Poesia escrita e declamada por Joaquim Sustelo - A MINHA CASA VELHINHA (poema escrito quando tinha 15 ou 16 anos) - A Noite, Terna, Linda, Louca, Escura - Tão Longe...(acróstico, à minha amiga Maria Eveline Frenzel) - A CIDADE DORME...
A MINHA CASA VELHINHA
(poema escrito quando tinha 15 ou 16 anos)
A minha casa velhinha
Perde-se atrás da colina
Contudo o sol ilumina-a
Sorri-lhe a lua à noitinha
E a minha casa é sozinha...
Fala-lhe o vento ao passar
Na sua voz meiga e morta
Dá docemente na porta
E ela não pode falar
A Noite, Terna, Linda, Louca, Escura
Terna é a noite,
A noite que passa.
Terna, suave e calma
Entrando como tu na minha alma
Quando a gente se beija e se entrelaça.
Linda é a noite,
A noite que cai.
Fresca, quieta e linda
Como a tua pele, de frescura infinda
Dessa tez morena e rara que me atrai.
Tão Longe...
(acróstico, à minha amiga Maria Eveline Frenzel)
Moras tão longe... para além dos ecos
Aqueles que ao chamar-te, aqui invento;
Rasgam os ventos os espaços secos
Irrompem seus gemidos pelos becos
Ah! Mas tu moras para lá do Vento!
Ergo os meus sonhos para te encontrar,
Viajam nuvens com eles no espaço...
E o tempo voa no imenso mar
Lá onde vogo para te abraçar
Inda que o tempo me pareça escasso
A CIDADE DORME...
A cidade dorme na noite que cai
Ondulam os troncos, as árvores dançam…
E todo um silêncio que chama, que atrai,
Não me vem o sono, os olhos não cansam
Um carro que rola descendo lá vai
Alguém dá uma passa e atira o cigarro
Mantém esse vício, dirá que distrai...
Prossegue o caminho, tosse com catarro
Chuvisca e na rua há água que corre
O frio já grassa pela noite dentro
E sai-me o poema que a mente discorre
Na escura varanda, medito, concentro...
A MINHA CASA VELHINHA
(poema escrito quando tinha 15 ou 16 anos)
A minha casa velhinha
Perde-se atrás da colina
Contudo o sol ilumina-a
Sorri-lhe a lua à noitinha
E a minha casa é sozinha...
Fala-lhe o vento ao passar
Na sua voz meiga e morta
Dá docemente na porta
E ela não pode falar
A Noite, Terna, Linda, Louca, Escura
Terna é a noite,
A noite que passa.
Terna, suave e calma
Entrando como tu na minha alma
Quando a gente se beija e se entrelaça.
Linda é a noite,
A noite que cai.
Fresca, quieta e linda
Como a tua pele, de frescura infinda
Dessa tez morena e rara que me atrai.
Tão Longe...
(acróstico, à minha amiga Maria Eveline Frenzel)
Moras tão longe... para além dos ecos
Aqueles que ao chamar-te, aqui invento;
Rasgam os ventos os espaços secos
Irrompem seus gemidos pelos becos
Ah! Mas tu moras para lá do Vento!
Ergo os meus sonhos para te encontrar,
Viajam nuvens com eles no espaço...
E o tempo voa no imenso mar
Lá onde vogo para te abraçar
Inda que o tempo me pareça escasso
A CIDADE DORME...
A cidade dorme na noite que cai
Ondulam os troncos, as árvores dançam…
E todo um silêncio que chama, que atrai,
Não me vem o sono, os olhos não cansam
Um carro que rola descendo lá vai
Alguém dá uma passa e atira o cigarro
Mantém esse vício, dirá que distrai...
Prossegue o caminho, tosse com catarro
Chuvisca e na rua há água que corre
O frio já grassa pela noite dentro
E sai-me o poema que a mente discorre
Na escura varanda, medito, concentro...
Não venho obviamente comentar estes poemas, porque fui eu que os fiz.
ResponderEliminarVenho, para além de agradecer a publicação dos mesmos e respectivas declamações, dizer que fiquei profundamente emocionado com a distinção que me é feita nesta introdução pelo Director do Jornal, amigo Daniel Teixeira.
Quase me atreveria a dizer que sobrevaloriza a forma como digo poesia.
Efectivamente gosto de a dizer e faço-o muitas vezes não só na Associação Portuguesa de Poetas, como em diversos outros locais para onde tenho sido convidado.
Tenho contactado com excelentes declamadores ao longo dessas sessões e muitas vezes sinto-me "pequenino" ao pé de alguns deles.
Mas Daniel Teixeira também conhecerá (aliás refere-o) bastantes pessoas a dizer bem poesia. E se viu em mim um dos melhores, se viu arte, é como disse acima: fico profundamente sensibilizado. E agradecido.
Continuarei a fazer o meu melhor. Não é todos os dias, afinal, que se lê palavras assim, vindas de quem sabe da matéria. E elas são um enorme estímulo para continuar.
Muitíssimo obrigado
Um abraço
Joaquim Sustelo