domingo, 27 de junho de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O futebol como libertação identitária

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O futebol como libertação identitária

Eu gosto de futebol, aliás penso que toda a gente gosta de futebol nos países onde ele está presente como manifestação desportiva maioritária. Mesmo nos países, de raiz anglo-saxónica e antigas colónias desses mesmos países, embora as diversas modalidades de desporto possam disputar entre si a maioria de adeptos, penso que o futebol vai ganhando terreno.

Contudo, nos países onde o futebol está implantado desde mais longa data e se tem desenvolvido como modalidade, ele não precisa de ganhar adeptos porque de uma forma geral todos são adeptos do futebol. Nasce-se já com um carimbo do clube do pai - normalmente - e tudo dependendo do grau de afeição pelo futebol do progenitor acaba-se por ir ganhando «amor» a esse clube que é do pai, da família, de gerações.

Ir ao futebol com o pai (normalmente) é assim como o primeiro passo para ter a antiga autorização para começar a fumar: o futebol, a adesão ao futebol será pois um facto familiar e social. Com ele se convive nas peladinhas de rua (agora em campo vedado), se formam as primeiras equipas (os grupos), se criam ideias sobre organização do jogo, se fica a saber que jogando com fulano é mais acertado que jogar ao lado de beltrano, enfim, começa a organização (infantil, mas organização na mesma).

Quando se trata desse verdadeiro fenómeno mundial que é ....o Mundial, ou Continental (que será o Europeu, o pan - africano, a Libertadores ou outra que meta diferentes países em disputa) o fenómeno passa de social a social / político.

Canta-se o Hino Nacional de cada país e, em certo sentido, os jogadores são os representantes de uma Nação (por mais diluído que esteja o conceito). A nacionalidade já não é determinante e as Selecções podem ter jogadores de várias origens, desde que cumpram os requisitos mínimos que é terem o papelinho que lhes dá a nacionalidade pretendida.

Mas isso em nada afecta o entusiasmo do chamado torcedor: ele revê-se na sua Selecção, independentemente da nacionalidade real de quem dela faça parte e no fundo até acho bem, que exista esse desprendimento.

O facto de haver estrangeiros / nacionalizados tem uma demonstração de tolerância ou afecção que noutras situações poderia ser curiosa: se a equipa perde, se é eliminada, se fulano faz uma asneira que resulta num golo do adversário, a sua nacionalidade real é indiferente: é um jogador como outro qualquer, que jogou bem ou mal.


1 comentário:

  1. Gostei muito do texto comedido do Daniel Teixeira.Hoje, dia de São Pedro na terra brasilis,já podemos, nós brasileiros, dizermos queestamos à beira da semi-final. Em que pese o melhor jogador do Basil não ter sido convocado (Paulo Henrique Ganso), os jogadores do dunga vão levando o bastão, na corrida de 32 x 1.O Dunga é um tanto teimoso, pois uma das desculpas da não convocação do ganso foi que ele era muito jóvem, 21 anos de idade e que teria tempo para as próximas covocações. Ainda bem que o Feola, em 1958 nãopensava assim e levou um menino negro de 17 anos de idade, que se tornaria REI PELÉ; ou em 1966 não teriam levado Edu, com 16 anos de idade; em 1970 não teriam levado Rivelino e Leão, com 20 anos e Clodoaldo com 21 de idade;não teriam também levado o então Ronaldinho, que mais tarde tornou-se o Ronaldo Fenômeno, jogador que mais marcou gols (ou golos, como dizem os lusos) em uma copa do mundo. Que pena que o mundo não tenha visto, na ausência de Kaká; que está realmente com problemas físicos, a classe e precisão dos chutes e passes do Ganso.Lembro do fato histórico de quando, em plena segunda guerra mundial, o exército alemão invadiu o Capitólio e cerca de duzentos gansos os expulsaram de lá. Temo que se o exército alemão armado chueteiros, ainda bem, invada a partida final e o Brasil não dispondo de um só Ganso, se teria força para expulsá-los. aliás, como diria o personagem HE-MAN, n´s temos uma Força, caso sejam os alemães, ou os argentinose se o Brasil chegar na final, que não nos faltem a melvolência da ginga brasileira; muito embora nossos jogadores que jogam fora do país perdem esse remelexo no convívio com os "cinturas duras". Creio que seria melhor convocar apenas metade da delegação de quem joga fora do país; pois eles "perdem a graça", logo que começam a ficar ricos. que o diga o Robinho, que voltou e reaprendeu a jogar: com o Ganso!

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