domingo, 29 de agosto de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O agradecimento e o esquecimento

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O agradecimento e o esquecimento

Nesta vida todos teremos com certeza recordações de alturas no nosso «campeonato» de vida em que nos sentimos gratificados por termos recebido uma palavra de apoio ou de gratidão, um incentivo, um «vamos em frente», enfim...um sinal ainda que ténue de solidariedade.

Essa palavra de solidariedade contudo também não foge à regra geral dos raciocínios correntes quando por exemplo é relatada a outra pessoa: «Olha, fulano ou fulana disse-me isto e eu fiquei muito contente.»; respondendo por vezes (poucas felizmente) a outra pessoa que o incentivo, «vindo de quem vem» não tem assim um valor por aí além.

E é um facto que a credibilidade da pessoa que nos faz o elogio lhe dá um valor progressivo de acordo com essa mesma credibilidade ou conhecimento...algumas profissões ou produtos utilizam por exemplo os chamados «líderes de opinião» para promoverem ou o seu trabalho ou o seu produto. Actores, cantores, futebolistas etc. ou noutros casos gente anónima que de alguma forma se entende que corresponde a um figurino de identificação.

O idoso com olhar límpido e sereno por detrás dos seus óculos pode por exemplo promover uma marca destes ou mesmo de próteses auditivas, uma idosa, igualmente de olhar límpido e sereno por vezes dá lições fazendo de avozinha para a receita de uma sopa ou até (que absurdo) promover uma marca de congelados.

Nós, aqui no jornal e na rádio, temos a grande vantagem de não ter nem possibilidades financeiras nem interesse pessoal ( não forçosamente por esta ordem) em utilizar «truques» mais ou menos bem aplicados para promover quer o nosso jornal quer a nossa rádio.

Os próprios autores que connosco trabalham promovem-se também a eles mesmos, usem ou não óculos e tenham mais de «50» e saibam ou não fazer uma excelente pescada congelada...
Pela nossa parte tentamos apanhar um pouco do movimento da generalidade e da diversidade que o facto de reunirmos por aqui na sede o total das intervenções e lermos tudo (mesmo tudo) nos faculta, tentamos fazer estudos «quase instintivos» e usamos esse background para dar conselhos sejam eles depois seguidos ou não.

Ainda ontem - e referi isso na rádio - verifiquei que o maior volume de comentários aos trabalhos publicados é efectuado junto de trabalhos de pessoas que referem aos seus amigos que publicaram no dia tal, no sitio tal, no link tal um poema, um texto, um comentário: vá lá e confira...dizem os brasileiros.

Leia este tema completo a partir de 30/08/2010

2 comentários:

  1. Acredito que esqueceu de falar sobre a forma como é feita a comunicação de um artista através de sua arte, pois dependendo da comunicação, da maneira como é feita, vai ser preciso que o público que está a apreciar tenha um determinado conhecimento, isso faz diferença para a arte ser levada a grandes massas, até mesmo o Fado tem passado por isso em Portugal. Nem sempre ´s possível produzir arte de alta qualidade, mas se não tiver, tudo estará perdido.

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