sábado, 18 de setembro de 2010

Crónica de Haroldo P. Barboza - 51 não é boa idéia.

Crónica de Haroldo P. Barboza - 51 não é boa idéia.

51 não é boa idéia.

Se míseros 51% de votos NULOS não são suficientes para anular uma eleição, com mais surpresa um valor de 55% também não. Nem 80%. Pasmem! Nem 99,9999%.
Isto significa que num universo de 120 milhões de eleitores cadastrados (alguns fantasmas), se um candidato votar em si mesmo e contar com os votos de 9 familiares e de 90 cabos eleitorais, ele será empossado mesmo que 119.999.900 votem NULO.
Um modelo de «democracia» a ser oferecido aos países do primeiro mundo. Da mesma forma que nosso modelo de atendimento de saúde. Com certeza eles darão enormes gargalhadas.

Uma lei «sábia» para os pilantras (que a escreveram) que concorrem aos cargos públicos. Uma prova de «democracia» avançada. De fazer inveja aos países nórdicos.

Não podemos dizer que é uma lei «salomônica» pois esta magnífica figura da família de David não escreveria uma imbecilidade onde 100 gatos pingados (aliás, ratos pingados) derrotam a unanimidade de mais de 119 milhões de indivíduos. Podemos chamar este modelo de «ditadura democrática»?

Este absurdo é aceito pela nossa sociedade acomodada e hipócrita que engole (da mesma forma que devora o BBB e outras bostas) o assunto com a maior naturalidade. Fato que não ocorre num condomínio de moradias. Se 98 moradores preferem a administração de uma empresa, um elemento não se elegerá síndico para gerir as finanças comuns com o próprio voto e do primo que mora no andar de baixo!

Imagine se um avião com 600 lugares vai levantar vôo com apenas 2 passageiros. Nem que o Papa tussa (junto com a vaca).

Voltando ao «circo» das nossas eleições, uma estrutura fedorenta desta não é aceita por países com um mínimo de civilidade e de consciência de cidadania. Além da barbaridade descrita acima, temos outra pérola de «transparência»: o sistema eleitoral contabiliza os votos eletronicamente e não fornece meios de conferência após o resultado anunciado.

Somente numa sociedade onde o título de eleitor é um mero artefato de plástico (até para marcar páginas é inútil) que não tem serventia para definir a vontade popular, tal cenário é montado e rotulado de «à prova de sabotagem».

Leia este tema completo a partir de 20/09/2010

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