Página de Carlos Funghi - Duas Crónicas: Ainda não consigo Aristóteles e O Caminho para a Felicidade
Ainda não consigo Aristóteles
Pois é, meu caro filósofo. Que coisa linda e profunda quando você diz: «O Homem precisa ser senhor de sua vontade e escravo de sua consciência».
Ainda não consigo Aristóteles
Pois é, meu caro filósofo. Que coisa linda e profunda quando você diz: «O Homem precisa ser senhor de sua vontade e escravo de sua consciência».
Não consegui ainda ser senhor de minha vontade. Minha consciência vai paulatinamente me fazendo seu escravo, mas sei que ainda falta muito, pois só terei a plena certeza que me tornei totalmente escravo dela quando eu for senhor de minha vontade.
Creio que consciência e vontade estejam intimamente ligadas.
Outra coisa, caro Aristóteles:
Você diz que não devemos esperar no outro a nossa própria felicidade. Aí é que estou completamente perdido. Explico: Quando estou com ela sinto-me numa espécie de paraíso; mais completo mais seguro e feliz. E passeando com ela de mãos dadas posso ver com maior lirismo as estrelas, os pássaros, sentir carinho pelos velhos sentados na praça.
O Caminho para a Felicidade
Procurei-o pela vida afora sem sucesso, em minha infância sem saber que o procurava, em minha juventude lutando contra meus próprios temores, na meia idade tentando o sucesso.
E eis que atingindo a terceira idade onde comecei a depor do outro lado do rio tudo o que descobri não precisar, o caminho estava ali, simplesmente ao meu lado calmo e sereno me esperando.
Sim, foi somente quando me aceitei sem culpa e admiti que fiz o melhor que pude, embora esse melhor tenha parecido ter sido pouco. Foi somente quando não quis mais meu próprio peso é que ele se desfez.
O caminho para a felicidade me sorriu quando fui mais tolerante e mais ouvinte. Foi quando descobri que era também muito bom ter pouco dinheiro, não precisar comprar roupas de marca, me ensurdecer para a mídia. E me fez tão bem sentir que o pedaço de chão em que vivo não é meu e sim do planeta.
Bastou-me para essa certeza tão simplesmente olhar para o céu. E é um santo remédio olhar para o céu.
Leia estas crónicas completas a partir de 06/09/2010
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