sexta-feira, 30 de julho de 2010

COLUNA DE ROSA PENA - Chanel 51

COLUNA DE ROSA PENA - Chanel 51

Para onde vão as quimeras que nós profanamos? Sonhos não podem virar realidade. Devem ficar em estado de eterna utopia.
Será que vão morar junto com o anel que «tu me deste era vidro e se quebrou», o outro pé do brinco indiano, o batom cereja que a mochila da Company engoliu, o bilhete recebido com aquelas flores em algum dia dos namorados, a velha e companheira Lee comprada na nossa estréia em Free Shop?

Há um esconderijo, um pântano onde são tragados os sorrisos dos quinze anos, bolo vivo de meninas ainda brotos de mulher, a paquera com o professor de história, o cheiro de suor do bruto tesudo que dirigia a lotação do Nelson, o gosto do vinho daquele reveillon, quando a gente ainda acreditava em ano novo vida nova, o beijo delicioso que não teve replay (a língua ficou à míngua). «O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou».

Ficam lá, numa esquina impenetrável, ao som de meia dúzia de frases repetidas pelos deuses da nostalgia e a gente implora ao diabo contemporâneo para esquecer. No dia em que percebemos que eles, finalmente, compraram passagem pra desmemória... Ah! Escrevemos para imortalizar.

E é bizarro ver os lábios trancados e as palavras voando soltas. Acho que ficamos com uma puta vontade de «gritar» no aberto tudo que vivemos em pvt. Perai galera! Vivi sim!

Leia esta crónica completa a partir de segunda feira 02/08/2010

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