domingo, 13 de fevereiro de 2011

CORONEL FABRICIANO - 008 – Tríplice Ditadura - BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 008 – Tríplice Ditadura - BENEDITO FRANCO

Depois de receber mais de 1500 emails contra a Dilma – numa campanha sórdida! - e dois contra o Serra, estou livre do horário político!
Façamos votos para que a nova Presidente governe para e com o povo!

008 – Tríplice Ditadura

Ditaduras pra santo nenhum botar defeito!

Deixamos a Tatiana com os tios e padrinhos, meu irmão Antônio Elcio e a Zezé, e no carro «Brasília», partimos de Foz do Iguaçu - minha esposa, a Fernanda e eu - atravessando o Rio Iguaçu, numa balsa, para a Argentina. Saímos de uma ditadura e adentramos em outra duríssima - terrível no substantivo e no superlativo.

Acabando a travessia, deparamo-nos com a fiscalização dos papéis - coronel do exército exercendo toda a «otoridade ditatorial». Perguntas as mais diversas, com cara de mau e o rosto parecendo talhado a machado - da longa tortura psicológica passamos ilesos – acho até que ele pressionava para eu reagir...

Seguindo em direção a Pousadas, um fenômeno interessante e impressionante: do lado sul uma nuvem vermelha imensa, tomando o horizonte, e uma ventania fortíssima. Esperei a maior das tempestades - e veio mesmo - mas de poeira vermelha.

Em Pousadas, comi a pizza mais gostosa de minha vida - pizza de cebola - até hoje não entendi como se pode fazer uma pizza deliciosa de cebola. Interessante que outro dia um cliente da loja, conversando com o meu empregado, justamente elogiava essa pizza comida por aquelas bandas.

No interior, três tipos de moedas: o peso, o peso real e o peso legal - o povo do interior falava em «mijones de pesos». O povo mais simples das cidades já tinha se acostumado com o peso mil vezes mais valorizado, o peso real. E o povo da capital usava o peso legal. Se você tomasse um refrigerante, poderia ser cobrado em «dos e medio mijones de pesos», «dos e medio miles pesos reales» ou ainda «dos e medio pesos legales», dependendo da pessoa com quem você falasse ou do lugar onde estivesse - por tudo isso dá para perceber o tamanho astronômico da inflação que grassava no país.

De Pousadas para Corrientes, retas e mais retas nas estradas, uma com quarenta e dois quilômetros, e outras com quase isso. Os postos de gasolina - nafta para eles - simplórios todos, sem calçamento - paga-se para encher os pneus. Pode-se encontrar um restaurante digno da capital e com preços módicos. Nas cafuas ladeando a estrada, de sapê, paupérrimas, vendia-se rapadura de mel - uma delícia.

Chegando a Corrientes, a polícia parou-me, pegou um questionário de dezesseis folhas, fiz questão de contar, e, acintosamente, perguntou-me não sei quantas minúcias e preenchendo tudo com as respostas e com a presteza digna de brucutus ditatoriais - mais de hora em sol escaldante. Gente, como aquela região faz calor!... e no inverno, um frio de lascar!

Leia este tema completo a partir de 14/2/2011

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