Etevaldo e Marinalva - Por Se Gyn
Etevaldo sempre foi um sujeito meio estressado. Mas, a aposentadoria o deixou bem pior... Agora, o que lhe sobrava era tempo ocioso, e assim, e passou a se ocupar mais de todas as coisas, inclusive as irrelevantes, declinando sempre a intensa opinião sobre as coisas do mundo e, em seguida, alegando que isto está relacionado com seu suposto senso de justiça, e o compromisso com o que afirmava ser a verdade e franqueza, da qual não escapavam nem a família.
O contrário do Etevaldo é sua dedicada e paciente esposa, dona Marinalva, um doce de mulher, cuja vida dedicou ao lar e à família e, a quantos mais necessitassem, sempre predisposta a ouvir e, muito comedida em apresentar suas opiniões e conselhos, sendo por isso mesmo, a âncora e, ponto de equilíbrio da família. Sempre que o marido apronta das suas, é ela era que sai em campo, usando de muito jogo de cintura e candura, para desfazer as presepadas do marido, que mais e mais, o isola do convívio dos amigos e da família.
Dizem que os maus bofes do Etevaldo, em parte, tem a ver com sua aposentadoria da profissão de eletricista, e da perda do status do vistoso cargo de «gerente regional», que ocupou por longos 20 anos, depois de uma lenta ascensão profissional na empresa de energia elétrica local.
Etevaldo se aposentou, mas dona Marinalva, não. Ela continuou com os mesmos afazeres e obrigações, com os cuidados com a casa e, adicionalmente, tinha de aturar o marido arrevesado em regime full-time, tendo de suportá-lo um dia após outro, zanzando pela casa, fazendo objeções a tudo.
E, depois de vestir o pijama, o homem foi impondo uma série de regras em casa: limpeza, só pela manhã, enquanto ele estava fora para a compra do jornal e, visita à casa lotérica, pois achava inaceitável os chinelões molhados. Na hora dos telejornais, nada de novela, porque ele não abria mão da televisão e das notícias, o que levou dona Marinalva a comprar uma TV a prestação para instalar no seu quarto de costura.
Se o filho vem pedir o carro emprestado para ir a uma festa. E ele fazia um discurso sobre o perigo do trânsito e o preço da gasolina, antes de negar o pedido. Se o vizinho do lado faz uma festa de confraternização e a festa vai até mais tarde da noite, ele aciona o pessoal do meio ambiente, alegando o incômodo do barulho. «Boas cercas, bons vizinhos», repete ele, enquanto o ruído da música animada e o cheiro de churrasco vai invandindo sua casa.
Mas, não há momento mais oportuno para se conhecer todo o repertório de despautérios do Etevaldo, do que quando ele à rua, para as compras - pobre dona Marinalva, está lá, sempre firme, ágil e, sorridente do lado do eletricista aposentado, para ir desfazendo as situações que vão ocorrendo.
Leia este tema completo a partir de 20/12/2010
Etevaldo sempre foi um sujeito meio estressado. Mas, a aposentadoria o deixou bem pior... Agora, o que lhe sobrava era tempo ocioso, e assim, e passou a se ocupar mais de todas as coisas, inclusive as irrelevantes, declinando sempre a intensa opinião sobre as coisas do mundo e, em seguida, alegando que isto está relacionado com seu suposto senso de justiça, e o compromisso com o que afirmava ser a verdade e franqueza, da qual não escapavam nem a família.
O contrário do Etevaldo é sua dedicada e paciente esposa, dona Marinalva, um doce de mulher, cuja vida dedicou ao lar e à família e, a quantos mais necessitassem, sempre predisposta a ouvir e, muito comedida em apresentar suas opiniões e conselhos, sendo por isso mesmo, a âncora e, ponto de equilíbrio da família. Sempre que o marido apronta das suas, é ela era que sai em campo, usando de muito jogo de cintura e candura, para desfazer as presepadas do marido, que mais e mais, o isola do convívio dos amigos e da família.
Dizem que os maus bofes do Etevaldo, em parte, tem a ver com sua aposentadoria da profissão de eletricista, e da perda do status do vistoso cargo de «gerente regional», que ocupou por longos 20 anos, depois de uma lenta ascensão profissional na empresa de energia elétrica local.
Etevaldo se aposentou, mas dona Marinalva, não. Ela continuou com os mesmos afazeres e obrigações, com os cuidados com a casa e, adicionalmente, tinha de aturar o marido arrevesado em regime full-time, tendo de suportá-lo um dia após outro, zanzando pela casa, fazendo objeções a tudo.
E, depois de vestir o pijama, o homem foi impondo uma série de regras em casa: limpeza, só pela manhã, enquanto ele estava fora para a compra do jornal e, visita à casa lotérica, pois achava inaceitável os chinelões molhados. Na hora dos telejornais, nada de novela, porque ele não abria mão da televisão e das notícias, o que levou dona Marinalva a comprar uma TV a prestação para instalar no seu quarto de costura.
Se o filho vem pedir o carro emprestado para ir a uma festa. E ele fazia um discurso sobre o perigo do trânsito e o preço da gasolina, antes de negar o pedido. Se o vizinho do lado faz uma festa de confraternização e a festa vai até mais tarde da noite, ele aciona o pessoal do meio ambiente, alegando o incômodo do barulho. «Boas cercas, bons vizinhos», repete ele, enquanto o ruído da música animada e o cheiro de churrasco vai invandindo sua casa.
Mas, não há momento mais oportuno para se conhecer todo o repertório de despautérios do Etevaldo, do que quando ele à rua, para as compras - pobre dona Marinalva, está lá, sempre firme, ágil e, sorridente do lado do eletricista aposentado, para ir desfazendo as situações que vão ocorrendo.
Leia este tema completo a partir de 20/12/2010
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