sábado, 8 de maio de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Os lucros da Banca

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Os lucros da Banca

O nosso mundo infelizmente não prima pela utilização inteligente do senso comum. O senso comum, esse «tremendo» e combatido sentido pessoal e deslustrado das gentes, praticamente corrido à paulada pela «ciência», só serve, nos tempos correntes, nas altas esferas da sapiência para demonstrar o que não deve fazer-se, isto é, que se não deve usá-lo sob pena de pecar. Pois bem...vamos fazer apelo a ele para tentar compreender os sempre extraordinários lucros da Banca.

E será fácil entender a riqueza do senso comum quando se toma notícia dos lucros exorbitantes da Banca, da Banca em geral, aí pelo nosso gracioso mundo. Numa sociedade em recessão, em que a poupança bate no fundo mais baixo de todos os tempos, em que o chamado crédito malparado bate recordes, em que os volumes de empréstimos concedidos e com retorno remunerado são uma gota de água na imensidão dos volumes antes concedidos penso que é do senso comum perguntar-se onde vai a Banca buscar os lucros.

Não havendo actividade produtiva de relevo, nem crescimento real da mesma, batendo os valores de consumo recordes nunca dantes conseguidos, sim, onde vai a Banca buscar os lucros que apresenta nos seus balanços, trimestrais, semestrais e anuais?

Eu, que sou uma pessoa comum, com um pensamento comum, acho, na minha comum ideia, que a haver lucro ele terá de vir da especulação financeira, quer dizer, por palavras comuns, da troca e destroca dos mesmos valores em campos sem qualquer relação com a economia real (que é aquela que apontei acima = não poupança, não produção, não investimento, etc.).

Ora, todos sabemos o principio do senso comum, de que quando o lençol é curto, quando se tapa a cabeça se destapam os pés. Ou seja, para uns ganharem outros têm de perder...ou seja, o dinheiro não é elástico, como todas as coisas (salvo o elástico que é mesmo temporariamente elástico).

Mas, para nosso cúmulo, todos os bancos ganham milhões, milhares de milhões, ninguém perde, quer dizer, no fim dos balanços, o saldo é positivo para todos. Como é isso possível? Como é possível acrescentar-se valor a uma coisa que não tem valor se não estiver relacionado com a economia real, ou seja, acrescentar-se dinheiro ao dinheiro...

1 comentário:

  1. Olá Daniel
    O meu senso comum diz-me que o seu senso comum está correcto na sua dissertação sobre os lucros da banca.
    Só a produtividade pode produzir riqueza.
    Assim sendo, o senso comum das outras pessoas que deduzam o resto.
    Um abraço
    Liliana

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