Drama branco - Reflexão de Michel Crayon
Calculei que se avançasse mais uns centímetros era certo que acabava por cair no precipício pelo que não avancei, atitude que considero lógica, isto tendo em conta que o precipício era mesmo um precipício, daqueles para onde a gente grita e faz um eco que se repercute durante uma data de tempo e não um precipiciozinho daqueles que se ultrapassam com um salto de pé coxinho como aqueles que eu conheço quando há chuvadas na minha terra e as ruas ficam alagadas e os canos entupidos e os homens da Câmara fazem jus ao facto terem sido eleitos e trabalham finalmente para as eleições que se avizinham quase sempre a seguir a uma chuvada, pegando em pás e picaretas e metendo botas de borracha, normalmente amarelas para condizer com as capas de plástico grosso que também são amarelas, daquele amarelo vivo, tipo canário, excelentes para camuflagem porque têm um gorro atado com atilhos que lhes tapa a cara e a gente nunca sabe se é o Presidente que está lá dentro e pensa que sim, que é mesmo o gajo e vamos a fugir votar nele quando acaba a chuvada.
Pois bem, este precipício de que falo e que era grande, e ainda deve ser, não tenho passado por lá nos últimos tempos mas tudo leva a crer que ele não tenha mexido nem no tamanho nem na profundidade, esse precipício era o precipício por onde se deveria passar caso eu quisesse comprar a baixo preço uma lata de tinta branca e o preço era tão baixo tão baixo que havia gente que pulava o precipício e alguns que se estatelavam lá no fundo nunca mais se ouvindo falar deles mas isso não era importante porque o pessoal que passava por ali e saltava o precipício, ou não saltava como eu fiz porque me estive borrifando para isso e para além disso mesmo havia ainda o facto de não ser assim tão importante comprar uma lata de tinta branca uma vez que a minha casa até era ocre jaune - é preciso saber estas cores como deve ser - pois dizia eu e ainda digo que apesar do perigo os vendedores de tinta branca a baixo preço, mesmo baixo, nunca tinham falta de clientela e fabricavam tinta a dar com um pau aqueles safadinhos de algibeira que tinham descoberto uma mina com aquela ideia de venderem tinta branca a baixo preço.
Calculei que se avançasse mais uns centímetros era certo que acabava por cair no precipício pelo que não avancei, atitude que considero lógica, isto tendo em conta que o precipício era mesmo um precipício, daqueles para onde a gente grita e faz um eco que se repercute durante uma data de tempo e não um precipiciozinho daqueles que se ultrapassam com um salto de pé coxinho como aqueles que eu conheço quando há chuvadas na minha terra e as ruas ficam alagadas e os canos entupidos e os homens da Câmara fazem jus ao facto terem sido eleitos e trabalham finalmente para as eleições que se avizinham quase sempre a seguir a uma chuvada, pegando em pás e picaretas e metendo botas de borracha, normalmente amarelas para condizer com as capas de plástico grosso que também são amarelas, daquele amarelo vivo, tipo canário, excelentes para camuflagem porque têm um gorro atado com atilhos que lhes tapa a cara e a gente nunca sabe se é o Presidente que está lá dentro e pensa que sim, que é mesmo o gajo e vamos a fugir votar nele quando acaba a chuvada.
Pois bem, este precipício de que falo e que era grande, e ainda deve ser, não tenho passado por lá nos últimos tempos mas tudo leva a crer que ele não tenha mexido nem no tamanho nem na profundidade, esse precipício era o precipício por onde se deveria passar caso eu quisesse comprar a baixo preço uma lata de tinta branca e o preço era tão baixo tão baixo que havia gente que pulava o precipício e alguns que se estatelavam lá no fundo nunca mais se ouvindo falar deles mas isso não era importante porque o pessoal que passava por ali e saltava o precipício, ou não saltava como eu fiz porque me estive borrifando para isso e para além disso mesmo havia ainda o facto de não ser assim tão importante comprar uma lata de tinta branca uma vez que a minha casa até era ocre jaune - é preciso saber estas cores como deve ser - pois dizia eu e ainda digo que apesar do perigo os vendedores de tinta branca a baixo preço, mesmo baixo, nunca tinham falta de clientela e fabricavam tinta a dar com um pau aqueles safadinhos de algibeira que tinham descoberto uma mina com aquela ideia de venderem tinta branca a baixo preço.
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