domingo, 29 de agosto de 2010

Edite Martins:uma professora com arte na alma

Edite Martins:uma professora com arte na alma

Edite Martins, nascida na ilha de Santiago no período pós-independência, é uma jovem igual a si própria. Ao olhar no espelho da sua vida, vê a sua vida reflectida no espelho da sua existência. Uma simples frase poderia traçar as linhas que a retratam: «mulher de sete ofícios».

Ela está para os lugares geográficos como a sua existência está para vários lugares comuns da vida. Só na ilha de Santiago, já viveu no Tarrafal, na Calheta e na Cidade da Praia; só para fazer a sua formação superior e a reciclagem cognitiva, já estudou na Praia, em Lisboa, no Ceará e, novamente, na Praia… como quem regressa aos lugares comuns da vida; só para encontrar satisfação intelectual e profissional já fez Bacharel em Língua Portuguesa no antigo ISE, depois do qual fez o complemento de Licenciatura na Universidade de Lisboa e agora, como quem regressa aos lugares comuns da existência, volta à Universidade via Intercontinental para tirar a Licenciatura em Análises Clínicas; só no terreno da arte, já experimentou ler textos dos outros, depois dos quais começou a ler os seus próprios tracejados líricos.

Agora, espera fazer os outros lerem o seu escrito com a publicação de um livro de poemas. Mas, enquanto esse objectivo espera o seu tempo, Edite Martins, igual a si própria, vai enfeitando as mulheres da capital cabo-verdiana com as suas relíquias em bijuteria, que sempre assume contornos especiais, quer na forma, quer na mistura de cores, quer ainda no brilho.

ENTREVISTA A EDITE MARTINS

Pergunta: A Edite Martins tem-se revelado de muitas formas no mundo das artes. Primeiro, começou como amante do mundo das letras, lendo diversas categorias de literatura, depois surgiu como poetisa e agora revela como a «musa cabo-verdiana» da bijuteria. Como nasceu esse gosto pela arte que renova a beleza das mulheres?

Resposta: Sempre tive vontade de usar bijuterias. Das mais simples, porém que sejam ao mesmo tempo sofisticadas, delicadas e diferentes das que vejo usualmente. Enquanto jovem adolescente, não podia comprar tantas. Mesmo porque eu sou alérgica a bijuterias, o que implica estar a trocar permanentemente de bijuterias. Tentei fazê-las para mim mesma. Mesmo assim eram poucas as que compunha.

Leia este tema completo a partir de 30/08/2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O agradecimento e o esquecimento

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O agradecimento e o esquecimento

Nesta vida todos teremos com certeza recordações de alturas no nosso «campeonato» de vida em que nos sentimos gratificados por termos recebido uma palavra de apoio ou de gratidão, um incentivo, um «vamos em frente», enfim...um sinal ainda que ténue de solidariedade.

Essa palavra de solidariedade contudo também não foge à regra geral dos raciocínios correntes quando por exemplo é relatada a outra pessoa: «Olha, fulano ou fulana disse-me isto e eu fiquei muito contente.»; respondendo por vezes (poucas felizmente) a outra pessoa que o incentivo, «vindo de quem vem» não tem assim um valor por aí além.

E é um facto que a credibilidade da pessoa que nos faz o elogio lhe dá um valor progressivo de acordo com essa mesma credibilidade ou conhecimento...algumas profissões ou produtos utilizam por exemplo os chamados «líderes de opinião» para promoverem ou o seu trabalho ou o seu produto. Actores, cantores, futebolistas etc. ou noutros casos gente anónima que de alguma forma se entende que corresponde a um figurino de identificação.

O idoso com olhar límpido e sereno por detrás dos seus óculos pode por exemplo promover uma marca destes ou mesmo de próteses auditivas, uma idosa, igualmente de olhar límpido e sereno por vezes dá lições fazendo de avozinha para a receita de uma sopa ou até (que absurdo) promover uma marca de congelados.

Nós, aqui no jornal e na rádio, temos a grande vantagem de não ter nem possibilidades financeiras nem interesse pessoal ( não forçosamente por esta ordem) em utilizar «truques» mais ou menos bem aplicados para promover quer o nosso jornal quer a nossa rádio.

Os próprios autores que connosco trabalham promovem-se também a eles mesmos, usem ou não óculos e tenham mais de «50» e saibam ou não fazer uma excelente pescada congelada...
Pela nossa parte tentamos apanhar um pouco do movimento da generalidade e da diversidade que o facto de reunirmos por aqui na sede o total das intervenções e lermos tudo (mesmo tudo) nos faculta, tentamos fazer estudos «quase instintivos» e usamos esse background para dar conselhos sejam eles depois seguidos ou não.

Ainda ontem - e referi isso na rádio - verifiquei que o maior volume de comentários aos trabalhos publicados é efectuado junto de trabalhos de pessoas que referem aos seus amigos que publicaram no dia tal, no sitio tal, no link tal um poema, um texto, um comentário: vá lá e confira...dizem os brasileiros.

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Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LV)

Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LV)

Um belo sol! Um belo dia! Quanta cor brilhava! Quanto doce movimento havia!
Ah! Como o dia estava mesmo perfeito! «Bem-Aventurado» caminhava confiante e graciosamente!
Como era dono do seu mundo! E que bem, que isso lhe sabia! Passito a passito, as suas patitas galgoreavam as pedras da calçada uma a uma, suave, suavemente...

Como o seu reflexo na sua ondulante sombra, transmitia segurança e protecção!
Como se sentia mimado e venturoso!
E, como se sentia deveras amado!

Passito a passito, nem a sua comprida linguita saída da boca avassalada ao tórrido calor, o perturbava!
Sabia, que água aparecer iria,
Sabia, que a sua querida doninha, tudo lhe providenciaria,

Sem de nada suspeitar, passito a passito, feliz e contente, caminhava e caminhava....
Nem quando em cima de um providencial tejadilho de um carro logo ali estacionado se encontrou, «Bem-Aventurado» se moveu...
Ele bem sabia, que a sua doninha, também a sua protecção certamente lhe providenciaria!

De soslaio, olhava perplexo para aquele enorme cão, que a tudo a um lobo se assemelhava. Como era portador de uns belos mas ameaçadores olhos azuis!
Porque estaria tão zangado com ele?
«Bem-Aventurado» não conseguia compreender!
Seria simples inveja de tão amado ser?
Ou seria apenas e, tão apenas, a tão aclamada «natureza», que do fervilhar do sangue do canzarrão, para todos os músculos do seu ser pulava e pulava?

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Carlos Conrado - Curriculum e Trabalhos de Pintura 

Carlos Conrado - Curriculum e Trabalhos de Pintura

Nota Prévia: Carlos Conrado, é uma pessoa que tem várias áreas de interesse no campo da cultura e das artes. Esta semana, vamos apenas apresentar o seu curriculum resumido e alguns trabalhos da sua arte no domínio da pintura. Contamos continuar a desenvolver alguns dos aspectos das suas múltiplas actividades nos próximos números.

Carlos Conrado nasceu em Jacobina - Bahia - Brasil, em 1986 e radicou-se para Sergipe - Brasil, em 1999. Artista Plástico, Escritor, Designer Gráfico e ator. Confira abaixo o seu curriculum cultural:

Membro dos seguintes Grupos Literários:
Casa do Poeta Brasileiro em Aracaju - Vice Presidente
Arcádia Literária - Conselheiro Fiscal e Coordenador de Desenvolvimento Artistico. Aracaju-SE
Poetas Del Mundo -Cônsul da Z.C. Aracaju
Celeiro de Escritores - Santos -SP.
Movimento Cultural Internacional A Plêiade – Presidente
AAPLASA – Associação dos Artistas Plásticos de Aracaju
Assessor em 2006 da Academia Sergipana de Letras.

Principais Exposições:
Sem Fronteiras- Intercâmbio Sergipe e Bahia- Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana-BA, novembro de 2006.
13º Salão dos Novos, Galeria de Arte Álvaro Santos, Aracaju –SE
1º Mostra ASAP de Artes Visuais- Galeria Florival Santos, Aracaju/SE. 2006
II Mostra Novembro Negro- Biblioteca Pública Clodomir Silva, Aracaju/SE.
Tribus Visuais- 2005, Galeria Jenner Augusto, Aracaju-SE.

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Poesia de Renata Rimet - Eu Não Sou Ciumento - Não Vou Parar de Te Amar - Amar é Complicado

Poesia de Renata Rimet - Eu Não Sou Ciumento - Não Vou Parar de Te Amar - Amar é Complicado


Eu Não Sou Ciumento

Apenas quero falar do amor
Este sentimento abstrato
Que envolve tantos fatos
Quantos são os laços
Amarras e por que não
Trapaças desta louca afeição
Carinho, devoção, capricho
Entusiasmo, veneração
Ou simplesmente tesão

Não Vou Parar de Te Amar

N ão importa
A impressão que se tem
O momento é único

V iveremos o instante
O mais intensamente possível
Ú nico

P ermita
A gora e sempre
R enovar crenças
A dentrar o mundo dos sonhos
R evelando nossos maiores segredos

Amar é Complicado

A mei sem restrições, sem
M edo
A paixonadamente
R elembro sensações.

E xageradamente senti

C iúmes,
aO mesmo tempo em que
M antive segredo e
P rovoquei
L indos momentos

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Origens do Fado - Da Severa a Ana Moura passando por Amália Rodrigues - Por Arlete Piedade

Origens do Fado - Da Severa a Ana Moura passando por Amália Rodrigues - Por Arlete Piedade

Fado é uma expressão musical, chamada actualmente de «canção nacional», embora na verdade esteja mais ligada a Lisboa, tendo a sua origem nos bairros pobres no século XIX, sendo a primeira fadista cujo nome chegou até aos nossos dias, a mitica Severa.

Muitas teorias de vários estudiosos e autores, atribuem diferentes origens ao fado, desde aqueles que dizem ter vindo com os mouros chegados do norte de Africa no séc. VIII, a outros que acham que é uma canção de marinheiros, e até há quem ache que tem influências de Espanha e do flamenco.

Embora o termo «fado» tenha a sua origem em «factum», e este termo seja usado por Luís de Camões, nos Lusíadas, para significar «destino», em termos históricos e de tradição oral, apenas a partir do século XIX, o fado como canção, começa a ser referenciado e cantado nos bairros pobres de Lisboa, como Madragoa , Alfama e Mouraria.

No início desse século com a partida da família real para o Brasil, bem como muitas famílias nobres que a acompanharam, bem como a guerra civil que se seguiu para determinar a sucessão ao trono entre D. Miguel e D. Pedro e os seus seguidores, absolutistas e liberais, muitas tragédias e convulsões sociais assolaram a sociedade de então.

Famílias separadas, mortes e tragédias, preconceitos e divisões entre classes sociais que com os ideais veiculados pela Revolução Francesa, de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, as pessoas começaram a não tolerar e a revoltarem-se procurando se libertar de velhas maneiras de viver.

São esses os temas que começaram a ser cantados nos primeiros fados, o chamado fado castiço, em que se fala de desgraças, de gente pobre, de amores infelizes e casais de classes sociais diferentes, que por via dessa diferença estavam condenados á separação e infelicidade. Não que esse facto os impedisse de viver grandes amores que eram então transpostos para a letra dos fados mais sofridos e sentimentais.

Desde os primórdios do fado, que ficaram na memória oral, figuras emblemáticas, como Amália Bexigosa, Rosa Enjeitada, Júlia Florista, Joaquina dos Cordões, Escarnichia, António Maluco, Caga Dinheiro, Saldanha da Porcalhota, Pontapé na Cara ou Alfredo Bacalhau. Mas o maior mito do fado, antes de Amália, foi a Severa.

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sábado, 28 de agosto de 2010

Um penny - Crónica - Por Se Gyn

Um penny - Crónica - Por Se Gyn

Na tarde deste domingo, pressionado pela secura do ar típico do final de agosto no cerrado, me abalei para a rua, em busca de um refrigerante, para tentar amainar o calorão abafado que sentia.

Depois de comprar os refrigerantes, juntei as moedas que tinha no bolso e, resolvi comprar umas balas. Quando estendi as moedas, a moça do caixa me devolveu uma delas, dizendo que não podia aceitá-la, pois era estrangeira. Me desculpei meio sem jeito, tentando me lembrar onde a havia recebido de troco pela manhã – o que ocorreu entre o café da manhã na esquina, a ida ao jornaleiro e, as compras domingueiras do supermercado.

Então a moça do caixa comentou que a circulação dessas moedinhas tinha virado coisa comum, nos últimos meses, e que era preciso atenção, para não recebê-las no lugar da nossa moeda de 5 centavos de Real, pois, a despeito da diferença de tamanhos, eram, aparentemente, feitas do mesmo material, ficando com o tempo e o uso, com a mesma aparência pardacenta do bronze zinabrado.

A moeda em questão é inglesa – um penny. Equivale bem menos do que a 5 centavos da moeda nacional, motivo pelo qual, acabei sendo lesado por duas vezes, muito embora, talvez eu tenha sido o elo final dessa cadeia de malandragem e enganos estabelecida, por sorte, no nível de centéssimos de moeda – Real ou Libra.

«One penny». Não é nada difícil supor de onde tenha vindo. Tendo sido colocada em circulação no bairro, só pode ter saido da mão de alguém que retornou bem recentemente da Europa, para onde deve ter ido em busca de trabalho mais rentável, diante da crise de empregos gerada no continente europeu, depois do debacle que começou com a crise imobiliária americana ou, que tenha cruzado com as polícias de imigração, que mais e mais vão apertando o cerco contra os «ilegais», na América, Canadá, Europa e Asia».

De fato, deve ser um daqueles moradores do bairro, filhos de imigrantes de outras regiões do Estado e do país, que por força das circunstâncias ou, simples vontade de fazer uma poupança rápida e dar um novo rumo à vida, ou ainda que, usando do discurso da necessidade, resolveram viver uma aventura numa pátria distante (e em tal caso, os motivos são muitos, díspares e, diferentes, à parte o fato de que, num mundo supostamente sem mistérios e fronteiras, a curiosidade e o desejo de aventura ainda não cessou, no peito dem muitas pessoas), arribou e, foi em busca de seus intentos em uma pátria distante.

Leia esta crónica completa a partir de 30/08/2010

Projeto de Carreira – Um roteiro de vida profissional consciente. - Por Adm. Marizete Furbino

Projeto de Carreira – Um roteiro de vida profissional consciente. - Por Adm. Marizete Furbino

«Nos momentos de decisão é que o seu destino é traçado». (Anthony Robbins)
Nesta era da globalização, era marcada por demasiada competitividade, mudanças e incertezas, torna-se imprescindível que cada profissional elabore e mantenha sempre atualizado o seu projeto de carreira.

O projeto de carreira contribuirá para que o profissional não apenas sobreviva neste mercado altamente competitivo, mas contribuirá e muito para que este profissional alcance desenvolvimento e crescimento em sua carreira, garantindo assim, sua empregabilidade, impedindo-o de correr o risco não só da estagnação, mas também o impedindo de ser pisoteado no mercado, evitando assim, a sua expulsão.

O maior responsável, pela elaboração deste projeto de carreira, é você profissional. Ninguém fará isso por você. Apenas você saberá quais são os seus anseios, necessidades, objetivos, desejos e aonde quer chegar.

Este projeto de carreira deverá ser elaborado com muita atenção, pois será o seu projeto de vida profissional; por isso é imprescindível que você profissional faça uma bem feita auto-análise. A auto-análise é uma ferramenta valiosa para o seu autoconhecimento, essencial para que ocorra o desenvolvimento e o crescimento.
A elaboração de um projeto de carreira implica na relação de pensar e repensar o passado, o presente, bem como o futuro de forma cautelosa. E o exercício do pensar e do repensar quanto ao profissional que você é e o profissional que você deseja ser.
E preciso que você coloque no papel quais são os seus anseios, objetivos, metas, habilidades, competências, atitudes, comportamentos e conhecimentos. E é preciso também, reconhecer quais são seus pontos fracos e fortes, quais estratégias traçar para transformar seus pontos fracos em fortes e melhorar. Enfim, quais medidas tomar para investir em você, quando, como e onde. Para facilitar, trace um cronograma. No projeto de carreira deve ficar claro para você quais providências cabíveis tomar para que você concretize seu plano e alcance o retorno esperado.

Leia este tema completo a partir de 30/08/2010

PROJETO FRONTEIRAS - Por: Mirian Cristina Ubaldo - Mediadora da Rede Social Taquaritinga -

PROJETO FRONTEIRAS - Por: Mirian Cristina Ubaldo - Mediadora da Rede Social Taquaritinga - Entrevista com o professor de música Gustavo Rossi da Fundação Edmilson

As cidades de Matão e Taquaritinga foram sedes do projeto de artes Fronteiras que ocorreu de 27 de julho a 14 de agosto. Arte Educadores de todo o mundo se reuniram durante três semanas para discutir a educação e seus moldes. O professor de música Gustavo Rossi representando os demais educadores da fundação Edmilson, falou com a Rede Social de Taquaritinga sobre o projeto. Confiram!

Rede social Taquaritinga: Como começou o Projeto Fronteira e quem é seu idealizador?
Prof. Gustavo Rossi: O coordenador do projeto se chama Josro, um Iraniano exilado, que teve que morar na Bélgica em campos de trabalho forçado, com tudo, teve um sério problema de coluna e foi considerado inválido, passando por uma avaliação médica, ele foi recomendado a praticar balé, dai em diante tudo mudou em sua vida, ganhou muito dinheiro e passou a viajar o mundo divulgando a educação como forma horizontal, onde professor aprende com o aluno e aluno com o professor.
Neste encontro foram levantadas várias questões, como: somos o que somos, fazendo o que estamos fazendo, ou o que estamos fazendo é o que nós somos, nós como educadores temos o dever de educar ou ensinar, devemos ser fortes porem sensível, afinal nós educadores temos que ter realmente amor no que desempenhamos.

Leia esta entrevista completa a partir de 30/08/2010

Poesia de José Manuel Veríssimo - VERDADEIRO/FALSO 

Poesia de José Manuel Veríssimo - VERDADEIRO/FALSO

VERDADEIRO/FALSO

Pede ao deserto
Que te ensine a distinguir
A miragem e o caminho certo
Que deves seguir.
Quando encontrares um oásis
E beberes a água
Que te ajudará a viver
Faltar-te-á conhecer
A verdade entre duas margens
A ponte estreita
- Quase tábua –
Que atravessa o abismo
Uma linha que não é certa
Entre o jardim plastificado do cinismo
E a amizade difícil mas desperta
Crítica
Exigente
Tipo flecha


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Coluna de Cecilio Elias Netto - Niágara Paulista e tristeza

Coluna de Cecilio Elias Netto - Niágara Paulista e tristeza

Niágara Paulista e tristeza

Cada vez mais, assusta-me o mistério do tempo. E, em especial, neste momento, quando me vejo no longo mas excitante processo de recuperação de memórias. É - me angustiante, pois preciso escrever antes de esquecer o que houve nesse que, agora, me parece um milênio de vida.

Assusto-me diante do tanto que aconteceu, das transformações, mudanças, golpes, revoluções, a vida indo e voltando em hábitos e costumes, a fascinante experiência de, de uma cidadezinha do interior, viver tudo o que aconteceu no mundo.

Já não creio mais sejam apenas 54 os meus anos de jornalismo, essa longa jornada deste os meus 16 anos quando entrei numa redação de jornal para aprender.

Professores meus – em especial Benedito Cotrim e Padre Eduardo Affonso – enviavam, aos jornais, composições minhas feitas em classe. Tudo começou num Dia das Mães, um trabalho de escola. Quando me dei conta, a redação escolar estava nos jornais, enviada por meus mestres.
Logo depois, lá me vi na redação, como ouvinte de revisor. E se assim começou, ainda não terminou. E não sinto mais terem sido 54 anos, mas um milênio, pois a memória se me vai aguçando a cada foto de meus arquivos que revejo, a cada documento que redescubro.

Lembro-me, nos 1950, da luta que já se travava contra a poluição do rio pelo que, então, se chamava «restilo da cana». A grande responsável era a Usina Monte Alegre, dos todo-poderosos Morganti. A batalha era incansável, especialmente pelo poderio deles, pelas mil explicações que não eram aceitas, até que, afinal, se descobriu que o restilo serviria como excelente adubo.

E, então, Carvalho Pinto inventou o Sistema Cantareira que iria roubar água do nosso rio Piracicaba. Ele, como governador, garantia medidas protetoras, barreiras, etc. Mas, quando o golpe militar aconteceu, não mais havia Carvalho Pinto no governo de São Paulo e, com o governador nomeado Abreu Sodré, aconteceu o desastre.

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Poesia de Raquel Luisa Teppich - Cegada; Armonizando la Amistad; Inocencia; Embebida de tí, Padre

Poesia de Raquel Luisa Teppich - Cegada; Armonizando la Amistad; Inocencia; Embebida de tí, Padre

Cegada

Dulce luz de luna llena,
irrumpes el jardín
en la noche desierta.
Acaricia lágrimas
de un corazón
sin sueños de amor.
La niña
despierta golpeada
a la pubertad.
Sin un simple te amo,
sin una mirada apasionada.

Armonizando la Amistad

Fluye la existencia.
Titilan sueños…
Claman lo tambores
ávidos de victoria.
Se llora y se ríe de júbilo.
El invierno transformado
en brisa veraniega.
Da luz un nuevo,
país libre:

Inocencia

Cesaba el verano,
las plazas
se vestían nuevamente
de delantales blancos,
uniformes coloridos,
gritos y corridas
de niños que
se asemejaban a
gloriosos ángeles
danzando junto a Dios.
El aire se purificaba,
en esos ratos de ocio
de cada niño, vertiendo
mieles de sus almas
vírgenes de maldad alguna.


Embebida de tí, Padre

Diseñador de felicidad,
temple inigualable
ante la vida.

Buen mozo y angelical
Hombre y niño,
Severo y bondadoso.

Ser de luz
irradiando siempre ternura,
custodio cauto.

Comprensivo,
cómplice
de tus hijas.

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Purificação - Por Daniel Teixeira

A Purificação - Por Daniel Teixeira

Qualquer ser vivo superior tem de se manter limpo, eliminar substâncias incomodas que, precisamente por isso, são definidas por «sujidade». No caso do homem, a limpeza é uma vivência marcante da infância. A limpeza impõe limites. Experimenta-se o facto de os outros se encontrarem prontos a excluir o indivíduo sujo com a própria sujidade, e como mediante determinados procedimentos pode ser readquirido um estatuto aceitável.

A limpeza é por isso um processo social. Quem quer pertencer a um grupo tem de se conformar com o seu padrão de «pureza». O indivíduo rejeitado, o marginal, o rebelde são considerados sujos. Os grupos que se isolam podem fazê-lo evocando uma pureza particular, exacerbada.

Correspondentemente, os esquemas de actuação relacionados com a limpeza, tão carregados emocionalmente, tornaram-se demonstrações rituais. Celebrando a eliminação do que é incómodo, eles raiam um domínio que é avaliado de modo superior, seja ele a própria comunidade em face do «exterior» caótico ou um grupo esotérico fora da sociedade normal.

Estes esquemas de actuação proporcionam o acesso a esse domínio e assim a um estatuto superior. Eles representam a antítese entre um estado negativo e um estado positivo e por isso são apropriados para eliminar um estado que seja realmente desagradável e perturbador conduzindo a um estado melhor, a um estado «puro». Deste modo, todos os rituais de purificação fazem parte do trato com o sagrado de todas as formas de iniciação.

No entanto, são também aplicados em situações de crise, de loucura, de doença, de sentimento de culpa. Na medida em que o ritual se torna útil a uma finalidade claramente discernida, ele adquire um carácter mágico.

O meio mais habitual de purificação é a água e, nos rituais de purificação gregos, o contacto com a água é fundamental. Acresce a isso ainda a prática da fumigação para afastar maus cheiros, uma forma primitiva de desinfecção. Ulisses «enxofra» a sala após o banho de sangue que provocou. Possivelmente a palavra grega para "purificar" é derivada da palavra semita para o «fumigar».

Leia este tema completo a partir de 30/08/2010

Poesia de Rolando Revagliatti

Poesia de Rolando Revagliatti

Poema del arremeter etcétera - Marisa G.- Silvia B.- Angélica A.

Poemas - Traducidos al portugués por Iacyr Anderson Freitas



Leia estes poemas completos a partir de 30/08/2010

História do Ferro de Engomar - Por Afonso Santana

História do Ferro de Engomar - Por Afonso Santana

A origem remota do ferro de engomar embora tivesse a ver com o alisamento de peças de vestuário não foi inicialmente visto e usado neste plano a que a sociedade moderna nos habituou hoje.

Fazendo algumas pesquisas na internet (sobretudo no site http://eurekaweb.free.fr/vh1-fer_a_repasser.htm ) pode ler-se um pouco da história do ferro de engomar e saber-se também um pouco sobre este aspecto diferenciador do conceito comum que se foi construindo ao longo dos tempos e que dá hoje uma ideia de haver alguma dispensabilidade na utilização do ferro de engomar caso se viva em ambientes longínquos ou poucos frequentados e onde as necessidades de uma boa apresentação das roupas possam ser aligeiradas.

Nas suas origens o acto de alisar um tecido esteve ligado (cerca de 130.000 e 70.000 anos A-C.) ao facto de se ter iniciado a costura e ser necessário diminuir o volume das costuras (junção de duas peças de tecido) e mais ainda pela razão concreta que esteve ligada ao facto dos tecidos grossos (peles) cosidos com fios grossos de pele ou de entrelaçados de folhas ou caules ferirem a pele do portador de tais vestimentas.

Para o efeito de alisar e/ou amolecer as costuras era então usada uma pedra na parte interior do local no tecido a alisar e um osso de mamute polido (ao que reza a história e posteriormente de outros animais) que repassava no lado exterior da costura. Da pressão então exercida e da passagem de um sobre o outro resultava então a diminuição do volume da costura e o amolecimento da junção no tecido.

Legenda: No Museu de Haugesund (Noruega) e no Museu do Folclore de Oslo estão expostos maxilares de animais datando de 700 a 1000 D.C. tendo estes servido para alisar e polir tecidos o que nos dá a ideia da continuidade do processo e do uso do utensílio (cerca de 140 mil anos).

Leia este tema completo a partir de 30/08/2010

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - O HOMEM NOVO...; MARIA...; ALMA PEREGRINA...

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - O HOMEM NOVO...; MARIA...; ALMA PEREGRINA...

O HOMEM NOVO...

Quantos labirintos percorri
que não tinham saída...
Ai de mim!
Becos que o destino
colocou em minha vida!

Punhais que me cravaram a alma,
daqueles que menos esperava!
Chagas sangrando sem calma,
abertas por quem eu amava...


MARIA...

Tu és bela!
Incrivelmente bela...
Ainda que uses a simplicidade
em te vestires e tenhas tua roupa singela.

E que tuas mãos tragam aspereza.
Teus cabelos um certo desalinho...
E cansada estejam as tuas pálpebras,
das lutas enfrentadas em teu caminho...

Tu és bela!
Incrivelmente bela...
Que te pese a idade,
alguma celulite ou sobrepeso,
a força da gravidade!


ALMA PEREGRINA...

Abandona meu corpo, minha alma...
Peregrina e alada!
Voa a noite que descortina,
pousa ao colo da minha amada!

E dali seguem arredias...
A dançarem na amplidão estelar!
Ignoram a matéria tão pobre e vazia,
dos corpos deixados à luz do luar...


Leia este tema completo a partir de 30/08/2010

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - OS MENINOS DIFERENTES

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - OS MENINOS DIFERENTES

O Lourenço é um menino diferente. E é certo que todos os meninos são diferentes, mas este menino nunca viu a luz do sol, porque nasceu com deficiência na vista. Apesar do mal que o afecta, o Lourenço é muito alegre e gosta de se divertir; é muito estudioso e cumpridor dos seus deveres. Também é muito inteligente.

Quando o Lourenço era pequenino ouvia muitas histórias que a mãe lhe contava e lia com muito carinho, outras vezes ouvia cassetes, e assim, quando foi para a Creche sabia tantas histórias e contava-as com tanta graça, que os companheiros regalavam-se a ouvi-las. Até as Educadoras as ouviam com atenção e memorizavam, para mais tarde as contarem a outros meninos.

O Lourenço já é crescido, já sabe ler Braille que é uma escrita para pessoas cegas, de modo que não tem qualquer problema para acompanhar as aulas e é um excelente aluno. Está agora na Escola Secundária e já escolheu a profissão que quer ter no futuro. Ele sabe que irá ter algumas dificuldades, dadas as suas limitações, mas com o apoio e boa vontade dos que com ele trabalharem, poderá ser um excelente profissional.

Como o Lourenço quer ser Engenheiro de Informática, os pais, sempre atentos às suas necessidades, compraram um computador apropriado para as pessoas nas suas condições.

O Rafael é o melhor amigo do Lourenço e quer, como ele, fazer um curso ligado à Informática, por isso já decidiram que irão trabalhar juntos e apoiar-se mutuamente.

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Conto - Por Emerson Wiskow - SE TUDO FOSSE TRISTEZA

Conto - Por Emerson Wiskow - SE TUDO FOSSE TRISTEZA

Ela queria saber porquê Dostoiévski escrevia coisas tão tristes e melancólicas. Ora, eu não soube responder. Juliana sempre foi complicada, eu nunca consegui entendê-la muito bem. Nunca consegui entender mulher alguma. Ela entrou em meu quarto, olhou para as paredes e depois para mim, enquanto eu acendia um cigarro.

Sentou-se em minha cama e perguntou-me:
- Porquê Dostoiévski escrevia coisas tão tristes?
Olhei para ela e sorri enquanto pensava no que responder.
- Deve ser por causa do frio. Sempre imaginei Dostoiévski como um homem velho, de barba grande e grisalha, vivendo em um pequeno quarto com todo aquele frio. Bebendo vodca, solitário. Acho que ele só poderia escrever coisas tristes vivendo assim - respondi.

Ela continuou olhando-me fixamente nos olhos e disse:
- Você não possui poesia. Se fosse você, provavelmente escreveria sobre uma camponesa russa de peitos grandes.
- Talvez...
- Pois é! O mundo não precisa de escritores como você - disse Juliana.

Juliana estava certa, provavelmente eu escreveria sobre uma russa de peitos grandes. Se eu conhecesse alguma russa, mas não conhecia.
- Dostoiévski escrevia em um quarto frio e escuro, enchia a cara de vodca, depois colocava o seu casacão e saía pelas ruas na madrugada gelada. Perdia-se em jogos e depois voltava para o seu quarto solitário. Ele ouvia o vento assoviar em seus ouvidos e sonhava com uma bela mulher para aquecer-lhe naquelas noites geladas.

- Quem te contou isso? - perguntou Juliana com um olhar vago.
- Eu imagino que tenha sido assim.
- Você acredita que existem pessoas que nasceram para sofrer, para levar uma vida miserável e triste? Pessoas que sempre serão solitárias, por mais que desejem o contrário - perguntou Juliana.

- Acredito. Acho que sim.
- Às vezes eu quero morrer, tenho necessidade de morrer - disse Juliana.
- Besteira. Tudo ficará bem.
Juliana olhou em redor do quarto, deu um belo sorriso e disse:
- Este quarto é um chiqueiro! Está precisando de um toque feminino - afirmou Juliana sorrindo.

Leia este conto completo a partir de 30/08/2010

Porque é que eu me casei - Reflexão de Michel Crayon

Porque é que eu me casei - Reflexão de Michel Crayon

Esta questão, de saber porque é que eu me casei, na sua base, não interessaria directamente a ninguém senão a mim e à mulher com quem dei ou não o tal de nó (que raio de metáfora!) e por arrasto tradicional aos padrinhos que pagaram (se pagaram) as alianças, aos pais dos noivos que pagaram o almoço (vulgarmente chamado de copo de água), e aos meus filhos, se eu os tivesse, e interessaria apenas por uma questão de preenchimento de um hiato que nunca seria aliás questionado para eliminação nesta nossa semântica histórico - vivencial porque ninguém repararia nele se esta questão não fosse levantada.

Cerca de noventa e nove por cento da população não sabe porque se casa e joga mão da resposta mais corrente e mais ligeiramente dita que alguma vez uma mente sã pode irresponsavelmente argumentar: «casei por amor!» é a resposta desses tais noventa e nove por cento da população casada o que, traduzindo para a linguagem crua da realidade quer dizer simplesmente que não sabem, não respondem, não têm opinião formada, etc. como nos questionários para as sondagens e estatísticas.

Ora, pelo facto simples de tentar contar aqui porque é que eu me casei, esta questão, de origem eminentemente pessoal ou familiar próxima, torna-se uma questão de interesse público - mesmo que não desperte qualquer interesse a definição é esta - e acaba por essa mesma razão por interessar e ser importante para outros que de outra forma não se sentiriam sequer tentados a aprofundar a questão (a preencher o tal hiato histórico vivencial acima referido). Por isso, e concretizando mais: o facto de eu tentar dizer, explicar, desenvolver, a ou as razões porque me casei tem uma função psico - social importante pelo menos mas não só para os tais noventa e nove por cento da população casada que alega falsamente «amor» como causa substancial do seu estado civil.

Por outro lado existe o factor desperto que pode fazer deste meu mísero texto um verdadeiro thriller: o facto de que uma resposta minha a esta questão possa ser surpreendente (casar por dinheiro não tem surpresa nenhuma, digo desde já) leva ou pode levar à interiorização especulativa, pode levar ao dissecar das entranhas mais freudianamente acamadas da nossa mente, ao palpite reflexivo, ao conhecimento de respostas que nunca foram procuradas porque a questão nunca foi posta senão daquela forma superficial que leva ao «casei por amor! (e não me chateies mais!)» do despacha diário já repetidamente referido acima.

Ainda, e não largando desde já as implicações imediatas, a minha questão desde logo vestida com resposta pode vir a satisfazer um pouco aquela curiosidade epidérmica de todo o ser humano tem sobre estas coisas. Nada é mais interessante do que ouvir ou ler uma confissão, mesmo que essa mesma confissão nada traga de novo. E é, por isso, epidérmica, a curiosidade, esta curiosidade quanto às razões de um casamento (o meu, neste caso) porque está colocada na nossa mente como se estivesse à flor da pele, não daquela pele que nos transporta e nos envolve como um saco de celofane, mas sim porque é de reacção e espevitamento quase natural, instintivo por cuidado defeito (default) mas sobretudo é,ela, essa curiosidade, inconfessadamente projeccional.

Leia este conto completo a partir de 30/08/2010

domingo, 22 de agosto de 2010

A VERDADE - Por Manuel Fragata de Morais - Esta crónica faz parte do livro «MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS».

A VERDADE - Por Manuel Fragata de Morais - Esta crónica faz parte do livro «MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS».

Uma vez ouvi um homem famoso afirmar na televisão, que entre Deus e a Verdade, ele escolheria Deus.
Fosse qual fosse a verdade que tivesse que se tornar mentira, deduzi.

Sem desejar revelar ironia ou pessimismo, acho ser essa a regra do jogo, sendo os maiores mentirosos aqueles que se escudam atrás de Deus ou atrás da Pátria. Cedo aprenderam que, emocionalmente, ambos estão sempre lá para os proteger.

Escolhendo Deus sobre a Verdade, tornam-se mais fácil os desígnios pessoais ou colectivos, queima-se, para exemplo e sem qualquer compunção, uma Kimpa Vita, uma Joana d’Arc, o Mundo deixa de ser redondo e passa a ser plano, o Sol gira à volta da Terra e por aí fora, sempre com a certeza de que as nossas consciências estarão limpas, não obstante os nossos actos.

Deus vira uma abstracção, um conceito relativado segundo a conveniência, e a Verdade vira a palavra maleável, a plasticina com a qual moldamos as nossas intenções últimas e às vezes macabras, como nos provam todos os Hitleres, os Bokassis, os Pinochet os Pol Pots da História da humanidade, sem falar na Santa Inquisição.

E verdade que o Homem, monoteísta ou não, invariavelmente escolheu deuses que se parecessem consigo e com a sua interacção com a Natureza, englobado tudo o que ela tem de telúrico. Deuses ferozes, vingativos e sem contemplação, que se manifestavam através do trovão, da espada justiceira e, portanto, revestidos, pela mão do Homem, de uma moralidade imperdoável, para apaziguamento de uma ira divina que nada poderia justificar.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

COLUNA DE ABILIO LIMA

COLUNA DE ABILIO LIMA

Abílio Lima é Engenheiro Agrário com larga experiência na sua área profissional e no campo da formação e desenvolvimento de projectos.
Tem como actividades principais a de Formador, de Consultor Técnico e a Prestação de Serviços e Apoio Técnico a Entidades do Sector Agrícola.
Para além da sua actividade profissional é Conferencista da Team Europa que é uma rede de conferencistas independentes da Comissão Europeia especialistas em temas específicos da União Europeia, existentes em diversos pontos do país e que estão disponíveis para intervir em conferências, seminários, debates, iniciativas nas escolas, acções de formação, ou para contribuir com artigos na imprensa e programas de rádio, nomeadamente a nível local.

Neste jornal Abílio Lima desenvolve a parte noticiosa e informativa dos eventos que têm lugar a nível comunitário relacionados directa ou indirectamente com Portugal ao mesmo tempo que presta os esclarecimentos que lhe forem solicitados sobre programas comunitários, formas de candidatura a programas comunitários e de uma forma geral tudo o que esteja relacionado com a União Europeia.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

Conheça sua Base Motivacional por TOM COELHO

Conheça sua Base Motivacional por TOM COELHO

«Nós sabemos o que somos, mas não o que podemos ser.»
(Shakespeare)

Vamos colocar de lado o conceito equivocado de que motivação, no mundo corporativo, significa bônus salariais, promoções, eventos festivos, palestras - show e tapinhas nas costas. Embora importantes e desejáveis, profissionais responsáveis sabem que estes são aspectos apenas estimuladores de um comportamento proativo.

Motivação é um processo endógeno, responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para atingir uma determinada meta. A intensidade está relacionada à quantidade de esforço empregado –muito ou pouco. A direção refere-se a uma escolha qualitativa e quantitativa em face de alternativas diversas. E a persistência reflete o tempo direcionado à prática da ação, indicando se a pessoa desiste ou insiste no cumprimento da tarefa.

Teorias comportamentais

Muitos são os estudos acadêmicos envolvendo teorias comportamentais. Abraham Maslow e a Teoria da Hierarquia da Preponderância das Necessidades, Burrhus Skinner e a Teoria da Modificação de Conduta, Victor Vroom e o Modelo de Expectância, Julian Rotter e a Teoria da Aprendizagem Social, Frederick Herzberg e Teoria dos Dois Fatores, Douglas McGregor e a Teoria X e Y, e mais recentemente, Mihaly Csikszentmihalyi e a Experiência Máxima ou Flow.

Enfim, há uma série de outros autores dignos de menção, mas meu intuito aqui não é fazer um tratado acadêmico. Aliás, falar de teoria no mundo corporativo é falar de fumaça. Esta introdução foi apenas para apresentar um último nome que tem uma grande contribuição prática para ser apreciada: David McClelland, psicólogo da Universidade de Harvard, com a Teoria das Necessidades.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

POESIA DE MARIA DA FONSECA - O Pessegueiro; Campainha Azul; Pertenço a ti, Natureza

POESIA DE MARIA DA FONSECA - O Pessegueiro; Campainha Azul; Pertenço a ti, Natureza

O Pessegueiro

Tão linda a Arvore, Amiga,
Que Deus ali fez brotar,
Para que, quando eu passasse,
Pra ela pudesse olhar.

O Outono está magnífico.
E o pessegueiro que eu amo,
Nem calculas como o vejo,
Um feitiço em cada ramo.

Campainha Azul

Linda, a flor que me of'receste
De pétalas aniladas.
Linda, a flor que tu colheste
A recordar madrugadas.

Do arbusto bem nascida,
Linda, a flor te encantou,
Atraiu-te, seduzida
Pelo carinho que gerou.

Pertenço a ti, Natureza

Pertenço a ti, Natureza,
Como vós, filhos de Deus!
Nunca sozinha serei
Ao lado dos irmãos meus.

Eu pertenço-vos enquanto
Todos vós me pertenceis.
Nossa origem foi a mesma,
Variados os papeis.

Leia estes poemas completos a partir de 23/08/2010

Poesia de Sanio Aguiar Morgado - DICIONARIO - BEIJO PERDIDO - MINHA CASA - A JANELA

Poesia de Sanio Aguiar Morgado - DICIONARIO - BEIJO PERDIDO - MINHA CASA - A JANELA

DICIONARIO

Palavras pouco significam
na ordem alfabética,
são frias como pedras e
parecem sem sentido.

Quando combinadas
salvam-se desta inércia,
passam a possuir vida e
têm mesmo raro brilho.

BEIJO PERDIDO

Aonde foi
que eu perdi
aquele teu beijo?

Foi num quarto
escuro, na casa de banho
ou num final de festa?

Procuro-o sempre,
dia a dia na minha vida,
e penso ainda achá-lo.

Não é um cordão de ouro,
nem uma pedra preciosa
ou um objecto qualquer.


MINHA CASA

A casa que quero ter será
simples como um «atelier»,
poucas portas, janelas e espalhadas
por ela telas que nunca irei pintar.

Uma cozinha precisando arrumar,
vasos e objectos antigos para
decorar e pelos cantos brinquedos
para minha filha brincar.


A JANELA

Esta janela quantas
vezes me engana,
traz um sussurrar alegre
e uma imagem boa.

Ela não me diz
que o tempo passou,
para mim debaixo dela
nada mudou.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

RAIZONLINE - 250.000 Visitantes! - Por Arlete Piedade

RAIZONLINE - 250.000 Visitantes! - Por Arlete Piedade

Iniciado em finais do mês de Outubro do ano de 2008, quase a completar dois anos portanto, o Jornal Raizonline alcançou esta semana a bonita soma de 250.000 Visitas, segundo o contador colocado no site, mostra.

Dois anos que acompanhei a par e passo, desde que recebi um email promocional e que me falava desse projecto a par de me convidar (bem como a outras centenas ou milhares), para colaborar.
Era este o teor desse email que transcrevo:

«Cara amiga
Em primeiro lugar devemos dizer-lhe que não temos nem capital nem emprego imediato daqueles que você e quase todo o ser humano gostaria de ter, ou seja, uma «coisa» para ir fazendo de que se goste.
Temos sim um projecto (chame-lhe sonho) que se alicerça contudo numa realidade que conhecemos relativamente bem. Temos a pretensão de criar um jornal on-line (mais um ?) que tem por fito - como é claro - noticiar, divulgar, argumentar etc. e por ultimo, mas não menos importante, procurar receber algum dinheiro resultante de publicidade que lhe possibilite uma estabilidade duradoura.
Não e um projecto fácil, nem sequer é neste momento um projecto fechado, mas, se nos permite : nós temos uma ideia...e precisamos de colaboração. Sempre precisamos e precisamos sempre. Para mais vamos tentar demonstrar a possibilidade dessa aventura que é tentar fazer qualquer coisa sem pedir subsídios a ninguém.
Pense nisto e diga-nos qualquer coisa. Se eventualmente já tem ou já arranjou aquele emprego que desejava os nossos parabéns: não troque o que tem por «isto» mas pense sempre nisto.
Daniel Teixeira»

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

Vou-me embora para uma qualquer Pasárgada - Por Afonso Santana

Vou-me embora para uma qualquer Pasárgada - Por Afonso Santana

Na continuação do texto glosando o poema de Manuel Bandeira «Vou-me embora para Pasárgada» (ver número anterior e anteriores e este seguindo a sucessão) vou repetir que o titulo base do meu trabalho é «Vou -me embora».

Sobre o ir embora para Pasárgada, de Manuel (ou Manoel) Bandeira foram glosados, textos, poemas, canções, enfim...uma variedade e quantidade de trechos de praticamente todos os estilos que fizeram do poeminha (grande no tamanho) um verdadeiro caso de sucesso, inesperado, segundo o autor.

Claro também que muitos dos textos que aqui tenho trazido não são necessariamente glosas directas e em rigor também se pode dizer que muitos dos textos (ou poemas) não têm uma ligação imediata à ideia de Manuel Bandeira e que alguns dos autores não terão sequer ouvido falar do Poema de Pasárgada ou mesmo de Manuel Bandeira.
Os poemas que se seguem a abaixo são o final desta série.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

Protestos, nudez, e comunicação - a bunda à mostra resolve tudo? - Por Se Gyn

Protestos, nudez, e comunicação - a bunda à mostra resolve tudo? - Por Se Gyn

Zapeando pelas mensagens de e-mail, encontrei uma nota enviada por uma colega, falando de um flash mob ocorrido nos EUA, denominado «No Pants Day». Leiam.

«Passageiros andam só de cueca e calcinha no metrô nos EUA. Apesar das temperaturas baixas e do rigoroso inverno no Hemisfério Norte, usuários do transporte público em várias cidades passaram o domingo sem as calças em trens urbanos.
Tudo isso graças ao «No Pants Day» (ou «Dia Sem Calças»), uma brincadeira coletiva que começou em Nova York em 2002 e já está na sua nona edição.

Os organizadores do evento, o grupo Improv Everywhere, afirma que três mil pessoas participaram da brincadeira em Nova York. O evento também já se espalhou por mais de 43 cidades em 16 países.»

Não consegui achar a fonte do texto, mas, segundo o que andei lendo na Internet, a idéia por trás da iniciativa é colocar nas ruas e meios de transporte de massa, pessoas sem as calças, se comportando de maneira usual, com o intuito de quebrar o tabú urbano do uso de roupas - isto é, uma pequena bobagem supostamente bem humorada.

Digo bobagem, porque a roupa, em todos os sentidos, não pode ser considerada menos que uma conquista e sinal de civilização.

O flash mob é um tipo de manifestação intimamente ligado à cultura internética - e constitui em manifestação organizada através das redes sociais da web, que resultam no ajuntamento de interessados e realização de um evento de curta duração, em um lugar previamente estabelecido.

Os objetivos dos flash mobs podem ser os mais diferentes, desde o protesto, a homenagem, a dança ou, mesmo, a realização de uma brincadeira de crianças, mas a finalidade parece ser a mesma - a simples e breve celebração do encontro de pessoas com um mesmo gosto, vontade ou afinidade.

Mas, o evento que citei envolve uma tipo específico de atitude em público - a exibição do corpo quase nu, em público.

E é disto que quero tratar. Virou moda a manifestação individual ou coletiva em favor das mais diversas causas (inclusive públicas) com a prática do nudismo. E eu tenho tentado entender a razão pela qual, pelas mais díspares causas, as pessoas tem preferido a nudez ao discurso e atitudes convencionais (reunião em público, palavras de ordem, protesto, etc. ).

O leque de opções de expressão não é o bastante? As pessoas não sabem mais se expressar de uma forma usual - com a fala, gestos, e expedientes assim? Ou é só através da provocação da surpresa, do choque, do asco ou horror, que é possível chamar a atenção?

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

COLUNA DE ROSA PENA - Sem modéstia alguma!

COLUNA DE ROSA PENA - Sem modéstia alguma!

Tenho pena da Dilma, da Marina, do Serra e de todos os candidatos. Eles não são usuários da Net, desconhecem a ternura virtual, não escrevem crônicas ou poemas, nunca fizeram parte de um grupo Yahoo, não possuem id, não sabem o que é ficar em individuais, o que é web e no final dos finalmentes não fizeram do carinho, respeito e amor os objetivos de suas campanhas. Tadinhos! Jamais conseguiriam parar Sampa e lotar uma Bienal. Foram mais de oitenta mil pessoas.

Respondam rápido, políticos ardilosos: Algum dia conseguiram engarrafar o Anhembi com suas promessas, essas sim, virtuais? Como a pergunta é difícil eu mesmo respondo. Não.

To falando sério! Foi todo mundo lá ver uma lua de papel, um arco-íris no céu de um galpão fechado, orquídeas em profusão que nascem entre os cílios da poesia, que piscam enamorados pela amizade selada num cartório divino onde o escrivão é São Jorge.

Um frio de rachar e uma bendita estufa de afeto que nos protegeu do vento da discórdia. Estou estufada de bem-querer!

Aspirantes a uma cadeira no palácio da Alvorada respondam para ganhar um milhão sem precisar colocá-lo na cueca, na bolsa ou na conta de um laranja: Já receberam crônicas, trovas, poemas e sonetos feitos sob medida para sua alegria? Ta difícil de responder? Peçam auxílio às placas.

Carinho gostoso e sincero de quem nunca lhe viu e sempre lhe amou? Peçam as cartas.
Amigos que saíram do sul, do Norte, nordeste, gastaram passagem e hospedagem pra ganhar um beijo seu? Peçam aos universitários.

Comeram pizza gelada com uma temperatura ambiente de 7 graus e tiveram a sensação térmica de 40 graus? Não peçam à ninguém. Jamais chegarão perto da emoção que eu senti.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Generosa Natureza

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Generosa Natureza

Vez por outra nos damos conta de que são os mesmos personagens que estão ocupando cargos públicos há mais de 30 anos. Virou profissão para eles. Os elementos A, B, C, ... Z a cada 2 ou 4 anos mudam de cargo: Governadores para Prefeitos, depois tornam-se Deputados, Vereadores, retornam à Prefeitura, assumem uma secretaria e ficam ali em volta da doce colméia do farto dinheiro público impedindo que uma nova turma de pessoas oxigenem o ambiente e alterem o processo de condução de nossas vidas.

Um novo elemento (na maior parte das vezes um parente próximo) só entra neste circuito depois de sabatinado com rigor e devidamente «doutrinado» a perpetuar o «esquema» que lhes garante embolsar algumas vantagens que jamais conseguiriam através de trabalho honesto, tendo em vista que grande parte deste bando não possui currículo, mas sim folha corrida.

Alguns de nós chegamos a imaginar que depois de um primeiro mandato, o incauto já poderia se retirar da vida pública com os valores obtidos em negociatas e usando este montante acumulado e economizado (quase nada gastam pois as mordomias são polpudas e as «comissões» bem mais), para montar algum tipo de negócio próspero. Não fazem isto por duas razões básicas:

1 – Alguns são incompetentes para gerenciar empresas de qualquer tamanho. Até um carrinho de pipocas. Comprovam isto com os desleixos que cometem nas repartições e gabinetes que comandam mesmo por algum período curto e rombos enormes. Desviam e deixam que em outras esferas também aconteçam sangrias. Não podem estabelecer controle para as verbas, pois estariam dando um tiro no pé. E temem que em suas empresas surjam meliantes de igual quilate que possam desviar seus patrimônios da mesma forma como ocorreu com o patrimônio público.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Solto Poema - Poema - Amêndoa - Poema - Da minha janela - Crónica

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Solto Poema - Poema - Amêndoa - Poema - Da minha janela - Crónica


Solto Poema


sobre o branco do papel

a pluma breve pousou

sangue azul

espaço a espaço derramou

e mesmo que não querendo

uma letra depois outra

fez-se livre


Amêndoa


na amêndoa
a doçura
das terras do sul
da neve da primavera
onde não neva

Da minha janela - Crónica


De manhã vê-se o céu vermelho, por cima das vivendas baixas, para os lados da Ponte, dourando a cúpula do Seminário.

Aos poucos desce uma poeira amarela e brilhante cheia de matizes, recortada pela escura sombra das velhas casas brancas, cor-de-rosa e amarelas. A frente de cada prédio há um jardinzinho onde cada um nos mostra o que terá dentro de si: Cultivam-se couves, flores ou crescem ervas bravias.

Muito cedo tudo recende um particular aroma que não existe em mais nenhum lugar da terra e reluzem indistintas sobre todas as plantas, como pérolas, gotas de orvalho.

Leia estes temas completos a partir de 23/08/2010

AS CRIANÇAS, E AS CIDADES - Conto por Lídia Frade

AS CRIANÇAS, E AS CIDADES - Conto por Lídia Frade

Naquela pequena aldeia, ainda havia escola de 1º ciclo aberta e a funcionar, no entanto quando os alunos chegavam ao segundo ciclo teriam de ir para as cidades vizinhas continuar a sua escolaridade.

Para uma criança com dez anos como Susel que nunca tinha até ali contacto diário com as escolas da cidade, ou bem pouco com a própria cidade, para se poder movimentar seria um pouco difícil.

Era o transporte público, que percorria quinze km, ate chegar à escola, o contacto com os alunos mais velhos, já desenvoltos e até matreiros na escola, o recorrer a um refeitório, com os tabuleiros, a confusão e tudo o mais, que dai advinha, e a que Susel não estava habituada.

Também não conhecia ali ninguém, as suas amigas, tinham seguido para outras escolas, e os pais tinham decidido assim, ela iria para aquela, era mais fácil e mais perto do trabalho do pai, no caso de ser preciso apoio, contudo Susel sentia-se meio perdida, seria apenas enquanto não conseguia fazer novas amizades, mas era o que estava a acontecer naquele momento.

Em outro ponto, em outra cidade o mesmo ou muito parecido, se passava com outra criança, na mesma idade, com as mesmas dificuldades na primeira adaptação, nos primeiros dias.

Era Sérgio!

Seu pai também o levou na escola nova e, no fim das apresentações, do reconhecimento das salas, e conhecimento dos professores, estava feito o primeiro dia de escola.

O pai foi lá busca-lo, levou-o consigo até ao seu serviço, depois foram almoçar num restaurante próximo, e o pai apresentou Sérgio ao dono do restaurante, pediu-lhe que se algum dia ele lá aparecesse para almoçar, podia servi-lo que logo ele passava a pagar.

Nos dias seguintes, Sérgio voltou como bom menino que era para as suas aulas, mas tinha guardado para si, a recomendação do pai ao dono do restaurante, não esqueceu que num dia próximo poderia ir almoçar bem servido, escolher o que bem lhe apetecesse, fazer tudo como se fosse já um rapaz grande, a tomar as suas decisões como gente grande, incluindo onde deveria ir almoçar, o pai tinha dito que podia ir, e
ele achava que devia.

Susel tinha aprendido o caminho do autocarro, até à escola, e vice-versa, mas naquele inicio de ano, ainda não tinha as aulas todas, e ficava chateada quando isso acontecia, e também não tinha autocarro, para poder voltar a casa, eram horas de espera, numa cidade que nada lhe dizia, com muitas pessoas, mas todas desconhecidas.


Leia este conto completo a partir de 23/08/2010

sábado, 21 de agosto de 2010

Carta Aberta à Indústria de Alimentos - Por Alexandre Pimentel * 

Carta Aberta à Indústria de Alimentos - Por Alexandre Pimentel *

Prezados Senhores,
O objetivo desta missiva é estimular a Indústria de Alimentos quanto à melhoria de qualidade de seus produtos bem como revisar o conceito de Qualidade de Vida , sinônimo de Saúde e Vida Saudável.

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS – saúde (qualidade de vida, vida saudável) é um estado de bem estar físico, emocional, mental, psicológico, espiritual e social. Atualmente mais de dois terços da humanidade não têm acesso a nenhuma alternativa de saúde vivendo em condições de absoluta carência nesses níveis apresentados pela OMS, caracterizando-se assim a miséria da falta.

Não obstante, nos países desenvolvidos, onde existem recursos ou possibilidades de recursos, é oferecida à maior parte das pessoas um conjunto de produtos alimentícios cujo conceito de qualidade é completamente equivocado: Desnaturados, enlatados, conservados, plastificados e modificados conforme a aceitação de mercado.

Em alguns desses produtos são acrescidas fibras, vitaminas e outros elementos cuja necessidade é evidente, porém, esse acréscimo, na maioria das vezes não passa de um disfarce muito mais vinculado às estratégias de Marketing do que a um genuíno interesse com a saúde pública.
Fato incontestável é que a grande maioria dos chamados alimentos industriais são produtos de venda e não veículos para a saúde de seu consumidor.

Outro fato evidente é a contratação industrial de técnicos que atestam qualidade de produtos que muitas vezes jamais eles próprios consumiriam ou ministrariam a suas famílias. Até na indústria do tabaco encontramos profissionais que garantem a inocência do cigarro.

Nas fábricas de agrotóxicos e pesticidas estão doutores qualificados que provam por A mais B que esses venenos não prejudicam o homem e o meio ambiente. Enfim, profissionais pagos existem em todo o complexo industrial para demonstrar uma qualidade cujo impacto social positivo dificilmente é percebido. Percebe-se, ao contrário, no consumidor arraigado ao consumo industrial, uma maior incidência de patologias degenerativas, o que pode ser chamado de miséria da opulência.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

POESIA DE ARLETE PIEDADE - Chamas; Nave do espaço; Utopia; Sonhos partilhados

POESIA DE ARLETE PIEDADE - Chamas; Nave do espaço; Utopia; Sonhos partilhados

Chamas

Línguas de fogo serpenteantes e gigantescas
Sobem lambendo copas de árvores impotentes
Rastejantes se insinuam, titânicas e dantescas
Consumindo vorazmente, em todas as frentes

O descuido criminoso do homem pelo ambiente
Cruel ganância de ganhos, imediatos e lucrativos
O desprezo pelas gerações futuras, são somente
Alguns dos evidentes e mais falados dos motivos

Nave do espaço

Que belo planeta azul e luminoso, vejo além a vogar...
talvez seja o mesmo que nossos ancestrais visitaram!
Ficaram as lendas dos imensos mares e animais a lutar,
habitantes inteligentes, e a civilização a despontar!

Na atmosfera azul e profunda, brancas nuvens vogavam,
nas árvores frondosas, cresciam frutos e trinavam aves...
nos oceanos, seres aquáticos, as vagas alterosas cortavam,
com corpos vigorosos, de cores variadas e formas suaves.

Utopia

Será utopia, este amor que me agita dia a dia?
Será quimera, esta ânsia, esta eterna espera?
Será ilusão, querer partilhar, tamanha paixão?
Será apenas na mente, que o amor se sente?

Ah..eu não sei não...mas o meu corpo tremente
se agita com sofreguidão, quando te pressente...
Em tamanho amor, contido com lágrimas e dor,
queria te poder amar, nem que fosse só pelo ar...

Sonhos partilhados

Hoje te esperarei, na noite quente
mas como sempre, não sei se tu virás
mas é tamanha esta saudade ardente
que suplico que o tempo volte atrás

queria para junto de ti, poder fugir
e fazer dos nossos sonhos, realidade
para poder ver-te, ir para aí, residir
pertinho de ti, algures nessa cidade

Leia estes poemas completos a partir de 23/08/2010

Nirma Regina Constantino (Salto, São paulo, Brasil) - A COLOMBINA E A ALMA - A Colombina e o Sagrado Feminino (Vídeo - Composição de Nirma Regina Cons

Nirma Regina Constantino (Salto, São paulo, Brasil) - A COLOMBINA E A ALMA - A Colombina e o Sagrado Feminino (Vídeo - Composição de Nirma Regina Constantino)

Abro o meu caminho...olhando para cima...e sorrindo.
O sol...ilumina as sombras da minha alma.
Piso na terra...com as íris no horizonte...e tranquila.
A chuva...lava o meu corpo e batiza o meu espírito.
Converso com o vento...à sombra da árvore... estou serena.
Somos todos...tão iguais...nas lutas e nos caminhos dos mortais.
Aguardo o anoitecer...ouvindo os pássaros...e aprendendo.

NIRMA REGINA CONSTANTINO

Sou uma pianista que, através de muita reflexão, desenvolvi alguns «padrões diferenciados» de sintonia com a música erudita.
Desde tenra idade «estagio» entre movimentos artísticos ( teatro, dança, pintura, literatura), porém com o intuito de melhor entender a dinâmica social.
A música é minha forma de «sabedoria intrapessoal» e acredito que o som produz o princípio para o autoconhecimento. Consequentemente, sua ministração reporta a alma do «ser»... para o núcleo... em «si mesma».

Leia estes temas completos a partir de 23/08/2010

Mesa CHEIA. Sinal de incompetência! - Por Adm. Marizete Furbino

Mesa CHEIA. Sinal de incompetência! - Por Adm. Marizete Furbino

«Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo, e fazer bem feito». (Pitágoras)
O profissional do século XXI deve ter em mente que mesa cheia de papelada não é mais sinônimo de competência; ao contrário, é sinal de incompetência.

Pilhas e mais pilhas de papéis sobre a mesa, além de atestar falta de organização, atesta incompetência, pois, se aquela papelada está ainda por cima da mesa é sinal de que não fora resolvida, e pior, em tempo hábil; logo, poderá comprometer muito o profissional responsável. Toda documentação resolvida deve ser imediatamente arquivada. Isto faz parte de uma boa organização e de um bom gerenciamento.

Ademais, torna-se visível a necessidade de, além de sermos organizados, saibamos planejar nossas ações, priorizar as tarefas, definir as prioridades de curto, médio e longo prazos, para evitar, desta forma, possíveis perdas.

Ressalta-se que, apesar de alguns dizerem que por traz de uma mesa com papéis empilhados e totalmente bagunçados existe sempre um profissional criativo, é preciso salientar que nos dias atuais, se «afogar» em meio à papelada é uma variável grave que deve ser ponderada, visto ser considerada um forte «indicador» de incompetência. Deve-se ter em mente que, se o profissional não consegue organizar sua mesa, como irá conduzir todo o seu processo de trabalho?

Chega às raias do absurdo o profissional pensar que, quando a mesa estiver entupida de papéis, os demais irão no mínimo imaginar que ele trabalha muito, que é muito competente, envolvido, comprometido e, quem sabe, até insubstituível. Um profissional com este perfil pode até ser criativo e até mesmo ser útil em várias situações para a empresa, mas certamente será inútil em projetos ou tarefas que requeiram método e organização para o alcance de bons resultados.

Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

A COLUNA DE JORGE M. PINTO - CASOS AO ACASO - Obstipação - Um mínimo de Decoro !!!- Bons Modos - Depoimentos

A COLUNA DE JORGE M. PINTO - CASOS AO ACASO - Obstipação - Um mínimo de Decoro !!!- Bons Modos - Depoimentos

Obstipação

- Foi substituído o governador, por um outro muito mais discreto e menos eficiente.
Depressa o povo o cognominou de «O prisão de ventre».
Porquê ?
Porque o outro (o antecedente) sempre ia fazendo umas merdinhas !

Um mínimo de Decoro !!!

- Um administrador já aposentado, (portanto no mínimo e na altura com 65 anos) usava mosca (pequeno tufo de pelos que deixava crescer sob o lábio inferior) e por essa razão grangeara a alcunha de O Pêra d’Aço . (Esqueci ou mesmo nunca lhe soube o nome, do mesmo modo que só me recordo de Mendonça como sobrenome de outro, alcunhado de O 30 Cabelos, ou simplesmente 30, por tratar com doentio desvelo os pouquíssimos fios que lhe restavam da antiga cabeleira.

Bons Modos

- Um chefe de posto só, no seu jeep, devidamente fardado, mas desarmado e temerariamente (vivia-se «a guerra» -1965) cumpria um trajecto em que com alguma freqüência se sofriam emboscadas.
Tendo chovido copiosamente, à passagem de certo riacho – a vau - não hesitou: tentou e o riacho a tanto se opôs.
Fora do trilho habitual, a viatura assentou ambos os eixos e não houve forma de dali a remover nem com o recurso à tracção dupla e reforço de que dispunha.
O chefe, resolvido a aguardar pacientemente o abaixar das águas para então de novo tentar safar o carro, reparou num grupo de seis africanos que, a cerca de 300 metros, estáticos, mais ou menos encobertos pela densa vegetação o observavam.

Depoimentos

Meras quezílias ou mesmo graves questões familiares relacionadas com casamentos e divórcios, heranças e partilhas, negócios e/ou simples acordos entre os nativos angolanos, normalmente tinham raízes muito profundas que, as mais das vezes, se situavam distantes várias gerações.
. Assim é que, não raro, uma qualquer desavença do presente se fundamentasse em factos passados há três, quatro, ou mais gerações atrás..
Por esta razão, quando «a maca» ou «a endaca» (leia-se questão, discórdia, desavença) era levada à presença da autoridade que havia de a dirimir, os desavindos já tinham entre si discutido vários dias, semanas, meses ou até anos, e recorrido à sabedoria do próprio Soba.


Leia este tema completo a partir de 23/08/2010

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Encontro Explosivo - O Bem Amado

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Encontro Explosivo - O Bem Amado

Encontro Explosivo

Analisando alguns fatos, o filme Encontro Explosivo traz sintomas de ser uma bomba. Apesar de Patrick O’Neill ser creditado como roteirista, pelo menos mais oito pessoas puseram suas mãos no texto, o que pode ter um desfecho desastroso.

Outro sinal de perigo é o fato de a produção ter regravações agendadas para apenas sete semanas antes da estréia no circuito estadunidense. Esse tipo de ajuste de última hora normalmente é feito como uma tentativa desesperada de salvar o dinheiro investido em um título de baixa qualidade.

Mesmo com todos esses indícios, pode-se dizer que Encontro Explosivo corresponde às expectativas e entrega o prometido. Trata-se de uma fita de ação com forte apelo cômico, por isso que nomes como Chris Tucker, Adam Sandler, e Gerard Butler foram cogitados para assumir o papel de protagonista. Como boa parte da graça está na aparente insanidade de Roy Miller, ninguém melhor do que Tom Cruise para assumir o personagem.

O Bem Amado

O cineasta Guel Arraes ganhou notabilidade com produções engraçadas que tinham o Nordeste brasileiro como cenário. A história da peça O Bem Amado, que já foi transformada em novela e seriado, parece algo irresistível para ele. Sem pestanejar, Guel pegou o enredo e transformou em mais uma comédia nordestina.

Quando o diretor se une a uma história que parece tão certa para ele, os exageros acabam estragando o que poderia ser um grande filme. Os sotaques nordestinos de alguns atores são irregulares e as situações são forçadas pela direção.
Por vezes, os atores estão um tom acima do que o desejável para a linguagem de cinema, sendo mais atrativo para quem gosta do tom teatral. Quem consegue uma regularidade maior em seu personagem é José Wilker, mas sua participação se dá em poucas cenas.

Por outro lado, o casal formado por Maria Flor e Caio Blat está totalmente descolado do restante do filme. A história de amor entre os dois poderia render boas cenas, mas fica de fora.

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José Varzeano - Diogo Dias, um dos vários casos em que o antropónimo deu origem ao topónimo

José Varzeano - Diogo Dias, um dos vários casos em que o antropónimo deu origem ao topónimo

Pequena nota: No nosso périplo pelo concelho, nesta rubrica muito procurada pelos visitantes/leitores, vamos abordar hoje um «monte» da freguesia de Martim Longo onde ainda devem viver mais de duas dezenas de pessoas, o que começa a ser difícil de encontrar.
JV

Esta pequena povoação alcança-se a partir da aldeia de Martim Longo, sede de freguesia a que pertence, tomando a estrada nº 124.

Poucos quilómetros andados encontramos à direita um entroncamento que seguimos e hoje já asfaltado, o que não acontecia quando passámos por aqui a primeira vez.

Estrada com algumas curvas aparece-nos do lado direito um pequeno monte que já referimos e hoje desabitado, o monte do Silgado. Continuando o nosso trajecto, pouco depois descortinamos igualmente à direita uma povoação de maior dimensão e que se alcança por um pequeno desvio, igualmente asfaltado. A beira da estrada um abrigo apropriado para esperar por transportes públicos.

Como muitas vezes acontece, a referência mais antiga que possuímos da povoação é a que nos dá as Memórias Paroquiais de 1758, pois o pároco que respondeu ao questionário a indica, ainda que não refira e como fez a todas as outras, o número de vizinhos existentes. Todos os párocos das outras freguesias do concelho o fizeram, excepto este.

O seu nome é evidentemente um antropónimo transformado em topónimo e de que existem vários exemplos no concelho.

Por volta de 1970 um natural do monte e a nossa solicitação contou-nos a seguinte estória : - Em tempos que as pessoas não sabem situar, dois irmãos, o Diogo e o Pedro, herdaram grande fortuna pela morte dos seus progenitores. Cada um fixou-se no quinhão que lhe coube dando origem aos «montes» existentes com os seus nomes.

Isto é a estória arquitectada pelo povo, desconhecendo que por essas alturas só herdava o filho primogénito.

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COLUNA DE MARIO MATTA E SILVA - Poema - Tais e tantas divagações

COLUNA DE MARIO MATTA E SILVA - Poema - Tais e tantas divagações

Tais e tantas divagações

As divagações
permitem
perscrutar
o disperso
o fluido
no desordenar
dispersivo
do tempo
e do local
em gesto informal
do tudo observar
e nada fixar…

As divagações
prestam-se
à desordem
da mente
na perseguição
do ausente
(e talvez presente
se a preceito)
em conjugação
consciente
dos objectos
face ao sujeito.


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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Poemas de Liliana Josué - Hei-de Rasgar Meu Caminho - Vidraça - Abstraccionismo Temporário - BRANCO QUE FERE

Poemas de Liliana Josué - Hei-de Rasgar Meu Caminho - Vidraça - Abstraccionismo Temporário - BRANCO QUE FERE

Hei-de Rasgar Meu Caminho

Rasguem-me as roupas da alma
esburaquem meu coração
retracem-me o pensamento
diluam meu ser no ácido da aridez
que hei-de obstinar-me em viver
na teimosia da permanência
força da resistência
por ser gente
por ser eu.

Vidraça

Pela vidraça do mundo
corre a minha imaginação
e vejo coisas...
Uma montanha jorrando labaredas de emoções
um rio correndo de baixo para cima
buscando o inalcançável, mas tenta...
um braço de arvore estendendo-se para mim
sendo seus galhos dedos que me apertam.
Vejo ainda beijos soltos no ar
poisando na minha boca como pássaros vermelhos.
Dois corações, lado a lado
são levados pela brisa da minha imaginação
refrescando-se no rio persistente
indo depois poisar na montanha em labaredas.


Abstraccionismo Temporário

Vácuo
Distúrbio
Medo...
Ânsia transbordante
Céu sem cor
Nem credo
Dedo
Que apontou
E destruiu.
Alma de entranhas ao sol
Secura
Dura.
Olhos cegos... olhos cegos...
Atraindo a claridade

BRANCO QUE FERE

Uma praia branca
espreguiça-se infinitamente...
é brancura que fere
na sua pureza.

Tudo tão terrivelmente branco

Um raio se sol desmaia
rendido
os olhos escondem-se
numa aflição tentadora.
O coração bate com força
a alma torna-se chama
A vida vacila.

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CORONEL FABRICIANO - 076 – O Vera Cruz - 131 – Serigrafia - 094 – O Cantor -  BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 076 – O Vera Cruz - 131 – Serigrafia - 094 – O Cantor - BENEDITO FRANCO

- Hoje em dia, democracia e aristocracia se confundem: alguns governando para alguns... E nós no meio, sendo espoliados e massacrados por uma das duas!
- Comunismo está numa ponta e a 180 graus fica o imperialismo... E nós no meio, sendo espoliados e massacrados por um dos dois!

076 – O Vera Cruz

Quando chegou da Europa, minha irmã Celma – especializou-se em hematologia na Universidade Livre de Bruxelas, Bélgica - e eu pegamos o trem Vera Cruz do Rio para Belo Horizonte.

131 – Serigrafia

No Rio, morava no Catete, bem perto da Lapa, um dos bairros mais antigos do Rio, conhecido principalmente pela boemia.

No meio dessa boemia situava-se a ACM – Associação Cristã dos Moços - que na época de minha estadia no Rio era muito frequentada pelos jovens, principalmente por causa dos esportes e pequenos cursos a preços módicos.

Frequentei o curso de saltos ornamentais, por um mês. Depois cheguei à conclusão que de peixe nada tenho. Valeu pelo menos para eu seguir, com curiosidade, interesse e algum conhecimento, as competições nas piscinas internacionais.

094 – O Cantor

No Rio, as aulas do Curso de Química terminavam às 23.30h. Para a Escola ia eu a pé, e para voltar pegava o bonde que passava pelo Largo do Machado – morava no Catete. No Largo, um dos melhores cines do Rio, e talvez o maior: o Cine São Luis.

Numa das noites haveria uma avant - premiere de um dos famosos filmes de Hollywood, com a mais famosa das estrelas do cinema, na época, a Sofia Loren – um monumento de mulher. Contudo, quem apareceu para a avant foi o protagonista do filme, também famoso – não tanto quanto, mas famosíssimo. Tenho boa memória, mas nomes de pessoas não os guardo – ainda mais artista americano, apesar de nossas televisões nos bombardear, dia e noite, com notícias e esses nomes americanos.

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COLUNA UM - Daniel Teixeira - Lições da comunicação

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Lições da comunicação

Uma das coisas de que me orgulho muito, sem falsa imodéstia e com modéstia mesmo é a minha vontade de estar sempre a aprender. Não é nada de especial, esta sede de ir sempre sabendo mais. No fundo todos, todo o ser humano e não humano, têm esta vontade de ir sempre aprendendo e nalguns casos têm a necessidade de ir sempre aprendendo.

Os irracionais não aprendendo no sentido «racional» do termo - e até que lhes seja concedido novo estatuto - refinam os hábitos, as chamadas rotinas. Por exemplo, um animal que segue sempre o mesmo caminho, ao deparar-se com algo que desconhece e que o ameaça (mesmo não ameaçando) porque lhe é diferente, porque lhe altera o ambiente «gravado», altera o seu percurso: contorna, se pode, ou retoma-o com uma nova orientação, por vezes tendo de regressar ao ponto de partida. Lembremo-nos dos conhecidos cavalos de circo quando se «enganam» no passo...

Aprender faz pois parte da essência do homem (e do animal com as condicionantes terminológicas referidas atrás), só que uns (Animal Farm ou o Triunfo dos Porcos de Orwell) aprendem mais que outros, são em suma mais iguais que outros - curioso paradoxo este...
Ora e voltando à minha pessoa e para não preencher aqui «toneladas» de linhas adormecedoras, com esta coisa da rádio eu tenho aprendido muito: caramba (!), se tenho aprendido!

De um lado aprendi que este nosso mundo afinal está cada vez mais prenhe de gente simpática. E que é muito fácil obter-se essa simpatia e esse retorno sem grande esforço e nem grande estudo - aliás é bom que se saiba que não estudei nada sobre comunicação na rádio previamente.

Parti do principio - que aliás tenho defendido desde há muito - e que assenta em raciocínios lógicos como estes: se nós existimos, se temos o nosso circulo familiar e de amizades, se gostamos de ser como somos e por reflexo sabemos que as pessoas gostam (ou não gostam outras) da forma como somos há que ser natural e há que sermos nós mesmos. Simples...


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Dueto Poético - MARTINEZ & ELIETE A. S . BEZERRA - CERTO? ERRADO? - José Geraldo Martinez - Certo? Errado? - Eliete A. S. Bezerra

Dueto Poético - MARTINEZ & ELIETE A. S . BEZERRA - CERTO? ERRADO? - José Geraldo Martinez - Certo? Errado? - Eliete A. S. Bezerra

CERTO? ERRADO?.

José Geraldo Martinez

Amar-te-ei sempre...
Com toda força que eu tiver,
por mil vidas mais, bem mais...
Onde vida houver!

Perto da insanidade...
Para alguns entendedores!
Também na proximidade,
dos homens sonhadores...

Certo? Errado?

Eliete A. S. Bezerra

Eu eu te amarei de tal modo...
Ante os ventos que imploram,
Em seus cantares sonoros...
Espalharem tão imenso amor que a ti devoto.

E assim na insanidade te devoro...
Em sonhos loucos te namoro,
No berço das relvas molhadas...
Num enlace de instantes, até a alvorada.

Se certo, errado ou imperfeito...
Este amor explode rasgando o peito,
Na loucura, sou tua e teu leito...
Fazendo-te meu amante feliz e satisfeito.


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Raizonline entrevista a cantora brasileira de Gospel, Telma Ellos

Raizonline entrevista a cantora brasileira de Gospel, Telma Ellos
Quem é Telma Ellos – Alguns apontamentos biográficos contados pela própria.

Nascida em Jequié , interior da Bahia. Filha de militar não reconhecida , parava numa garagem para ouvir o ensaio da banda que havia ali com uns jovens de cabelos compridos. O som da guitarra a atraia sempre.

Foi estudante num convento de freiras onde era escolhida pra cantar musicas românticas e religiosas em eventos do convento de onde foi expulsa tempo depois por consequência de se embriagar com licores de s. joão pela 1 vez e ultima pois não gostou da experiencia.

Voltou a casa da mãe e foi babá para ajudar seus irmãos ainda pequenos pois sua mãe já não aguentava mais trabalhar. Quando tinha 15 anos seu pai cometeu suicídio deixando-a traumatizada por longo tempo.

Tempos depois converteu-se ao Evangelho de Jesus Cristo e começou a compor. Ministrou musica a crianças carentes e ensinou violão ao filho caçula que hoje é musico fruto desse ministério.

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RAIZONLINE : Fala-nos agora um pouco dos teus projectos na música. Já gravaste quantos CDs e os nomes deles? Como foi a aceitação dos mesmos? Que tipo de publico compra os teus CDs? São apenas os frequentadores da igreja e seguidores do evangelismo ou chegas a todos os tipos de público?


Telma Ellos: Gravei o 1º cd a solo intitulado: «O Canto do Sabiá». E eclético tem um público variado desde o público infantil ao ancião, mas principalmente pessoas de outras religiões aceita, o CD e gostam porque tem música regional e que exalta a natureza.

Tem uma que tem como foco a desigualdade social e exalta a magnitude de Deus. Ainda não fiz o segundo e o terceiro CDs. Por falta de condições financeiras e porque preciso fazer o lançamento do primeiro. Música é o que não falta, pois cada dia Deus me inspira mais e mais no louvor.

Tenho o projeto de gravar um cd infantil porque tenho um publico infantil, e um cd para evangelizar pois tenho feito muito louvor que pessoas não evangélicas gostam de ouvir, e por fim um cd intitulado Raízes que seria todo voltado á minha origem. (Sertão da Bahia) e estariam incluídos os ritmos da terra como: baião, xote, forró, pe de serra e reggae. Tenho todas essa musicas esperando condições financeiras para gravar.



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domingo, 15 de agosto de 2010

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.- Tatu Subiu no Pau, ou Aconteceu em Cravinhos

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.- Tatu Subiu no Pau, ou Aconteceu em Cravinhos

Corria o ano de 1959 em Cravinhos – SP (Brasil). Início do mês de outubro; calor forte. Tarde de certa sexta feira... .
Na plataforma da estação da Mogiana, alguns funcionários da prefeitura montavam pequeno palanque, que dava para a praça defronte à estação de trem.

Por ordem do prefeito da época em fim de mandato, Manoel Arantes Nogueira, janista inveterado, improvisou-se um teste do som; os alto-falantes foram montados defronte à Casa Takekawa, próximo da Casa da Lavoura e fim de linha da Serrana -Cravinhos. A plataforma estava nos trinques: tudo limpo e bem polido, inclusive a sala de espera, os banheiros, etc. Bandeirinhas volpianas, feitas de papel de seda multicores enfeitavam os beirais da estação, do lado de dentro e do lado de fora.

Esta é a Estação da Mogiana em Cravinhos, nos dias atuais. Esta foto é de 2001, do fotógrafo Dirceu Baldo. A estação foi desativada definitivamente em 1971. Atualmente serve ao Departamento de Água e Esgotos da Prefeitura Municipal de Cravinhos.
A razão do reboliço era a esperada visita do candidato à presidência da república, digníssimo Sr. Jânio Quadros. Jânio começava sua campanha com o mote de «varre, varre, vassourinha; varre, varre a bandalheira; o povo já está cansado, de viver dessa maneira...». Como seu mandato anterior de governador de São Paulo estava em alta, Jânio resolveu percorrer de trem o interior de São Paulo, talvez lembrando feito de Lênin durante a Revolução Russa de 1917.

Jânio iria parar em tantas cidades quanto possíveis, pois seu inimigo figadal da política também era de São Paulo: Adhemar de Barros quase venceu Jânio na eleição de governador. A diferença de um por cento dos votos a favor de Jânio foi bastante contestada à época. Por sorte, ou competência, Jânio fez um governo popular e ficou bastante valorizado pelo eleitorado, inclusive pelos adhemaristas.
Daí a importância das visitas às cidades. Cravinhos estava no roteiro, pois o prefeito antecessor, Pedro de Gásperi (1952 a 1955), era adhemarista. Jânio precisava detonar a campanha de Adhemar, pois esse seria seu adversário na eleição presidencial, além do Marechal Lott.

Foto histórica de uma composição do trem da companhia Mogiana. Muitas cidades paulistas ainda mantém estações transformadas em museus à céu aberto, mostrando salas da estação, locomotivas e vagões. Em Campinas existe um museu excepcional, aberto à visitação.
Foi pelo telégrafo, em código Morse, que o chefe telegrafista da estação Mogiana de Cravinhos, Sr. Toninho, neste dia vestido de camisa social, colete e gravata borboleta, que chegou a informação: Jânio havia acabado de chegar à estação de São Simão. A parada para o pequeno comício iria demorar de quarenta e cinco minutos a uma hora, portanto o Sr Toninho avisou o prefeito Manoel Nogueira, que dentro de uma hora e meia, Jânio estaria chegando a Cravinhos.
Manoel Nogueira conferiu o discurso de boas-vindas que leria do alto do palanque, escrito com esmero. Leu e releu. Um assessor da prefeitura sugeriu então que o prefeito deveria usar a Banda Municipal de Música, a popular «Chorosa», para abrilhantar o evento. Dito e feito: o prefeito mandou vir todos os integrantes da banda.
O fato é que ninguém conseguiu encontrar o Seu Benedito, o negro que era o chefe e maestro da banda Chorosa. Todos os integrantes da banda estavam a postos no palanque. O telegrafista já havia recebido a mensagem do colega de São Simão, que Jânio já estava embarcando no trem.

Leia este tema completo a partir de 16/08/2010

FIAMA HASSE PAIS BRANDAO - Por Liliana Josué

FIAMA HASSE PAIS BRANDAO - Por Liliana Josué

Fiama Hasse Pais Brandão nasceu em Lisboa a 15 de Agosto de 1938 e faleceu na mesma cidade a 19 de Janeiro de 2007. Até aos dezoito anos residiu numa quinta em Carcavelos onde frequentou o Colégio St. Julian’s School, seguindo depois para a Faculdade de Letras de Lisboa onde estudou Filologia Germânica até ao terceiro ano.

Fazer uma dissertação ligeira sobre esta escritora não é tarefa fácil, pois também não é fácil desvendar os meandros da sua escrita visto as suas directrizes se encontrarem muito viradas para um «aparente» incompreensível muito característico de certos escritores da geração 60/70, os quais me fascinam particularmente.

Como o poeta António Ramos Rosa disse: «Fiama Hasse sente a inextricável complexidade do mundo e a sua perplexidade perante ele é permanente, embora não passiva (…)», ou Gastão Cruz, um dos seus maridos «(…) A poesia de Fiama Hasse mais não fez do que aprofundar as relações entre a linguagem e o mundo, entre as palavras e a vida, entre as imagens linguísticas e as imagens reais (…)», «Letras & Letras, 1992».

Fiama Hasse Pais Brandão foi poeta, dramaturga, ficcionista e ensaísta. Pertenceu à mesma corrente literária de Luíza Neto Jorge, e tal como ela, revelou-se na Antologia Poesia 61 com catorze poemas intitulados «Metamorfismos»:

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FLORBELA ESPANCA- Por Sanio Aguiar Morgado

FLORBELA ESPANCA- Por Sanio Aguiar Morgado

Naquela noite de 7 para 8 de Dezembro de 1930, Florbela Espanca avisou a sua criada Teresa de que não ia dormir no seu quarto habitual, do casal, mas noutro mais tranqüilo e pediu-lhe para não ser despertada no dia seguinte. Disse-lhe, ainda, que andava com insônias e que queria dormir em paz...o máximo de tempo possível. Pela manhã, quando foi encontrada, era tarde demais Florbela morreu durante a noite, possivelmente às duas horas da manhã, à mesma hora e no mesmo dia em que tinha nascido, 36 anos antes.

O dia 8 de dezembro é o dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal, e curiosamente, Florbela Espanca nasceu a 8 de Dezembro (1894), casou a 8 de Dezembro de 1913, suicidou-se a 8 de dezembro de 1930, foi baptizada na igreja de Nª Sª da Conceição, aos 8 anos adotou o nome «da Conceição», e lecionou no colégio Nª Sªda Conceição, em Évora . O dia 8 de dezembro era ainda o aniversario da sua mãe, mãe que Florbela não conheceu bem.

Procurou incessantemente a felicidade no amor, mas a tragédia rondava sua vida, suas constantes decepções amorosas e finalmente a perda de seu irmão, amigo e confidente, através de cartas, selou sua desilusão pela vida.

O facto de ter assumido dois divórcios e três casamentos, numa época em que não era permitido a mulher tal liberdade, fez cair sobre ela o peso de uma sociedade austera, desumana, mesquinha e caluniosa. Perdia-se aí a maior poetisa de nossa língua.
Seu livro «Poesia Completa» na sua 5ª edição da Publicações Dom Quixote - Lisboa - em 2004 é particularmente especial para se compreender este ser tão especial.

Infelizmente até os dias de hoje há os que a julgam e condenem atribuindo-lhe o rótulo de libertina que ultrapassou as barreiras da natureza como sendo uma pessoa que escolheu as contradições «contra natura» que a conduziu a depressão e ao suicidio conforme publicação de nº 60 de maio de 2009 de «O Campanário» da paróquia de Ervidel.

Leia este tema completo a partir de 16/08/2010

Poesia de Lídia Frade - DIFERENTE - AMIGAS PARA SEMPRE - BALANÇA DA VIDA

Poesia de Lídia Frade - DIFERENTE - AMIGAS PARA SEMPRE - BALANÇA DA VIDA

DIFERENTE

Se ser normal
E apenas,
Aquilo que os outros querem,
Aquilo que os outros são?
Eu, não!
E ser genial submissa,
A ideias de padrão?
_Eu, não!


AMIGAS PARA SEMPRE

O noite que sempre foste
Das minhas palavras aliada
Das minhas noites de insónia
A confidente

E eu, na tua escuridão
Fechada, aconchegada,
Com todo o tempo para sonhar
Mesmo acordada.

BALANÇA DA VIDA

A vida é uma balança
Oscilante em seu pesar,
Sem o equilíbrio
De um trinco,
Ou na doçura de um amor
Um abraço forte
A aconchegar,
O seu fiel, vai tombar.

Leia estes poemas completos a partir de 16/08/2010

Poesia de Ilona Bastos- E Vós, O Que Pensais Sobre Isto? - MAR – V - BAILADOS DE GAIVOTAS

Poesia de Ilona Bastos- E Vós, O Que Pensais Sobre Isto? - MAR – V - BAILADOS DE GAIVOTAS


E Vós, O Que Pensais Sobre Isto?

Caminhando pela rua,
Há momentos em que me apetece parar,
Quedar, estática, na beira do passeio,
Simplesmente sentir a brisa no rosto,
Escutar o som dos automóveis velozes,
E dos aviões que se atravessam na paisagem,
Aspirar o odor das flores primaveris
Que se desprende dos jardins vizinhos.
Nestes momentos, apetece-me parar...

E vós, o que pensais sobre isto?

MAR – V

Estou e não estou
Na praia,
Enquanto não conversar
Com o mar.

Se o contemplo de longe,
Se lhe aceno sorridente,
Mas não me entrego, sozinha,
Não estou ainda na praia.

Se desço a longa escadaria,
Se saltito sobre a areia quente,
Mas não me entrego, sozinha,
Não estou ainda na praia.

BAILADOS DE GAIVOTAS

Ao som de La Primavera,
o branco planado das gaivotas
estampado contra o azul do céu!

Um bailado majestoso de voos
singulares, aos pares, em volteados,
aproximando-se, sobrevoando-me,
cruzando-se em diferentes planos,
surgindo em inesperadas alturas
aos círculos, em rodas, elipses,
afastando-se em direcção ao mar!

Com a Viúva Alegre de Lehár
valsam agora sobre o miradouro
com suavidade magistral!

Leia estes poemas completos a partir de 16/08/2010

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - QUANDO CHEGA UM D. SEBASTIAO

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - QUANDO CHEGA UM D. SEBASTIAO

O Senhor Reis era proprietário duma Empresa onde trabalhavam dezenas de pessoas.
Como era desorganizado, a Empresa estava em decadência e ele não se apercebia. Os empregados, por falta de orientação superior, desmotivaram-se, tornaram-se preguiçosos e também um pouco irresponsáveis.

Cada dia que passava, trabalhavam menos. Por vezes entretinham-se a inventar alcunhas, por isso, alguns já tinham alcunha.
O José a quem chamavam «Faz Tudo», era um homem muito prestável e estava sempre disponível para fazer qualquer coisa que lhe fosse solicitada.

O Francisco era um rapaz muito simpático, boa pessoa, mas muito teimoso. Tinha a mania que sabia tudo. Ai de quem lhe dissesse o contrário, pois ficava zangadíssimo! Por assim ser, chamavam-lhe o «Sabe Tudo».
O Vicente era uma pessoa agradável, mas muito preguiçoso, andava sempre devagar, trabalhava lentamente e passava o tempo a olhar para o relógio, ansioso pela hora da saída. Mesmo assim, saía muitas vezes antes da hora e deixava tudo desarrumado, porque não era cuidadoso. Chamavam-lhe «Pontual de Saída».

O Jeremias era trabalhador, mas irresponsável e nunca assumia qualquer erro. Quando lhe chamavam a atenção para algum erro que tivesse cometido, o que pode acontecer a qualquer pessoa que trabalha, dizia: - «Não tenho culpa, foi assim que o Senhor Antunes me mandou fazer». O Senhor Antunes era o Chefe, uma excelente pessoa que estimava todos os trabalhadores da Empresa, sem excepção, mas não tinha capacidade para gerir. Como o Jeremias achava que nunca tinha culpa de nada, chamavam-lhe «Não Tenho Culpa».

Ainda havia outros empregados que tinham alcunha, mas não vale a pena estar agora a dizer as alcunhas de todos, até porque, não é nada agradável ter alcunha, nem é bonito pôr-se alcunha às pessoas.

O Senhor Antunes tinha consciência da sua incapacidade para orientar os trabalhadores da Empresa e isso preocupava-o muito. Resolveu alertar o patrão para a situação que se vinha a agravar.

Leia este conto completo a partir de 16/08/2010

Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - NUM APICE - DESCAMINHOS

Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - NUM APICE - DESCAMINHOS

NUM APICE - DESCAMINHOS

NUM APICE

E se o sol se dependurasse
Sobre teus pensamentos confusos
E, num ápice,
Tuas ideias aclarasse?

Quem sabe se tremenda tempestade
Penetrou teu coração
Com o soltar duma gota de orvalho
Diante de teu olhar distraído?!

Quem sabe se tua inquietação
Foi um nevoeiro qualquer
Que se dependurou dos céus
Em manhã de chuvas magoadas?!

Quem sabe se tua inquietude se impôs
Com a aproximação das trovoadas
Dum Outono invernoso,
Ou de qualquer anoitecer
Sem a voz duma lâmpada acesa?!

DESCAMINHOS

Escorre da vidraça uma chuva vulgar de Outono,
Lavada como cristais.
Cá dentro, o sono de todas as almas,
O peso nos olhos de noite mal dormida.
As prateleiras estão cansadas,
Tanto que os livros pesam
Tanto peso da poeira.
Guardo meu silêncio logo pela manhã.
Tiro um livro da prateleira,
Descanso em sua leitura minha canseira
De palavras mal soadas, vãs.

A cidade está triste
E sente no corpo o peso da névoa dependurada
Do céu cinzento de nuvens negras.
É indiscutível que estou como a cidade.
As ruas estão povoadas de guarda-chuvas,
Mas apesar disso existem corpos molhados.
Está latente na minha aparência,
Nos tremores que sinto,
Na roupa molhada,

Leia estes poemas completos a partir de 16/08/2010

CORONEL FABRICIANO - 011 - O imposto - Barrado na porta -  BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 011 - O imposto - Barrado na porta - BENEDITO FRANCO

UUSS têm... França tem... Inglaterra tem... China tem... India tem... Rússia tem... Israel tem...
Iraque não pode ter... Brasil não pode ter... Iran não pode ter... Argentina não pode ter... Africa não pode ter... ... ... todos não poderiam ter... ...?

011 - O imposto

Trabalhava eu com minha irmã Celma Deuze - Deuzinha, para a família e amigos - em seu laboratório de análises clínicas em Coronel Fabriciano.
No laboratório acontecia cada uma...
Um dia necessitei de água do mar, para preparar uma solução para cultura microbiológica. Só que estava em Minas Gerais e, como todos sabem, não há mar em Minas Gerais. Pensei até em ir a Vitória, o mar mais próximo de Fabriciano, pois a solução era imprescindível.

Barrado na porta

Celma tirou alguns dias de folga, indo para Guarapari visitar o irmão José Maurício, deixando-me a incumbência de pagar, sem falta, um imposto no Banco do Brasil na agência de Acesita, aliás, na época, a única do BB na região.

No dia do vencimento, às três e cinqüenta da tarde, lembrei-me do tal pagamento do imposto. Eu em Fabriciano e o banco fechava às quatro em Acesita, outro município. Peguei o carro, um Vemag, saí afoito feito um foguete. Chegando à porta do banco, encontrei um funcionário fechando-a.

Cumprimentei-o, dando-lhe um pequeno sorriso perturbado e de sengracês, mas ele levou a palma da mão à frente indicando-me que não seria possível entrar - dessorri. Expliquei-lhe a urgência do pagamento e que, por recomendação da Dra Celma, sua conhecida, o imposto não poderia deixar de ser pago naquela data.

Leia este tema completo a partir de 16/08/2010