COLUNA UM - Daniel Teixeira - A crise financeira nos países ricos e os países pobres a sofrerem
No número anterior afirmei, de maneira clara penso eu, que não quero mesmo ter nada a ver com os politiqueiros actuais, passados e futuros que eventualmente tenham pontuado ou venham a pontuar presença nos horizontes da nossa infelicidade. Para mim, e não sou o único, esse pessoal não conta na estatística enorme que todos os dias é feita pela movimentação dos povos.
Temos infelizmente atravessado algumas desgraças, bastantes bem grandes e que normalmente e por um pouco de comodidade nalguns casos, afirmamos serem ou terem sido culpa das «autoridades competentes»: estranho paradoxo este...clamamos pelas «autoridades competentes» considerando-as desde logo incompetentes.
Pois bem, quando do rebentamento da crise financeira, alegadamente resultado de uma «bolha» inflacionista relacionada com o crédito à habitação, nomeadamente nos EUA, o motor da crise, o maior motor, esteve naqueles, ricos e pobres, que movidos pela ganância do dinheiro mais fácil, entraram nessa doida espiral de compra e venda de valores sem substrato suficiente.
No caso português, e não só - como tenho dito não quero meter-me nem levemente que seja em assuntos que sejam de responsabilidade de outros povos vivendo noutros países mesmo que eles falem a mesma língua que nós. Assim, no caso português, soube-se a muito mais haveria a saber se o interesse tivesse despontado, que uma parte (relativamente pequena mas importante) de dinheiros públicos - quer dizer aqueles que teoricamente servem para redistribuição e resultam de impostos ou contribuições - estavam «aplicados» em instituições que jogavam nessa chamada bolha financeira: há casos comprovados e conhecidos nomeadamente num banco que faliu e que se chamava de «privado» ... como se o não fossem todos...
Nos EUA (e destes tenho mesmo de falar) existe um género de leilão periódico de títulos cuja única «regra» de regulação é a lei da oferta e da procura: ou seja, a emissão é de 100,00 Euros (exemplo) e se a procura for puxando esses mesmos 100 Euros podem chegar até ao tecto do mundo...isto, tratando-se de um país chamado de evoluído, guarnecido das maiores agências de cotação internacionais, gozando do prestígio que alguém oportunamente lhes outorgou é pelo menos caricato.
Mais caricato se torna se entendermos que uma parte grande dos «dinheiros» aplicados nesses sistemas eram pertença emitida, comprada e vendida sobretudo de e por municípios estado-unidenses. A devolução dos títulos junto dos emissores era admitida, é um facto, mas pelos valores de emissão amputados de uma multa ou dedução que os podiam tornar em muitos casos como «trash», quer dizer, valor de lixo.
Só como exemplo e para não alongar muito esta estranha loucura, se o valor de emissão era 100 e se nesse mesmo mercado chegava aos 500, quem não encontrasse colocação para eles podia devolvê-los por 100 menos 30 ou 40 conforme, ou seja, por 70 / 60. Quer dizer, simplesmente, que quem tivesse feito percorrer comprando esses valores até aos 500 podia ver-se na eminência de perder 430/440.
Leia este tema completo a partir de 28/2/2011
No número anterior afirmei, de maneira clara penso eu, que não quero mesmo ter nada a ver com os politiqueiros actuais, passados e futuros que eventualmente tenham pontuado ou venham a pontuar presença nos horizontes da nossa infelicidade. Para mim, e não sou o único, esse pessoal não conta na estatística enorme que todos os dias é feita pela movimentação dos povos.
Temos infelizmente atravessado algumas desgraças, bastantes bem grandes e que normalmente e por um pouco de comodidade nalguns casos, afirmamos serem ou terem sido culpa das «autoridades competentes»: estranho paradoxo este...clamamos pelas «autoridades competentes» considerando-as desde logo incompetentes.
Pois bem, quando do rebentamento da crise financeira, alegadamente resultado de uma «bolha» inflacionista relacionada com o crédito à habitação, nomeadamente nos EUA, o motor da crise, o maior motor, esteve naqueles, ricos e pobres, que movidos pela ganância do dinheiro mais fácil, entraram nessa doida espiral de compra e venda de valores sem substrato suficiente.
No caso português, e não só - como tenho dito não quero meter-me nem levemente que seja em assuntos que sejam de responsabilidade de outros povos vivendo noutros países mesmo que eles falem a mesma língua que nós. Assim, no caso português, soube-se a muito mais haveria a saber se o interesse tivesse despontado, que uma parte (relativamente pequena mas importante) de dinheiros públicos - quer dizer aqueles que teoricamente servem para redistribuição e resultam de impostos ou contribuições - estavam «aplicados» em instituições que jogavam nessa chamada bolha financeira: há casos comprovados e conhecidos nomeadamente num banco que faliu e que se chamava de «privado» ... como se o não fossem todos...
Nos EUA (e destes tenho mesmo de falar) existe um género de leilão periódico de títulos cuja única «regra» de regulação é a lei da oferta e da procura: ou seja, a emissão é de 100,00 Euros (exemplo) e se a procura for puxando esses mesmos 100 Euros podem chegar até ao tecto do mundo...isto, tratando-se de um país chamado de evoluído, guarnecido das maiores agências de cotação internacionais, gozando do prestígio que alguém oportunamente lhes outorgou é pelo menos caricato.
Mais caricato se torna se entendermos que uma parte grande dos «dinheiros» aplicados nesses sistemas eram pertença emitida, comprada e vendida sobretudo de e por municípios estado-unidenses. A devolução dos títulos junto dos emissores era admitida, é um facto, mas pelos valores de emissão amputados de uma multa ou dedução que os podiam tornar em muitos casos como «trash», quer dizer, valor de lixo.
Só como exemplo e para não alongar muito esta estranha loucura, se o valor de emissão era 100 e se nesse mesmo mercado chegava aos 500, quem não encontrasse colocação para eles podia devolvê-los por 100 menos 30 ou 40 conforme, ou seja, por 70 / 60. Quer dizer, simplesmente, que quem tivesse feito percorrer comprando esses valores até aos 500 podia ver-se na eminência de perder 430/440.
Leia este tema completo a partir de 28/2/2011
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