PROSA POETICA POR ILONA BASTOS - Inspiração I - Inspiração II- Inspiração III
Inspiração I
A inspiração pode surgir de onde menos a esperamos: da simples folha de árvore, pousada sobre o empedrado escuro do passeio; da lagartixa que nos espreita da fresta do muro; das conversas e desabafos daqueles que por nós passam, tantas vezes alheados de tudo o que não seja o seu próprio mundo…
Daí a necessidade de estarmos atentos ao que acontece em redor. Isto é, se queremos entender a realidade e descrevê-la!
Inspiração II
Que maravilhoso milagre é este de estar viva, de saúde, rodeada dos que amo, e com a possibilidade de me alimentar e satisfazer as mais básicas necessidades!
Basta esta simples reflexão para que os olhos eleve ao céu, respire fundo e me compenetre da paz que sobre mim desce. E, com a paz, nasce a capacidade de raciocinar, ver em redor, sentir o odor das flores que se espraia para além do jardim, e que o vento (sim, o mesmo vento que faz dançar as sombras sobre a mesa onde escrevo) espalha pela rua aleatoriamente, sem escolher ou preterir, na sua doação de um presente odorífero.
Inspiração III
Há sensações que pairam sobre nós como gigantescas nuvens negras, parte de um cenário que é o da nossa existência, e ao qual não podemos escapar, ainda que mudemos de terra, de hábitos, de pensamentos …
Ainda que riamos, que conversemos, que sintamos temporariamente segurança e alegria, que pensemos ter afastado para bem longe do nosso cérebro essa cúpula cinzenta do desânimo, ela permanece, persiste e volta a envolver-nos...
Pergunto-me, então, se o que constitui o nosso âmago, aquilo que mais intrinsecamente nos caracteriza e define, é essa permanência plúmbea que em gestos expressivos conseguimos por vezes iludir, ou se, pelo contrário, nós somos verdadeiramente esses gestos, a luta, a persistente conquista de um acto mais azul, uma ideia mais clara, um sentimento mais transparente…
Inspiração I
A inspiração pode surgir de onde menos a esperamos: da simples folha de árvore, pousada sobre o empedrado escuro do passeio; da lagartixa que nos espreita da fresta do muro; das conversas e desabafos daqueles que por nós passam, tantas vezes alheados de tudo o que não seja o seu próprio mundo…
Daí a necessidade de estarmos atentos ao que acontece em redor. Isto é, se queremos entender a realidade e descrevê-la!
Inspiração II
Que maravilhoso milagre é este de estar viva, de saúde, rodeada dos que amo, e com a possibilidade de me alimentar e satisfazer as mais básicas necessidades!
Basta esta simples reflexão para que os olhos eleve ao céu, respire fundo e me compenetre da paz que sobre mim desce. E, com a paz, nasce a capacidade de raciocinar, ver em redor, sentir o odor das flores que se espraia para além do jardim, e que o vento (sim, o mesmo vento que faz dançar as sombras sobre a mesa onde escrevo) espalha pela rua aleatoriamente, sem escolher ou preterir, na sua doação de um presente odorífero.
Inspiração III
Há sensações que pairam sobre nós como gigantescas nuvens negras, parte de um cenário que é o da nossa existência, e ao qual não podemos escapar, ainda que mudemos de terra, de hábitos, de pensamentos …
Ainda que riamos, que conversemos, que sintamos temporariamente segurança e alegria, que pensemos ter afastado para bem longe do nosso cérebro essa cúpula cinzenta do desânimo, ela permanece, persiste e volta a envolver-nos...
Pergunto-me, então, se o que constitui o nosso âmago, aquilo que mais intrinsecamente nos caracteriza e define, é essa permanência plúmbea que em gestos expressivos conseguimos por vezes iludir, ou se, pelo contrário, nós somos verdadeiramente esses gestos, a luta, a persistente conquista de um acto mais azul, uma ideia mais clara, um sentimento mais transparente…
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