Origens do Fado - Da Severa a Ana Moura passando por Amália Rodrigues - Por Arlete Piedade
Fado é uma expressão musical, chamada actualmente de «canção nacional», embora na verdade esteja mais ligada a Lisboa, tendo a sua origem nos bairros pobres no século XIX, sendo a primeira fadista cujo nome chegou até aos nossos dias, a mitica Severa.
Muitas teorias de vários estudiosos e autores, atribuem diferentes origens ao fado, desde aqueles que dizem ter vindo com os mouros chegados do norte de Africa no séc. VIII, a outros que acham que é uma canção de marinheiros, e até há quem ache que tem influências de Espanha e do flamenco.
Embora o termo «fado» tenha a sua origem em «factum», e este termo seja usado por Luís de Camões, nos Lusíadas, para significar «destino», em termos históricos e de tradição oral, apenas a partir do século XIX, o fado como canção, começa a ser referenciado e cantado nos bairros pobres de Lisboa, como Madragoa , Alfama e Mouraria.
No início desse século com a partida da família real para o Brasil, bem como muitas famílias nobres que a acompanharam, bem como a guerra civil que se seguiu para determinar a sucessão ao trono entre D. Miguel e D. Pedro e os seus seguidores, absolutistas e liberais, muitas tragédias e convulsões sociais assolaram a sociedade de então.
Famílias separadas, mortes e tragédias, preconceitos e divisões entre classes sociais que com os ideais veiculados pela Revolução Francesa, de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, as pessoas começaram a não tolerar e a revoltarem-se procurando se libertar de velhas maneiras de viver.
São esses os temas que começaram a ser cantados nos primeiros fados, o chamado fado castiço, em que se fala de desgraças, de gente pobre, de amores infelizes e casais de classes sociais diferentes, que por via dessa diferença estavam condenados á separação e infelicidade. Não que esse facto os impedisse de viver grandes amores que eram então transpostos para a letra dos fados mais sofridos e sentimentais.
Desde os primórdios do fado, que ficaram na memória oral, figuras emblemáticas, como Amália Bexigosa, Rosa Enjeitada, Júlia Florista, Joaquina dos Cordões, Escarnichia, António Maluco, Caga Dinheiro, Saldanha da Porcalhota, Pontapé na Cara ou Alfredo Bacalhau. Mas o maior mito do fado, antes de Amália, foi a Severa.
Leia este tema completo a partir de 30/08/2010
Fado é uma expressão musical, chamada actualmente de «canção nacional», embora na verdade esteja mais ligada a Lisboa, tendo a sua origem nos bairros pobres no século XIX, sendo a primeira fadista cujo nome chegou até aos nossos dias, a mitica Severa.
Muitas teorias de vários estudiosos e autores, atribuem diferentes origens ao fado, desde aqueles que dizem ter vindo com os mouros chegados do norte de Africa no séc. VIII, a outros que acham que é uma canção de marinheiros, e até há quem ache que tem influências de Espanha e do flamenco.
Embora o termo «fado» tenha a sua origem em «factum», e este termo seja usado por Luís de Camões, nos Lusíadas, para significar «destino», em termos históricos e de tradição oral, apenas a partir do século XIX, o fado como canção, começa a ser referenciado e cantado nos bairros pobres de Lisboa, como Madragoa , Alfama e Mouraria.
No início desse século com a partida da família real para o Brasil, bem como muitas famílias nobres que a acompanharam, bem como a guerra civil que se seguiu para determinar a sucessão ao trono entre D. Miguel e D. Pedro e os seus seguidores, absolutistas e liberais, muitas tragédias e convulsões sociais assolaram a sociedade de então.
Famílias separadas, mortes e tragédias, preconceitos e divisões entre classes sociais que com os ideais veiculados pela Revolução Francesa, de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, as pessoas começaram a não tolerar e a revoltarem-se procurando se libertar de velhas maneiras de viver.
São esses os temas que começaram a ser cantados nos primeiros fados, o chamado fado castiço, em que se fala de desgraças, de gente pobre, de amores infelizes e casais de classes sociais diferentes, que por via dessa diferença estavam condenados á separação e infelicidade. Não que esse facto os impedisse de viver grandes amores que eram então transpostos para a letra dos fados mais sofridos e sentimentais.
Desde os primórdios do fado, que ficaram na memória oral, figuras emblemáticas, como Amália Bexigosa, Rosa Enjeitada, Júlia Florista, Joaquina dos Cordões, Escarnichia, António Maluco, Caga Dinheiro, Saldanha da Porcalhota, Pontapé na Cara ou Alfredo Bacalhau. Mas o maior mito do fado, antes de Amália, foi a Severa.
Leia este tema completo a partir de 30/08/2010
Ao que me parece, o Fado não é uma criação brasileira?
ResponderEliminarGostei desse seu levantamento histórico, muito bom, trouxe informações que eu desconhecia completamente.
Tenho um portal de Guitarra Portuguesa, http://guitarraportuguesa.macrisan.net, no linque Em Concerto: http://guitarraportuguesa.macrisan.net/em-concerto há fadistas, também há outros linques de outros fadista.
O do Ricardo Araújo, é um músico de Fado, toca Guitarra Portuguesa, acompanhou Roberto Leal na sua última turnê pelo Brasil, começo de 2010, fez uma tunê pela Europa, indo a Portugal e Rússia, essa fez com seu irmão. Tem uma escola de música em São Paulo.
Futuramente eu tenho a pretensão de aprender Guitarra Portuguesa.
Arlete,
ResponderEliminarGostei muitissimo da sua crónica, sobre Maria Severa, conhecia parte da sua história, contada pelos meus avós maternos. Na verdade história triste, de quem abriu as portas do fado em Portugal, um grande talento, uma vida amarga e curta.
Obrigado pela sua narração, esclareceu muito que, desconhecia sobre a mesma, deixando mais vincado em minha mente, a sua vida, do seu passado.
Sua crónica, creio que, foi motivo de grande surpresa, para muitos leitores do jornal Raizonline, especialmente, os mais jovens e amantes do fado.
Obrigado ao jornal Raizonline, pelo seu conteudo maravilhoso.
Emanuel
Olá Arlete
ResponderEliminarEste seu artigo é certamente muito frutuoso para o nosso país dando ao mundo conhecimento das possíveis origens e história do nosso fado. É um trabalho muito pedagógico.
Obrigada amiga.
Liliana Josué