domingo, 30 de maio de 2010

Santos Populares – Festas de S. João em Portugal - Por Arlete Piedade

Santos Populares – Festas de S. João em Portugal - Por Arlete Piedade

Estamos a entrar no mês de Junho, mês dos santos populares, tanto em Portugal como no Brasil e noutros países.Já Marcelo Torca, escreveu um artigo sobre as festas juninas no Brasil e também eu no ano passado escrevi sobre o nosso Santo António, que podem rever aqui..

Então este ano para os nossos amigos brasileiros, em especial os colegas, Marcelo Torca e Antonio Santos o Acas, resolvi apresentar-vos este trabalho sobre os festejos tradicionais do São João em Portugal, que têm especial significado na cidade do Porto.
O São João do Porto é uma festa popular, de origem pagã, que tem lugar de 23 para 24 de Junho. Trata-se de uma festa cheia de tradições, das quais se destacam o lançamento de balões de ar quente, os martelos de plástico usados para bater nas cabeças das pessoas que passam, os alhos-porros, os ramos de cidreira e de limonete, usados para pôr na cara das pessoas que passam, o que é bastante desagradável.
Existem, ainda, os tradicionais saltos sobre as fogueiras espalhadas pela cidade, normalmente nos bairros mais tradicionais; os vasos de manjericos com versos populares são uma presença constante nesta grande festa e o tradicional fogo de artifício à meia-noite, junto ao Rio Douro e à ponte Dom Luís I que faz as delícias dos milhares de residentes e visitantes que chegam de todo o mundo para assistir.
O fogo de artifício chega a durar mais de 40 minutos, estando ao nível dos melhores no mundo, e decorre no meio do rio em barcos especialmente preparados, sendo acompanhado por música num espectáculo multimédia muito belo e digno de se ver.

Além de tudo isto, existem vários arraiais populares, em bairros tradicionais como Fontainhas, Miragaia, Massarelos, entre outros, dando mais animação e brilho durante a noite. Nos arraiais, normalmente, existem concertos com diversos cantores populares acompanhados, quase sempre, por boa comida, em especial, grelhados de sardinhas e carnes.
A festa dura até às três ou quatro horas da madrugada, quando a maior parte das pessoas regressa a casa. Os mais resistentes, normalmente os mais jovens, percorrem toda a marginal desde a Ribeira até à Foz do Douro onde terminam a noite na praia, aguardando pelo nascer do sol.

POESIA DE JOSE GERALDO MARTINEZ - O BEIJO DE DEUS...- RENDO-ME...- Mãe! - BASTA-ME...

POESIA DE JOSE GERALDO MARTINEZ - O BEIJO DE DEUS...- RENDO-ME...- Mãe! - BASTA-ME...


O BEIJO DE DEUS...


Há de correr em mim eterno rio,
Banhando almas tantas, ribeirinhas...
Com tardes no puro cio,
Guardando as humildes casinhas!

E assim H2O...
Chorarei qual rio nas corredeiras!
Ainda que distante de alguém só,
Meus olhos tornar-se-ão cachoeiras...


RENDO-ME...


E segues a queimar meu corpo...
A instigar-me os sentidos e a seres
meu abrigo e porto,
meu amor bandido!

E se fosses diferente?
Sem este mistério e segredo...
Não serias este amor caliente,
coberto de loucos desejos!

Mãe!


Dá-me tristeza quando vejo
Aquelas vassouras surradas,
Naquele ser qualquer apego,
Do ter que não leva a nada!

Seria inveja pura?
Ainda que assim não vejo...
É dela toda candura,
( Amor sem fim...)
Antes que eu durma os doces beijos!


BASTA-ME...


Eu te quero tanto, meu amor,
que às vezes deixo de me querer tolamente...
Esqueço-me por tantas vezes,
para te amar mais que a mim, somente!

Sou capaz de sangrar o coração,
quando a saudade me apunhala o peito...
Suporto tua ausência na ilusão,
que venhas aqueceres o meu leito!


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COLUNA DE ROSA PENA - Tri_polar

COLUNA DE ROSA PENA - Tri_polar

Não, não mesmo. Sem sonetos de amor, sem solos de sax, sem telefonemas saudosos nas madrugadas vazias, sem cartões no dia dos namorados, sem cartas de amor, ainda que tiradas no tarô, sem recados benfazejos de realejos, sem serenatas com gemidos de guitarras, sem «essa é a nossa canção».

Não existiram, nem existirão dores de amor, porres para enganar a inquietude, suspiros cheios de olheiras. Nada de cobranças de dívidas afetivas, de cadastros onde se tem que preencher: Descompromissados. Nada de notificações avisando que, pelo menos, nos nossos aniversários acontecerá um jantar a dois.

Sem choro, sem vela, sem fita amarela! Não precisamos do muro das Lamentações, nunca fomos roedores de beira de calçada, jamais soluçamos por infidelidades, aliás, odiamos o melodrama dos boleros de Gardel.

Nada de discussão de relação, até porque não existe relação, apenas um entusiasmo passageiro, um intercâmbio de carências, uns papos caducos que acabaram por resultar em poemas boêmios rascunhados em guardanapos de papel, que, quem sabe um dia, o lixeiro não declamará para sua amada?

GILKA MACHADO - Por Sanio Aguiar Morgado

GILKA MACHADO - Por Sanio Aguiar Morgado

Precursora da poesia sensual feminina em nossa literatura, marcou sua época revelando desejos e sentimentos fechados em meados dos anos 20 do século passado para uma sociedade conservadora e machista onde a mulher não tinha direito ao prazer, somente as obrigações matrimoniais e maternais.

Filha de Hortencio Mello e de Thereza Cristina Moniz da Costa, nasceu no bairro do Estácio, Rio de Janeiro, numa rua chamada Colina a 12 de Março de 1893.

Nos trabalhos escolares surgiram os primeiros versos e aos 13 anos vencia um concurso de poesias oferecido pelo jornal «A Imprensa», arrebatando os três primeiros lugares usando outros dois nomes falsos.

Foi publicando versos em revistas e jornais até que aos 22 anos em 1915, editou seu primeiro livro «CRISTAIS PARTIDOS». Em 1927 escreveu crónicas e poesias na revista «Festa».

Dueto Poético Martinez & Graça Ribeiro - Um único dia...- José Geraldo Martinez - Um dia de loucura - Graça Ribeiro

Dueto Poético Martinez & Graça Ribeiro - Um único dia...- José Geraldo Martinez - Um dia de loucura - Graça Ribeiro


Um único dia...

José Geraldo Martinez

Mulher, me entrego mundano.
Coberto de tentações e pecados .
Com vinhos e flores, cigano...
Em tua cama largado!

Sobre mim pousa a tua língua,
qual navalha a cortar-me docemente...
Traz-me gemidos incontidos da alma,
palavras desconexas, indecentes!


Um dia de loucura

Graça Ribeiro

Com a ânsia de alguém que te queria
aceitei o teu convite para a fantasia
e fizemos amor como se faz poesia

Não procuramos rimas para o amor
buscamos nos sentidos das palavras
o que nos oferecia a noite que surgia

Nos envolvemos com ardor e atritos
mas havia muito a ser dito aos gritos
nos entregamos com pressa e aflitos


Na noite que teu corpo me descobriu
a alma sentiu que poderia ser pássaro
e aninhou-se no calor do teu abraço

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COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Que o vento me levante! Declamado - Ventre em espera - Aniversário - Quero sonhar Primavera!

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Que o vento me levante! Declamado - Ventre em espera - Aniversário - Quero sonhar Primavera!

Que o vento me levante! Declamado

Ventre em espera

Serenamente
o céu se encobre
tudo escondendo
neste compasso
A negra terra
na fria crosta
fecha os encantos
no seu regaço.
desnudos ramos
calado espaço
tudo entorpece.
a mata hiberna
o rio abriga-se
no lençol de bruma

Aniversário

Renascemos em cada dia que nasce
todavia houve um dia
em que o milagre da vida
tocou a vida da gente
Aventura dolorida
ver outro mundo diferente
não fica dele memória
como a flor não diz a história
oculta na mãe semente
Festeje-se hora a hora
caminhemos docemente
pelas veredas da vida
como um rio da nascente

Quero sonhar Primavera!

verde esperança
densa bruma
a gente espera
o rio flui
para o mar
o céu de azul
se enaltece
e as nuvens
brancas do céu
parecem desconhecer
que a terra adormece
no tempo do despertar
de o alegre sol luzir
de o coração vibrar

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COLUNA UM - Daniel Teixeira - A curiosa questão dos empréstimos

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A curiosa questão dos empréstimos

Na ante - anterior semana fiz, dentro dos meus conhecimentos, a apologia do senso comum aplicada aos «lucros» - quanto a mim não só exorbitantes como irreais - da banca.

Esta semana vou voltar ao senso comum para constatar apenas alguns aspectos da facilidade relativa com que se engolem - é o termo - as maiores atoardas a coberto de «minuciosos» estudos e de teóricos que na minha opinião, numa sociedade normal, nem sequer teriam direito de entrada numa sala com registo mínimo obrigatório de Q.I.

As sociedades, sejam elas quais forem, desenvolveram o sistema capitalista, porque realmente era incómodo andar na troca por troca do mercantilismo. Criou-se assim um espaço de virtualidade em que a mercadoria (antes trocada entre si por valores já convencionados) passou a ser representada por papel (a moeda, o titulo, o valor convencionado da coisa).
O risco da troca, coberto inicialmente pela primeira forma de compensação, era uma coisa boa, foi uma coisa boa, enquanto se manteve nos níveis da normalidade. Ou seja, enquanto os valores pedidos pelo chamado prémio tinham relação próxima com o risco corrido.

Quando o «mercado» começou a fixar os seus preços não de acordo com o risco corrido mas sim de acordo com os valores fixados por quem podia segurar a mercadoria do outro entrou-se na espiral embrionária que agora se conhece de forma não embrionária.

O preço do seguro fez subir o preço da mercadoria segurada muito para além do seu valor real e o descambar a partir daí, com pelo menos 300 ou 400 anos de «prática», foi fazendo tudo o resto.

Hoje, o juro, que é uma forma de prémio pelo menos parcialmente, sofre deste problema. Quem tem dinheiro para emprestar segue as regras do mercado e não vejo muita gente a jogar mão da consciência quando trata de resolver estas questões. Nem da consciência nem da racionalidade...

Inferno ou Organização? - Por Adm. Marizete Furbino

Inferno ou Organização? - Por Adm. Marizete Furbino


«O futuro das organizações e nações, dependerá cada vez mais de sua capacidade de aprender coletivamente».(Peter Senge)

Existem organizações, nas quais não sabemos muito bem qual é o objetivo do gestor e dos funcionários. Ambos não podem ser tratados como colaboradores, uma vez que em nada colaboram para com a organização.
Tais gestores e tais funcionários corroboram para que a organização chegue mais rápida a um caos, uma vez que não trabalham em prol da produtividade, da lucratividade, portanto, não trabalham em prol da organização. Executam suas funções em prol da mesquinhez, da «rádio peão» e do «fofocódromo» dando ouvidos a fofocas, fofocas e mais fofocas.

Não entendo como ainda possuem dirigentes que, além de não enxergarem esta situação, permitem haver em sua organização este tipo de profissional. O que mais estranha, é que são pagos para executarem ações que beneficiem a organização e não que prejudique a mesma.

Estamos no séc. XXI e esse tipo de organização ainda existe. O ambiente organizacional não é harmonioso, é recheado de animosidades, não preconiza o respeito, a integração e a inter-relação entre os departamentos, bem como entre todos os envolvidos. Penso até que não sabem o valor destes pilares para que a organização não só sobreviva, mas permaneça no mercado, mercado este, onde a competitividade é tão acirrada. Sabemos que o bom relacionamento e o respeito mútuo são essenciais para que ocorra além da integração, a produtividade.

Poesia de José Manuel Veríssimo - Ver/Sentir

Poesia de José Manuel Veríssimo - Ver/Sentir


Ver/Sentir

A força
O abandono
A ternura
A vontade
Escaparam-se de mãos dadas
Mergulhando em infinitos – turquesa
Subimos
Descemos
Rodopiámos
Abandonados ao vento e à incerteza
Fechamos os olhos
Vimos dores do passado
Queimadas em brilhos incensados
Numa insatisfação
De desejos insaciados

Os sinais apontavam
Além - correntes
Fechamos os olhos sentimos
Odores de perfumes penetrantes
Cimos de montanhas
Sem gelos cortantes
Fechamos os olhos e vimos
Verde ondulante e solto
Comprimindo veios fluviais

Falsas montanhas
De fundo baço
Armadas de cimento
Envidraçadas
Projectos em cinzento
De ascensão pelo aço


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Coluna de Cecilio Elias Netto - Construção pelo belo, Crónica e (pequena) Homenagem do Raizonline a Cecílio Elias Neto

Coluna de Cecilio Elias Netto - Construção pelo belo, Crónica e (pequena) Homenagem do Raizonline a Cecílio Elias Neto

As escolhas errôneas – e que se transformaram em estilo de vida – compõem uma das tragédias dos nossos tempos. Há um contraste e, também, um paradoxo incrível entre as fantásticas descobertas da ciência e a tecnologia e a civilização que surgiu nestas últimas décadas.

Tendo quase tudo para compormos uma humanidade generosa, mais justa, menos sofrida, acabamos por optar pelo feio e ruim, pelo egoístico, pela violência e pelo confronto.

A vida em sociedade se transformou em verdadeira guerra, mesmo quando não declarada. A crueldade de uma visão econômica absolutamente individualista e materialista nos empurrou a poços profundos de solidão, de insatisfação e amarguras.

Chegamos a um ponto em que o ser humano, pelo menos no Ocidente, não sabe responder sequer para e pelo quê está vivendo, qual o sentido que tem dado à própria vida. Tornamo-nos, ao mesmo tempo, produtores e consumidores: quanto mais produzimos mais consumimos; quem pouco produz quase nada consome. E quem pouco consome cai para o degrau das inutilidades, pois é um inútil para os senhores da economia e das finanças.

Tem havido a vitória do feio, pelo menos aparentemente. E como se o mundo se tivesse transformado em algo sujo, ruim de se ver, assustador de se viver. Destruímos delicadezas, solidariedades, fraternidades e continuamos pensando seja possível destruir o belo e o bom de maneira definitiva. Mas será tentativa inútil, ainda que mostre uma vitória aparente. Pois é o belo que constrói e é o belo que irá nos salvar desse tsunami de lixos culturais e morais que nos esmagam.

sábado, 29 de maio de 2010

POESIA DE MARIO MATTA E SILVA - NAQUELE PIC-NIC DE BURGUESAS _ Tudo pela Razão e Justiça - Lágrima Transparente e Doce (Temático)

POESIA DE MARIO MATTA E SILVA - NAQUELE PIC-NIC DE BURGUESAS _ Tudo pela Razão e Justiça - Lágrima Transparente e Doce (Temático)


NAQUELE PIC-NIC DE BURGUESAS
Mote do poema «De Tarde» De Cesário Verde

(Temático)



E no campo que se colhem tais belezas

Que os olhos enchem de alegria;

Corpos sãos nos encantos d’um só dia

Naquele pic-nic de burguesas.



E a Primavera que em suas naturezas

Faz de cada árvore frondosa, verdejante

E tudo isso se viu de esfuziante

Naquele pic-nic de burguesas.



Tudo pela Razão e Justiça

(Glosa com mote da primeira

quadra do soneto «Hino à Razão»

de Antero de Quental)

(Temático)



Tudo anda triste de tanta cobiça

Tudo sofre a avidez da vil ganância

Tudo se movimenta com exuberância

Razão, irmã do Amor e da Justiça.



Tudo anda agitado e se enfurece

Tudo se corrompe na vaidade

Tudo, ó destempero da sociedade

Mais uma vez escuta a minha prece.



Lágrima Transparente e Doce (Temático)

A lágrima cristalina

Rolou lentamente

Face abaixo

Pelo lado esquerdo

E empalideci

Por fora e por dentro

Deixando-me ficar

Deleitando a natureza

E o pranto venci

Com força, firmeza.




Encostei-me a um canto

Até passar

O soluço brando

Que me fez chegar

E a náusea brusca que veio.

E num enleio

Desejei ali mesmo

O teu abraço

Num gesto a roçar

O peito arfante

Na calma desejada

Hora delirante.


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A «Aurora sertaneja» - Velúzio Neto, Dalmi e eu, ao vivo, na rádio Rio Turvo FM

A «Aurora sertaneja» - Velúzio Neto, Dalmi e eu, ao vivo, na rádio Rio Turvo FM
Por Se-Gyn

Na rádio comunitária Rio Turvo FM, da cidade de Turvânia, Goiás, é apresentado aos domingos pela manhã, o programa «Aurora Sertaneja», produzido a apresentado pelo Velúzio Neto*, um sujeito simples, correto e, muito popular, na terrinha.

O seu estilo de locução, fiquei matutando, lembra a locução dos apresentadores da rádio Difusora de Goiânia - a rádio que todas as famílias da região ouviam, nos tempos em que morávamos na fazendinha do avô Rodolfo, muito em especial, o jeito intimista e, bem humorado do saudoso «capitão Reizão».

O «capitão Reizão» era o animador de um programa nas manhãs de domingo, com apresentação de músicos sertanejos de Goiás, ao vivo do estúdio, com platéia e, tudo.

A platéia, aliás, era formada pela turma que ia até lá, para mandar recado para suas famílias, no tempo em que o telefone era algo inacessível e caro, por essas bandas...

Quando estou passando o fim de semana ou, as férias em Turvânia, não gosto de perder o programa. É a chance de ouvir boa música sertaneja e, acompanhar um programa de rádio feito como aqueles que eu ouvia quando criança - daquele mundo de amigos e experiências do qual iria me apartar, depois de crescer e, vir pra capital do Estado, como boa parte da juventude local, em busca de oportunidades.

Velúzio Neto, que é meu primo e amigo de infância, capricha nos detalhes da locução, pois sabe que está falando para o público da região, gente com quem convive ou tem contato.

Mas, ele sabe levar a coisa com tranquilidade. Não faltam em suas falas, tiradas bem humoradas ou engraçadas, recados explícitos ou mais ou menos, e abraços «especiais» pra os ouvintes da zona rural e, urbana. Ninguém gosta de ser esquecido, na hora dos recadinhos e, dedicatórias de música.

Anotei umas frases e, tiradas, pra terem uma idéia do clima em que o programa decorre. Por exemplo: «Agora é hora de tomar aquele cafezinho cheiroso e, gostoso, ouvindo o programa Aurora Sertaneja», «Voce já colocou o radinho no mourão da porteira do curral, pra ouvir o Aurora Sertaneja?» - numa referência e homenagem ao lendário programa «Mourão da Porteira», apresentado por Claudino Silveira por décadas, na Rádio Difusora de Goiânia , «Ô, fulano, já tá no curral tirando o leitinho das branquinhas? Rapaz, anda depressa, senão o leite vira coalhada!», «Hoje é dia daquele franguinho na panela, feito com capricho pelas donas de casa. Olha, não esqueçam do tempero, hein?» ou, «Um alô, aos amigos feirantes, que estão aí começando o dia. Um abraço pro Dinego do Pastel e, Tamiro do Churrasquinho. Ô Tamiro, como é que é? Já tá servindo o «txai» pros fregueses?" - txai é o código pra pinga ou outra bebida quente - coisa sobre a qual não se fala em rádio comunitária, é claro...

PROSA E POETICA DE ILONA BASTOS - Prosa poética I, Prosa Poética II, Poema Ecos.

PROSA E POETICA DE ILONA BASTOS - Prosa poética I, Prosa Poética II, Poema Ecos.

I
E difícil, sim, prosseguir esta caminhada solitária em que não existe resposta aos nossos apelos. Como o conseguimos antes? Levados por um impulso inicial, que nada parecia deter ou refrear. Não contava, então, o silêncio que perseguia as nossas palavras. Nem o eco, por vezes perturbante, das releituras insistentes que fazíamos, esperançados de encontrar a resposta na própria pergunta formulada.

Depois, não sei porquê, tudo se tornou diferente. Onde dantes se avistava um campo fértil - em que uma nova planta sempre se destacava, do solo surgida -, nasceu um deserto com as suas dunas, apenas interrompido por súbitos e tristes oásis, que mais faziam sobressair a desolação em redor.

II
Quando saí, ouvi da casa vizinha palavras de admoestação suave:
«Hoje estás muito rabino, gato!»
Também eu, antes de fechar a porta da rua, me voltara para trás, recomendando:
«Porta-te bem, cãozinho! Ficas a tomar conta da casa...»
Agora, deslizando sobre o alcatrão, passo pela montra de uma loja, diante da qual um senhor de cabelo branco se interessa pelos artigos expostos. Ao seu colo, tão atento quanto o dono, um pequeno rafeiro de pêlo dourado estende o focinho delicado para o vidro.
Não consigo deixar de virar a cabeça, para acompanhar por mais tempo aquela cena graciosa. E parece-me curioso o facto de tratamos os nossos animais como se fossem crianças.

ECOS

Mesmo que aos ouvidos
me não cheguem,
os ecos existem, eu sei.
Largados no espaço, talvez.
Aos meus anseios, eu sinto,
uma voz responde,
inaudível mas forte,
ao longe criada, difundida
pelos confins do Universo.

Leia estes textos e o poema completos

Sandra Fayad - Divulgação no Brasil da minha presença em Almeirim

Sandra Fayad - Divulgação no Brasil da minha presença em Almeirim

Nota da Redacção: Como é do conhecimento dos nossos leitores (e não só) a Sandra Fayad participou em 28 de Março passado em Almeirim, Portugal, na primeira tertúlia realizada através do Jornal Raizonline, com a organização «em campo» da nossa colaboradora Arlete Piedade (na altura Chefe de Redacção do Raizonline) e com a participação da Rádio Ondas Musicais que transmitiu em directo para todo o mundo os momentos do evento. Sobre este evento foi feita uma reportagem completa que pode ser vista neste link (FESTA DE ALMEIRIM) e cujas fotos foram agrupadas no seguinte ALBUM.

No seguimento a Sandra publicou aqui no nosso jornal um resumo (dividido em parte elegíaca e parte crítica) da sua «aventura» em Portugal com o Titulo e link Portugal - duas faces, e uma referência elogiosa à nossa colaboradora Arlete Piedade com o título e link «A anfitriã portuguesa.»

Para finalizar esta nota introdutória, e porque toda ela é necessária para compreensão da notícia publicada abaixo, a deslocação da Sandra Fayad a Portugal teve por fito difundir o seu livro «Animais que Plantam Gente», para além de estabelecer contacto com autores portugueses, nossos colaboradores e outros.

Drama branco - Reflexão de Michel Crayon

Drama branco - Reflexão de Michel Crayon

Calculei que se avançasse mais uns centímetros era certo que acabava por cair no precipício pelo que não avancei, atitude que considero lógica, isto tendo em conta que o precipício era mesmo um precipício, daqueles para onde a gente grita e faz um eco que se repercute durante uma data de tempo e não um precipiciozinho daqueles que se ultrapassam com um salto de pé coxinho como aqueles que eu conheço quando há chuvadas na minha terra e as ruas ficam alagadas e os canos entupidos e os homens da Câmara fazem jus ao facto terem sido eleitos e trabalham finalmente para as eleições que se avizinham quase sempre a seguir a uma chuvada, pegando em pás e picaretas e metendo botas de borracha, normalmente amarelas para condizer com as capas de plástico grosso que também são amarelas, daquele amarelo vivo, tipo canário, excelentes para camuflagem porque têm um gorro atado com atilhos que lhes tapa a cara e a gente nunca sabe se é o Presidente que está lá dentro e pensa que sim, que é mesmo o gajo e vamos a fugir votar nele quando acaba a chuvada.

Pois bem, este precipício de que falo e que era grande, e ainda deve ser, não tenho passado por lá nos últimos tempos mas tudo leva a crer que ele não tenha mexido nem no tamanho nem na profundidade, esse precipício era o precipício por onde se deveria passar caso eu quisesse comprar a baixo preço uma lata de tinta branca e o preço era tão baixo tão baixo que havia gente que pulava o precipício e alguns que se estatelavam lá no fundo nunca mais se ouvindo falar deles mas isso não era importante porque o pessoal que passava por ali e saltava o precipício, ou não saltava como eu fiz porque me estive borrifando para isso e para além disso mesmo havia ainda o facto de não ser assim tão importante comprar uma lata de tinta branca uma vez que a minha casa até era ocre jaune - é preciso saber estas cores como deve ser - pois dizia eu e ainda digo que apesar do perigo os vendedores de tinta branca a baixo preço, mesmo baixo, nunca tinham falta de clientela e fabricavam tinta a dar com um pau aqueles safadinhos de algibeira que tinham descoberto uma mina com aquela ideia de venderem tinta branca a baixo preço.

O IMAGINARIO NO TEXTO ANGOLANO - BOAVENTURA CARDOSO - A ARVORE QUE TINHA BATUCADA - Por Manuel Fragata de Morais

O IMAGINARIO NO TEXTO ANGOLANO - BOAVENTURA CARDOSO - A ARVORE QUE TINHA BATUCADA - Por Manuel Fragata de Morais

BOAVENTURA CARDOSO - Nasceu em Luanda a 26 de Julho de 1944. É licenciado em Ciências Sociais e membro fundador da União dos escritores Angolanos, com vasta carreira no Governo. Autor de vários livros, segundo Luandino Vieira, é um escritor revelado no pós-independência e dono já, em sua bibliografia, de títulos importantes na afirmação e redefinição da literatura angolana contemporânea. O excerto aqui inserido faz parte do livro «A Morte do Velho Kipacaça».

A ARVORE QUE TINHA BATUCADA

Pintadas de fresco na memória, cenas de O Laço da Meia-Noite. Teimosamente: apesar do esforço. E passava das onze da noite, vinha assim do cinema, noctívago quase só. E vinha assim andando e assim andando, noctambulosamente, passos quase na fronteira luz e escuridão: linha divisória de espaços sociais. Tinha nó na garganta: medo engravatado.

Silêncio cortado: cão a ladrar. E acelerei então: o passo. Cacimbante, luarenta: a noite. Capim seco tinha então cheiro de queimadura. E tinha pirilampo, pontinho luminoso: adiante. Sem intermitência, não era pirilampo: certifiquei. E experimentei então descontrair assim: assobiando. Breve sensação de segurança.

Porém minhas pernas não estavam então acompanhar o esforço para me descontrair assim. Pontinhos luminosos agora estavam então aumentar. E parei: assustado. Mas impetuosamente veio então assomo de coragem: decidido, retomei o passo. Sob a minha cabeça. Os pontinhos luminosos. E dos lados: os pontinhos luminosos. Sem querer tossi então e alguém também tossiu. E tossi: tossiu.

Tossia e na noite luarenta ecoavam tosses. E retive então o passo assim e olhei assim para os lados: ninguém! Oh! outra vez: na passada. E assobiei então e o silêncio da noite que apenas de vez em quando era cortado pelo vento e o silêncio da noite se engravidou então de assobios. Fui! Fui! Fui! E deixei de assobiar, mas o silêncio continuou a se encher de assobios. E imobilizei então de novo o passo. E ouvi então.

Lung Boonmee raluek chat de Weerasethakul ganha Palma de Cannes - Recolha e composição de Afonso Santana

Lung Boonmee raluek chat de Weerasethakul ganha Palma de Cannes - Recolha e composição de Afonso Santana

Os prémios das principais categorias já foram entregues na capital europeia do cinema, distinguindo concorrentes de três continentes distintos (Europa, Africa e Asia), como o filme «Lung Boonmee raluek chat» (Meu Tio), do tailandês Apichatpong Weerasethakul, a ganhar a Palma de Ouro da 63.ª edição do Festival de Cinema de Cannes.

O realizador, de 39 anos, é apontado pela crítica como autor de filmes experimentais e singulares, marcados pelo sobrenatural.

«Na selva, montanhas e vales, as nossas vidas passadas reaparecem-me sob a forma de um animal ou de outra maneira», diz no início do filme o personagem principal, o tio Boonmee, um idoso que sente aproximar-se o final da sua vida.

Padecendo de insuficiência renal aguda, prepara-se para a morte, conversando com a irmã e retomando a actividade de apicultor. Os fantasmas surgem-lhe então, uns com forma humana, outros com forma animal, e o tio Boonmee prepara-se para a sua última viagem, sinónimo de Apichatpong Weerasethakul para a reencarnação.

Para além do carácter sempre discutível de qualquer escolha, o palmarés do júri presidido por Tim Burton teve o mérito de lembrar que há uma variedade real do cinema contemporâneo que importa reconhecer e celebrar. Vale a pena, por isso, recordar que, de fora dessa palmarés, ficaram títulos como «Hors-la-Loi», de Rachid Bouchareb (Argélia), «La Princesse de Montpensier», de Bertrand Tavernier (França), e «Sol Enganador 2 - O Êxodo», de Nikita Mikhalkov (Rússia). Para além das inevitáveis diferenças, que une esses três filmes? Pois bem, uma cedência fácil à pompa de um academismo usado e cansado.

Nirma Regina Constantino - CRAVO E PIANO - PRELUDIO DO TEMPO - Eros e Psiquê

Nirma Regina Constantino - CRAVO E PIANO - PRELUDIO DO TEMPO - Eros e Psiquê


CRAVO E PIANO - PRELUDIO DO TEMPO
O CARRILHAO toca majestoso e incólume. Suas batidas solenes vibram o pêndulo e trepidam as HORAS SECULARES.
PORTAIS se abrem ao SOM incisivo daquele que se coloca à frente do CHAMADO.
Passo a passo, TODOS se levantam e rompe-se a barreira que separa o PASSADO ESQUECIDO pelas PAIXOES INFANTIS.

Eros e Psiquê

Tudo se mistura e se envolve no REDEMOINHO DA ILUSAO,
de que TUDO se ACABA, nos MOVIMENTOS DAS BATIDAS DO DESTINO!


Sou uma pianista que, através de muita reflexão, desenvolvi alguns «padrões diferenciados» de sintonia com a música erudita.
Desde tenra idade «estagio» entre movimentos artísticos ( teatro, dança, pintura, literatura), porém com o intuito de melhor entender a dinâmica social.
A música é minha forma de «sabedoria intrapessoal» e acredito que o som produz o princípio para o autoconhecimento. Consequentemente, sua ministração reporta a alma do «ser»... para o núcleo... em «si mesma».
Meu objetivo com as composições é aflorar nos ouvintes a percepção «surreal» de inúmeros códigos e signos benéficos, que as «esferas melódicas, harmônicas» tem para nos oferecer e «recriar» condições de «nova vida» para as energias sutis que ficaram estagnadas entre os condicionamentos antropológicos.
Há muito o que se aprender e apenas compartilhando com sinceridade é que nos desenvolveremos através dos «infinitos mundos».

sexta-feira, 28 de maio de 2010

COLECTIVO CILLERO expõe em SINTRA - «A QUE CHAMAMOS PAZ» - Composição de Afonso Santana

COLECTIVO CILLERO expõe em SINTRA - «A QUE CHAMAMOS PAZ» - Composição de Afonso Santana
PINTURA, ESCULTURA, FOTOGRAFIA, CERAMICA, VIDRO, POESIA

Alicia Castro López - Bart Van Oijen - Dimitri Katalinic - Fermín de Bedoya - Friedhard Meyer - Jean Rouzaud Jesús Díaz Hernández - Luís Athouguia - Luis Machí Gómez - Manuel Ruiz García - Pablo Baeza Pilar Hernández Otero - Rafael Catalán Ynsa - Samantha Torrisi
Inauguração dia 5 de Junho, Sábado, às 16h00

O Colectivo Cillero, como grupo formado por artistas residentes na União Europeia, considera que a Europa é, sobretudo, uma comunidade de valores, e os valores primordiais europeus baseiam-se na prática da tolerância, da participação e da solidariedade.

Nos últimos tempos demonstrou-se que a democracia é uma garantia para a paz, apesar de não por si mesma, apenas em função dos valores que a sociedade desenvolve. O mero sistema de representação, como estrutura, garante o exercício do poder pelas maiorias, mas não impede, como se demonstrou na história recente, que algumas maiorias apostem em atitudes violentas de repressão e domínio para a manutenção dos seus interesses.

Frente aos argumentos do poder e das armas para impor a paz, apelamos à responsabilidade do comportamento de cada cidadão como indivíduo livre e soberano capacitado para desenvolver o seu próprio critério, dentro do respeito pela sociedade. Entendemos que o verdadeiro projecto de construção da paz não pode sustentar-se sem a assunção pessoal de valores, o que não é socialmente possível sem uma cultura e uma educação cimentada na solidariedade para construir relações de utilidade e justiça entre os cidadãos.

Alimentação Viva - Por Alexandre Pimentel *

Alimentação Viva - Por Alexandre Pimentel *

A alimentação viva é o aspecto mais importante do trabalho que tenho desenvolvido junto a comunidades, escolas e empresas. Através dela podemos melhorar muito nossa vida, abandonar com o tempo e orientação o uso de remédios e despertar para uma maior sensibilidade psíquica e espiritual na medida em que comer vida somente traz vitalidade.

Devemos utilizar a proporção mínima de 50% de alimentos crus para 50% de cozidos no dia a dia. Isso significa que utilizaremos a balança e a régua do bom senso para medir as quantidades.

Comer alimentos crus é condição básica para uma vida melhor. A salada crua e artisticamente colorida deveria ser o prato central em nossa mesa, tendo ao redor todos os demais. Você deve diariamente comer hortaliças variadas na cor, textura e sabor, incluindo folhosas e raízes.

Bom lembrar que folhas exóticas como as de batata doce, mastruz, manjericão e beldroega constituem saladas maravilhosas. Também as frutas da época produzidas na região em que vivemos, deveriam diariamente fazer parte de nosso cardápio saudável.

Apesar dos séculos que temos ingerido refeições cozidas, nosso computador biológico, chamado organismo, não aprendeu a processar os alimentos alterados pelo fogo. A leucocitose digestiva é um dos principais efeitos dessa prática, pois, não reconhecendo cozidos e os interpretando como presenças estranhas, o organismo ativa mecanismos de defesa produzindo assim mucosidades e indisposições.

domingo, 23 de maio de 2010

COLUNA DE TOM COELHO - Metas, Realizações e Resultados

COLUNA DE TOM COELHO - Metas, Realizações e Resultados

«Os talentosos atingem metas que ninguém mais pode atingir. Os gênios atingem metas que ninguém mais consegue ver.»
(Arthur Schopenhauer)

Uma meta, qualquer que seja ela, só pode ser assim conceituada quando traçada segundo cinco variáveis: especificidade, mensurabilidade, exequibilidade, relevância e temporalidade.

No mundo empresarial as coisas nem sempre funcionam assim. Observamos o reinado do «autoengano». Metas são estabelecidas para justificar investimentos, agradar acionistas. Objetivos são fixados com base em expectativas irreais, prevendo crescimento da ordem de dois dígitos independentemente de incertezas políticas e econômicas. Poderiam até ser alcançáveis dentro de um espaço de tempo adequado.

Contudo, como não se pretende mexer nas variáveis tempo e exequibilidade, alteram-se as variáveis mensurabilidade (daí os balanços maquiados, ou melhor, a «contabilidade criativa») e relevância (daí qualquer meio ser justificável, inclusive rasgar a Carta de Valores, praticar downsizing a qualquer custo, desviar o foco do negócio, promover fusões e joint ventures desprovidas de fundamentação).

As pessoas buscam realização. Mais do que um ato, um estado de espírito. Mais importante do que o fato concretizado, a satisfação de tê-lo feito.

Crónicas da Minha Terra - Por Arlete Piedade - Aveiro Cidade de Santa Joana Princesa

Crónicas da Minha Terra - Por Arlete Piedade - Aveiro Cidade de Santa Joana Princesa

No passado fim de semana de 15 e 16 de Maio, perdi a cabeça e resolvi ir viajar até Aveiro! Pois é, eu que sempre fico em casa, (salvo quando saio...), aproveitei o convite da Meg Kopler, minha amiga virtual há largos anos, brasileira a residir agora em Aveiro, escritora, poeta e colega no Raizonline, e fui passar um fim de semana repousante na cidade de Santa Joana Princesa.

Santa Joana era uma princesa que viveu no século XV. Era filha dos reis de Portugal, D. Afonso V e D. Isabel. Como os Reis não conseguiam ter filhos e portanto um herdeiro para o trono, foram orar a um santo que se dizia que atendia os pedidos das mães para engravidarem. Foram atendidos e nasceu uma linda princesinha, que desde logo foi jurada como a herdeira do trono de Portugal.

Mas dois anos depois nasceu um irmão e portanto foi o príncipe nomeado como herdeiro do trono dado ser do sexo masculino. No entanto a princesa sempre desejou dedicar-se á vida religiosa o que o pai (a mãe tinha falecido entretanto) , assim como o irmão e os nobres da coroa, não aceitavam facilmente.

Desde menina que se dedicava a ajudar os pobres e a viver uma vida de austeridade, usando trajes de burel por baixo das roupas ricas de princesa.

A princesa era muito pretendida pelos reis dos outros países, para casar com os seus filhos, porque era muito linda, de luminosos olhos verdes, muito boazinha e de pele branca, mas nunca aceitou casar-se, tendo escolhido o Convento das Dominicanas de Aveiro, que era onde se vivia com mais pobreza e austeridade, para professar e seguir o desejo do seu coração de dedicar a sua vida a Jesus Cristo.

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.- O Velho Kimura

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.- O Velho Kimura

Quando eu tinha 22 anos de idade e trabalhava numa metalúrgica em Osasco, fui convidado por um colega de origem nipônica a ir almoçar na casa dele num domingo; pois seu pai estaria completando 70 anos de idade e pediu para que cada filho trouxesse um amigo para almoçar. Meu colega sempre dizia da inteligência e sabedoria do pai, que ele era muito quieto e que, de quebra, gostava imensamente de cozinhar.

Claro que aceitei o convite. No outro dia, meu colega me perguntou se eu gostava de «paella», comida espanhola. Disse a ele, que só conhecia por ouvir falar e nem sabia dos ingredientes. Ele me disse que seu pai iria preparar para todos, uma imensa paella no domingo.

Ainda me adiantou que paella era uma comida de certa forma parecida com feijoada, só que usavam arroz, ao invés de feijão preto e que, além de carnes, continha também peixes e crustáceos; os chamados frutos do mar. Eu lhe perguntei se também tinha camarões; ele afirmou positivamente. Disse a ele que qualquer comida que tinha camarão só podia ser boa. E assim foi...

No domingo, dez e meia da manhã, lá estava eu na casa dos Kimura, em Taboão da Serra (à época eu morava na periferia de Osasco).
O velho Kimura era um homem simpático, generoso e sorridente. Tratava a todos os convidados que iam chegando com muita afeição.
Perguntava: -você é convidado de quem?

Feito isso, sorria e agradecia pela presença. Eu estava lá, de certo modo constrangido em meio a mais cinco convidados, pois meu colega, o filho do velho Kimura havia ido buscar encomenda no mercado Central de São Paulo e não havia voltado; portanto eu não conhecia nenhuma daquelas pessoas e nem elas a mim.

Haroldo P. Barboza - Crónica: Salvadores da pátria.

Haroldo P. Barboza - Crónica: Salvadores da pátria.

Praticamente não há mais o que se fazer em relação à provável fraude montada para as eleições. Mesmo um grupo coeso não terá meios de impugnar o processo. Ainda mais que o órgão (TSE) que define as regras do evento é quem julga as interpelações daqueles que se sentem prejudicados por alguma conduta falha dentro do processo!

O cenário será mantido em estado de espera até que o fato esteja consumado e os jornais anunciem que a «democracia»(?) deu mais um passo à frente (rumo ao abismo?). Somente um milagre que pudesse detonar simultaneamente os explosivos contidos dentro de nossa indignação com esta caminhada em direção à moradia final poderia estancar o sangue que escorre de nossa dignidade pisoteada. Mas o interesse do povo é saber se o atleta X está com os salários em dia para jogar com seriedade na copa de futebol. O próprio salário (minguado e atrasado) não faz diferença para quem foi doutrinado a viver na lama.

O caixão é o Brasil. O cadáver é a nossa sociedade. E se Jesus tiver de voltar, não será aqui. Estão precisando dele com urgência lá no Oriente Médio. Se bem que agora um «zeroglota» (conversando com turco, chinês e russo) está intermediando acordo nuclear mundial, apesar de não entender nem de energia elétrica nacional.

Acontece que nossa sociedade está em estado terminal. Perdeu a capacidade de reação espontânea. Os mais velhos (acima de 60 anos) naturalmente se acomodam alegando que têm uma família para cuidar e não podem participar de aventuras sem um final claramente definido.

Página de Sandra Fayad - Uma Crónica: A anfitriã portuguesa - Um poema escrito: Hino à Felicidade - Um poema escrito e declamado: Minha Canonização

Página de Sandra Fayad - Uma Crónica: A anfitriã portuguesa - Um poema escrito: Hino à Felicidade - Um poema escrito e declamado: Minha Canonização

A anfitriã portuguesa

Arlete Piedade, da simpática e pequena cidade de Santarém, onde estive duas vezes por ocasião da viagem a Portugal, em março de 2010, é o assunto deste pequeno texto. Eu a conheci em 2005, pela internet. De lá para cá, trocamos dezenas de e-mail e mensagens no MSN, participamos de várias iniciativas em sites e blogs que divulgam as pessoas que praticam a arte e a literatura lusófonas pelo mundo afora.

No início, eu supunha que ficaria só nisso, devido à distância física que nos separa, embora tenhamos vários pontos de convergência, como por exemplo, o amor à poesia e a preocupação com o meio ambiente. Assim como Arlete, também escrevo em prosa e verso, mais em verso do que em prosa, e estamos sempre buscando novas formas de expressar o que sentimos. Hoje Arlete, entre outras ações na net, mantém o blog http://maduraliberdade.blogspot.com/ , é colaboradora do Jornal Raizonline e locutora de Rádio.

Temos também uma história familiar parecida. Seu pai e o meu cultivavam uma hortinha de ervas medicinais, verduras, legumes e algumas árvores frutíferas em um pequeno espaço próximo à casa. O local tornou-se uma espécie de santuário, após o desaparecimento dos seus proprietários.

sábado, 22 de maio de 2010

Poesia de Sanio Aguiar Morgado - REGRESSO - COBAIA - RODA DA VIDA - SONHOS E PESADELOS

Poesia de Sanio Aguiar Morgado - REGRESSO - COBAIA - RODA DA VIDA - SONHOS E PESADELOS


REGRESSO

De repente percebo
que já vivi e sinto
passar por coisas que
um dia já passei.

E que retorno,
como retornam as
estações do ano e
a primavera florida.

COBAIA

Sou esta experiência,
uma cobaia simplesmente,
entregando o corpo e a alma
para pesquisas do Criador.

Os aparelhos estão ligados,
sabem tudo o que passo,
testam este ser de carne,
sobrecarregam o coração.

RODA DA VIDA

Move-se a roda da vida,
trazendo segredos, luzes que
acendem e se apagam ao longe.

Pensar na loucura,
trabalhar como remédio; amanhã cedo,
os pássaros cantarão nas suas gaiolas.

A vida rola na
correnteza da chuva e de repente
o sol brilha entre as brechas do céu.

SONHOS E PESADELOS

Quando criança, adormeci
olhando para um armário,
percebia lavadeiras próximas
de um grande abismo.

Ainda jovem, percebi
meu pai próximo de mim,
quase nos tocamos mas
escorregamos no tempo.

Já estudante, uma prova
dependia todo o futuro,
foi então que acordei, se não,
jamais me formaria.


Leia estes poemas completos

Poesia de Arlete Piedade - Declamada

Poesia de Arlete Piedade - Declamada

A Caminho da Escola de Arlete Piedade (Declamado por Astir Carr)
Madura Liberdade de Arlete Piedade (Declamado por Astir Carr)

A Caminho da Escola

Eu queria compor um terno e singelo poema,
Que a todos vós, fizesse sorrir ao recordar...
Pois que tivesse nossa infância como tema,
E nos desse alegria para de novo brincar...

Queria relembrar os caminhos para a escola,
No inverno pelos trilhos das geladas florestas,
Os cadernos, e o lanche guardados na sacola,
Os tropeços nas pedras duras de vivas arestas.

Mas no tempo distante, travessas lembranças
Fazem parte de um passado de vãs esperanças,
Pois ainda guardo comigo tais sonhos infantis...

Madura Liberdade

Nada mais tenho que provar
A quem quer que questione
Sou como estou a demonstrar
Mesmo que já nada funcione

Já duvido se ainda sei amar
O tempo já não ajuda mais
Mas ainda sei as letras usar
Logo não esquecerei jamais

Poesia de Roberto Kusiak - Até que o divórcio nos separe - Premonições

Poesia de Roberto Kusiak - Até que o divórcio nos separe - Premonições

Até que o divórcio nos separe

é sempre assim
Um primeiro olhar
Um sorriso marfim
Um primeiro palpitar
Começa assim o fim

é sempre assim
A neve derrete
Anjos e querubins
A alma se aquece
Começa assim o fim

Premonições

Foi na chuva.
Foi na noite.
Foi num beco.
Foi no escuro.
Foi molhado e com frio.
Foi lá, escondido de mim mesmo.
Na penumbra.
Que chorei a falta de você.

Devo confessar que quando escrevi este poema, isso quando tinha apenas catorze anos, e já se passaram vinte e cinco anos, não tinha noção exata do que significava. Ontem me dei conta de que meu tão sonhado mundo havia desmoronado. Ontem, saí à noite, na chuva, tentando encontrar um caminho que me levasse para qualquer lugar longe de mim. Vaguei pelas ruas molhadas e frias, pelas poças de mim que ficavam pelo caminho a cada passo que meus pés, descalços de qualquer razão coerente, davam na tentativa insana de encontrar o sentido e a razão de meu fracasso.


Leia poemas e texto completo

CENTRO DE CIENCIAS DE MACAU - Por António Cambeta (Macau / Tailândia)

CENTRO DE CIENCIAS DE MACAU - Por António Cambeta (Macau / Tailândia)

Visando ser o cerne da educação científica, turismo e MICE, o Centro de Ciência de Macau abriu oficialmente ao público no dia 25 de Janeiro e celebrou a inauguração de uma exposição especial, a «Exposição de Ciências e Tecnologias Antigas da China» no Centro de Exibições. Muitos visitantes foram atraídos nesse dia ao Centro de Ciência de Macau, sendo a maioria famílias locais e residentes idosos.

O Presidente do Centro de Ciência de Macau S.A., o Sr. Vítor Ng, chegou mesmo a entregar um conjunto de lembranças ao primeiro visitante do Centro. A maioria dos visitantes está satisfeita com as instalações e programa disponíveis no Centro. Eles acreditam que as exposições podem ajudar a estimular o pensamento das crianças e a promover o interesse dos adolescentes pela aprendizagem da ciência.

Festas Juninas. - Por Marcelo Torca

Festas Juninas. - Por Marcelo Torca

As Festas Juninas ocorrem no mês de junho devido ao solstício de verão do hemisfério norte, assim que surgiu, posteriormente transformaram-se na festa de três santos comemorados em junho: Santo Antônio, 14; São João, 24; São Pedro, 29. No Brasil, no Nordeste Brasileiro é comemorado o mês inteiro ao som de forró, baião, renovando anualmente um repertório próprio, ao mesmo tempo que mantém as tradições, pois há a valorização do forró tocado com acordeão, zabumba e triângulo.

Na cidade de Pauliceia, Estado de São Paulo, fundada em 29 de junho de 1947, portanto dia de São Pedro, sendo o mesmo padroeiro da cidade, o mês é de festa, com os finais de semana tendo uma programação diferenciada, seja campeonato de truco, quermesse, atividades religiosas, corrida, a festa na véspera do aniversário da cidade, onde há quentão, amendoim torrado e pipoca.

Uma característica tradicional são as fogueiras à beira da rua que moradores fazem, uma forma de comemorar os santos acendendo-a depois do entardecer na véspera do dia de Santo Antônio, São João e São Pedro.

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A europa que se (re-des)conhece

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A europa que se (re-des)conhece

Por esta altura do campeonato económico financeiro as coisas andam bastante más em todos os planos e em todos os países ditos desenvolvidos.

Encostados durante alguns séculos (os europeus) aos últimos gritos da moda produtiva e recolectora de matérias primas, tem funcionado a Europa - do Atlântico aos Urais - (assim como os EUA e Japão e agora mais recentemente a China) pelo sistema do «toque de Midas». Quer dizer, uma coisa de relativamente pouco valor, devidamente transformada, recebe o tal «toque» e, em virtude dessa mesma mágica intervenção, o produto transformado sobe astronomicamente no seu valor.
Acabada na Europa a produção em massa, ou pelo menos quase acabada, vêm-me à ideia os lamentos de um Lord inglês do Sec. XVIII muito debruçado sobre a pouca rentabilidade da produção Indiana (na altura colónia inglesa, como é claro) lamentando-se da perca de tempo da população indiana que teimava em manter métodos produtivos artesanais, desaproveitando assim os benefícios que o mesmo tempo ganharia se fosse aplicado na produção em massa.
Pois bem e ressalvado o lento e manual artesanato e as suas metodologias neste momento a Europa (e os chamados países desenvolvidos) deram o nome de «produção de qualidade» e de «produção de marca» ao antes reprovado sistema indiano acima referido, com as devidas alterações que o tempo torna obrigatório.
O chamado investimento em investigação, o facto de se jogar para as calendas formativas e académicas o futuro desta nossa pobre sociedade não é mais que um lento dedilhar de artesanais agulhas indianas. As fortunas gastas em pesquisas de mercado, em publicidade, em transformação por vezes super - artificial de «necessidade» de dados produtos é outro dos esporos negativos do desnorte colectivo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (L)

Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (L)

Existem assuntos sobre os quais nem ousava aprender, mexer, ou imaginá-los sequer. Felizmente, hoje em dia já assim não penso. Com isso, evolui e abri-me a novos horizontes. Apercebi-me, igualmente, que a vida é muito mais para além da nossa visão, do que diariamente aprendemos e do que acreditamos. Sem dúvida, a vida tem tanto para nos ensinar que muitas das vezes passamos por ela sem nos apercebermos de realidades e dimensões realmente fascinantes .

A Reencarnação pode bem ser uma delas… um dos tais factores, em que os adeptos têm vindo aumentar… Sem dúvida alguma, connosco convive diariamente muito para além do que a nossa humana visão alcança. De facto, existem mesmo coisas inexplicáveis e, inclusive reacções perfeitamente absurdas que nem sequer percebemos a razão de ser de tais atitudes.

Tenho uma amiga, que tal como eu nunca gostou de répteis. Já em relação ao mar, a nossa adoração sempre foi muito cúmplice… No entanto, nunca conseguimos passar acolá da rebentação das ondas, … Acreditem, que o pânico de morrer afogadas sempre assolou os nossos espíritos!... Inclusive, em conversas amenas, brincámos sempre muito com o assunto, sem no entanto nunca termos percebido o motivo. Nunca tínhamos andado de barco, nunca tivemos perante um sítio de naufrágio e muito menos perto de répteis. Inexplicável, pois!

A rendição - Conto por Roberto Kusiak - Parte I

A rendição - Conto por Roberto Kusiak - Parte I

Eu fiz uma aposta, uma aposta muito alta com o destino. Sinto que estou perdendo e que é preciso urgentemente virar esse jogo. Todos os dias eu tento tirar as pedras que estão no caminho. E a cada caminho novo que traço, mais pedras vão aparecendo. Pois é, a vida não é uma merda, nós é que defecamos no lugar errado, ou não.

- Entregue a arma e saia com as mãos para cima!
- Não chega perto senão estouro os miolos dela. Eu não vou sair.
- É a última vez que avisamos. Saia ou invadiremos a casa!
- Vai se catar Mané. Se tentar invadir vai ter morte aqui.

O som do disparo vindo da casa fez os policiais jogarem-se ao chão, um para cada lado. O tiro atingiu a lateral da viatura e forçou os dois a se afastarem. Abrigados atrás das pilastras de sustentação do portão de entrada da residência, eles decidiram chamar reforços. A situação havia chegado a um ponto que necessitariam de um aparato maior de policiais, inclusive com negociadores.

Eu sabia das consequências daquele disparo. Sabia que em pouco tempo a rua estaria tomada por policiais, repórteres, curiosos, padres, pai de santo, políticos e gente de toda sorte. O circo estava armado. Aquele tiro não foi um simples tiro de advertência, ou algo impensado, foi um sinal de que as cartas do jogo começaram a ser distribuídas, que era o primeiro movimento do peão no tabuleiro de xadrez. Ri sozinho enquanto espiava pela janela, o corre-corre no lado de fora.

A Vingança dos Porcos - Por Alexandre Pimentel*

A Vingança dos Porcos - Por Alexandre Pimentel*

Dentro das reflexões ecológicas temos uma frase que diz mais ou menos o seguinte: «Deus perdoa sempre, o homem perdoa de vez em quando, mas a natureza não perdoa nunca». Também dizemos que a natureza não reage mas se vinga!

Talvez poucas pessoas vislumbrem a atual «gripe suína» como uma problemática de fundamentação ambiental, ou seja, são estimulados pelos formadores de opinião da sociedade urbano - industrial a não vincularem uma coisa com outra e enxergarem a fenomenologia social da doença como fruto do azar ou mera obra do acaso.

A sociedade de consumo, incluindo aqui a modalidade marxista, tem como uma das mais atraentes fontes de lucro da venda de remédios pelos grandes laboratórios. Além disso, não associando, por exemplo, ecologia com hábitos alimentares, ela cria um verdadeiro arsenal de monstrengos que vão dos alimentos artificiais, criados com agrotóxicos, repletos de conservantes, corantes e acidulantes, até os ácidos graxos trans, o glutamato monossódico, o aspartame e os transgênicos.

E como se não bastasse, o modelo cruel de sociedade que vivemos, utiliza o reino animal como campo de prova para todas as armadilhas destinadas ao homem. Tanto os laboratórios de pesquisas, com suas sofisticadas técnicas de vivissecção, quanto os matadouros que jogam aves, suínos, bovinos na água fervente antes de terem morrido, são grupos de extermínio legalizados que vendem (quando, me perdoem, não enfiam a goela abaixo) o sofrimento disfarçado de comida ou remédio.

Pedras no Caminho! - Por Adm. Marizete Furbino

Pedras no Caminho! - Por Adm. Marizete Furbino

«Dificuldades e obstáculos são fontes valiosas de saúde e força para qualquer sociedade.»
( Albert Einstein )

Na vida pessoal, assim como na vida profissional, o administrador encontra inúmeras pedras no decorrer do caminho. Costuma-se encontrar uma pedreira em meio à caminhada, mas, terá que agir com muita inteligência, muito equilíbrio emocional e muita paciência, para conseguir fazer com que tais pedras, sirvam de degraus para sua subida. Transpor obstáculos exige, além de maturidade profissional, muita sabedoria.

O administrador deverá fazer de cada obstáculo, um desafio a ser perseguido, e fazer de cada barreira a ser vencida, uma oportunidade, assim, terá maior probabilidade de alcançar sucesso profissional e permanecer no mercado.

Os obstáculos, bem como os desafios, funcionam como um tempero na vida de qualquer administrador, pois, são eles, um dos responsáveis pela motivação do mesmo.

Reconhecer limites, não fazendo destes, limitações, é de suma importância, pois, a partir deste reconhecimento, vem o crescimento.

Fazer uma auto-análise torna-se imprescindível para que o administrador melhore não apenas como profissional, mas principalmente como pessoa. Reconhecer erros, analisá-los, e transformá-los em acertos, é um trabalho formidável, que exige além de muita maturidade profissional, muita sabedoria, é o que deve todo administrador procurar aprender, e fazer.

A COLUNA DE JORGE M. PINTO - CASOS AO ACASO - Míngua - CURIOSIDADE !- Quiproquó - SE BEM O PENSOU....

A COLUNA DE JORGE M. PINTO - CASOS AO ACASO - Míngua - CURIOSIDADE !- Quiproquó - SE BEM O PENSOU....

Míngua

- Um dos Chefes aqui colocados, depois de por diversas vezes ter insistido com o respectivo Administrador no sentido de lhe ser enviado expediente de secretaria, nomeadamente impressos que lhe permitissem elaborar a correspondência oficial, e de ter escrito até em contra-capas de livros, e como último argumento, ter usado mesmo as margens de um velho jornal pacientemente recortadas e justapostas, aí dizia que aquele seria o último papel de que dispunha.

CURIOSIDADE !

- O posto de Secretário de Circunscrição comportava, dentre outras das suas – muitas - atribuições, também a de Notário e Oficial do Registo Civil ..
Nessa qualidade constituía também sua obrigação orientar os cidadãos na confecção dos documentos necessários à obtenção do chamado de Bilhete de Identidade , ou simplesmente BI, documento de identificação individual para todo o cidadão português.
Homem de poucos risos, muitíssimo delicado por criação, eficientíssimo no seu trabalho, um Secretário preparava a pedra de mármore que serviria à colheita das impressões digitais nesse tempo exigidas a qualquer candidato à obtenção (ou renovação) do BI, quando notou que as mãos do sujeito a identificar estavam bastante sujas. Delicadamente lhe diz apontando o local onde deveria faze-lo:
- Enquanto preparo a pedra queira, por favor, lavar as mãos.
- Qual delas ? Pergunta o cidadão.

Quiproquó

- Outro Secretário, no seu gabinete de trabalho, dava instruções a uma mulher que, acompanhada da filha desejava saber quais os documentos de que esta necessitaria para contrair matrimónio...
Um a um lá os foi designando, até que se lembrou que parte dos papeis teriam que ser requeridos pela própria nubente, e necessário se tornaria reconhecer-lhes a competente assinatura.
Para tanto, imprescindível seria ter sinal aberto em cartório, pelo que se dirige à Mãe perguntando:
- Sua filha, tem já sinal aberto ?

SE BEM O PENSOU....

-Oficiais do mesmo ofício desavindos, em terra pequena, tendo que trabalhar todo o dia de todos os dias no mesmo edifício - normalmente pequeno - e freqüentemente em comum, convenhamos, deve ser como que viver no inferno....
(Não esquecer que os funcionários do Quadro Administrativo, embora civis, em quase tudo tinham que sujeitar-se e obedecer à R.A.U. -Reforma Administrativa Ultramarina - regulamento que estava bem próximo do implacável RDM -Regulamento de Disciplina Militar - no que respeita a disciplina e punições).
Numa Circunscrição, com ânimos totalmente alterados, Administrador e Secretário (posto que mais tarde passou a designar-se por Adjunto de Administrador de Circunscrição, o que bem demonstra a verdadeira «proximidade e ligação» entre ambas as funções) tal aversão quase raiava a insanidade.

José Varzeano - A capela de São Bento em Alcaria Queimada

José Varzeano - A capela de São Bento em Alcaria Queimada

Pequena nota : Ainda que já tivéssemos escrito alguma coisa sobre esta capela e englobado no monte de que faz parte o texto que aqui reproduzimos na nossa rubrica, Ecos da Imprensa, existe sempre mais algo para dizer e o nosso Tema «Templos» ficará mais completo facilitando a busca a eventuais interessados. JV

Esta pequena capela rectangular, de 5X8 m, sem incluirmos a sacristia e anexo, situa-se no «monte» de Alcaria Queimada, o segundo mais populoso na freguesia de Vaqueiros, a que pertence, segundo as Memórias Paroquiais que lhe atribui 17 vizinhos (fogos), só suplantado pelo «monte» do Zambujal, com 31.

Templo que datamos pelo menos do século XVII pois existe um Livro da Rª e Dª da Confraria de S. Bento de Alcaria Queimada com datas limites de (1717-1799). A quando das visitações da Ordem de Santiago do século XVI não aparece referida certamente porque ainda não existia.

Há cerca de trinta anos nela se dizia missa ao 4º sábado de cada mês.

Nas Memórias Paroquiais de 1758 diz-se que a paróquia tem uma ermida do Glorioso Patriarca São Bento numa aldeia chamada Alcaria Queimada, cujas ofertas pertencem ao prior de Martim Longo.

Fachada de empena de bico com armação de argamassa para suporte do pequeno sino.

POESIA DECLAMADA

POESIA DECLAMADA

Recolha e apresentação de Clara S. Tinoco
(Continuação)
Opiário - Poema de (Álvaro de Campos) ou ou seja Fernando Pessoa, dito por Mário Viegas.

Álvaro de Campos declara-se decadente, quando se refere ao Opiário.

O poema imita-lhe desde a nostalgia de além, a morbidez snob de um saturado de civilização, a embriaguez do ópio e dos sonhos de um Oriente que não há, o horror à vida, o realismo satírico de certas notações, até ao vocabulário entre precioso e vulgar, às imagens, símbolos, estilo confessional brusco, amimado e divagativo, ao ritmo dos decassílabos agrupados em quadras.

Opiário foi oferecido a Mário de Sá-Carneiro e escrito enquanto navegava pelo Canal do Suez, em Março de 1914.

Poema de Fernando Pessoa na voz de Paulo Autran - Alvaro de Campos - Se te queres matar

Retrato, poema da poetisa brasileira Cecilia Meireles, na voz de Paulo Autran

Poema Campo de Flores de Carlos Drummond de Andrade declamado pelo ator Paulo Autran

Ricardo Reis: Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio - Poema de Fernando Pessoa na voz de Paulo Autran.
Odes de Ricardo Reis
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Chico Buarque lê Álvaro de Campos - Dobrada à Moda do Porto

Navio Negreiro, Poesia de Castro Alves. Voz: Caetano Veloso e Maria Bethània

POESIA DECLAMADA - Recolha e apresentação de Clara S. Tinoco

POESIA DECLAMADA - Recolha e apresentação de Clara S. Tinoco

No seguimento do solicitado no anterior número recebemos algumas poesias declamadas e links para encontrar outras que se encontram publicadas na Net. Recebeu também o jornal poesias declamadas de colaboradores do jornal, declamações dos próprios e outras realizadas por terceiros.

Acrescentamos àquelas que vêm do número anterior algumas outras realizadas por autores consagrados recitando poesia, na sua grande parte de Fernando Pessoa e seu heterónimo Alvaro de Campos, que tem uma multidão de fãs no Brasil. Recebemos também referências a Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Castro Alves (Brasileiros) e Eugénio de Andrade.
Temos em perspectiva a colaboração com um site que tem muita, mas mesmo muita, poesia declamada, mas a extensão dos espaços declamados é muito grande para ser colocada aqui no jornal, pelo que andamos procurando uma solução para resolver o problema. Esperemos ter novidades já no próximo número...

As Palavras Interditas, poema de Eugénio de Andrade, recitado por Mário Viegas.

Cântico Negro de José Régio Por João Vilaret

Recado a Lisboa Por João Vilaret

Recado a Lisboa em Fado por Beatriz da Conceição

Maria Bethânia
Poema do Menino Jesus de Fernando Pessoa
Prece - Fernando Pessoa
Cartas de Amor - Fernando Pessoa

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dueto Poético - Martinez & Ana Maria Brasiliense - MINHA POESIA...- Tua poesia...

Dueto Poético - Martinez & Ana Maria Brasiliense - MINHA POESIA...- Tua poesia...

MINHA POESIA...

José Geraldo Martinez

Ah, moça, quisera ser o teu poeta,
aquele que lês e sonhas...
O homem a quem mostras a alma,
em tuas noites tristonhas!


Minha poesia é tua!
Despida de qualquer vaidade...
Versos que falam em suave brisa,
de toda esta minha saudade !

Ana Maria Brasiliense

Tua poesia...

Quisera ser tua poesia,
aquela que acarecias,enquanto dedilhas
letra por letra dourada chorando solidão...
Quisera ser poesia em tuas mãos!

Quisera ser tua canção
te acalentando em noites tristonhas!
Ser poesia em manto de sonhos
cobrindo teu corpo,
trazendo lembranças risonhas...


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POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ


Minha Mãe...

Não cabe no peito, mãe, este amor que sinto
e ele vasa nos olhos meus...
Ainda que longe, a ti pressinto,
nos meus ouvidos, os conselhos teus!

E me vem teu rosto,
aquele mesmo tão sofrido...
Onde a vida não te poupou em nada!
Também eu vejo teu alto posto,
de pai e mãe em nossa humilde casa...

Deixei, Ah, Deixei

Venci a barreira da pequenez !
Saí da mesmice cotidiana .
Da hipocrisia machista e vencida,
entreguei-me a quem me ama !
Deixei . Ah, deixei
que ela me visse desabar !
Sem medo da minha fraqueza ,
de nos seus pés eu tombar .
Abracei suas pernas ,
como quem não quisesse mais soltar !
Pedi quase em súplica :
- Não se vá !
Agora que consegui ver o sol
que pousa nos campos dos
que amam ...

Alma Bucólica!

O que faço com esta alma bucólica
Que ainda guarda as ruas com lampiões ,
Noites perfumadas e frescas,
Com bailado de assombrações?

O que faço?
Coberta de paralelepípedos úmidos...
Sonatas vindas da escuridão?
Barulho de trem sobre trilhos,
Latido triste de cão...

Tão bucólica...
Com casinhas de telhas caipiras e
Vestidas com trepadeiras, além
Das chaminés cheirando café e algazarra
De pardais nas cumieiras!


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Poemas de Liliana Josué - Caminhando Pela Vida - Olá, lindo gato! - NATUREZA MORTA

Poemas de Liliana Josué - Caminhando Pela Vida - Olá, lindo gato! - NATUREZA MORTA

Caminhando Pela Vida

Na aparência dum passo decidido
caminha sem saber p'ra onde vai
mas quer continuar (acto incontido)
e dessa sua crença ela não sai
que embora nada seja consistente
a ânsia de vencer está presente.

Olá, lindo gato!

Olá, lindo gato!
Bichano vaidoso
De porte vistoso
De pelo sedoso
De olhar caprichoso
De andar vaporoso
Exemplar charmoso
No teu belo fato.

NATUREZA MORTA

Tu és:
Maçã gostosa, pêssego macio
Pêra lustrosa, grande ameixa aquosa
Insinuante medronho assaz bravio
Abacaxi de carne apetitosa
Amora negra tentando na silva
Excitante morango em escarlate puro
Laranja brava cujo odor cativa.
Essência de fruto doce e maduro.


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CORONEL FABRICIANO - O Homem da bicicleta - A bomba - BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - O Homem da bicicleta - A bomba - BENEDITO FRANCO

O Homem da bicicleta

Um meu parente esteve na Holanda para visitar um antigo colega. Defronte do apartamento do amigo, via uma avenida grande, larga e movimentada.

Logo pela manhã, o amigo o chama à janela e lhe mostra um ciclista passando, talvez indo para o trabalho, pois rumava para o centro da cidade.
O amigo lhe diz:
-Olhe aquele homem da bicicleta.

Antes do almoço, o amigo o chama novamente e lhe mostra o mesmo ciclista, agora no caminho de volta. De novo, em caminho inverso, a mesma cena é apresentada após o almoço:
- Olhe o moço da bicicleta.

A bomba

Sou a favor do Brasil fabricar a bomba atômica. Serviria para a defesa de nossas fronteiras, nossos inimigos...

Afinal, se Estados Unidos, França, Israel, China e outros possuem a bomba, seria ótimo o Brasil ter a sua! Sugestão de um campo experimental para a primeira delas – uma bombinha só: a Praça dos Três Poderes...

Para dizer a verdade, nenhum dos países fabricantes da bomba merecem tê-la... nem mesmo as pretensões do Iran. Condenemos a todos!


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POESIA de TOM COELHO - Elas...

POESIA de TOM COELHO - Elas...


Elas...

«Não existe maneira de ser a mãe perfeita,

e há milhões de maneiras de ser uma boa mãe.»

(Jill Churchill)





São elas amarelas, brancas, negras.

Amarelas tal qual o brilho do sol,

Brancas feito a maciez da neve,

Negras como o mistério acolhedor da noite.



São elas biológicas ou adotivas.

Nas primeiras, cresce-se antes na barriga.

Em todas, cresce-se permanentemente no coração.



São elas fortes, corajosas e tolerantes.

Resignam-se diante das transformações do corpo,

Superam a ansiedade da espera,

Suportam as dores do parto.



São elas provedoras e guardiãs.

Oferecem-nos o sustento nutrido a partir do colo,

Concedem-nos a segurança reconfortante

De braços e abraços.


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A EPISTOLOGRAFIA DE FLORBELA - Por Daniel Teixeira

A EPISTOLOGRAFIA DE FLORBELA - Por Daniel Teixeira

Uma das coisas que mais interessante pode notar-se em Florbela Espanca e na imagem que tem sido criada dela é que, sendo Florbela uma «poetiza do amor», do «amor impossível» ou do «amor não correspondido» e tendo ela escrito um diário, amputado nas publicações, é certo, mas mesmo assim um diário, que nele ou nas suas inúmeras cartas que chegam ao conhecimento do público não seja encontrada uma única carta de amor, ou mesmo uma carta que não sendo de forma directa e explícita uma carta de amor, venha a demonstrar os passos de um processo amoroso. Encontram-se alguns traços de galanteria nalguma da sua prosa e pouco mais…

Já escrevemos noutras alturas que a ênfase sobre o amor colocado por Florbela Espanca, na sua poética e na sua prosa é o ideal de um amor platónico no sentido menos sensitivo do mesmo, ou seja, um amor que a existir apenas pode existir pela forma escrita. Não há vestígios de toque, existem referências ao beijo, aos lábios, às mãos e uma razoável quantidade de alegorias e metáforas que têm fundamentado um pretenso erotismo em Florbela Espanca mas que não entram no campo do sensualismo.

Aliás, e correndo o risco de não sermos muito delicados, as únicas referências ou sugestões que se encontram sobre a sexualidade de Florbela Espanca são aquelas que resultam da enunciação dos seus dois abortos espontâneos. Mas vejamos como ela descreve a vida de casada: como um agasalho rodeado de gente simpática e atenciosa.

«E quanto a mim podes finalmente estar sossegado; por um dos tais acasos, mas este raramente feliz, encontrei na vida aquele que o acaso me deveria ter feito encontrar mais cedo. Assim encontrei-o já envelhecida, com pouca saúde e pouco gosto de viver. Tudo o que tem sido possível fazer-se tem-no ele feito por mim: apanhou o farrapinho, aqueceu-o e anda agora com ele junto ao coração como se fosse um tesouro.

Eu não sabia o que era tratarem-me bem, andava a pensar como seria e agora é que o sei. Tanto o meu marido como a família dele são muito meus amigos e cá estou muito bem. Podes pois estar sossegado, meu irmão querido, o teu pesadelo está enfim sem fazer tolices, disposta e envelhecer tranquila e a morrer em paz.»

O que nos resta como imagem visível de Florbela é a sua iconografia, algo agressiva, pouco sensual (mesmo tendo em conta os valores estéticos da época) e algumas referências ao facto de ela ser uma mulher atraente. Isto para além da sua poesia e da sua prosa, como é evidente.

domingo, 16 de maio de 2010

Em terra de cego quem tem um olho é rei, e quem tem dois olhos vende mais ! Por Ricardo Dorés

Em terra de cego quem tem um olho é rei, e quem tem dois olhos vende mais ! Por Ricardo Dorés

O consumidor brasileiro se mostrou menos otimista, pelo segundo mês consecutivo (março/ abril) de acordo com o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado no início de maio, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Trata-se da segunda queda consecutiva. Os maiores recuos ocorreram com as variáveis que medem as expectativas dos consumidores, em relação à situação financeira e o nível de endividamento, que registraram uma retração de 5,2% e 4,6%, respectivamente.

Na realidade, estes números indicaram que os consumidores estão mais endividados e com a situação financeira pior do que a verificada nos últimos anos. Os dois índices foram os menores desde junho de 2009.

A expectativa para a renda pessoal caiu 4,5% na comparação com março, com o menor nível desde junho de 2008. O otimismo do consumidor também oscilou para baixo quanto à evolução futura da inflação (-1,3%) e do desemprego (-2,9%).

E por que começar este artigo de forma quase opocalíptica? Por uma razão muito simples. São em momentos como este que surgem as grandes oportunidades de crescimento no mercado, sejam eles para os fabricantes, sejam eles para as empresas do setor varejista.

Síndrome de Deus por Tom Coelho

Síndrome de Deus por Tom Coelho

«Existe uma força vital curativa com a qual o médico tem de contar.
Afinal, não é o médico quem cura doenças: ele deve ser o seu intérprete.»
(Hipócrates)

Dediquei-me nas últimas semanas ao meu check-up anual. Mens sana in corpore sano. Decerto que não se trata de uma atividade lúdica nem tampouco prazerosa. Mas é agradável receber resultados de exames sentenciando que você está bem. Afinal, quem pode prescindir da saúde pública, paga um plano de assistência médica como quem compra um jazigo: espera postergar ao máximo o uso do benefício contratado.
A partir das diversas consultas efetuadas pude estabelecer um padrão de comportamento entre os profissionais que me atenderam que cunharei como «paradigmas médicos».

O primeiro deles é de ordem educacional. Absolutamente todos, sem exceção, recebiam-me com uma indagação inaugural: «Qual seu problema?». Houve variantes como «O que você tem de errado?», ou então, «O que você está sentindo?», esta última revestida de maior humanismo posto que remete a um estado emocional em vez de uma constatação objetiva.

Pode parecer curioso, mas o fato é que eles se surpreendiam quando eu argumentava que estava apenas fazendo um check-up. O cardiologista postulou que eu não tinha nada importante a fazer, o urologista supôs que eu tivesse uma vida promíscua, e o clínico - geral imaginou que eu apenas pretendia um atestado.

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Canção Triste - Eclipse Solar - Noite sem Lua

POESIA DE MARIA DA FONSECA - Canção Triste - Eclipse Solar - Noite sem Lua

Canção Triste

Depois da chuva, eu seguia
Apressada, saltitante.
Levava também receio
Da tempestade distante.

Porém, como por encanto,
Ergueu-se no espaço a voz
De uma estranha mulher,
Cantando pra todas nós.

Uma bela melodia
Soava no ar lavado.
Era apelo dolorido
Dum coração magoado.

Eclipse Solar

Nossa Lua surpreendente,
Nunca sabemos de ti!
Sempre volúvel, formosa,
Há pouco estavas ali.

Deixaste uma noite escura
Sem gozar tua presença,
Pra de manhã te instalares
Frente ao Sol, em recompensa.

Impões-te assim, Lua amiga,
De outra forma e dimensão.
Em vez dum luar brilhante,
Vens dar-nos outra ilusão.

Noite sem Lua

A noite tão linda e escura
Invade toda a paisagem.
A Lua não está presente.
Corre tépida uma aragem.

O mar grande continua,
Mas agora não o vejo,
Está fundido com o céu.
A praia sente o seu beijo!

As traineiras 'stão pousadas
Nesse mar de imensidão.
Suas candeias acesas,
São astros na escuridão.


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Um sonho possível - Michael Ginobili - Autocinetrip

Um sonho possível - Michael Ginobili - Autocinetrip

lembre-se, se você não pode ir ao cinema, nos o levamos ate você!

O título original de Um Sonho Possível pode ser traduzido como “O Lado Cego”, em uma alusão ao posicionamento do personagem principal quando participa de um jogo de futebol americano, protegendo o lado cego do lançador. O livro que inspirou o roteiro conta a mudança da importância dessa posição no esporte e a jornada de Michael Oher, de desabrigado até astro esportivo. O filme foca-se apenas na segunda parte, deixando o futebol americano funcionara apenas como cenário e não como tema. Graças a isso, a produção tem um apelo mais global.

Para gostar da fita não é necessário saber as regras do esporte, para facilitar a vida do leitor é necessário saber apenas que a função de Oher é não deixar que os adversários derrubem o lançador de seu time. No geral, trata-se de uma história de solidariedade e de união familiar, passando por cima dos laços de sangue.

Entre os Tuohy, o pequeno SJ rouba a cena e funciona como ponto cômico. O menino é muito engraçado e ao mesmo tempo a ligação entre ele e seu novo irmão mais velho convence e emociona. Apesar do trailer ser muito mais apelativo do que o filme em si, momentos tocantes se fazem presentes na tela.

Sandra Bullock parece ter nascido para o papel de Leigh Anne, retratando muito bem a madame dondoca de temperamento difícil e personalidade forte. Uma característica importante dessa personagem é o fato de reservar-se nos momentos de forte emoção, para não demonstrar fragilidade em público. Por saber dosar muito bem a sutiliza que demanda tal traço, ela merece os elogios que recebe por seu trabalho.

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Quem somos nós, afinal!?

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Quem somos nós, afinal!?

Tenho-me deparado nestes últimos tempos com alguns trabalhos, que vou lendo por essa Net fora, onde a pergunta - pelo menos implícita - que surge é a já velha questão «netística» de se saber se as pessoas na Net são reais ou são diferentes da sua realidade.

Pessoalmente, e apesar de já ter entrado algumas vezes na discussão do tema, acho que essa pergunta é, pelo menos parcialmente, uma falsa questão, quando colocada exclusivamente no âmbito do raciocínio sobre a Net. Na verdade nunca ninguém é, de uma forma estável e estática, ou duradoura, da forma que o outro desejaria e idealiza em termos comportamentais na Net ou fora dela.

Todos flutuamos em termos de «humor», quase todos temos problemas e alegrias que condicionam os nossos comportamentos e as nossas apreciações, quase todos somos um pouco aquilo que somos e um pouco aquilo que não somos, com Net ou sem ela. Isto no que se refere a comportamentos, a formas de agir, a atitudes que se tomam.

Amos Oz, um escritor israelita, define, por outras vias e com uma outra gravidade esta situação com o seu tema a mulher à janela. Nenhuma delas, Israelita ou Palestiniana sabe concretamente o que a outra pensa, quais os seus problemas pessoais, as razões de uma estar bem ou mal disposta, enfim, não existe qualquer informação trocada entre elas, só podem imaginar-se...

O problema pode ser colocado em qualquer circunstância e em qualquer meio, e tendo como exemplo o referido acima sobre Amos Oz, trata-se de saber se o comportamento ou a atitude de uma dada pessoa entra dentro de um padrão que se considera aceitável. Quer dizer, se esse comportamento não sai, para mais ou para menos, de um espaço que a nossa mente calcula razoável.

A ideia que se pretende e que na Net não se consegue obter senão após um lapso de tempo maior do que na vida real, é esta acima referida certeza relativa de uma regularidade comportamental que só se consegue através da solidificação da nossa ideia, da nossa opinião e aqui entram em linha de conta outros factores que já foram aflorados acima : na verdade, e sumarizando e muito, até que ponto o outro imaginado do lado de lá não corresponde a um modelo que nós mesmos temos criado dentro de nós!?

Quer dizer, até que ponto a ideia que fazemos e vamos fazendo do outro não é para nós aquela que nós consideramos razoável e / ou desejável e / ou possível dessa mesma pessoa tendo como «modelo» um modelo ou um conjunto de modelos que recolhemos em meio múltiplo e armazenámos na nossa mente?

sábado, 15 de maio de 2010

Florbela Espanca - Por Arlete Deretti Fernandes

Florbela Espanca - Por Arlete Deretti Fernandes

«Irmã, Sóror Saudade, ah! se eu pudesse,
Tocar de aspiração a nossa vida,
Fazer do mundo a Terra Prometida
Que ainda em sonhos às vezes me aparece!»

Américo Durão

Florbela Espanca por outros poetas

Um modelo de inspiração de Florbela foi o poeta Americo Durao que encontrou durante os seus estudos em Lisboa e que é o criador do nome Soror Saudade como ele assim chamou Florbela num dos seus poemas, nome que Florbela posteriormente usou como o nome da segunda coletanea o Livro de Soror Saudade.

Florbela Espanca causou grande impressão entre seus pares e entre literatos e público de seu tempo e de tempos posteriores. Além da influência que seus versos tiveram nos versos de tantos outros poetas, são aferidas também algumas homenagens prestadas por outros eminentes poetas à pessoa humana e lírica da poetisa.

Manuel da Fonseca, em seu «Para um poema a Florbela» de 1941, cantava «(...)«E Florbela, de negro,/ esguia como quem era,/ seus longos braços abria/ esbanjando braçados cheios/ da grande vida que tinha!».

Também Fernando Pessoa, em um poema datilografado e não datado, de nome «A memória de Florbela Espanca», descreve-a como «alma sonhadora/ Irmã gêmea da minha!».
Florbela foi do interior, Évora, para estudar em Lisboa. Tinha vários amigos intelectuais.

JORGE DE SENA - Por Liliana Josué 

JORGE DE SENA - Por Liliana Josué

BIOGRAFIA DE JORGE DE SENA
Jorge de Sena nasceu em Lisboa a 2 de Novembro de 1919 e faleceu a 4 de Junho, em Santa Bárbara - Califórnia no ano de 1978.
Filho de Augusto Raposo Sena, natural dos Açores , tendo como profissão comandante da marinha mercante, e de Maria da Luz Grilo, dona de casa, natural da Covilhã.

Foi um filho tardio deste casal e, segundo consta, terá tido uma infância e adolescência pouco felizes, devido ao pesadelo da Guerra Civil de Espanha que viu de perto, e pela austeridade de seus pais pertencentes à alta burguesia, ou mesmo aristocracia, os quais pretendiam delinear-lhe a vida a seu modo.

O pai era um homem marcada pelo rigidez militar e a mãe pertencia a uma «casta» de grandes comerciantes.

O escritor iniciou os seus estudos secundários no extinto Colégio Vasco da Gama e terminou-os no Liceu Luís de Camões, tendo sido aluno de Rómulo de Carvalho (o grande poeta António Gedeão), na disciplina de Físico-Química. Ingressou na Escola Naval com excelente aproveitamento, mas formou-se em Engenharia Civil no ano de 1944, contra a vontade dos progenitores mas compensado pela a ajuda de dois grandes amigos: Ruy Simati e José Blanc.
Ao realizar a primeira viagem de navio a sua paixão pela descoberta de novos mundos nunca mais o largou. Em 1949 casou com Mércia de Freitas Leça com quem teve nove filhos. Ambos tinham uma visão nada tradicionalista nem conservadora em relação ao casamento, e que talvez ainda hoje continue a não ser bem aceite. Quanto a eles este acto não deveria ser uma privação de liberdade, mas a continuidade da mesma.

Em 1959 foi exilado para o Brasil devido à sua participação abortada dum golpe de estado. Aí exerceu a profissão de Catedrático de Teoria da Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, em S. Paulo, até 1965.

A partir de certa altura o regime político brasileiro deixou de o favorecer, e nesse mesmo ano (1965) partiu para os EUA onde exerceu vários cargos de relevo a nível cultural e onde acabou os seus dias.

VOZES - Conto de Liliana Josué 

VOZES - Conto de Liliana Josué

Sinto o fumo da estupidez à minha volta. Tem um cheiro intenso a mesquinho; qualquer coisa insuportável.
Sento-me num banco de tampo forrado a oleado amarelo e branco, da ampla cozinha desolada e fria, assim como eu. A máquina lava a roupa pachorrenta num gesto teatral de infinitude.

Meu corpo balança ligeiramente ao ritmo do seu tambor num impulso quase inconsciente mas inevitável, enquanto um murmúrio de canção sai dos meus lábios entrecortado pela minha falha de memoria do seu todo.

Sigo o vazio num vago olhar de espírito ausente e corpo presente. O óculo da máquina, semelhante a vigias de barco, mostra seu mar revoltoso de espuma branca.
Um estranho odor surge inesperadamente do silêncio deslizando nas paredes geladas. Tremo de frio, aconchego o casaco mais ao corpo enquanto tomo consciência da minha realidade, e é quando surgem as vozes emboloradas escorrendo estupidez, como panela ao lume vertendo o caldo pelas bordas.

Salpicam-me os seus borrifos e escaldam-me a mente. Tento fugir mas não vou a tempo e acabo polvilhada de nódoas enquanto o meu cérebro é martelado por essas vozes:
- Não é assim… está mal… mas está mal!!!

Virou para esquerda? Errado, o correcto seria para a direita! Ai virou para a direita também? Desculpe, não sabia. E que eu olho e a posição é sempre a mesma! Talvez fosse melhor virar para a esquerda e para a direita…! Também virou para a esquerda e para a direita…? Ah! não sabia. Mas vire, vire sempre - !!

Eu canso de explicar saber que é assim que as coisas se processam mas não sinto qualquer receptividade. Os cenhos tornam-se de um macio duvidoso e voltam à carga forçando simpatia: - Ai sim…? Mas vire, vire sempre!!

A máquina acorda-me irritantemente numa centrifugação barulhenta, e em forma de protesto atira com a espuma de mar para o chão.
Observo-a surpreendida enquanto barafusto num despertar de factos e considerações reais.

A solenidade do buraco - Reflexão de Michel Crayon

A solenidade do buraco - Reflexão de Michel Crayon

O mirone, termo depreciativo normalmente utilizado para quem gosta de ver, não forçosamente porque não gosta de fazer, mas a maior parte das vezes porque não tem mais nada que fazer, é um fenómeno que tem sido referido ao longo da literatura e mesmo na filosofia: Jean Paul Sartre por exemplo utilizou o sistema (mironês) para dizer que não se pode ser espectador e actor ao mesmo tempo, questão que eu acho discutível mas que não vou aqui discutir.

Por sua vez um escritor americano (salvo erro Erskine Caldwell) relata num dos seus romances a luta entre dois indivíduos pela «posse» de um buraco na parede de um armazém naqueles ambientes um pouco surrealistas do campesinato americano dos anos 20 ou 30, com homens de calças de presilhas à jardineiro e ausência de banho anual.

Pois o dito buraco dava para a apreciação não de qualquer coisa extremamente escandalosa, não para a visão intromissora em algo de íntimo e pessoal mas sim para uma extensa pradaria, vazia e sem qualquer significado se fosse vista da porta do dito armazém. O importante era, pois, o buraco, a visão que era proporcionada pelo filtro do buraco, o facto de haver algo a separar o espectador da paisagem, a sensação diferente que era ter de mexer o corpo, e o olho, para olhar para a esquerda ou para a direita, enfim, isto vai continuar!

Quando se trata de obras, sobretudo as públicas, é frequente ver-se nos taipais pequenos furos, apenas suficientemente largos para que uma ou mais pessoas possam espreitar e não sei se por piada se por filosofia empresarial aparecem por vezes os dizeres, acompanhados de seta a feltro :«Espreite por aqui.»

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Nirma Regina Constantino (Salto, São paulo, Brasil) - Notas pessoais, Composição Impressões Chopinianas e video (Anna)

Nirma Regina Constantino (Salto, São paulo, Brasil) - Notas pessoais, Composição Impressões Chopinianas e vídeo (Anna)

Sou uma pianista que, através de muita reflexão, desenvolvi alguns «padrões diferenciados» de sintonia com a música erudita.
Desde tenra idade «estagio» entre movimentos artísticos ( teatro, dança, pintura, literatura), porém com o intuito de melhor entender a dinâmica social.

A música é minha forma de «sabedoria intrapessoal» e acredito que o som produz o princípio para o autoconhecimento. Consequentemente, sua ministração reporta a alma do «ser»... para o núcleo... em «si mesma».

Meu objetivo com as composições é aflorar nos ouvintes a percepção «surreal» de inúmeros códigos e signos benéficos, que as «esferas melódicas, harmônicas» tem para nos oferecer e «recriar» condições de «nova vida» para as energias sutis que ficaram estagnadas entre os condicionamentos antropológicos.
Há muito o que se aprender e apenas compartilhando com sinceridade é que nos desenvolveremos através dos «infinitos mundos».

Pensamentos de uma compositora clássica contemporânea
Autora: Nirma Regina Constantino (Salto, São paulo, Brasil)
© Copyright da autora .
E-mail: Contato: nirma.constantino@gmail.com
Blog: http://aartedoslivrespensadores.blogspot.com/

A MUSICA é entidade viva e existe, coexiste por si mesma. Está em todo o universo e em todas as formas que nele se fazem presentes. Os chamados «mestres da música» compreenderam e sentiram esta potência atemporal em si mesmos e em toda a criação.
Respeitaram «sua vontade» e fizeram com que a energia da vida fluísse em todas a direções. Isto não é privilégio de uns, mas de todos que possuem olhos para contemplar sua face e assim o querem.

Podemos entendê-la com as prerrogativas intelectuais humanas, porém para senti-la é preciso sentirmos a nós. E para manifestá-la é preciso ir além do pensamento, das teorias, dos conceitos daqui, que estipulamos como princípios e fins, de verdades quase absolutas. Por isso, somos um PENTAGRAMA...em movimento.

Poesia escrita e declamada de Arlete Piedade - Sonho impossivel - Terapia

Poesia escrita e declamada de Arlete Piedade - Sonho impossivel - Terapia

Sonho impossivel

Sonhei em encontrar um amor
que fosse antes de mais, amigo
que falasse e brincasse comigo
a quem confidenciar as mágoas
e receber dele, uma palavra amiga
que fosse também minha fantasia
que comigo fizesse acontecer magia
na troca de olhares, a faísca
do amor, da paixão incendiária
em quem pudesse confiar sem medos
a quem pudesse entregar por inteiro

Terapia

Deste coração dolorido e tristonho
Vou expulsar um amor do passado
Para limpar de mágoas e fantasmas
Esta alma que agora te quer tanto
E que hoje só a ti deseja para amar

O passado está enterrado há muito
Numa terra longínqua para lá do mar
Num cemiterio desconhecido ao sol
Repousam os seus restos mortais
O sonho há muito que já terminou

Mas a vida tem que continuar
Enquanto o coração ainda bater
E o meu sangue nas veias circular
Enquanto o sol pela manha, nascer
Eu ainda vou ter alguém para amar

és tu o amor maduro no ocaso da vida
és tu que me amparaste na queda
és tu que me fizeste sentir querida
és tu que me fizeste sentir amada
és tu que quero a meu lado ate ao fim
és tu que ele queria saber junto a mim

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