Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.- Tatu Subiu no Pau, ou Aconteceu em Cravinhos
Corria o ano de 1959 em Cravinhos – SP (Brasil). Início do mês de outubro; calor forte. Tarde de certa sexta feira... .
Na plataforma da estação da Mogiana, alguns funcionários da prefeitura montavam pequeno palanque, que dava para a praça defronte à estação de trem.
Por ordem do prefeito da época em fim de mandato, Manoel Arantes Nogueira, janista inveterado, improvisou-se um teste do som; os alto-falantes foram montados defronte à Casa Takekawa, próximo da Casa da Lavoura e fim de linha da Serrana -Cravinhos. A plataforma estava nos trinques: tudo limpo e bem polido, inclusive a sala de espera, os banheiros, etc. Bandeirinhas volpianas, feitas de papel de seda multicores enfeitavam os beirais da estação, do lado de dentro e do lado de fora.
Esta é a Estação da Mogiana em Cravinhos, nos dias atuais. Esta foto é de 2001, do fotógrafo Dirceu Baldo. A estação foi desativada definitivamente em 1971. Atualmente serve ao Departamento de Água e Esgotos da Prefeitura Municipal de Cravinhos.
A razão do reboliço era a esperada visita do candidato à presidência da república, digníssimo Sr. Jânio Quadros. Jânio começava sua campanha com o mote de «varre, varre, vassourinha; varre, varre a bandalheira; o povo já está cansado, de viver dessa maneira...». Como seu mandato anterior de governador de São Paulo estava em alta, Jânio resolveu percorrer de trem o interior de São Paulo, talvez lembrando feito de Lênin durante a Revolução Russa de 1917.
Jânio iria parar em tantas cidades quanto possíveis, pois seu inimigo figadal da política também era de São Paulo: Adhemar de Barros quase venceu Jânio na eleição de governador. A diferença de um por cento dos votos a favor de Jânio foi bastante contestada à época. Por sorte, ou competência, Jânio fez um governo popular e ficou bastante valorizado pelo eleitorado, inclusive pelos adhemaristas.
Corria o ano de 1959 em Cravinhos – SP (Brasil). Início do mês de outubro; calor forte. Tarde de certa sexta feira... .
Na plataforma da estação da Mogiana, alguns funcionários da prefeitura montavam pequeno palanque, que dava para a praça defronte à estação de trem.
Por ordem do prefeito da época em fim de mandato, Manoel Arantes Nogueira, janista inveterado, improvisou-se um teste do som; os alto-falantes foram montados defronte à Casa Takekawa, próximo da Casa da Lavoura e fim de linha da Serrana -Cravinhos. A plataforma estava nos trinques: tudo limpo e bem polido, inclusive a sala de espera, os banheiros, etc. Bandeirinhas volpianas, feitas de papel de seda multicores enfeitavam os beirais da estação, do lado de dentro e do lado de fora.
Esta é a Estação da Mogiana em Cravinhos, nos dias atuais. Esta foto é de 2001, do fotógrafo Dirceu Baldo. A estação foi desativada definitivamente em 1971. Atualmente serve ao Departamento de Água e Esgotos da Prefeitura Municipal de Cravinhos.
A razão do reboliço era a esperada visita do candidato à presidência da república, digníssimo Sr. Jânio Quadros. Jânio começava sua campanha com o mote de «varre, varre, vassourinha; varre, varre a bandalheira; o povo já está cansado, de viver dessa maneira...». Como seu mandato anterior de governador de São Paulo estava em alta, Jânio resolveu percorrer de trem o interior de São Paulo, talvez lembrando feito de Lênin durante a Revolução Russa de 1917.
Jânio iria parar em tantas cidades quanto possíveis, pois seu inimigo figadal da política também era de São Paulo: Adhemar de Barros quase venceu Jânio na eleição de governador. A diferença de um por cento dos votos a favor de Jânio foi bastante contestada à época. Por sorte, ou competência, Jânio fez um governo popular e ficou bastante valorizado pelo eleitorado, inclusive pelos adhemaristas.
Daí a importância das visitas às cidades. Cravinhos estava no roteiro, pois o prefeito antecessor, Pedro de Gásperi (1952 a 1955), era adhemarista. Jânio precisava detonar a campanha de Adhemar, pois esse seria seu adversário na eleição presidencial, além do Marechal Lott.
Foto histórica de uma composição do trem da companhia Mogiana. Muitas cidades paulistas ainda mantém estações transformadas em museus à céu aberto, mostrando salas da estação, locomotivas e vagões. Em Campinas existe um museu excepcional, aberto à visitação.
Foto histórica de uma composição do trem da companhia Mogiana. Muitas cidades paulistas ainda mantém estações transformadas em museus à céu aberto, mostrando salas da estação, locomotivas e vagões. Em Campinas existe um museu excepcional, aberto à visitação.
Foi pelo telégrafo, em código Morse, que o chefe telegrafista da estação Mogiana de Cravinhos, Sr. Toninho, neste dia vestido de camisa social, colete e gravata borboleta, que chegou a informação: Jânio havia acabado de chegar à estação de São Simão. A parada para o pequeno comício iria demorar de quarenta e cinco minutos a uma hora, portanto o Sr Toninho avisou o prefeito Manoel Nogueira, que dentro de uma hora e meia, Jânio estaria chegando a Cravinhos.
Manoel Nogueira conferiu o discurso de boas-vindas que leria do alto do palanque, escrito com esmero. Leu e releu. Um assessor da prefeitura sugeriu então que o prefeito deveria usar a Banda Municipal de Música, a popular «Chorosa», para abrilhantar o evento. Dito e feito: o prefeito mandou vir todos os integrantes da banda.
Manoel Nogueira conferiu o discurso de boas-vindas que leria do alto do palanque, escrito com esmero. Leu e releu. Um assessor da prefeitura sugeriu então que o prefeito deveria usar a Banda Municipal de Música, a popular «Chorosa», para abrilhantar o evento. Dito e feito: o prefeito mandou vir todos os integrantes da banda.
O fato é que ninguém conseguiu encontrar o Seu Benedito, o negro que era o chefe e maestro da banda Chorosa. Todos os integrantes da banda estavam a postos no palanque. O telegrafista já havia recebido a mensagem do colega de São Simão, que Jânio já estava embarcando no trem.
Leia este tema completo a partir de 16/08/2010
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