sábado, 4 de dezembro de 2010

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Passer domesticus; Mas Minha Alma, não Acalmo!; Violetas de Branco Orladas

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Passer domesticus; Mas Minha Alma, não Acalmo!; Violetas de Branco Orladas

Passer domesticus

Porque és sempre tão amigo,
Meu pardal domesticado?
Duma fogosa espécie
A viver ao nosso lado!

Agora sabes que entrámos,
Temos a janela aberta.
Chegas com forte piado,
A mostrar que estás alerta.

Sempre aos pulos a espreitar,
E não pareces ter medo.
Teu ângulo de visão
Constitui o teu segredo.

Mas Minha Alma, não Acalmo!

Como o coração doeu
Quando o mar grande avançou
Há poucos anos, Deus meu,
Devastando o que encontrou.

Como senti a tristeza
Do sofrimento causado
P'las forças da Natureza
Contra povos sem pecado.

Prometi não mais cantar
O mar lindo, azul e calmo,
Nem a traição perdoar.
Mas minha alma, não acalmo!

Violetas de Branco Orladas

Tinha a certeza, queridas.
Seríeis brancas violetas!
Aguardava que florísseis,
Lindas florzinhas dilectas.

No vaso co’ irmãs lilases,
Nascestes de duas cores.
Assim eu vos quero mais,
Gentis e mimosas flores.

Brotam minhas redondilhas
Ingénuas, puras, singelas,
Ao ver-vos tão aniladas,
De branco, orladas e belas.

Leia este tema completo a partir de 06/12/2010

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