COLUNA DE MARIA PETRONILHO - Conto : O menino de sua mãe
Chegou a casa com maus modos, para jantar.
Tirou do bolso um papel branco e atirou-o para a prateleira da estante.
Olhei-o interrogativamente. Desviou os olhos de mim e, saindo da sala, disse:
- Estás grávida, estás!
O meu coração disparou, batendo muito depressa. Angústia. Medo. Perante a ameaça e a raiva daquela frase dita entre dentes. Ele saíra da sala sem mais uma palavra. Eu fiquei presa ao sofá, em frente do aparelho oco da TV.
Chegou a casa com maus modos, para jantar.
Tirou do bolso um papel branco e atirou-o para a prateleira da estante.
Olhei-o interrogativamente. Desviou os olhos de mim e, saindo da sala, disse:
- Estás grávida, estás!
O meu coração disparou, batendo muito depressa. Angústia. Medo. Perante a ameaça e a raiva daquela frase dita entre dentes. Ele saíra da sala sem mais uma palavra. Eu fiquei presa ao sofá, em frente do aparelho oco da TV.
Os maus modos dele diziam:
- Só faltava estares grávida!
Como se fora algo que eu fizera sozinha! Comeu e saiu.
- Vou trabalhar! – Era por essa altura a frase com que se despedia quando ia ter com a tal «menina»...
- Só faltava estares grávida!
Como se fora algo que eu fizera sozinha! Comeu e saiu.
- Vou trabalhar! – Era por essa altura a frase com que se despedia quando ia ter com a tal «menina»...
Tratei da minha filha, com três anos e meio, deitei-a na sua caminha branca de grades. Fiquei muito tempo junto dela, até que adormecesse, pois saíra do nosso quarto havia pouco tempo, onde, descida a grade, sempre dormira com a sua caminha encostada a mim, atenta, afagando-a se se agitava, tapando-a se se descobria. O pai habituara-a a dormir de luz acesa.
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