Coluna de Liliana Josué - Conto - A FESTA
Cheguei ao local combinado com Malú, ali estava a igreja do bairro dela. Edifício novo, pequeno e muito branco. Mais parecia uma igreja de província. Sino engalanando a pequena torre, animado mecanicamente, consequência do progresso.
Apesar de nova e bem tratada, parecia meio abandonada de crenças e rezas, abrindo as suas portas unicamente por marcação. As necessidades espirituais, assemelham-se lamentavelmente às físicas. Padre e médico só por marcação e a longo prazo.
Perdida nas minhas divagações, não percebi que Malú já me acenava da ponta do passeio. Finalmente vislumbrei a sua silhueta de altura média, mais para o baixo, bastante magra, de longos cabelos negros apanhados na cabeça com duas grandes flores a condizerem com o vestido. Era uma uma jovem mulher de beleza aciganada.
- Olá Lígia, deu bem com o caminho?
- Claro, já conhecia esta igreja.
- Vamos então primeiro a minha casa…
- Obrigada, vou com todo o prazer.
- Eu também tenho gosto que lá vá Lígia, mas já sabe que é uma casa simples, mas arranjadinha.
- Que importância tem isso… o principal é sentir-se bem nela. Também não sou rica, a minha casa é igualmente simples.
Malú vivia com um rapaz ainda mais novo que ela mas já tinham dois meninos, lindos e muito ladinos. O batizado do mais novo celebrar-se-ia nesse dia e por essa razão ali me encontrava na qualidade de convidada... Aquele era mais um dos tantos bairros problemáticos do nosso país, a etnia cigana predominava. Fui a primeira a chegar de entre todos os convidados. A casa, apesar do edifício ser muito antigo, com escadas de madeira meio tortas e oleado castanho a disfarçar o cansaço de tantos sapatos, galgando-a durante anos sem fim, estava arranjada e bonita, assemelhando-se a pingo de juventude atirado para suavizar tanta decrepitude.
Cheguei ao local combinado com Malú, ali estava a igreja do bairro dela. Edifício novo, pequeno e muito branco. Mais parecia uma igreja de província. Sino engalanando a pequena torre, animado mecanicamente, consequência do progresso.
Apesar de nova e bem tratada, parecia meio abandonada de crenças e rezas, abrindo as suas portas unicamente por marcação. As necessidades espirituais, assemelham-se lamentavelmente às físicas. Padre e médico só por marcação e a longo prazo.
Perdida nas minhas divagações, não percebi que Malú já me acenava da ponta do passeio. Finalmente vislumbrei a sua silhueta de altura média, mais para o baixo, bastante magra, de longos cabelos negros apanhados na cabeça com duas grandes flores a condizerem com o vestido. Era uma uma jovem mulher de beleza aciganada.
- Olá Lígia, deu bem com o caminho?
- Claro, já conhecia esta igreja.
- Vamos então primeiro a minha casa…
- Obrigada, vou com todo o prazer.
- Eu também tenho gosto que lá vá Lígia, mas já sabe que é uma casa simples, mas arranjadinha.
- Que importância tem isso… o principal é sentir-se bem nela. Também não sou rica, a minha casa é igualmente simples.
Malú vivia com um rapaz ainda mais novo que ela mas já tinham dois meninos, lindos e muito ladinos. O batizado do mais novo celebrar-se-ia nesse dia e por essa razão ali me encontrava na qualidade de convidada... Aquele era mais um dos tantos bairros problemáticos do nosso país, a etnia cigana predominava. Fui a primeira a chegar de entre todos os convidados. A casa, apesar do edifício ser muito antigo, com escadas de madeira meio tortas e oleado castanho a disfarçar o cansaço de tantos sapatos, galgando-a durante anos sem fim, estava arranjada e bonita, assemelhando-se a pingo de juventude atirado para suavizar tanta decrepitude.
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