sábado, 18 de dezembro de 2010

Crónicas de Haroldo P. Barboza - A ocupação

Crónicas de Haroldo P. Barboza - A ocupação

A ocupação
Em meados de 2003 elaborei o texto abaixo objetivando contemplar algumas necessidades de alguns segmentos da sociedade. Volto a ele agora (com pequenas adaptações) pois acredito que neste momento ele pode ter mais penetração (no bom sentido). O objetivo é que o modelo de baderna não se alastre por todo o território e transforme nosso país num Havaí descomunal.
As forças armadas a cada ano têm seus orçamentos reduzidos. Isto as leva a cortar custos dolorosamente (para nós). Reduzem a manutenção de equipamentos, diminuem número de vagas em cursos de especialização, reduzem o número de jovens a serem recrutados para o serviço militar e diminuem a carga horária dos soldados para não ter de lhes fornecer o «rango».
Desta forma, centenas de milhares de jovens deixam de prestar o serviço militar, que pela redução acima citada, limita-se a passar flanela nas espingardas e mesas de poucos comandantes (sem visão) de suas unidades. Bem como nas botas de alguns Sargentos ranzinzas.

Com o destaque agora na moda em relação às ocupações das favelas cariocas (UPPs), a sociedade esclarecida (?) «descobriu» (já sabido desde antes de 1970) que estas comunidades necessitam de centenas de serviços que na maioria das vezes não podem pagar.

Todos concordam que não basta recuperar os territórios que durante 40 anos serviram de base dos meliantes (agora pulverizados por favelas mais distantes ao invés de presos ou eliminados). Faz-se necessário um trabalho de cidadania que mostre a estas comunidades que seus integrantes possuem potencial para tornarem-se elementos lúcidos e úteis à sociedade de concreto que por longo tempo os marginalizou. E que suas localidades representam um pólo comercial de bom porte.

As unidades governamentais não possuem estrutura (principalmente funcionários) para atender vastas comunidades (algumas com mais de 100.000 moradores) em tempo reduzido. Tempo este que é preciso cumprir com urgência para que não se perca o entusiasmo inicial criado com «libertação» do jugo dos bandidos sem terno. Os bem vestidos e mal intencionados continuam nos atazanando com suas canetas mortais.

Em resumo: tais necessidades podem ser atendidas (pelo menos 85%) em curto espaço de tempo se a Prefeitura, o Estado e o Federal estabelecerem uma parceria com as forças armadas e outras dezenas de entidades educativas preocupadas em agregar valores aos seus programas de ensino.

Jovens entre 16 e 20 anos podem atuar com seus braços e suas criatividades (agora voltadas para o bem) trabalhando em torno de 4 horas diárias durante 6 meses em atividades (nobres) de limpeza de superfície e canalizada, alvenaria, pintura, hidráulica, jardinagem, elétrica e outras tantas. Sob a supervisão de um técnico para cada NN jovens. Após este período, receberiam seu certificado de prestação de serviço social (muito mais amplo que o militar, sem querer desmerecer este e que seria uma opção dentro daquele) complementado sobre suas habilidades na área em que atuou. Um forte trunfo para ajudá-los na busca de um trabalho remunerado. Estarão em melhor situação que crianças que antes dos 10 anos já trabalham pesado na lavoura.

Leia este tema completo a partir de 20/12/2010

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