COLUNA UM - Daniel Teixeira- Pensamentos
Estou neste momento a ouvir na nossa rádio Raizonline o cantor português José Afonso. Conheci-o um pouco, não tanto ao ponto de ter ficado na sua lista de relações, mas é sempre gratificante ter contacto com gente famosa, mesmo que na altura as coisas já andassem mal para o seu lado no plano da saúde: esclerose múltipla, ao que me disseram foi-o levando aos poucos desta vida.
O José Afonso, por aquilo que sei, passou tempos difíceis, extremamente difíceis, lutou, manteve-se sempre igual a si mesmo, derrubaram-no, levantou-se sempre e...passado tempo uma doença leva-o.
Convenhamos que este tema não é propriamente muito leve, mas serve, não acho que haja outra forma de o fazer, para reflectir um pouco não sobre e efemeridade da vida mas sobre os absurdos com que tropeçamos na vida e sobre o que nos leva a deixar de crer na possibilidade que sempre foi remota de termos um conhecimento tranquilo sobre o nosso futuro. Já não há - se é que houve alguma vez.
A Cristina Maia Caetano na sua crónica desta semana escreve sobre a cada vez maior solicitação das pessoas pelas crenças chamadas de alternativas mas serão mesmo alternativas?
Quando se fez aqui um trabalho sobre o Albinismo em Africa - depois vimos os albinos no Brasil e noutros países do mundo - li textos em francês sobre o tema e havia lá uma frase que eu achei bastante profunda e reveladora.
Um autor francês (não tenho o texto exacto aqui nem vou procurar o seu autor ) dizia de uma forma liminar: levámos estes últimos tempos a dizer às pessoas que a «curandaria» (ou seja a chamada cura tradicional) tinha desaparecido e perdido a sua influência porque a ciência se lhe tinha sobreposto e acabara por a reduzir a uma expressão residual.
Mas, segundo este autor, a situação é precisamente ao contrário: a medicina tradicional terá desaparecido não por força da ciência mas por força da crença na ciência. Ou seja, e por outras palavras, não foi a ciência no seu sentido efectivo e actuante que se sobrepôs à medicina tradicional, mas sim a «fé» em si que ela criou.
Ou seja, a uma fé sobrepôs-se uma outra fé.
Leia este tema completo a partir de 16/08/2010
Estou neste momento a ouvir na nossa rádio Raizonline o cantor português José Afonso. Conheci-o um pouco, não tanto ao ponto de ter ficado na sua lista de relações, mas é sempre gratificante ter contacto com gente famosa, mesmo que na altura as coisas já andassem mal para o seu lado no plano da saúde: esclerose múltipla, ao que me disseram foi-o levando aos poucos desta vida.
O José Afonso, por aquilo que sei, passou tempos difíceis, extremamente difíceis, lutou, manteve-se sempre igual a si mesmo, derrubaram-no, levantou-se sempre e...passado tempo uma doença leva-o.
Convenhamos que este tema não é propriamente muito leve, mas serve, não acho que haja outra forma de o fazer, para reflectir um pouco não sobre e efemeridade da vida mas sobre os absurdos com que tropeçamos na vida e sobre o que nos leva a deixar de crer na possibilidade que sempre foi remota de termos um conhecimento tranquilo sobre o nosso futuro. Já não há - se é que houve alguma vez.
A Cristina Maia Caetano na sua crónica desta semana escreve sobre a cada vez maior solicitação das pessoas pelas crenças chamadas de alternativas mas serão mesmo alternativas?
Quando se fez aqui um trabalho sobre o Albinismo em Africa - depois vimos os albinos no Brasil e noutros países do mundo - li textos em francês sobre o tema e havia lá uma frase que eu achei bastante profunda e reveladora.
Um autor francês (não tenho o texto exacto aqui nem vou procurar o seu autor ) dizia de uma forma liminar: levámos estes últimos tempos a dizer às pessoas que a «curandaria» (ou seja a chamada cura tradicional) tinha desaparecido e perdido a sua influência porque a ciência se lhe tinha sobreposto e acabara por a reduzir a uma expressão residual.
Mas, segundo este autor, a situação é precisamente ao contrário: a medicina tradicional terá desaparecido não por força da ciência mas por força da crença na ciência. Ou seja, e por outras palavras, não foi a ciência no seu sentido efectivo e actuante que se sobrepôs à medicina tradicional, mas sim a «fé» em si que ela criou.
Ou seja, a uma fé sobrepôs-se uma outra fé.
Leia este tema completo a partir de 16/08/2010
Vou crer.
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