POESIA DE ARLETE PIEDADE - O Melro Grisalho; Amor sem remédio
O Melro Grisalho
Lá estava o pobre passarinho morto
Inerte no fundo da sua cela - gaiola
O velho melro de penas grisalhas...
Há tanto tempo que estava ali
Pobre prisioneiro sem culpa
Dos gostos dos idosos donos
Punham água e comida para ele
Nos recipientes pendurados
Nas grades da cela, ou gaiola...
Passava os dias e as noites
Solitário na arrecadação
Encalorado e solitário...
Quando iam vê-lo, saltitava
De cabeça ao lado focando
Os olhinhos no visitante...
Amor sem remédio
Vive no meu coração um amor
Que não queria aceitar para amar
Mas não pude fugir desse afecto
E sem perceber fui conquistada
Não sei dizer se sofro ou sou feliz
Ás vezes é doloroso e dói muito
Dói no meu corpo, magoa o coração
Faz correr o sangue veloz nas veias
Acelera o pobre coração cansado
Para a digestão e fica na espera
Na eterna espera do impossível
Na ternura da compaixão sentida
Velho amor como o melro
Aprisionado!
Em convenções, hábitos e preconceitos
Em palavras e modelos de pensamento!
Pessoas antigas, velhos corpos a morrer...
Aos pedaços dia a dia um torpor cotidiano
Amor porque te encontrei no fim da vida?
Amor, minha alma gémea sempre errada
No tempo e no espaço...não sei entender
Leia este tema completo a partir de 13/09/2010
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