sábado, 22 de maio de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A europa que se (re-des)conhece

COLUNA UM - Daniel Teixeira - A europa que se (re-des)conhece

Por esta altura do campeonato económico financeiro as coisas andam bastante más em todos os planos e em todos os países ditos desenvolvidos.

Encostados durante alguns séculos (os europeus) aos últimos gritos da moda produtiva e recolectora de matérias primas, tem funcionado a Europa - do Atlântico aos Urais - (assim como os EUA e Japão e agora mais recentemente a China) pelo sistema do «toque de Midas». Quer dizer, uma coisa de relativamente pouco valor, devidamente transformada, recebe o tal «toque» e, em virtude dessa mesma mágica intervenção, o produto transformado sobe astronomicamente no seu valor.
Acabada na Europa a produção em massa, ou pelo menos quase acabada, vêm-me à ideia os lamentos de um Lord inglês do Sec. XVIII muito debruçado sobre a pouca rentabilidade da produção Indiana (na altura colónia inglesa, como é claro) lamentando-se da perca de tempo da população indiana que teimava em manter métodos produtivos artesanais, desaproveitando assim os benefícios que o mesmo tempo ganharia se fosse aplicado na produção em massa.
Pois bem e ressalvado o lento e manual artesanato e as suas metodologias neste momento a Europa (e os chamados países desenvolvidos) deram o nome de «produção de qualidade» e de «produção de marca» ao antes reprovado sistema indiano acima referido, com as devidas alterações que o tempo torna obrigatório.
O chamado investimento em investigação, o facto de se jogar para as calendas formativas e académicas o futuro desta nossa pobre sociedade não é mais que um lento dedilhar de artesanais agulhas indianas. As fortunas gastas em pesquisas de mercado, em publicidade, em transformação por vezes super - artificial de «necessidade» de dados produtos é outro dos esporos negativos do desnorte colectivo.

1 comentário:

  1. Saudações! O Neo-Liberalismo caiu, agora será preciso criar uma nova ideologia. Novos mercados, antes apenas consumidores, estão se destacando no comércio internacional, isso faz também os países desenvolvidos retraírem e pensar numa nova proposta econômica. Não existem países desenvolvidos no hemisfério sul, apenas no norte, isso é um peso grande, pois hoje o Brasil já poderia ser considerado um país desenvolvido, portanto, cada vez mais o bolo do dinheiro terá de ser repartido, uma melhor distribuição das riquesas é inevitável, maior tempo de lazer também é inevitável.

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