Fraude perfeita exige treino. - Por Haroldo P. Barboza
Em 1986 (se não nos falha a memória) aconteceu o primeiro ensaio para fraudar eleições eletrônicas. Foi aqui no Rio, envolvendo a empresa Proconsult, que armou um esquema com o objetivo de prejudicar Leonel Brizola.
Até hoje certamente nada ficou evidenciado e ninguém foi preso. E se foi, já pagou fiança, viajou e deve ser vizinho do Cacciola.
Alguns anos depois, a Câmara de Defuntados Federais foi modernizada com a possibilidade dos palermas - elementares «votarem» as leis de interesse dos grupos que patrocinam as campanhas eleitorais através de simples apertos em botões localizados em consoles colocadas em frente ao umbigo. Neste período surgiram os «pianistas» que além de teclar seu botão, conseguiam esticar-se para as poltronas vizinhas vazias para pressionar os botões de seu agrado. Claro que a comunidade trocava as senhas para que no caso de ausência do titular da poltrona, a matéria rendosa (para eles) em pauta fosse aprovada sem riscos. Adotavam esta prática sem cerimônia, mesmo sabendo que alguns jornalistas registravam o fato por fotos ou imagens de tv.
Sabem que as tais imunidades imorais e o corporativismo são suficientes para arquivar qualquer processo que possa ameaçar seus mandatos. Atualmente os «artistas» já não precisam mais conceder «concertos» tendo em vista que o processo evoluiu e está mais camuflado. Há menos de dez anos estourou o escândalo da violação do painel do Senado.
A corajosa funcionária denunciante (sua consciência patriota falou mais alto?) já deve ter sido aposentada compulsoriamente ou foi deslocada para longe do cenário quente. Mas o fato básico é que mais uma vez nada de excepcional aconteceu com o grupo de violadores (trocaram o «piano» pela viola?).
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