A rendição - Conto por Roberto Kusiak - Parte I
Eu fiz uma aposta, uma aposta muito alta com o destino. Sinto que estou perdendo e que é preciso urgentemente virar esse jogo. Todos os dias eu tento tirar as pedras que estão no caminho. E a cada caminho novo que traço, mais pedras vão aparecendo. Pois é, a vida não é uma merda, nós é que defecamos no lugar errado, ou não.
- Entregue a arma e saia com as mãos para cima!
- Não chega perto senão estouro os miolos dela. Eu não vou sair.
- É a última vez que avisamos. Saia ou invadiremos a casa!
- Vai se catar Mané. Se tentar invadir vai ter morte aqui.
O som do disparo vindo da casa fez os policiais jogarem-se ao chão, um para cada lado. O tiro atingiu a lateral da viatura e forçou os dois a se afastarem. Abrigados atrás das pilastras de sustentação do portão de entrada da residência, eles decidiram chamar reforços. A situação havia chegado a um ponto que necessitariam de um aparato maior de policiais, inclusive com negociadores.
Eu sabia das consequências daquele disparo. Sabia que em pouco tempo a rua estaria tomada por policiais, repórteres, curiosos, padres, pai de santo, políticos e gente de toda sorte. O circo estava armado. Aquele tiro não foi um simples tiro de advertência, ou algo impensado, foi um sinal de que as cartas do jogo começaram a ser distribuídas, que era o primeiro movimento do peão no tabuleiro de xadrez. Ri sozinho enquanto espiava pela janela, o corre-corre no lado de fora.
Eu fiz uma aposta, uma aposta muito alta com o destino. Sinto que estou perdendo e que é preciso urgentemente virar esse jogo. Todos os dias eu tento tirar as pedras que estão no caminho. E a cada caminho novo que traço, mais pedras vão aparecendo. Pois é, a vida não é uma merda, nós é que defecamos no lugar errado, ou não.
- Entregue a arma e saia com as mãos para cima!
- Não chega perto senão estouro os miolos dela. Eu não vou sair.
- É a última vez que avisamos. Saia ou invadiremos a casa!
- Vai se catar Mané. Se tentar invadir vai ter morte aqui.
O som do disparo vindo da casa fez os policiais jogarem-se ao chão, um para cada lado. O tiro atingiu a lateral da viatura e forçou os dois a se afastarem. Abrigados atrás das pilastras de sustentação do portão de entrada da residência, eles decidiram chamar reforços. A situação havia chegado a um ponto que necessitariam de um aparato maior de policiais, inclusive com negociadores.
Eu sabia das consequências daquele disparo. Sabia que em pouco tempo a rua estaria tomada por policiais, repórteres, curiosos, padres, pai de santo, políticos e gente de toda sorte. O circo estava armado. Aquele tiro não foi um simples tiro de advertência, ou algo impensado, foi um sinal de que as cartas do jogo começaram a ser distribuídas, que era o primeiro movimento do peão no tabuleiro de xadrez. Ri sozinho enquanto espiava pela janela, o corre-corre no lado de fora.
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