ALBERTO CAEIRO / FERNANDO PESSOA - (Heteronímia) - Por Liliana Josué
Este trabalho versa Fernando Pessoa mas vestindo o seu heterónimo Alberto Caeiro – O Guardador de Rebanhos.
Como muito gente sabe Fernando Pessoa foi um escritor bastante original e muito complexo. E considerado um dos génios da nossa literatura. A magistral utilização dos heterónimos deu um matizado impar à sua escrita. Começarei então por fazer a destrinça entre heterónimo, ortónimo e pseudónimo:
Ortónimo é o autor na sua «real» identidade: nome, aspecto físico, estilo de escrita, gostos e tudo o mais correspondente à sua personalidade e características físicas.
Heterónimo será um outro personagem da mesma pessoa, mas separado dela tanto psicológica como fisicamente, nada tendo isto a ver com a mais conhecida designação de «pseudónimo». No pseudónimo o autor permanece na mesma, ou seja: temáticas, linguagem, visão do mundo, estilo de vida, etc. Apenas o nome muda. São nomes falsos em pessoas reais, enquanto que no heterónimo, como a cima referi, tudo se altera. Torna-se uma personagem criada pelo autor mas exterior a ele, e ao mesmo tempo, completando - o, mas nunca tipo personagem de cinema ou apêndice seu. E uma parte do todo do escritor, ou seja: essa parte é um todo independente, não assumindo o ortónimo uma posição de superioridade pois todos fazem parte da mesma globalidade.
Aparecimento dos heterónimos em Fernando Pessoa
Como se sabe Fernando Pessoa tinha uma personalidade bastante complexa, segundo ele próprio disse era um «histérico - neurasténico», proporcionando-lhe esta característica uma tendência e necessidade para a simulação. Como testemunho do que acabo de referir transcrevo parte de uma carta dele enviada a Casais Monteiro sobre um outro heterónimo: Ricardo Reis, pois considerei o aparecimento deste muito interessante.
«Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo de Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. Tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis».
Este trabalho versa Fernando Pessoa mas vestindo o seu heterónimo Alberto Caeiro – O Guardador de Rebanhos.
Como muito gente sabe Fernando Pessoa foi um escritor bastante original e muito complexo. E considerado um dos génios da nossa literatura. A magistral utilização dos heterónimos deu um matizado impar à sua escrita. Começarei então por fazer a destrinça entre heterónimo, ortónimo e pseudónimo:
Ortónimo é o autor na sua «real» identidade: nome, aspecto físico, estilo de escrita, gostos e tudo o mais correspondente à sua personalidade e características físicas.
Heterónimo será um outro personagem da mesma pessoa, mas separado dela tanto psicológica como fisicamente, nada tendo isto a ver com a mais conhecida designação de «pseudónimo». No pseudónimo o autor permanece na mesma, ou seja: temáticas, linguagem, visão do mundo, estilo de vida, etc. Apenas o nome muda. São nomes falsos em pessoas reais, enquanto que no heterónimo, como a cima referi, tudo se altera. Torna-se uma personagem criada pelo autor mas exterior a ele, e ao mesmo tempo, completando - o, mas nunca tipo personagem de cinema ou apêndice seu. E uma parte do todo do escritor, ou seja: essa parte é um todo independente, não assumindo o ortónimo uma posição de superioridade pois todos fazem parte da mesma globalidade.
Aparecimento dos heterónimos em Fernando Pessoa
Como se sabe Fernando Pessoa tinha uma personalidade bastante complexa, segundo ele próprio disse era um «histérico - neurasténico», proporcionando-lhe esta característica uma tendência e necessidade para a simulação. Como testemunho do que acabo de referir transcrevo parte de uma carta dele enviada a Casais Monteiro sobre um outro heterónimo: Ricardo Reis, pois considerei o aparecimento deste muito interessante.
«Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo de Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. Tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis».
Mas é sobre Alberto Caeiro que este trabalho incidirá.
Este heterónimo surgiu da vontade por ele expressa em surpreender Mário de Sá-Carneiro com um elaborado poema bucólico. Fez várias tentativas mas, tal como anteriormente aconteceu, não conseguiu o tal poema; não lhe surgia a inspiração e a motivação abandonou-o. Mas algo se alterou independente à sua vontade e finalmente conseguiu escrevê-lo. A explicação para tal acontecimento dá-a ele nessa mesma carta:
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