sexta-feira, 10 de setembro de 2010

José Varzeano- A olaria martim-longuense, uma arte extinta

José Varzeano- A olaria martim-longuense, uma arte extinta

(PUBLICADO NO JORNAL DO ALGARVE DE 21 DE JANEIRO DE 1988)

E opinião de técnicos e curiosos que o «nordeste algarvio» tem potencialidades que lhe permitem o desenvolvimento. O artesanato nunca é esquecido e no desenvolvimento turístico da serra, que se preconiza, é sempre factor considerado de importância no conjunto em que entram, entre outros, a beleza paisagística, a arquitectura rural, o património histórico e etnográfico, a gastronomia, a caça, a pesca e os desportos náuticos.

A Câmara Municipal de Alcoutim, entidade dinamizadora, por intermédio de uma comissão e com o auxílio de outras entidades, vem organizando anualmente uma feira de artesanato concelhio, caminhando-se para a terceira.

Segundo nos afirmam, houve uma melhoria acentuada da 1ª para a 2ª, com aumento considerável de visitantes. E muito importante que a Feira continue a realizar-se e a enriquecer sempre as suas componentes. Ainda que seja um mal tolerado, os organizadores serem quase sempre os mesmos, nos pequenos meios, como é Alcoutim, isso torna-se mais notório.

Temos exemplo disso nas Festas da Vila, onde a comissão organizadora é praticamente vitalícia e só a muita carolice permite a sua continuação. Isto origina, naturalmente, grande saturação que proporciona estagnação, falta de novas ideias. Pensamos que a criação da nova Escola Preparatória e Secundária originará a fixação de novas gentes que poderão injectar outras concepções e terem precioso auxílio no desenvolvimento regional.

A criação de oficinas - escolas, ideia que lançámos na 1ª Feira quando proferimos algumas palavras sobre o artesanato alcoutenejo (1), não teve até hoje qualquer seguimento. Sabemos que no vizinho concelho de Mértola, que tem muitas afinidades com o de Alcoutim, está (ou esteve) funcionando uma oficina - escola de tecelagem, que tem produzido resultados muito positivos, de que a TV e imprensa diária fizeram eco.
E é muito importante, como já dissemos, que as feiras continuem mas, se não se criarem artesãos… não é possível, num futuro próximo, realizá-las. Já nestas páginas tivemos oportunidade de nos referirmos às boleiras de Alcoutim e à pesca no Guadiana (2), igualmente actividades artesanais.

Na Feira de Artesanato concelhio já não é possível apresentar, entre outras, a latoaria e a olaria. E é desta que hoje nos iremos ocupar, tentando, como é nosso timbre, recuar no tempo.

Leia este tema completo a partir de 13/09/2010

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