sábado, 12 de junho de 2010

Vou-me embora para Pasárgada - Por Afonso Santana

Vou-me embora para Pasárgada - Por Afonso Santana

«Vou-me embora» é o título de um trabalho que eu tenho realizado cuja extensão é enorme porque resolvi fazer uma recolha de alguns textos e poemas que se basearam no tema. Partir para quê? Partir para onde? Deixar uma lugar ou um tipo de vida é uma ambição raramente concretizada mas está muitas vezes presente no pensamento das pessoas.

Ir embora é sempre uma fuga...uma recusa da luta, a assunção de que não vale a pena lutar ou que é mais fiável ou certo ganhar-se «indo embora» do que continuar a lutar naquele campo. Mas interessa também saber se o campo merece a luta, por muito envolvente que ele seja, ao ponto de não nos deixar alternativa senão «ir embora» há campos que não merecem que lutemos dentro deles ou por eles.

Ir embora...ir embora, há quase sempre quem queira sair de um dado lugar ou de uma dada situação. Importante é saber-se quando dada coisa ou situação justifica, importante é saber-se quando essa coisa ou situação merece a honra de nos fazer ir embora.

Franz Kafka tem um interessante trecho que apresento em seguida e que será objecto de um pequeno comentário:

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