sábado, 11 de setembro de 2010

Crónica de Haroldo P. Barboza - Eleições 2010 - o inimigo das elites

Crónica de Haroldo P. Barboza - Eleições 2010 - o inimigo das elites

Durante as disputas eleitorais, partindo-se do princípio que realmente existe «oposição», ocorre uma preocupação com o programa de contabilização dos votos. De acordo com os interesses dos grupos dominantes, existe uma suspeita por parte de eleitores esclarecidos de que milhares de votos podem ser canalizados para os candidatos A ou B. Tal clima criado até chega a ser conveniente para dar certo aspecto humano ao processo.

Similar aos calorosos debates que vendem jornais após um jogo de futebol onde a torcida do time derrotado por 5 x 0 culpa o juiz pelo impedimento que anulou um gol de seu time quando o placar adverso era de 2 x 0. E as discussões se o perneta que ganha R$ 200 mil reais jogará na semana seguinte. Ou se a morena que faz papel de empregada na novela da tv casará com o sujeito bem vestido filho do rico fazendeiro.

No entanto, considerando-se que o processo de administração pública é planejado de acordo com os interesses dos grupos patrocinadores para os próximos 10 anos, a «ditadura econômica» é arquitetada de forma a não deixar vestígios contundentes sobre as feridas que machucam a população.
Preparam o candidato adequado para suceder o atual gerente (caso este esteja desgastado), bem como os que farão papel de «centro» e «oposição», que mesmo vencendo seguirão a cartilha dos poderosos, executando práticas contrárias aos discursos de campanha.
Dentro deste planejamento bem equacionado, mesmo que o candidato preferido não vença, uma das duas alternativas maquiadas atende aos interesses do grupo dominante, mesmo dando um pouco mais de trabalho para empurrá-lo pela goela dos desesperados ansiosos por mudanças das condutas públicas. Assim sendo, a necessidade de manipular os votos tirando alguns de D e acumulando para B quase se torna desnecessária.

No entanto, existe um risco previsto pelos mentores do espetáculo teatral que não é conveniente correr. Este sim, o verdadeiro inimigo da estrutura que fascina o povo e o deixa anestesiado acreditando que ter saúde é possuir mais de 20 dentes na boca, liberdade é poder transitar pendurado pela parte externa do velho trem canibalizado, alimentação é pão com café, bom salário é mínimo e felicidade é sonhar com a loura da novela da tv colorida de 42 polegadas.


Leia este tema completo a partir de 13/09/2010

1 comentário:

  1. O teu texto veio na hora certa.O Brasil já é
    campeão de votos nulos entre os países com o voto obrigatório,mas não é o suficiente para
    abalar as partes interessadas.A insatisfação
    é comprovada,agora se o povo adotar o voto nulo
    então vencerá com esta arma.Gostei do teu texto.
    Parabéns!

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