sábado, 17 de julho de 2010

LUIZA NETO JORGE - Por Liliana Josué 

LUIZA NETO JORGE - Por Liliana Josué

Falar sobre grande parte das escritoras das décadas de 60/70 é algo complexo, na medida em que se afirmaram num tipo de escrita muito direccionada para a emancipação feminina, por sua vez bastante voltada para o campo sexual. Não que este factor em si traga grandes dificuldades, mas sim pela complexidade de linguagem.

As décadas de 60/70 foram propícias à afirmação feminina, pois a mulher encontrava-se faminta de liberdade, visto ter sido sistematicamente calada pelas sociedades e civilizações opressoras em que viveram.

Em pleno século XIX o homem ainda podia exercer violência sobre a esposa, a qual lhe devia obediência em absoluto.

Uma mulher trabalhar fora de casa era era mal visto, só em extrema necessidade o fazia. Se fosse solteira ainda tinha algumas atenuantes, mas depois de casada a questão tornava-se problemática, e caso trabalhasse a sua obrigação era subservientemente entregar o ordenado ao seu marido.

Já no século XX surge a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas; mais precisamente no ano 1909 com a médica Adelaide Cadete a a escritora Ana de Castro Osório, exigindo a revisão do código civil. Mais tarde, com o Estado Novo aparece a grande jornalista feminista Maria Lamas, afirmando-se na tentativa de dar um maior esclarecimento e educação às mulheres de todo o país, mas Salazar não apoiou tal iniciativa, continuando a mulher na dependência masculina. Por muito que hoje nos impressione, ela não tinha permissão de possuir passaporte próprio, nem viajar para o estrangeiro sem autorização do marido, mesmo que se encontrassem separados.

Por volta de 1966 notaram-se algumas melhorias, a mulher casada já conseguia exercer uma profissão liberal sem necessitar da autorização do marido, e dispor do seu salário, mas, se ele quisesse podia acabar com o trabalho da esposa, através de um pedido de cancelamento do contracto, sem que ela tivesse possibilidade de se opor.

Em 1968 a mulher consegue finalmente o direito a voto, menos em eleições municipais. A razão dessa limitação desconheço. Talvez possa ser tema para um futuro trabalho.

Só a partir de 25 de Abril de 1974 é que a mulher atingiu a sua emancipação total com plena igualdade de direitos. No entanto sabemos que ainda hoje essa igualdade não foi atingida plenamente.

A minha introdução serviu para aqui lançar o nome duma escritora que muito se debateu pela emancipação da mulher: Luiza Neto Jorge.

Leia este artigo completo a partir de segunda feira 19/07/2010

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