domingo, 25 de julho de 2010

Vou-me embora para uma qualquer Pasárgada - Por Afonso Santana

Vou-me embora para uma qualquer Pasárgada - Por Afonso Santana

Na continuação do texto glosando o poema de Manuel Bandeira «Vou-me embora para Pasárgada» (ver número anterior e anteriores e este seguindo a sucessão) vou repetir que o titulo base do meu trabalho é «Vou -me embora».

Mas ir embora é mesmo ir embora? Quer dizer, não serão antes e apenas palavras que se lançam, um desabafo, um desejo, uma fantasia? No fundo ir embora é sempre não ficar num dado lado mas ir para um outro.
Ora, a autora que trouxe hoje, e que foi prometida na semana anterior, sabe escrever e sabe dizer aquilo tudo que faz falta para fazer um texto muito interessante. Contudo, o texto, tal como o apanhei na net e quando o apanhei vem assinado por um tal anónimo Miguel , indivíduo do sexo masculino.
A senhora em questão certamente que preza bastante o seu texto mas eu não tenho condições para saber quem o escreveu nem de lhe dar os devidos créditos:
«Se quiseres eu vou-me embora»
1
Assim por assim, antes os chinelos descansados em cima de uma pirâmide de livros, o robe apertado a aconchegar-me o pescoço que é onde sinto mais o frio, o conforto de um radiador e um bule de chá de lúcia-lima a fervilhar no bico do fogão à espera que a minha filha se deixe de decotes em V e pregas a rigor e assome depressa à cozinha por forma a deter a ebulição de manchas difíceis de limpar até mesmo com a esfrega de palha-de-aço.

Assim por assim, antes a minha mais velha, que nunca sonhou ser nada a não ser assistente social e se esforça como um touro às marradas nos estrados vermelhos dos compêndios, serpenteando iludida entre capotes dançarinos e pares de bandarilhas que a impelem a encurvar a coluna perante os aplausos aficionados dos professores.

Leia este texto completo a partir de segunda feira 26/07/2010

Sem comentários:

Enviar um comentário