domingo, 28 de março de 2010

Bragabá - Sinfonia - A Hora da Estrela - Por Abilio Pacheco

Bragabá - Sinfonia - A Hora da Estrela - Por Abilio Pacheco

Bragabá - Bragança: Marabá – lembrança: memória
Bragança: Marabá é uma cidade submersa cuja imagem vítrea permanece no côncavo de meu cristalino de vinte e sete anos. E de onde emerge a pérola do Caeté tal qual a Mesopotâmia de meia década. Se me não canso de emparelhá-las é por ser uma a matriz intacta de que fala Ítalo Calvino e a outra a que nasce e traz à tona a primeira.

E assim passei três semanas em Bragabá. Dez minutos de caminhada rodeado por silêncios: passos rápidos em pisos irregulares, tempo quente, vento brando, calor gostoso de sol de sete e meia da manhã.

A torre da telepará marcando o caminho: inerte. Próxima, inalcançável; riscando azul e algodonévoas. UFPA descalçada, poeira e pó da entrada (sem pórtico) até a sala de aula. Camaleões nas árvores cagando e caindo sobre cadernos e alunos. Prédio ad aeternum em construção e Letras buscando espaço...

Mulheres nas portas, homens nas ruas, velhos nas calçadas, motos e motos, bicicletas... crianças correndo, jogando bola, rindo de nada e de tudo. Praça e praça: mini - bugs, pipoca, sanduíches. Praça, igreja, orla e rio. Praça: lazer. Praça: trabalho.

Sem comentários:

Enviar um comentário