Antônio Carlos Affonso dos Santos (Acas): Confissões de um escritor caipira
Quando criança, meus maiores sonhos eram me tornar escritor, jogador profissional de futebol ou motorista de caminhão. E viajar de avião. Para trás, ficaram os carrinhos com latas de “doce quatro em um” da Cica, puxados com cordonês, das vaquinhas, porcos e cavalos feitos com palitos de fósforo Granada ou Beija-flor, espetados em tenras buchas e batatas, ou em espinhentos chuchus brancos ou verdes (gado Nelore ou holandês ou suíço), ou ainda centopéias de gabirobas.
Para trás ficaram também minha tenra idade, os mergulhos no rio do Pântano, pelado é claro, onde em tardes quentes pescava de peneira, lambaris brancos e rápidos como relâmpagos e mandís dourados como o sol.
Ficaram também o time de futebol da fazenda Estrela; o time dos meninos da São José, que vencia a todos, em campos de terra, pastos de braquiária, jaraguás ou colonião. Para trás ficaram lembranças de terreirões de café, secando-se e pegando gosto, calmamente, sob o forte calor mogiano, em meio aos imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, e uns poucos japoneses.
Do chão da fazenda ou dos carreadores entre os cafezais, eu acenava aos brancos aviões do CAN, (correio aéreo nacional), pedindo meus sonhos de consumo da época : canivete de dez folhas ou bola de capotão (antiga bola de futebol, sem válvula, também chamada de bola de bico ou bola de bigolim).
Para trás ficaram os caminhos de terra batida que me levavam à Escola Rural Municipal da Fazenda Estrela D´Oeste, município de Cravinhos onde ganhei, por mérito, os primeiros livros que li em minha vida: «El Cid», «Robinson Crusoé» e «O Patinho Feio». Nessa época seguia a Primeira Cartilha Sodré, posto que a «Caminho Suave» sequer existia.
Quando criança, meus maiores sonhos eram me tornar escritor, jogador profissional de futebol ou motorista de caminhão. E viajar de avião. Para trás, ficaram os carrinhos com latas de “doce quatro em um” da Cica, puxados com cordonês, das vaquinhas, porcos e cavalos feitos com palitos de fósforo Granada ou Beija-flor, espetados em tenras buchas e batatas, ou em espinhentos chuchus brancos ou verdes (gado Nelore ou holandês ou suíço), ou ainda centopéias de gabirobas.
Para trás ficaram também minha tenra idade, os mergulhos no rio do Pântano, pelado é claro, onde em tardes quentes pescava de peneira, lambaris brancos e rápidos como relâmpagos e mandís dourados como o sol.
Ficaram também o time de futebol da fazenda Estrela; o time dos meninos da São José, que vencia a todos, em campos de terra, pastos de braquiária, jaraguás ou colonião. Para trás ficaram lembranças de terreirões de café, secando-se e pegando gosto, calmamente, sob o forte calor mogiano, em meio aos imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, e uns poucos japoneses.
Do chão da fazenda ou dos carreadores entre os cafezais, eu acenava aos brancos aviões do CAN, (correio aéreo nacional), pedindo meus sonhos de consumo da época : canivete de dez folhas ou bola de capotão (antiga bola de futebol, sem válvula, também chamada de bola de bico ou bola de bigolim).
Para trás ficaram os caminhos de terra batida que me levavam à Escola Rural Municipal da Fazenda Estrela D´Oeste, município de Cravinhos onde ganhei, por mérito, os primeiros livros que li em minha vida: «El Cid», «Robinson Crusoé» e «O Patinho Feio». Nessa época seguia a Primeira Cartilha Sodré, posto que a «Caminho Suave» sequer existia.
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