domingo, 18 de julho de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A nossa futura rádio

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A nossa futura rádio

Quando se começou a pensar «mais a sério» na questão de se fazer uma rádio e pô-la a emitir para um público alvo que é inicialmente aquele que já temos, tudo nos pareceu e afinal é fácil. O preço da estrutura online não é proibitivo, fazer uma rádio funcionar em termos de ter um plafond de exigência qualitativa razoável também não nos parece nada de impossível e depois, factor muito importante - talvez o mais importante - contamos com a tolerância dos nossos futuros ouvintes e com a sua santa paciência para aturarem os erros que infalivelmente irão ter lugar.

Não gosto muito de fazer citações de políticos porque nunca se sabe até onde esse pessoal é aceite ou entendido nos seus contextos de tempo e de espaço, mas guardei na memória umas palavras alegadamente escritas por Lenine (o Vladimir Ilitch Oulianov não o actual cantor brasileiro de mesmo nome) em que este teria afirmado sucintamente: «Cometemos muitos erros, sim, e no futuro iremos ainda cometer mais!» porque esta frase encerra uma verdade evidente mas que tem de ser compreendida.

Não se trata aqui de fazer a apologia do erro como fazem alguns cientistas do experimento, porque segundo essa perspectiva, cometer erros é eliminar hipóteses (de erro) porque estes não se voltam a repetir e assim restringe-se o campo das possibilidades para um maior conteúdo total de certezas. Ora eu prefiro uma outra perspectiva que é aquela de que o ser humano erra porque tem mais que uma possibilidade em jogo, as máquinas não, por isso não erram.

Assim, e como fizemos com o Jornal desde os seus primeiros tempos, vamos fazendo e corrigindo o que acharmos que está mal: ter uma estrutura organizada e planificada é muito interessante mas na minha modesta opinião não serve senão como linha guia (agora usa-se referencial) e é bom que não nos percamos no seguimento dos planos restritos sem ter em conta as variantes que vão aparecendo com o evoluir do tempo e das coisas.

Depois vivemos num mundo criativo, num mundo cultural e social diversificado e mau seria que todas as variantes possíveis fossem planificáveis. Por isso o nosso plano é ir fazendo, dando o nosso melhor, ter confiança nas pessoas que trabalham e colaboram connosco e nos nossos leitores. Até agora - a menos que haja por aí opiniões não manifestadas - não nos temos dado nada mal com este sistema em termos de entendimento geral das pessoas e para mais os resultados estão à vista.

Ora como será a nossa rádio? Bem, como se foi já dizendo será aquilo que todos nós quisermos e conseguirmos fazer e será também em grande parte aquilo que já somos hoje. Haverá variantes; falar, emitir em som não é bem a mesma coisa que escrever mas acredito que trabalhamos com gente suficientemente inteligente para dar essa pequena volta às coisas.
Uma das coisas que sempre me preocupou na minha vida profissional foi ver por vezes com frequência alarmante que algumas pessoas neste nosso mundo não sabem - não têm consciência porque nunca foram colocados perante a situação - que o falar tem em grau maior aquilo que José Saramago define como acentuação que não existe na escrita e que normalmente também se conhece como entoação. Por isso falar e escrever não é também a mesma coisa...há quem fale como escreve e quem escreva como fala. Por vezes pode dar certo, sim ....

Mas a nossa rádio irá dando os seus passos, com calma. com mais erro menos erro e acabará por acertar no máximo possível ou em tudo: é esta a natureza das coisas...o equilíbrio. Vamos começar em «automático» que é uma coisa assim simples que é meter sons (músicas, poemas, noticias, referências, comentários) online no servidor e fazer rodar por períodos mais ou menos longos.

A renovação é importante e requer alguma atenção, porque se trata de retirar textos, músicas, comentários, etc. que já rodaram o suficiente e substitui-los por outros e tudo isto feito online. Mas como tenho vindo a dizer não é nada do outro mundo, nada que um ser humano não consiga fazer.

A rádio «rodará» (não consigo arranjar outro termo) 24 horas por dia, terá por exemplo uma noticia que será repetida (por exemplo ainda) 10 vezes nessas 24 horas em tempos diferentes e caída em desuso essa notícia ela será substituída por uma outra actualizada. Isto multiplicado aí por 200 / 300 casos (não faço ideia de quantos serão) permite a manutenção de uma base diária e semanal de transmissão estável e ao mesmo tempo móvel.

A parte dos directos, quer dizer o programa tal como se conhece dito por A ou B durante uma hora ou duas, com conteúdo próprio e específico, irá sendo introduzida progressivamente...24 horas são 1440 minutos o que dará (mais ou menos) 500 períodos musicais ou falados a cada 24 horas e cada hora de emissão em programa terá - seguindo estas contas - cerca de 20 períodos. Pelo menos mostrei aqui que tenho uma ideia (mínima) sobre as coisas...

Neste momento temos estado a transmitir a titulo experimental no seguinte link http://raizonline.listen2myradio.com/ a titulo provisório e por vezes esporádico, por uma razão de economia também: este servidor é gratuito (o outro já não será) e estamos a acertar as agulhas que pudermos gratuitamente o que penso ser uma atitude lógica: fazer gratuitamente aquilo que vai servir como base de conhecimento para o período pago.
Os testes são mais direccionados para a confirmação da capacidade de trabalho sem interrupções do computador e do programa emissor, pelo que a escolha das músicas colocadas pode não ser primorosa.

E acho que por hoje me fico por aqui esperando a continuação da adesão a este nosso projecto que temos tido. Tem sido de facto surpreendente (sem surpreender totalmente) o auxilio e o apoio que nos tem sido prestado e por isso estamos muito agradecidos e certos de uma verdade que se vai demonstrando cada vez mais a cada dia que passa e que resumo assim: TEMOS OS MELHORES COLABORADORES DO MUNDO.

Daniel Teixeira

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