu estou a gozar um pouco com isto das mães e dos filhos serem entregues por mão própria na Escola mas anos mais tarde vim a conhecer o problema: tive de levar a minha filha três vezes à sala de aula para a conseguir lá deixar ficar.
 
Como resumo, deste longo texto: uma escola não são só as paredes, o recreio e os professores; é também um conjunto de recordações.
 

Recordações de uma casa amarela

 
 
Recordações de uma casa amarela
 
A casa amarela, entaipada, que se vê na imagem entre dois blocos de moradias de construção mais recente tem uma história e com o decorrer dos anos é bem capaz de ficar na história de Portugal mesmo.
 
Esta casa esteve ocupada, a seguir ao 25 de Abril, por pessoas regressadas das colónias e não só, algumas delas já residentes no prédio antes do processo de ocupação.
 
Não conheço o processo em detalhe mas sei que houve luta feroz da parte dos ocupantes e que na altura o MFA teve de intervir também quando se vislumbrava o despejo.
 
O pessoal que aqui vivia foi alojado na sua maior parte no «famoso» Bairro ainda Provisório (há 35 anos sensivelmente) da Horta da Areia, construído com casas em madeira. Ora tudo isto teve lugar por volta de 1977/78, mais ano menos ano.
 
Conseguido o despejo e o alojamento das pessoas que lá viviam tudo levaria a supor que neste lugar nascesse um novo prédio e, pela celeridade então imprimida ao processo, despejo/realojamento, eu já antevia a chegada dos camiões da construção assim que a última cadeira saísse do prédio.
 
Pois...35 anos depois continuo a antever isso...

Casa do Nugas

 
 
Casa do Nugas
 
Esta casa que se vê aqui à esquina, coberta a azulejo, no cruzamento entre a Rua do Bom João e a Rua Antero de Quental foi a casa do Sr. Nugas, que teve um estabelecimento de barbearia na Baixa (Largo Terreiro do Bispo com Rua Filipe Alistão) que foi um centro importante de convívio, como eram muitos barbeiros tradicionais.
 
O Sr. Nugas vendia também lotaria que tinha exposta nas vidraças e eu apenas via a sua chegada a casa, numa lambreta, que tinha na altura. Não me parece que tenha estado muito relacionado com o bairro, em si, não me recordando eu da sua presença na Sociedade os Bonjoanenses que era o centro aglomerador da vizinhança na altura (anos 50/60).

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Casinhas perto do Estádio S. Luís (Bairro Centenário)

 
 
Casinhas perto do Estádio S. Luís (Bairro Centenário)
 
Estas casinhas baixinhas, com uma arquitectura antiga e já com muitos anos de existência, estiveram para ir abaixo quando da construção dos desproporcionados blocos da Chasfa em frente.
 
Segundo informações que terão sido dadas pelo responsável da Chasfa na altura e depois Presidente da Câmara Luís Coelho, num debate pré-eleitoral que teve lugar no Teatro Lethes aqui há uns anos, estas habitações têm à volta de 5 vezes maior densidade populacional do que aquilo que é actualmente permitido por lei. Mas na altura da construção estava tudo legal...
 
De qualquer forma, o que interessa é que estas casinhas acabaram por ficar aqui, proporcionando um contraste (pobre) com os enormes blocos ao fundo, mas são um dos últimos resquícios da habitação tradicional naquela zona.
 
Foram arranjadinhas, algumas estavam mesmo muito maltratadas e não sendo uma grande lufada de ar fresco no sítio, sempre dão um jeito...

Ferrinho de Engomar

 
 
Ferrinho de Engomar
 
Aqui nesta casa, situada em plena Rua Extrema (agora Rua João de Deus) onde eu fui várias vezes, morava aí um colega meu na(s) Escola(s) - Primária e Secundária.
 
Esta Rua, durante muitos anos, foi objecto de cheias: bastava cair um pouco mais de chuva e lá andava o pessoal a meter os taipais nas portas.
Ele morava no primeiro andar, e francamente não sei como era no rès do chão porque a entrada dessa casa era do lado da Rua Almeida Garrett, mas lembro-me que uma vez ele me mostrou as marcas na parede e que praticamente a água chegou até ao bordo do segundo lance da escada (para aí 2 metros, talvez).
 
Esse problema foi resolvido não sei bem como, normalmente a Escola Primária logo em frente não tinha grandes problemas, mas estas casas estavam no seu enfiamento todas elas abaixo do nível normal do solo.
 
Ora, aqui nesta esquina, onde estão agora os contentores do lixo, havia uma casinha, baixa, em triângulo, que ocupava precisamente o espaço de esquina que leva até ao final do agora baldio (provavelmente entretanto já ajardinado) e que era conhecida como «ferrinho de engomar» dada a sua forma e tendo em atenção a forma dos ferros de engomar.
 
Durante as minhas andanças perdi-a de vista mas quando revi o local anos depois já ela lá não estava. 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Estradinha Funda

 
 
Estradinha Funda
 
A escritora farense Lina Vedes tem um texto sobre a Estradinha Funda (aqui: http://www.raizonline.net/duzentosedoze/dozeaaa.htm) e a imagem que apresentamos acima foi-nos fornecida pela Lina Vedes e representa a dita Estradinha numa altura recuada, provavelmente já distante do período de «má fama» da mesma, mas ainda no estado lastimoso em que muitos a conheceram.
 
Eu passava ali para ir à nespera nas Hortas e já contei algures que a GNR ia patrulhar por aqueles lados e tinha o triste hábito de enfiar com os cavalos por aquele estreita «estradinha» e que para nosso azar constante entrava em baixo quando nós estávamos quase a chegar ao fim dela.
Tinhamos de recuar correndo porque o espaço era curto e não dava mesmo para encostar à parede sequer e a eventualidade de ser pisado pelas patas de um cavalo não era assim tão remota nem desejável.
 
Ora, fiz uma foto (Google) da entrada actual da Estradinha Funda e pode verificar-se que aquilo que se alterou nela em cerca de 30/40 anos foi o facto de terem colocado portões deste género (em baixo é igual) embora haja uma vantagem que inibe, pelo menos, o seu uso: a vizinhança de uma habitação, aqui em cima (Santo António do Alto).
 
Quanto à parte de baixo não há qualquer vizinhança inibidora e as ervas e troncos de pequenas árvores são praticamente uma selva virgem.
   

Jornal «O Algarve»

 
 
Jornal «O Algarve»
 
Aqui foi a sede do Jornal O Algarve desde a sua fundação até aos anos 80 do Sec. XX mais ou menos.
 
Depois deslocou-se para um edifício na Rua José de Matos, no topo, junto à parte superior da Escola Industrial e Comercial de Faro, tendo também a parte Tipografia (ao que penso) na Zona Industrial do Bom João (de Baixo) não sei se em simultâneo se não.
 
Segundo os números de 1930 do Jornal O Algarve este tinha tipografia própria, mas não me lembro de a ter visto na Rua do Alportel. O que conheci lá foi o balcão de atendimento para anúncios e pouco mais.
 
De qualquer forma o que interessa mais é que este Jornal é um marco na cidade de Faro e é dos poucos jornais algarvios que conheço que está a ser digitalizado pelos Serviço de Arquivo da Câmara Municipal de Lisboa, embora a meu ver muitos outros jornais paradigmáticos algarvios o merecessem também.

Florinhas do Sul

 
 
Florinhas do Sul
 
Aqui neste edifício, na Rua que vai dar à Igreja dos Capuchos, foram as «Florinhas do Sul», casa destinada a receber e educar crianças do sexo feminino, tal como a «Casa dos Rapazes», no Bom João, fazia em relação às crianças do sexo masculino.
 
Houve também, na Praceta Humberto Delgado, em frente à Casa do Poeta Cândido Guerreiro, a Casa de Santa Zita, que tinha uma função igual ou muito semelhante, embora não saiba se eram ambas geridas pela mesma Instituição.
 
O imóvel, um apalaçado que seria de conservar está em ruínas e para venda por telemóvel na altura da passagem do fotógrafo.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sapataria Limpinho

 
 
Sapataria Limpinho
 
Esta sapataria, que era também sapateiro rápido, tornou-se desde logo conhecida em Faro, porque o Limpinho (acho que era alcunha mas ele assumia-a tanto que deu o nome ao Estabelecimento) prometia que o cliente não pagava nada pela reparação caso fosse ultrapassdo o tempo que ele estipulava, salvo erro 15 minutos nas reparações mais correntes.
 
Não me lembro de alguém ter ganho uma borla por tempo excessivo mas este tipo de publicidade foi inovador em Faro. Até tenho a impressão que haveria pessoas que lá iam arranjar os sapatos (naquele tempo não havia chineses nem saldos de arromba pelo que os sapatos eram mesmo para arranjar) não tanto para terem uma borla mas porque era uma garantia de rapidez.
 
Se estão lembrados, aqueles infelizes da época como eu que tinham de mandar arranjar os sapatos, deixar um par de sapatos na grande parte dos sapateiros era assim como que uma operação a termo indefinido e para mais isso obrigava-nos a passar pelo sapateiro pelo menos duas ou três vezes até ter os tamancos na mão.
 
Assim o Limpinho foi um sucesso e na parte que lhe competiu revolucionou o mercado, tornando as regras do jogo das meias solas mais claras. 

Dr. Coroa e Centro Cultural

 
 
Dr. Coroa e Centro Cultural
 
Aqui nesta última porta era a entrada para o primeiro andar e Centro Cultural do Algarve (salvo erro era assim para se distinguir do Circulo Cultural do Algarve, que era na Rua Conselhrio Bivar) onde o grupo de Teatro, mais tarde Lethes, ensaiava e apresentava algumas peças de teatro.
 
Assisti a alguns ensaios e mais que uma peça aqui: numa delas do Gil Vicente o actor principal foi o falecido Rui Ataíde Ferreira, personagem bem conhecida aqui em Faro no meu tempo.
Morava ele então na Avª 5 de Outubro.
 
Aqui o rés do chão acho que foi taberna antes e posteriormente foi para lá o Restaurante O Bruno que agora deve ser ainda no Largo do Mercado.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Clube dos Amadores de Pesca de Faro

 
 
Clube dos Amadores de Pesca de Faro
 
Esta é a sede do Clube dos Amadores de Pesca de Faro, actualmente situada no cruzamento da Avª Almeida Carrapato com a Rua José de Matos. Boas instalações, diga-se.
 
Anteriormente o Clube dos Amadores de Pesca de Faro esteve situado numa casa na Rua Vasco da Gama, com entrada entre uma Sapataria e a Oberon e com fachada principal para a estátua do Dr. Silva Nobre.
 
Fui sócio bastantes anos um pouco por solidariedade e também por inércia (o meu pai fez-me sócio). Durante esse período fui «convidado» para ser Fiscal num Concurso de Pesca que teve lugar na Ponta de Sagres e a minha função, como foi a função de mais alguns maçaricos da minha idade, era ver se as pessoas cumpriam o Regulamento: não podiam estar a menos de 10 metros do colega, não podiam pescar com mais do que uma cana, enfim, tudo coisas que a maior parte não cumpriu e que desistimos de insistir para que cumprissem porque não valia a pena: ninguém nos ligava menhuma.
 
Em face da situação «dramática» em termos psicológicos optámos por escolher um buraco abrigado na falésia (fazia um vento frio de rachar) e um dos meus colegas puxou do baralho de cartas e entretivemo-nos a jogar à sueca, desejando que as horas passassem.
 
Lá por volta das onze da manhã resolvemos ir a pé até Sagres e para nossa não muito grande surpresa havia uma série de «concorrentes» à procura de robalos para comprar no Mercado.
 
Mais uma desilusão para a nossa já pouco sustentada crença no fair play desportivo...
 
Mas, fora isto, havia uma outra piada (no Mercado não havia robalos à venda e o forte nas bancas era peixe espada no dia): o Clube de Pesca levou o Concurso mesmo a sério, nem outra coisa seria de esperar, levando uma báscula digital para pesar o peixe, de maneira que na nossa função de observadores foi interessante ver a base / prato da báscula com peixes desde 65 grs até 250 grs no máximo, embora nalguns casos fosse mais que um exemplar.
 
O vencedor foi o do costume (também havia isso, os campeões crónicos) com 3,5 Kgs de peixe sensivelmente. Ao que constava entre dentes «ele» (campeão) tinha ido na véspera iscar o local onde iria pescar na manhã seguinte,(o que era proibido pelo regulamento) coisa que eu e os outros moços achámos uma verdadeira parvoíce, fazer 150+150 Kms para tentar ganhar um Concurso de pesca.
 
Bom proveito lhe faça a medalha...só pelos quilómetros feitos bem a mereceu. 
  

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A Drogaria Gralho

 
 
A Drogaria Gralho
 
Esta drogaria, um pouco ou mesmo muito «fora de mão», situada num extremo da Rua General Teófilo da Trindade, no cruzamento com a Rua do Alportel, perto do Cemitério e da JAE (Estradas) foi uma das drogarias mais concorridas em Faro sobretudo pela riqueza de stock em ferragens que tinha.
 
A última vez que lá fui, há já bastantes anos, procurava uma peça para uma fechadura antiga pela qual tinha alguma estima e quando perguntei onde ia arranjar aquilo o que me disseram foi: «Vá à do Gralho que ele tem!»
 
Na altura e por aquilo que me apercebi estavam já na fase de finalização de stocks e aparentemente tinham parado de fazer compras.
 
Pode ser saudosismo fora da razão, mas aquelas coisas e aquelas casas comerciais ou não que foram nossas referências ainda marcam os tempos e a nossa memória.    

Os Vinhas

 
 
Os Vinhas
 
Falou-se, num post com o Diogo Sousa e mais pessoas no Renato e na compra da mota do Vinhas.
 
Pois será melhor dizer que quem tinha mota era o Vinhas que trabalhou na Escola Hoteleira e não o que jogava basquete.
 
Não sei se foram todos os Vinhas que moraram nesta casa aqui, a segunda do lado esquerdo de cima para baixo, mas este que vendeu a mota morou aqui porque eu lembro-me de o ver a ele e à mota.
 
Mais tarde também o vi, não sei se morando mas acho que sim, perto do Consultório do Dr. May Viana.
 
Quanto á mota, se o Renato ficou com ela como se diz teve de lhe dar bastante brilho para a por a gosto dele, porque o Vinhas era mais do género de preservar a antiguidade.
 
O que jogou basquete já faleceu mas este da mota vejo-o muitas vezes por aqui e por ali.

Baile no Rio Seco

 
 
Baile no Rio Seco
 
Aqui houve em tempos um Salão de Baile e salvo erro ainda lá fui uma vez. Mais à frente havia uma venda de cereais e mercearias e penso que também ferramentas. A cor do edificio era outra, género ocre.
 
No entanto, lembro-me de ter ido a outro baile, no Rio Seco também, mas num edifício de primeiro andar, na estrada que se vê lá à frente, para a esquerda, onde à esquina do lado esquerdo havia um barbeiro que tinha sempre gente sentada à porta.
 
Andei à procura desse sítio, que ficava (na minha memória) situado do lado direito da estrada que actualmente leva até à Makro e ao IEFP mas só encontrei um portão que me parece ser por aí que se entrava pois o baile era um pouco longe da estrada.
 
Este edifício esteve em reparações uns tempos, as tábuas do solo estavam cai não cai ou fura não fura, pelo que não sei se a localização do Baile lá foi provisória ou se é uma outra sala de baile mesmo.
 
Não é que seja preocupante não se saber isso... 

Casa Chaby

 
 
Casa Chaby
 
Aqui neste edifício e ocupando toda a parte estabelecimento que se vê no rés do chão (rua da Trindade e Rua da PSP) foi a casa de artigos desportivos Chaby, conhecido entusiasta e apoiante do Sporting Clube Farense, ombreando no «amor à camisola» e na popularidade entre os adeptos com o Barão da Autosil, ainda que em escala diferente.
 
Era um tempo em que o Futebol Farense se vivia por toda a cidade e era vivido por toda a cidade, facto que o «destino» se foi encarregando de fazer decrescer, também porque o volume da população ligada a Faro por nascimento ou afinidade era proporcionalmente maior do que é hoje para além de terem aparecido também outros clubes por via da mediatização.
 

Casa do Pató

 
 
Casa do Pató
 
Aqui foi a casa do artesão conhecido como Pató, o homem dos duches com esquentadores revolucionários, das cataplanas, caixas de cobre e outros metais decoradas e outras artefactos em metal.
 
Curioso e inventivo por natureza não deixou no entanto de ir «copiar» alguns desenhos a Marrocos (arabescos) que colocava nas suas peças decorativas.
 
O duche quente (a alcóol ou petróleo) e a cataplana coberta a cobre martelado e decorado são talvez as suas coroas de glória. Grande frequentador de bailaricos foi um dos primeiros utilizadores do famoso «capachinho», termo popularizado das nobres perucas em uso na nobreza do Sec. XVIII.
 
Á direita desta foto, e vendo-se apenas uma fresta, há um arco aberto no novo edifício ali construído que dá continuidade pedonal à Rua, cuja saída /entrada ele utilizava por vezes para expor os seus produtos para turista ver.

Escola a salto

 
 
Escola a salto
 
Aqui neste cantinho, entre o Posto de Electricidade que tem aquela casinha engraçada, e o poste ao seu lado direito, havia um pequeno muro, no alinhamento com o muro da Escola (aqui tapado pelos contentores) que completava o apoio ao salto para dentro e para fora da Escola Industrial e Comercial de Faro, facilitabndo nalguns metros o percurso para quem morava deste lado de cá (José de Matos, Antero de Quental e por aí acima) e incluindo aqueles que se deslocavam do ou para o apeadeiro do Bom João.
 
Aqui eram as traseiras das Oficinas e a operação não era muito dificultada pelos Contínuos.
 
Não me lembro de algum deles ter sido «aterrorizante» e todos eram respeitados.

sábado, 13 de abril de 2013

Casa Bancária Manuel Dias Sancho

 
 
Casa Bancária Manuel Dias Sancho
 
Já se falou aqui e no nosso site no Facebook da Casa Bancária Manuel Dias Sancho, que terá falido e dado lugar à constituição do Banco do Algarve. Aqui abaixo está uma convocatória sobre a questão em que se pode reparar sobretudo na existência de um Administrador por parte do Estado, o que confirma de alguma forma a recuperação por via oficial da Casa Bancária Manuel Dias Sancho.
 
Agora não me parece que tenha sido dada notícia da localização da referida Casa Bancária, sendo certo que me parece que o Banco do Algarve teve o seu início onde foi depois o Banco Português do Atlântico, à esquina da Rua de Stº António com a Rua Ivens, deitando para a Rua Ivens e para o lado da actual Casa da Sorte.
 
Contudo em 1959, segundo notícia do Jornal O Algarve reformou instalações na esquina da frente, mesmo cruzamento de ruas, mas do lado do Café Aliança e Café Atlântico.
(Ver aqui na Defesa de Faro:
 
Ora o que colocaria dúvidas seria saber onde era a Antiga Casa Manuel Dias Sancho e nesta procissão (parte cauda já com os estudantes a desfilar) vê-se que esta Casa Bancária foi sensivelmente onde foi a Papelaria Silva, mais metro menos metro.
 
De reparar no entanto que este modelo de fachada foi destruído e que actualmente não vejo traços dela na Rua de Stº António.

Caixa de Fósforos

 
 
Caixa de Fósforos
 
Este prédio enorme que se vê do lado esquerdo, com um sugestivo anúncio na fachada lateral, já foi objecto de algumas considerações no Facebook porque, segundo uma foto do João Borges, em 1969 já estava erguido.
 
Acontece que este prédio que teve como únicas limitações na altura o facto de haver o Aeroporto e por em teoria não se poderem ultrapassar os 14 andares em toda a cidade e arredores, foi um verdadeiro drama urbano precisamente porque não estava inserido naquilo a que se chama «malha urbana».
 
Hoje quem vê o que se está feito fica a saber que ele praticamente está dentro da cidade, mas na altura da sua construção não havia nada construído a seguir ao Estabelecimento Prisional de Faro de um lado e Senhora da Saúde mais acima.
 
Foi conhecido por «caixa de fósfóros» porque sem acabamentos era isso que parecia, com os «buracos» das janelas expostas e não era mesmo nada bonito. O problema é que por coisas que eu não sei não havia nem canalizações de água nem de esgotos que pudessem lá chegar e que isso não foi tido em consideração.
 
Ou terá sido prometido pelos respectivos serviços e não foi efectuado, o que duvido, nesta última hipótese dado que aquele troço de esgoto e água custa um pequeno balúrdio.
 
Tudo o que havia a seguir a este prédio e mesmo antes, em direcção à Praia de Faro / Loulé / Portimão era servido por furos próprios e por fossas sétpicas e outros com esgoto directo para aquela parte da Ria Formosa o que acontecia também.
 
Pelas minhas contas esteve cerca de 15 anos a «secar» até que foi acabado reunidas que foram as devidas condições e lá está...um dos poucos prédios que devem existir no mundo com uma tal «décalage» entre construção e habitação.
 
De notar ainda que alguns andares chegaram a ser vendidos a particulares mas sobre isso nem vale a pena falar muito.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Casa do Carlos Gomes e do Manuel Adanjo Inácio

 
 
Casa do Carlos Gomes e do Manuel Adanjo Inácio

Quem andou na Escola, mesmo nos anos 60, ainda conheceu o Carlos Gomes que jogava andebol e era uma fera nisso. Pois bem, ele morou nesta casa, só que nem as janelas nem a porta eram como estão agora: tudo em madeira dentro do desenho corrente na altura. Não me lembro bem mas o Pai dele, também Carlos Gomes, salvo erro trabalhava num Banco.

Correu a notícia de que ele tinha ido trabalhar para a PJ (na altura só havia em Lisboa) mas mais não sei. Quando eles saíram daqui entrou o Manuel Adanjo Inácio, que salvo erro ainda jogou basquetebol no Bonjoanenses e foi lá Director bastantes anos.

Este tinha uma Mercearia com retrosaria que começou por ser do pai na esquina da Rua José de Matos com a Ataíde de Oliveira e depois passou para a antiga mercearia do nosso (no Bom João) famoso «salta caroço» (nunca cheguei a saber o nome do homem), na Rua José de Matos onde depois ficou o filho com um Bar e agora está o «Pão de Rala» (Café e Pão Fresco e Bolos etc.).

O «salta caroço» foi uma figura emblemática da minha infância na venda de selos (agora chama-se cromos, mas aqueles eram mesmo rascas naquela tempo) e ficou com esta alcunha por isso mesmo: em vez de pedir o dinheiro da compra dizia-nos em troca «salta caroço»!

Campo dos Marinheiros

 
 
Campo dos Marinheiros
 
Aqui onde se vê este carro e em todo o espaço que é actualmente ocupado pelas Bombas de Gasolina, até à Rua de Berlim e actual Rua General Humberto Delgado (antes do 25 de Abril acho que era Oliveira Salazar ou coisa parecida) e casa do Poeta de um lado e sem Papa Burguer, com a Estrada de Olhão em baixo era o famoso Campo dos Marinheiros onde talvez 80º da juventude da zona rompeu sapatos a jogar à bola.
 
Ao fundo, do lado esquerdo, e dentro da cerca, pode ver-se a casa do Comandante do Posto dos Marinheiros, que na altura tinha ali um posto de recepção de rádio, daqueles tipo radar e uma antena no meio do campo da cerca que tinha muitos pinheiros.
 
A cerca era murada com rede, nalgumas partes, mas podia-se saltar o muro para ir buscar a bola nalguns sitios quando ela para lá acabava por ir. Só uma vez um Oficial maçarico se armou em esperto e queria ficar com a bola.
 
Os Fava, um deles que foi relojoeiro na Baixa de Faro estava na Horta da Areia aqui há anos a tomar conta do campo, moravam na Casa do Poeta (a mãe deles era contínua lá) e o outro, penso que o mais novo, era o Guarda Redes dos Marinheiros e era apelidado de Costa Pereira e por aquilo que se via de fora ele era mesmo bom. Morreu aqui há anos.

Café Scala - Faro e Delegação do Diário de Notícias

 
 
Café Scala - Faro e Delegação do Diário de Notícias
 
Aqui fica o Café Scala, bastante conhecido desde há vários anos, no cruzamento com a Rua Bocage, Rua Brites de Almeida e o Largo que fica para trás nesta foto.
 
Foi ali aberto tendo em conta não só as instalações mas também devido ao facto de o Centro Médico (Centro de Saúde) ser então num edifício na Rua Brites de Almeida e levar ali muita gente.
 
O Centro de Saúde mudou de localização mais que uma vez; esteve na Rua Jornal o Algarve, por exemplo e agora tem edifício próprio sito perto da Escola José Neves Júnior no Alto Rodes, mas o volume de clientela do Café parece não ter descido, tendo inclusivamente nascido pelo menos mais um Café próximo.
 
A Delegação do Diário de Notícias foi antes no Edifício do Dr. Brito da Mana (assim é conhecido) no Largo do Pé da Cruz e aparece num segundo andar que tanto pode ter sido da ARS como do Ministério do Emprego que também naquele edifício teve uma Delegação.
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Café Antão - Faro

 
 
Café Antão - Faro

À esquina em frente, o primeiro e o segundo toldo a contar da esquerda, são do Café Antão, propriedade durante tempo dos pais do Dr. Rui Antão, Ortopedista em Faro, recentemente falecido.

Grande Farense, tanto clubisticamente como no trato, era também elemento preponderante do Moto Clube de Faro.

Este café, tanto pela sua história como por aquilo que é hoje, é um dos cafés mais frequentados da cidade de Faro, por pessoas de todas as escalas sociais, tendo no seu interior mesas de bilhar e snooker que são um dos ancestrais atractivos dos amadores destas «artes».

E tem uma bica bem tirada...

Associação de Atletismo do Algarve - Rua Bocage - Faro

 
 
Associação de Atletismo do Algarve - Rua Bocage - Faro

Ou Associação ou Federação de Atletismo, o que interessa aqui é que este edifício se tem mantido desde há alguns anos (bastantes) em relativas boas condições, pelo menos na aparência e é um semi-palacete cuja origem remota eu terei de procurar um dia.

Aqui funcionou há muitos anos (60/70) um Gabinete de Desenho do Arquitecto Hermínio de Oliveira.

Café Paris - Faro

 
 
Café Paris - Faro
 
Em frente, na esquina da Teixeira Guedes com a Rua Extrema (Luís de Camões) foi o Café Paris, um sitio emblemático para alguns, embora nunca tenha atingido um estatuto muito elevado dentro da cidade.
 
Tinha um reclame luminoso com a Torre Eiffel subindo ao longo da parte superior da fachada, um salão de bilhares e não só, na cave e era enorme, e a parte do rés do chão era Café Pastelaria com parte restaurante (que nunca teve muito sucesso) numa divisão com saída também para a Rua Extrema.
 
Na sua Esplanada, toda já na parte da Rua Extrema, entretinhamo-nos a jogar às «matrículas», à moeda, por vezes. O processo era apostar no par ou ímpar dos dois últimos números das matrículas dos carros que episodicamente desciam a Estrada de Olhão naquele tempo. Como só havia duas possibilidades as hipóteses de se perderem fortunas (que na altura ninguém tinha) estava fora de causa.
 
A frequência global era na sua grande parte episódica (de passagem) e resultava em grande parte da vizinhança com o Tribunal, Registo Civil, Registo Predial e Comercial, Notário...


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Café Imperial - Largo de S. Pedro - Faro

 
 
Café Imperial - Largo de S. Pedro - Faro
 
Este Café Imperial (ainda se deve denominar assim) tem uma pequena história de compreensão não muito imediata: desde o seu início (primeiros anos de 60, talvez) foi apontado como sendo uma «aventura» votada ao insucesso, e de facto nos tempos iniciais, não teve abundante clientela.
 
As razões que eram apontadas para esta potencial falência de clientela prendiam-se mais com o facto de estar um pouco fora de portas num local onde já havia outros três cafés nas proximidades com clientela feita.
 
Acontece que o sector de cafés e pastelarias posteriormente se foi deslocando aos poucos para esta zona e inclusivamente a zona dos bares nocturnos começou a pender para aqui, para este quadrante.
 
A proporção de deslocamento foi quase proporcional à transformação dos cafés na Baixa em Cafés / Bares / Croissanterias / Geladarias / Restaurantes / Pizarias, etc.
 
Foi assim como que um vento que mudou de direcção...