domingo, 28 de novembro de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O decote da Rita

COLUNA UM - Daniel Teixeira - O decote da Rita

Nem sei - e nem vou perguntar a quem sabe - se o nome da pessoa em questão é mesmo este mas vou servir-me deste facto acontecido algures nos EUA onde uma série de televisão portuguesa foi premiada com um Emmy para fazer reparar que o que mais referido tem sido pelos média é precisamente o decote da Rita.

Ainda nesta mesma semana e já publicado na anterior semana o Cecílio Elias Netto se tinha debruçado sobre as questões de vestir, não pelo decote de Dilma, mas pelo facto da «inteligente» jornalista que cobria um dado evento não ter encontrado, se calhar, outra coisa para dizer sobre a recém-eleita Presidente do Brasil que a mesma tinha repetido na Cerimónia um dos fatos / vestidos que tinha usado na Campanha...

Pois bem, é muito comum este erro de análise ou de interpretação, ou seja, tomar a parte pelo todo e vice versa: uma pessoa quanto mais vezes percorre uma dada estrada melhor vai conhecendo essa estrada e maior tendência tem para pensar que as outras estradas que não percorreu ainda serão pelo menos parecidas com aquela que percorre.

Quando se depara numa outra estrada com a diferença entre uma e outra depressa lhe é possível chegar à conclusão que aquela estrada que percorre agora é totalmente diferente da outra que percorria descartando por insignificantes as semelhanças que continuam a existir entre as duas estradas.
Neste caso da Rita bastou um decote para fazer esquecer o mais importante que seria o Emmy e daqui tiro o chapéu a quem teve a ideia, se eventualmente não se tratou apenas de um bambúrrio.
E será preocupante sim, analisar agora como as coisas são frágeis na sua essência primeira neste nosso mundo de fragilidades aceleradas: as coisas em si não são frágeis, no seu sentido intrínseco, dentro de si mesmas, nos casos em que não são mesmo e de facto...apenas a mediatização acaba por conseguir obter estes efeitos o que visto à lupa acaba por constatar-se ser cada vez mais preocupante.
Não se trata de um mediatismo qualquer nem sequer da força do mediatismo por si mesma: trata-se isso sim daquela coisa a que se chama alienação e trata-se da fragilidade dos princípios básicos, da inexistência deles em muitos casos ou de um jogo entre vários valores que são postos num mesmo campo em simultâneo originando uma quase natural atrapalhação na escolha daquele que deve ser considerado mais importante.
Lembro-me agora de uma história com alguns anos em que uma serviçal (naquele tempo seria assim) vendo que o seu patrão e senhor não chegava para o jantar terá esperado à volta da mesa uma ou duas horas e depois terá resolvido levantar a mesma convencida que estava que o patrão teria ficado a jantar algures sem que disso a tivesse informado.
Chegado depois, algumas horas depois, terá o referido senhor achado estranho que a mesa estivesse vazia e terá questionado a serviçal que lhe respondeu: «Mas eu julguei...(que já não vinha - não chegou a acrescentar porque foi interrompida por um brusco) : «Não tinha que julgar nada!!Quem julga são os Juízes!!»
E é verdade, em certo sentido passe o caricato da questão...em última instância e quando não há acordo entre as partes nos casos em que é possível fazê-lo, quem julga são de facto os Juízes...mas essencialmente tanto a serviçal como nós todos no nosso dia a dia fazemos julgamentos, tomamos decisões, optamos entre A e B ou C, etc.
E os média e as pessoas que lêem, ouvem ou vêm os média deste tipo optaram pelo decote da Rita tal como a jornalista referida pelo Cecílio Elias Netto terá optado por esse facto provavelmente transcendente para ela que é a Dilma (futura Presidente do Brasil) ter cometido esse verdadeiro acto de insensatez que foi o de vestir uma roupa que já tinha usado em cerimónia igualmente pública.
Ora eu julgo (também julgo) que vivemos num mundo verdadeiramente surrealista - para ser pelo menos tendencialmente simpático - onde existem dois tipos de coisas perfeitamente desligadas uma da outra: um mundo virtual (de conveniência ou para ser visto) e um mundo real onde tem lugar o acontecido.

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Texto sobre Florbela Espanca - Parte II - O PARNASIANISMO DE FLORBELA ESPANCA

Texto sobre Florbela Espanca - Parte II - O PARNASIANISMO DE FLORBELA ESPANCA

Segundo António José Saraiva e Oscar Lopes na sua história da Literatura portuguesa Florbela Espanca é uma sonetista com laivos parnasianos no plano estético, (parnasianismo este de que Olavo Bilac é um dos mais explícitos cultores e teorizadores). Em termos puramente literários esta corrente é uma corrente charneira que serve de voz (ou é utilizada formalmente como voz) de todo um conjunto de autores que tem em comum não só a prática de um dado mundo estético / temático mas também um percurso intelectual e criador comum em muitos aspectos.

O que pode aqui parecer uma redundância vazia de sentido serve-nos no entanto para afirmar e fazer ressaltar a parte da frase que diz:«(…) é parnasiano o (…) conjunto de autores que tem em comum não só a prática de um dado mundo estético / temático mas também um percurso intelectual e criador comum em muitos aspectos.» Este aspecto é importante, e seria importante qualquer que fosse a corrente estética em causa, porquanto muito pouco se sabe sobre as influências culturais e literárias de Florbela Espanca.

As referências encontradas amiúde no seu diário são, nalguns casos indetectáveis ou de difícil procura, caso de Delarne - Mardrus em «La monnaie de Singe» – Florbela Espanca - Contos e Diário – Publicações D. Quixote, ISBN: 972-20-1884-1, Setembro de 1985 e Outubro de 2000, Diário, 2 de Maio de 1930 ou Delarme - Mardrus - Promoclube, Amigos do Livro Editores, Ldª, sem data, Diário, 2 de Maio de 1930, onde a preocupação dos editores (e dos inúmeros introdutores) nem parece ter-se debruçado sobre as incorrecções do nome da autora que Florbela cita desta maneira:

«Maio 1930-2: La monnaie de singe, de (Delarne-Mardrus, Delarme-Mardrus conforme as edições que referimos), encantou-me, positivamente: sem ser, de maneira nenhuma uma obra-prima é um livro adorável. A parte da sua estrutura um pouco frágil, os seus exageros, o seu tom um pouco forçado de demonstração, é realmente qualquer coisa de bom.

A sua «petite fille toute en or», longínqua como um ídolo, é um magnífico pretexto para magníficas páginas cheias de coração e de graça. «La jalousie et la haine sont des formes de l’hommage. C’est un encens amer, mais le plus précieux des encens, celui que les médiocres ne connaîtront jamais ».

Como é verdade ! Este livro tem para mim o valor de me ter debruçado sobre a minha alma de rapariga. Lembro-me dela ter sido, dantes, um pouco, a alma corajosa e bravia, terna e inquieta duma petite fille toute en or. E tembém a mim, foi sempre em monnaie de singe que a esmola da ternura me foi dada…»

Trata-se, neste texto, de um livro impossível de encontrar nas diversas pesquisas que fizemos sob este título, da autoria logicamente inquestionável de DELARUE-MARDRUS, Lucie (Honfleur 1880-Château-Gonthier 1945). Juntamos por ora um pequeno texto em francês referindo a autora guardando para depois um maior desenvolvimento nos aspectos que esta referência despoleta, nomeadamente o facto de Lucie Delarue Mardrus ter sido uma feminista que terá em muito contribuído para a ideia da literatura no feminino, ao mesmo tempo que lhe são apontadas tendências lésbicas.

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - Decisão; Durante o sono

Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - Decisão; Durante o sono

Decisão; Durante o sono

Decisão

Amanhã,
Na pacatez das horas matinais,
Dir-te-ei sucintamente o meu segredo.
Será quando acordar,
Depois de esfregar os olhos,
Depois de espreguiçar-me.
Primeiro acenderei o cigarro,
O primeiro da manhã,
Aquele que me diz bom dia a sorrir.
Não me digas que ele apressará o meu fim,
Porque esse,
Esse será amanhã;
Esse será quando tiver que ser.
Dir-te-ei o meu segredo
Em forma de prefácio,
Para que nem tu percas tempo,

Durante o sono

Hoje vi-te chegar.
Trazias nas botas
O peso do sol do meio dia
E um suor pegajoso
Queimava-te a face.

Entraste sem uma sílaba,
Sem uma letra no olhar,
E respiravas silêncio.

Dali a pouco,
Apenas o ressoar da água
Caindo sobre teu corpo.

Minutos volvidos,
A toalha turca fazendo-te carícias,
E meu olhar através do espelho embaciado,
Obedecendo a meu desejo de estar contigo.

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Idris Elba pode ser o novo «Blade - O Caçador de Vampiros» - Tropa de Elite 2

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Idris Elba pode ser o novo «Blade - O Caçador de Vampiros» - Tropa de Elite 2

Idris Elba pode ser o novo «Blade - O Caçador de Vampiros»

Após afundar a franquia com o medonho «Blade: Trinity», os produtores procuram uma forma de dar seqüência nos filmes do vampirão, e parece que conseguiram.

O ator Idris Elba, que em breve será visto em «Thor» e «Motoqueiro Fantasma 2», aparentemente está em negociações para viver o novo «Blade», em um reinício da franquia.

Tropa de Elite 2

Em «Tropa de Elite», filme sucesso de José Padilha, fica-se com duas sensações: primeiro, o trabalho é um marco no cinema brasileiro; pela primeira vez um filme sobre a violência é narrado pelo ponto de vista dos policiais. Segundo, vivemos em um país violento, e não temos para onde correr!

Com o peso de fazer jus ao primeiro longa, «Tropa de Elite 2» cumpre a missão dada. A violência e a corrupção na polícia continua em pauta, mas desta vez a trama elabora assuntos mais ambiciosos e assustadores.

Ao invés de culpar os riquinhos que compram drogas e financiam o tráfico no país, mesmo que usando apenas uma carreira de pó, a seqüência vai além e começa a mostrar que o buraco é mais em cima: os políticos usufruem de qualquer situação para conquistar dinheiro e fama, e recebem apoio dos demais corruptos.

Moura continua roubando a cena, e está ainda mais à vontade com o personagem que o consagrou. Seu talento é indiscutível. André Ramiro e Milhem Cortaz também retornam como André Matias e Capitão Fábio, e continuam em atuações dignas e talentosas.

O roteiro de Braulio Montovani, mais complexo e polêmico, traz de volta todos os acertos do original, como as frases de efeito que caíram no gosto popular.

«Pede pra sair», «O Senhor é um fanfarrão» e «Faca na caveira, nada na carteira» dão lugares a novas frases que devem conquistar o público, como «Tá de pomba-girice comigo?» e «Quer me foder? Me beija».

Padilha continua corajoso e ousado na direção, e repete a fórmula usada no primeiro além de adicionar elementos de seu premiado documentário «Onibus 174», de 2002.

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AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - «American Pie 4» previsto para Dezembro de 2012; Bruce Willis confirma «Duro de Matar 24/7»;Estúdios MGM

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - «American Pie 4» previsto para Dezembro de 2012; Bruce Willis confirma «Duro de Matar 24/7»;Estúdios MGM recorrerão à lei de falências para reestruturar dívida

«American Pie 4» previsto para Dezembro de 2012

O quarto filme da franquia «American Pie», que esquecerá os longas lançados direto em DVD, já tem uma data prevista para estréia: Dezembro de 2012.

Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg, criadores da franquia «Madrugada Muito Louca», dirigem e roteirizam.

Após «American Pie - O Casamento», os produtores resolveram dar sequência à franquia com filmes lançados direto em DVD e sem os astros principais. Erro total!

Arrependidos, o quarto filme oficial terá a equipe dos três primeiros.

Jason Biggs (Jim), Alyson Hannigan (Michelle), Eugene Levy (Pai de Jim) e Seann William Scott (Stifler) devem retornar.

Bruce Willis confirma «Duro de Matar 24/7»

Em entrevista à MTV americana, Bruce Willis confirmou o quinto «Duro de Matar».

«Provavelmente vamos começar as filmagens em 2011. Já temos o roteiro. No momento, eles estão fazendo algumas pequenas mudanças», disse.

Segundo ele, John McClane (Willis) deve arrumar novo parceiro em seu próximo filme.
O longa será lançado nos EUA como «Die Hard 24/7».

24/7 é uma abreviação que significa «24 horas por dia, 7 dias por semana», geralmente se referindo a um negócio ou serviço disponível em todas as vezes sem interrupção.


Estúdios MGM recorrerão à lei de falências para reestruturar dívida


O estúdio de cinema MGM (Metro-Goldwyn-Mayer), que passa por graves dificuldades financeiras, está concluindo as formalidades para enquadrar-se na lei americana de falências, com o objetivo de realizar uma reestruturação de sua dívida de mais de US$ 4 bilhões, informou o «The Wall Street Journal» nesta sexta-feira.

O estúdio optou por fazer um acordo prévio com seus credores, permitindo que seu caso seja apresentado ao tribunal já na próxima semana e evitando o caminho tradicional do processo, que pode levar meses, segundo o jornal.

A MGM já apresentou seu plano de reestruturação aos credores. Se aprovado, o estúdio poderá submetê-lo ao acordo da justiça para que seja enquadrado na lei de falências.

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Hoje não escrevo - Por Abílio Pacheco

Hoje não escrevo - Por Abílio Pacheco

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, ou como dizem mais tarde menos tarde, ia acontecer de eu ficar sem assunto para a crônica da semana e daí fosse aborrecer o leitor citando ninguém menos que Drummond. Mas eu já disse que tenho crônicas guardadas para quando acontecesse algo assim. Quando acontecesse de assunto algum da semana motivar-me a escrever.

Ora muitos assuntos ainda me dão vontade de escrever. Assuntos hodiernos diga-se. Poderia falar a operação cavalo de tróia em andamento no governo, dos desandos do ENEM, poderia até compará-lo com o ENADE, falar da crônica que pela primeira vez fez pararem-me na rua para comentar algo sobre ela (ainda a crônica do dia dos professores). Poderia postar uma crônica sobre cidades, meu tema de obsessão, mas que pouco apareceu nas crônicas até o momento.

Aliás, as crônicas publicadas são de contar nos dedos. Nos dedos de uma só mão, creio eu. Devo ter mais crônicas guardadas, certamente mais crônicas iniciadas que postas a lume. Preferi deixá-las todas (meia dúzia de crônicas prontas e mais de uma dúzia começadas) para um outro momento.

Disse que hoje não escrevo. Mas vou escrevendo e logo este texto estará no blog/site. Desta vez não vou mandar mala direta para meus leitores assinantes (exceto aqueles que receberão a mensagem automática do wp). Vou caladinho e quietinho fazer a postagem e esperar para ver.

Mas o motivo para não escrever hoje é mesmo outro. Qualquer dia vai uma crônica sobre isto que é um tema bem pessoal, mas também bem da ora: em Marabá perdi um ex-aluno e colega de magistério possivelmente por conta da homofobia.

Mais de uma vez abri este note para escrever o texto de quarta a respeito. Mais de uma vez refuguei. A palavra aqui não vale nada, uma vida não nada nestas plagas onde Saramago pediu que jamais Deus tivesse a ideia sublime de por os pés.

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sábado, 27 de novembro de 2010

O ESPELHO - Conto por Liliana Josué

O ESPELHO - Conto por Liliana Josué

No cimo da cómoda antiga o espelho reflectia os cortinados de ramagens coloridas . Um quadrado de sol projectava-se na janela numa tentativa de alegrar um pouco aquelas flores um tanto desiludidas.

Pequenas prateleiras exibiam fotografias sem cor e vida ausente. Apenas as mais recentes proporcionavam alguma vitalidade às mais antigas. No tampo, um candeeiro com pé de bronze, modelado num menino semi-nu repleto de caracóis e olhar inocente, erguia o braço direito suportando um globo de vidro branco - fosco, enquanto a esquerda segurava na cintura um pano enrolado que lhe cobria as zonas mais íntimas do corpo.

Caixas de vários tamanhos , cores e materiais cobriam quase totalmente esse espaço de mármore branco de veios acastanhados e róseos. Por fim um Santo António estilizado, mostrando o Menino Jesus, ali permanecia abandonado, olhando resignadamente o espaço à sua volta.
Lá fora os sons corriam indefinidos, como suspiros destilados pelo mundo cansado.
Rosa arrastou a cadeira de assento de veludo verde seco e costas em espaldar, sentou-se nela e fixou os olhos castanhos no espelho majestoso e emproado. Num gesto ausente soltou o cabelo, antes aconchegado em torno da cabeça numa farta trança. Nunca quisera pintá-lo, gostava dele assim, era o seu cabelo, agora solto espraiando-se pelas costas e ombros em matizes brancos e negros.
O corpo ainda gracioso não pretendia esconder o peso dos seus sessenta anos. O rosto era níveo e levemente rosado marcado por algumas rugas. Emoldurado naquele espelho lembrava uma pintura romântica. O simples vestido de lã vermelho-escuro ajudava a completar aquela pintura ao vivo de mulher madura e bonita.
O sol foi-se afastando sem que ela o notasse, até que a escuridão da noite ofuscou o enorme espelho. A sua imagem reflectida tornou-se um simples vulto; deixou de ter formas precisas ; o rosto passou a ser apenas uma mancha projectada.
Sara prometera que chegaria cedo, mas com os tempos que corriam nunca havia certezas. Trabalhava numa tipografia, e com menos quinze anos que Rosa a reforma ainda estava longe. Não se podia dar ao luxo de ficar em casa e fazer o que lhe desse na gana.
Olhou para o relógio mas a escuridão impediu-a de ver as horas. Foi quando decidiu acender a luz do candeeiro de pé de bronze com o menino a segurar o globo.
Ainda não era tarde, mas naquela época do ano escurecia relativamente cedo, no entanto a hora de jantar já ia avançada mas resolveu esperar mais um pouco, não gostava de comer sozinha embora isso já fizesse parte do seu dia a dia havia algum tempo.
Continuou sentada olhando-se no espelho, espiando todas as suas expressões e gestos como se se tratasse duma desconhecida. O passado fora engolido por ele; o presente sentava-se a seu lado, quanto ao futuro via-o cada vez mais próximo.
Sempre fora uma mulher firme e decidida, não se deixando intimidar por pressões ou preconceitos, assumira-se como era, por isso mesmo sofrera no corpo e na alma a recusa à hipocrisia. Ainda jovem essa atitude valera-lhe algumas perseguições e más vontades, principalmente entre os familiares.

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Poemas de Liliana Josué - Ondas - PERCURSOS

Poemas de Liliana Josué - Ondas - PERCURSOS

Ondas

Pelo rectângulo vítreo passam
ondas de fumo
ondas de nuvens
ondas de vácuo
em serenidade tensa
na volatilidade do tempo.

Pelo rectângulo vítreo passam
ondas de sentimentos perdidos
ondas de paixões ausentes
ondas de desalentos
pasmo abstracto
em busca de si.

PERCURSOS

Por cada passo que se dá
fazemos História;
Por cada nova ideia que se tem
somos filósofos;
por cada beijo que damos
somos humanos.
Mas tudo é crença transitória
Tudo está em rotação
ou translação.
O Espaço não tem espaço
para o perene.
Ontem fomos só animais
hoje somos seres racionais
e amanhã?

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POESIA DE MANUELA NEVES - A Meu Querido Irmão; Papoila Quente; VINDIMAS (no Oeste de Portugal)

POESIA DE MANUELA NEVES - A Meu Querido Irmão; Papoila Quente; VINDIMAS (no Oeste de Portugal)

A Meu Querido Irmão

Neste barco de ternura
Te envolvo numa ventura
De saudades sem ter fim
Longes sonhos e quimeras
Que vêm já doutras eras
conhecidos somos sim.

Tu e eu somos irmãos
vamos dando nossas mãos
Nos evos dos pensamentos
Folhas volitando aos ventos
Doce paz a envolver.

Eternos caminhos soltos
caminhando como loucos
estrada sem ter igual
Estou aqui, estou contigo
Transitando o infinito
Abraço o intemporal


Papoila Quente

NAO !
Digo não
ao mundo que me ilude
a cada passo.
Ao vento que passando
à minha porta,
me gela no seu abraço.
Ao amor que os homens
dizem existir no próximo.
Ao sangue a iludir-nos
em campos de batalha,
como rosas vermelhas
a rir de todos nós.

NAO !


VINDIMAS
(no Oeste de Portugal)

De oiro ou negro vestidas
entre parras multicores
grávidas plenas de encanto,
escondidas mas adornadas
cachos de uvas encastradas
das videiras são cortadas
pró festival dos odores.

Pelos vinhedos afora,
Vamos lá a vindimar
Cachos cheios, bem carnudos.
Cestas, grupos, na labuta
Andam todos a cantar
P’ra enganar a canseira
Até à noitinha entrar.

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Um Conto - Por Emerson Wiskow - Como um casal

Um Conto - Por Emerson Wiskow - Como um casal

Enquanto ela foi ao banheiro aproveitei para contar o dinheiro. Magali voltou sorrindo, algumas mulheres ganham você pelo sorriso. Magali tinha o sorriso e um belo rosto. Não resisti. Cabelos curtos e pretos, do tipo esguia, pele clara e um belo rosto. Bom, isto eu já disse. Ela sorriu para mim e fechou a porta do pequeno quarto. - São trinta reais. - cobrou-me ela, parada em minha frente. Retirei o dinheiro do bolso, fingi que contava-o pela primeira vez e então entreguei-o.

Magali pegou os «trinta» e saiu novamente do quarto. - Já volto, não fuja daí! - disse ela com um leve sorriso. O que um sorriso não faz. Fiquei encantado com a garota.
Esperei novamente, eu sempre esperava. Enquanto ela não voltava eu olhava para as paredes daquele quartinho sujo, de ar pesado.

Olhei para o colchão jogado no chão, o lençol encardido e desarrumado. «Bom, esta é a minha vida», pensei. Magali voltou e desta vez foi eu quem sorriu. Sempre é bom ver uma mulher voltar.
Olhei para o seu pequeno piercing cravado no nariz, uma pedrinha brilhante. Olhei para o seu corpo esguio e tive vontade de beijá-la.

- Eu queria surfar em Bali. - disse Magali enquanto baixava a calcinha. Eu a observava em silêncio, achando bela e suave aquela jovem prostituta que sonhava surfar em Bali.
O quarto deveria ter uns 2 por 2 , talvez menos, sempre fui mal em relação a medidas, mas o fato é que o quarto era realmente muito pequeno. Tinha um colchão de solteiro jogado ao chão, um cabide para pendurar as roupas, um pequeno cesto de lixo e nós dois.

Uma luz muito fraca iluminava o quartinho, o que contribuía ainda mais para deixá-lo com um aspecto de decadência. Aquilo era a decadência, amenizada apenas pelo sorriso de Magali.
Lá fora a noite arrastava-se morna e abafada, as águas do Guaíba pareciam descansar em leves movimentos. Os navios ancorados, alguns gigantes, adormeciam nas margens do rio.

Antes, porém, os trilhos do metrô. De repente o som da música e o murmúrio que vinha de fora do quarto era cortado pelo som do metrô que atravessava a cidade. Aquela enorme serpente iluminada passava veloz, via-se as pessoas dentro dela, como fantasmas que corriam na noite abafada.

O inferninho, as putas, os amores perdidos, os trilhos do metrô, o metrô, o porto, os velhos navios e o Guaíba. Porto Alegre respirava em seus vários mundos, enquanto Magali sorria para mim dentro do quartinho com ar rançoso.

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Poesia de Varenka de Fátima - Quantos anos você tem? Quantos anos eu tenho: Dueto : Acontece - Maria da Penha Rocha / Varenka ; Dança do ventre/ Folc

Poesia de Varenka de Fátima - Quantos anos você tem? Quantos anos eu tenho: Dueto : Acontece - Maria da Penha Rocha / Varenka ; Dança do ventre/ Folclóricas

Quantos anos você tem?

Quantos anos você tem?
15, 20, 30 ou tá vivendo de gorjeta?
Sim, porque depois dos 50 é gorjeta.
Neste mundo, conturbado,
Passar dos 50 é fazer 13 pontos...
Quantos anos você tem?
Você sabe que não existe presente?
Que o «que» desta linha já é passado
E o Futuro é o «que» que não escrevi?

Quantos anos você tem?
Você sabe que o Presente não é deste mundo,
O Presente é a Eternidade vivida.
Quantos anos você tem?
15, 20, 30 ou está vivendo de gorjeta?
O que você já fez? Atravessou cego na rua?
Deu esmola? Isso qualquer escoteiro faz!...

Quantos anos você tem de Gente?
Você já despertou como Gente?
Você já andou como gente ou até agora
Foi um instrumento de repetição?
Você sabe seu papel no Mundo ! ...Quem é você?
Quantos anos você tem?
Olha, só a sua consciência pode responder a isso!

Quantos anos eu tenho

Quantos anos eu tenho
35, não estou vivendo de gorjeta
Sei, depois do 50 não é gorjeta
Neste mundo,
Mas passar dos 50 não é fazer 13 pontos...
Quantos anos eu tenho?
Sei que o Presente
Num minuto desta linha já é passado
E que o futuro ninguém escreve

Quantos anos eu tenho?
Não sabia que o Presente não é deste Mundo,
O Presente é o que vivo agora
Quantos anos eu tenho?
35, não estou vivendo de gorjeta
O que eu faço? Já atravessei cego na rua


Dança do ventre/ Folclóricas

Danço descalça em casa e na rua
Giro sem preocupar com técnicas
No palco elemento cénico presente
Nem preocupo em profissionalizar

Com taça o corpo todo iluminado
Jarra na busca da água, equilíbrio
Com Bengala, firme com encanto
Pandeiro toque que marca o ritmo

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Poesia de Rolando Revagliatti- Poemas de: Libros Edición Bilingüe : Castellano - Portugués

Poesia de Rolando Revagliatti- Poemas de: Libros Edición Bilingüe : Castellano - Portugués
Autor : Rolando Revagliatti
Traductor : José Luis Campal


«Resurreción»

Nejliudov
príncipe y todo
no puede más con su conciencia
con su mala conciencia
con la voz de su mala conciencia
(Y Tolstoi con la ligera sugestiva
bizquera del ángel seducido).

«Ressurreição»

Nejliudov
príncipe e tudo
não pode mais com a sua consciência
com a sua má consciência
com o som da sua má consciência
(E Tolstoi com a ligeira sugestiva
zarolhice do anjo seduzido).

«Crónica de un iniciado»

Conmovida por la imponencia descalabrada del dragón
a la pequeña lámina me conduje
Yo había ya lucido
enmarcada
Desanduve la sujeción de un endogámico entrevero
de cables, cordeles, piolines y piolitas
San Jorge
harto
retaba a su caballo.

«Crónica dum iniciado»

Comovida pela majestade escalavrada do dragão
á lamínula fui
Eu havia já luzido
enquadrada
Desandei a sujeição duma endogámica mistura
de cabos, barbantes, cordeis e guitas
São-Jorge
farto
desafiava ao seu cavalo.

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Está tudo dominado.

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Está tudo dominado.

Os conflitos arquitetados em novembro de 2010 no Rio de forma orquestrada, onde dezenas de atos terroristas foram iniciados em paralelo com ônibus queimados e civis atingidos mortalmente a esmo, demonstra como os malfeitores planejam e executam seus projetos, sem reuniões de cúpula, sem memorandos, sem escritórios atapetados.
Se nossas autoridades (de posse de toda estrutura que PAGAMOS com nossos impostos) tivessem a mesma sincronia, todas as áreas sociais estariam com 90% de seus problemas superados e teríamos tempo de desenvolver nosso projeto como nação livre.

Ocorre que diversos escalões de comando da administração pública triplicam seus salários justamente por uma nebulosa aliança de suas canetas com os malfeitores das armas de fogo, que acabam controlando os que usam as canetas mortais. Soluções para reduzir as barbaridades urbanas atuais existem e até nós, que não trilhamos os caminhos profissionais da segurança pública, podemos planificá-las em 15 dias.

Mas as demagogias dos governantes visando perpetuação do poder nas mãos dos incompetentes abandonam as questões locais e se preocupam em perdoar as dívidas de Cuba, Nicarágua, Gabão, Moçambique, Haiti e Bolívia enquanto o BNDES se diz sem verbas para financiar os recursos para que nossos nativos sustentem o progresso desta terra de líderes podres.
Os distúrbios urbanos eclodem por dezenas de fatores nascidos na incompetência de nossos dirigentes. Inclusive com intuitos políticos, como em 2002 no Rio, quando a desordem na cidade nos lembrava o Caos da faixa de Gaza e surpreendentemente se «acalmou» depois do resultado das eleições.

A cada ano acontece um fato violento que oprime nossos corações. Lembremos dos últimos: a queima do índio Pataxó em Brasília. A morte do jornalista Tim Lopes no Rio. Morte de 8 pessoas nos ônibus queimados no Rio. Morte de 5 pessoas na queda do buraco do metrô em São Paulo. Trucidamento do menino de 6 anos arrastado no Rio. Morte de 4 operários na queda de ponte em construção em Campos (mesmas construtoras do metrô em São Paulo).
Em todos estes momentos as «autoridades» dizem que agora tomarão medidas enérgicas para mudar o cenário de insegurança e impunidade. Só não dizem que o fundo do poço já ficou para cima há muito tempo e que toda esta fanfarra anunciada por suas goelas são engavetadas 15 dias depois que a imprensa arquiva o assunto pressionada por patrocinadores que enriquecem com este caos social.

A causa da violência urbana não está NAS favelas. Estas já existiam antes de meu nascimento em 1945. Até meados de 1970, quase 99,9% de sua população era de honestos trabalhadores pobres sem condições financeiras para morar em local melhor. Os poucos pilantras que lá moravam limitavam-se a pequenos e esporádicos furtos em residências e lojas ou assaltos eventuais nas ruas da cidade. Portavam no máximo, um revolver 38.
Os líderes locais, por serem mais idosos, eram mais responsáveis e de alguma forma ajudavam aos necessitados da área. Atualmente, como malfeitores dificilmente vivem além dos 35 anos, as quadrilhas são comandadas por jovens a partir de 12 anos, que ao invés de ajudar os necessitados que os escondem, usam-nos como escudos quando a polícia invade as favelas de forma desordenada, sem planejamento.

O ambiente caótico e inadequado foi mantido desta forma por décadas para servir de trampolim eleitoral aos gatunos de terno que montam seus escritórios no coração do asfalto, dentro de suntuosos condomínios e salas confortáveis de prédios públicos.
Quando as favelas possuíam 200 ou 300 pessoas e o uso de drogas não era moda, não chamavam atenção do poder público para suas necessidades básicas humanas pois não incomodavam os bairros ricos. Agora que estufaram e se multiplicaram em progressão geométrica descontrolada, passaram a incomodar aos próprios «bacanas» consumidores, pois a única maneira de serem escutados é fechando pistas, queimando pneus, ônibus e ocultando os bandidos que de alguma forma prestam-lhes a assistência que seria obrigação do Estado, com fiscalização nossa (ambas nunca executadas).

Hoje, os bandidos mal encarados (que não chegam a 0,5% da população residente das favelas) criaram micros empresas do crime (com aval das autoridades ao longo dos últimos 30 anos) e fazem do local sua trincheira privilegiada, usando os pobres inocentes locais como escudos e massa de manobra para balbúrdias sob a força do terror. Mas os escritórios de comando do crime de tráfico estão instalados em valiosos apartamentos na orla marítima ou em gabinetes dos palácios governamentais.
E é destes locais que nascem os telefonemas encomendando as drogas e patrocinando a compra de armas pesadas e desmoralização de algumas autoridades ainda interessadas em manter a ordem. Destas salas são editadas as normas para produzir seqüestros, afrouxar fiscalizações, reduzir equipes de vigilância nas fronteiras e nas estradas e isentar suspeitos de investigações. Também providenciam sumiço de provas e retardamento dos processos judiciais.

Com a abertura democrática concedida pelo falecido Presidente Figueiredo, infelizmente a vida política nacional foi tomada de assalto por um grande número de perigosos marginais portando canetas em seus ternos finos e cheios de idéias infelizes na cabeça que voltaram de seus esconderijos no exterior.


Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

POESIA DE ARLETE PIEDADE -  Sublime; Neblina; Novembro da vida

POESIA DE ARLETE PIEDADE - Sublime; Neblina; Novembro da vida

Sublime

Queria poder sentir-te comigo esta noite
E a sublime intensidade da nossa paixão
Exacerbados sentimentos como açoite
Sensações partilhadas como penhor de união.

Tua voz ressoa acariciante na minha mente
Na memória os vibrantes momentos unidos
No corpo dolorido o limite é somente
Viver as emoções na voragem dos sentidos.


Neblina

Vejo uma pedra desgastada pelo tempo
Um ribeiro tranquilo a caminho do mar
A lua leitosa, nadando no firmamento
Uma noite de inverno, prestes a terminar

Raios de sol lutam para romper as neblinas
Aves escuras esvoaçando fumacentas
Pérolas de água orlam linhas de aranha, finas
Trovões se anunciam prenunciando tormentas

Novembro da vida

E novembro nas vidas e anunciadas
Estão as chuvas que curam mágoas
Aguas que correm do céu nocturno
Acariciando nossos rostos ardentes
Refrescando os corpos rodopiantes
Cansados de lutas ás vezes, inúteis!

Vidas que se desgastam acumulando
Toxinas no corpo! – Acumulando na alma
Emoções por viver! – Prisões impostas
Por costumes, herança, de antepassados!
Só nos é concedida uma oportunidade?
Ou as crenças que nos falam, são verdade?

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Poesia de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz.- SONETOS ALEXANDRINOS:Poesia;Heresia do amor;Desisti de ser mulher / POEMA LIVRE: Faustosa

Poesia de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz.- SONETOS ALEXANDRINOS:Poesia;Heresia do amor;Desisti de ser mulher / POEMA LIVRE: Faustosa pornógrafa


SONETOS ALEXANDRINOS

Poesia

Revela o céu candente um rasgo de ilusão.
Fulgor em alegria, som luz pela campina,
parece em mim buscar repouso e excitação,
pois dança, rodopia, sossega e me alucina!

Um frasco de perfume aberto à escuridão.
Frescor na bela aurora, altiva e sibilina,
espalha um véu sensual à luz da imensidão,
desejo, solidão, rugidos de felina!


Heresia do amor

Eu canto o amor! O amor, tão loucamente, quero!
Em dança ao ventre sou fascínio e colibri
nas juras do pecado. Incandescente fero,
sou onça, sou mulher - um sonho aqui e ali!

Eu canto o amor! O amor, tão loucamente, quero!
Aos rogos do infinito, ardente frenesi
nos flancos do destino. Em mim rosa venero,
voltejo num jardim – um passo aqui e ali!


Desisti de ser mulher

Destruo-me feroz e folha branca ao léu
desfaço-me da inércia, anônima nociva.
Em traje rico falso, estéril e lasciva,
ofendo à natureza e me ofereço ao céu.

Qual flor ferida ao mel e sem meu branco véu
defloro-me integral na lágrima cativa.
À chuva amargurada elevo a tez altiva,
corrompo-me em falsária e faço-te meu réu.

POEMA LIVRE

Faustosa pornógrafa

Ensaiei obscenidades
e ocultos fetiches.
Como numa meretriz enferma
pintei teus lábios de sangue
na ânsia de abafar de mim
tua ridícula anemia.

Ensaiei obsessões
e cenas de canibalismo.
Como numa zona do cais
lavei-te os perfumes naturais
e ao afã de injuriar-te
salpiquei cheiros estranhos no teu chão.

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

COLUNA DE TOM COELHO - Liderança Questionada

COLUNA DE TOM COELHO - Liderança Questionada
Difícil não é alcançar a liderança, mas permanecer no topo

«Lidere, siga ou saia do caminho.»
(Ted Turner)

A cada dois anos, o mês de outubro é marcado em nosso país pela ocorrência de eleições. Já dentro dos muros das empresas, as eleições não têm data agendada. Elas acontecem constantemente, em campanhas não declaradas de candidatos a cargos hierarquicamente mais elevados. Chefes que querem se tornar supervisores, que desejam assumir gerências, que sonham com diretorias, que pensam estar preparados para a presidência da companhia. Acredite, seu cargo pode, neste momento, estar sendo alvejado por terceiros, provenientes do seio da empresa ou de fora dela. Afinal, toda liderança é situacional e transitória.

E da natureza humana postular sempre o «mais». Se você tem um carro popular, trabalha para adquirir um mais completo. Se reside em um imóvel alugado, quer comprar sua casa própria. Se ocupa um cargo operacional, tenciona uma posição estratégica e de maior remuneração.

Analogamente, as empresas esperam maior participação de mercado (market share), maior reputação de marca (share of mind), maior lucratividade e rentabilidade (Ebitda). Assim, para potencializar os resultados, acredita-se que o caminho ideal seja promover mudanças. Neste caso, invariavelmente o atalho é trocar a liderança.

Uma pesquisa sobre os motivos das demissões, realizada em maio de 2000 pela H2R e Right Management, a pedido da revista Você S/A, apontou que 61% dos profissionais acreditavam que poderiam perder seus empregos por problemas de atualização, conhecimento e habilidade técnica ou por falta de experiência. Entretanto, 87% das organizações declararam, naquela ocasião, demitir profissionais por causa de suas atitudes, temperamento, falta de garra ou por problemas de relacionamento interpessoal.

Em junho de 2007 pesquisa similar voltou a ser realizada. Desta vez, apenas 32% das organizações informaram demitir profissionais devido às suas atitudes; porém, 29% apontaram como principal motivo os resultados gerenciais não alcançados. De fato, o nome do jogo é «fazer acontecer».

Quando um time de futebol não vai bem, o técnico é demitido e não todo o elenco. Se em uma sala de aula o rendimento da maioria dos alunos em uma disciplina é insatisfatório, o professor é modificado. Quando cai o número de fiéis em uma igreja, o pastor é substituído. Se a empresa não atinge suas metas, são os líderes que pagam o pato!

A esta altura, você deve estar se questionando sobre o que deve ser feito para defender sua posição. A resposta está em reinventar-se. Seu maior risco é a acomodação. Acreditar que o bom é suficiente onde o ótimo é esperado. Contentar-se com o azul da última linha do balanço, quando a expectativa era cravar indicadores com dois dígitos.

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Crónicas de Haroldo P. Barboza - Prezados colegas da FIFA e do COI !- Salame parrudo «feinho»

Crónicas de Haroldo P. Barboza - Prezados colegas da FIFA e do COI !- Salame parrudo «feinho»

Prezados colegas da FIFA e do COI !

A situação de violência no Rio de Janeiro está fora de controle. As autoridades perderam o respeito há vários anos devido a procedimentos suspeitos com os criminosos que agora não conseguem controlar. Uma prova viva da impunidade que decora nosso cenário social.
Por força dos atos de terrorismo agora em prática, nossa população está em estado (naturalmente) de pânico constante. Não temos condições nem de sair de casa para trabalhar.

De que forma teremos condições para receber turistas inocentes que pretendem aqui chegar em 2014 e 2016? Nossas áreas sociais recebem pouco mais do que planejam gastar na construção de portentosos estádios.

Desta forma, nos parece adequado que a copa do mundo de futebol seja suspensa para evitarmos vergonha maior tendo visitantes como vítimas (da mesma forma que ocorreu no bairro de São Conrado em agosto de 2010) da fúria de bandidos que estão tendo dificuldades para vender drogas aos clientes dos bairros ricos. Fruto do processo capenga das UPPs, que tem enormes virtudes mas «esqueceu» de prender os marginais e tomar suas armas letais. Claro que depois de serem expulsos das favelas eles não se limitarão a vender pipoca nas portas das escolas.

Vocês acompanham estas notícias diariamente e certamente não pretendem ser «parceiros» de projetos que colocarão em risco as vidas de milhares de torcedores e atletas.


Salame parrudo «feinho»


Provavelmente 98% das pessoas possuem extintor no carro porque este item é obrigatório no momento da vistoria anual do veículo. E tem gente que pega o do vizinho emprestado e o devolve depois da vistoria. Até pneus pegam emprestados ou alugados. Depois, se o veículo sofrer um acidente (até com mortes), o motorista culpa o destino, o mecânico que não apertou o arame que segurava a porta traseira ou o boi cansado que pastava às margens da pista.

Mais do que provavelmente, a maioria das pessoas não possui extintor em casa. Conta com o sistema de mangueiras do condomínio, que na maior parte das vezes, por ficarem enroladas por anos seguidos, no momento de uso exibem furos diversos, não encaixam na torneira adequada e por aí vai. Fora a demora em encontrar a chave para abrir o registro emperrado por falta de testes regulares.

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Analfabetismo político -  Por Abílio Pacheco

Analfabetismo político - Por Abílio Pacheco

Que eu tenha minhas reservas à candidatura de Tiririca e de sua eleição, eu tenho. Mas existe o direito do cidadão Francisco Everardo e de seus mais de 1 milhão e 300 mil eleitores. Direito inclusive de não serem ofendidos. Se existe analfabetismo político no caso em pauta, é um analfabetismo diplomado e com calos de estar em bancos de escolas e universidades. Depois do que circulou na net sobre os nordestinos após a eleição de Dilma, a discreta (quase implícita) afirmação de que os eleitores do deputado mais votado do Brasil são politicamente analfabetos é algo que merece nota.

Renato Machado devia estar de folga e lá estava Edney Silvestre que eu admiro da Globo News, do Espaço Aberto – Literatura. A piadinha saiu sem graça. Eu atencipadamente dou-lhe um desconto, mas o fato é sintomático. Não temos no Brasil jornalismo de ancoragem como nos Estados Unidos, mas não sou jornalista e vou ao que acho mais grave: o fato revela o quanto, nestas terras tupiniquins, se avaliam as pessoas por suas escolhas, como nestas plagas de santa cruz se faz um espécie de depreciação por aproximação.

Está mais do que evidente que o mínimo solicitado de uma pessoa para exercer um cargo público elegível por voto universal é ser alfabetizado a ponto de saber ler e escrever no nível mais simples de leitura e no mais simples ato de bolear na ponta da caneta ou lápis e puxar uma perninha para fazer um «a». Coisa que o cidadão Francisco Everardo já aprendeu nestes poucos dias que teve entre a marcação do exame e sua realização. Está claro que sendo reprovado iria recorrer e teria tempo de aprender. Ora pois, deixe-o tomar acento e descansar-nos do Tiririca.

Também está claro que a responsabilidade por tamanho disparate político não é do eleito nem do eleitor. Um teve o direito de se candidatar, por que não teriam os outros o direito de elegê-lo? Se existe lei que permite alguém que não tem a mínima noção do que faz um deputado se candidatar ao cargo, dá cá a mão que maria vitória está com olhos feito o diabo. Mas ninguém dá a mão. Antes, tomam-nos da palmatória. Até porque usando de seu humor peculiar o Tiririca fazendo campanha para o Everardo, assumiu por este o que milhares de candidatos a deputado não assumem. Talvez por faltar quem o fizesse por si.

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COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Do Fim do Amor e Del Final del Amor (versão em espanhol do poema por Alberto Peyrano); Como se minha alma implodi

COLUNA POETICA DE MARIA PETRONILHO - Do Fim do Amor e Del Final del Amor (versão em espanhol do poema por Alberto Peyrano); Como se minha alma implodisse

Do Fim do Amor

que nenhum amor se acabe
como uma ventania
que o coração nos arranca
que a nossa mente arrasta
para o vago longe nada

que o fim de um amor seja
tão suave como a brisa
colhendo uma por uma
as folhas cor de laranja
entre - o - amor construída

Del Final del Amor

Que ningún amor termine
como un fuerte ventarrón
que el corazón nos arranca
y que nuestra mente arrastra
hacia la vaga y lejana nada

Que el final de un amor sea
tan suave como la brisa
llevándose una por una
las hojas color naranja
en el amor construidas

Como se minha alma implodisse
no silêncio
no absoluto
sem sentido
como se mais não fosse
que gotículas
dispersas
lembrando
o cintilar
de espumas
como se soasse
em notas esparsas
de uma sinfonia
como se quedasse
um súbito instante
o ballet da vida

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INTRIGA! A erva daninha que destrói uma organização.- Por Adm. Marizete Furbino

INTRIGA! A erva daninha que destrói uma organização.- Por Adm. Marizete Furbino

«Um clima saudável aceita a diferença de opinião, a discussão acalorada e até um certo nível de estresse, mas repudia fatos desagregadores como assédio moral, intriga e estrelismos. Coisas assim, não fazem parte da ordem do dia nas empresas que têm, em sua cultura, uma vantagem competitiva». Eugênio Mussak - Revista VOCE S/A (Editora Abril, Fevereiro de 2007).
Pode-se afirmar que o século XXI, apesar de ser a era da cooperação, colaboração e união, não impede de surgir dentro da organização a erva daninha da intriga, que caminha de forma aliada com a inveja, e assim, o que se percebe é que a intriga aflora e com toda força, e isso requer de cada profissional a sabedoria no que tange ao seu gerenciamento.

O profissional deve agir com inteligência, não deixando que intrigas, boatos maliciosos e «fofoquinhas» prejudiquem sua vida profissional. A intriga muitas vezes surge devido ao fato da competência e do sucesso alheio que, além de magoar, produz o incômodo de «confrontar» o outro. E é desconcertante observar como o sucesso incomoda muita gente incompetente.
Se você parar para pensar, você irá perceber que a pessoa que faz intrigas, além de não conseguir fazer com que sua vida profissional caminhe como deseja, não possui sequer produtividade alguma, pois ocupa seu tempo em prol de «armações» tentando prejudicar as demais pessoas. A essas pessoas deve-se dar atenção especial. De início deverá ser tentado um trabalho intensivo (psicológico, terapias outras) no sentido de tentar mudar tal personalidade. Se não conseguir sucesso o único recurso é a demissão, uma vez que tais pessoas são nocivas em qualquer empresa.

O líder tem que ser inteligente e ter essa percepção, identificando o problema e as pessoas, para não deixar que a erva daninha, como a intriga, ganhe força, e, por conseguinte prejudique o ambiente de trabalho e a produtividade, pois, isto causaria um grande transtorno para a organização.

E é de suma importância que o líder saiba filtrar o que escuta, tanto dos maledicentes de plantão, quanto o que escuta no corredor, pois deverá ter o máximo de cautela para não prejudicar o próximo e nem ser prejudicado.

Na vida profissional existem profissionais e profissionais; existem os que se entregam de corpo e alma em tudo o que se propõem a fazer, e por conseqüência alcançam o sucesso, e os que nada fazem, mas querem que o resultado «caia do céu»; então costumam querer obter o resultado esperado através da bajulação, através de boatos, traições e intrigas, ou seja, tudo que propõem é tentar derrubar o outro, a qualquer custo.

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

DESALMAR - Por Manuel Fragata de Morais

DESALMAR - Por Manuel Fragata de Morais

A Vuíla Sabata fugira-lhe a assustada alma.
Precisamente às catorze horas e vinte e cinco minutos do dia 15 Junho de 1975, quando, emaranhado na mais recôndita raiva animaleja, entre medos incompreensíveis e razões descontroláveis, esvaziou o carregador da Aka no crânio de um soldado já morto, mas ainda e para sempre inimigo.

Com a cabeça feita passador, tantos eram os buracos, o espírito do falecido, quem desfalece morte arrogante vira alma vadia, manteve-se no corpo mais cinco horas.
O que observava lá fora amedrontava-o, como é sabido, as sombras só se habituam a tal, depois dos vivos apagarem a luz que as faz vaguear, o esquecimento, portanto com eles não mais bulindo. Assim, acanhou-se, sobretudo por não ter a certeza do furo mais seguro por onde escapulir.

Acabrunhado, no seio de tanto miolo esfarelado e sentindo-se ainda matéria, não entendia por que Sabata, não obstante pertencerem a partidos políticos armados diferentes, esvaziara na cabeça de seu corpo, já inerte, todo um carregador de Aka, enquanto o pontapeava feito louco desvairado, até se sentir exaurido.
Em circunstâncias similares, teria ele feito o mesmo?

Com este receio mais do que natural, não apreendendo que doravante seria mera essência desincorporada e que as balas intrusamente lhe haviam subtraído a descartável matéria, o espírito do soldado inimigo de Vuíla Sabata, optou por habitar aquela moradia desumana enquanto fosse possível ou permitido, o esburacado crânio de que fora dono.
Todavia intuía a mudança e estranhava não se achar ambientado. Faltava ao corpo inerte a ligeireza física habitual, o reboliço das correrias pelos bairros pobres da cidade desconhecida, para onde viera impor a desliberdade do seu partido armado, em relação ao outro.

Dali a umas horas estaria escuro, e seu cadáver velado por cães vadios e esfomeados. Seria a hora do adeus mundano. Por enquanto ia-se entretendo a observar a rigidez a assenhorar-se do corpo, ao qual durante dezoito anos se colara e apegara.
Pasmado, descobriu novas perspectivas, como, por exemplo, a de ver de perto as rodas dos poucos carros que ousavam passar naquela rua, raspando-lhe o furado crânio. Porque não o socorriam? Unicamente os cães a rondá-lo, farejando, farejando e gemendo arreganhados ganidos em alimentadas esperanças de lauta ceia.

As dezanove horas ganhou coragem, e de um pulo, saiu lesto pelo furo de bala mais cerca.
Alguns dos cachorros, trespassados por uma súbita corrente fria, fugiram como se alguma turba de garotos os tivesse apedrejado. Outros sentaram-se no alcatrão deserto a uivar, até que uma rajada curta de metralhadora os pôs em silvante debandada.


Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Agenda Cultural Congressos e Eventos Culturais- Por Manuel Fragata de Morais 

Agenda Cultural Congressos e Eventos Culturais- Por Manuel Fragata de Morais


III SEMINARIO LITERATURA, GUERRA E PAZ - Em torno da violência: palavra, corpo e imagem

Este encontro, que fez parte do VII Seminário de Literaturas de Língua Portuguesa: Portugal e Africa, teve como organizadores a Universidade Feral Fulminense, no Rio de Janeiro, através da sua Faculdade de Letras e do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana.

O VII Seminário buscou dar continuidade ao espaço de discussão criado no Instituto de Letras da Universidade Federal Fulminense, em que se vem reavaliando a ampliando reflexões teórico - críticas que fundamentam o estudo das Literaturas produzidas em Portugal e Africa de língua oficial portuguesa.

IV ENCONTRO DE PROFESSORES DE LITERATURAS AFRICANAS DE LINGUA PORTUGUESA

Este IV Encntro decorreu, de igual modo, em Ouro Preto, com uma vasta participação de escritores angolanos, nomeadamente o autor desta recolha, Manuel Fragata de Morais, Luandino Vieira, Pepetela, João Maimona, Abreu Paxe, Jacques dos Santos, Kanguimbo Ananás, Akiz Neto, entre outros mais.
O tema central deste grande evento foi «Africa - dinâmicas culturais e literárias», numa realização da Pontfícia Universidade Católica de Minas Gerais, a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Federal de Ouro Preto.

O FORUM DAS LETRAS EM OURO PRETO

Tive a honra de estar presente neste grandioso evento, e a infelicidade de não ter tido a possibilidade de apresentar uma comunicação, ao lado de Laurentino Gomes, moderados pelo Clóvis Bulcão, por razões que aqui não cabem.
Todavia a grandeza do evento ficou marcada, sobretudo pelo destaque que deu a Africa e a Angola e por nos permitir o contacto directo com uma cidade que representa tão de sobremaneira elevada, quanto o esforço involuntário de milhões de africanos contribuiu para o desenvolvimento multifacetado deste nosso país irmão, o Brasil.

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Poemas de José Manuel Veríssimo - NINHOS E DESEJOS; INFINITIVOS

Poemas de José Manuel Veríssimo - NINHOS E DESEJOS; INFINITIVOS

NINHOS E DESEJOS

Caíram ninhos
Porque não eram ninhos
Apenas um monte de ervas
Sem carinho

As sementes não germinaram
Porque não saciamos a terra

Um dia…………………..
Em simultâneo
- Fartos de solidão –
Encontramo-nos em margens opostas do Tejo

INFINITIVOS

Querer
Estar vivo
Igual a:
Mexer
Pensar
Por si próprio
Reconhecer
Se
Cansado.
Parar
Cair
Levantar
Se
Balançar
Para lá de Si
E dos Ses
Para além das toadas

Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

Poesia Sylvia Beirute - Poema da Beneficência; AVISO

Poesia Sylvia Beirute - Poema da Beneficência; AVISO

Poema da Beneficência; AVISO


Poema da Beneficência

introduza um colapso numa dúvida. recolha-a por elementos. coloque perguntas ao redor.
as respostas situam-se entre tempos verbais. um detalhe apaga-se para dar lugar a outro. a memória como um todo. qualquer força para medir é uma inexpressão na arte.
não há um só caminho aberto em direcção a um caminho aberto. imperdibilidade é um
modo feio de beleza. as coisas mais belas são decíduas porque não assíduas. como
aquele fragmento de biografia sem palavras que procura corporalidade no texto. o seu
instinto difásico é como um diálogo em que as duas linguagens se friccionam e

AVISO

se tiver sintomas de poema, aguente,

não resgate o orgulho, guarde, quando falar

com os outros, uma distância

de, pelo menos, um metro,

fique em casa, não vá trabalhar, esqueça

rotinas graves, monólogos de rupturas,

a periferia de uma lição integral de intimidade,

não consulte o oráculo, des -

frequente-se a si mesmo, não vá à escola, evite

locais muito populosos e com densidades intrínsecas,

evite cumprimentar com abraços,


Leia este tema completo a partir de 29/11/2010

domingo, 21 de novembro de 2010

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Estar à frente no tempo ou ser utópico?

COLUNA UM - Daniel Teixeira - Estar à frente no tempo ou ser utópico?

A diferença entre cada uma destas concepções nem sempre é líquida, clara, transparente. Aqui há uns tempos, não muitos, nem sequer se sabia o que era por exemplo uma criança sobredotada pelo que é comparativamente mais normal até que nos dias de hoje se possa confundir a capacidade de previsão sobre o futuro com o sonho puro e simples.

Vivendo-se como se vive num ambiente sempre «poético» nacional, português, que foi deixando traços bem largos um pouco por todos os sítios e por todas as mentes por onde foi passando, acreditar num projecto e procurar com que ele vingue hoje é uma luta que se processa nas duas frentes que o diferencial entre realidade e irrealidade tratam como bola de ping pong.

Este nosso mundo, em constantes crises de uma coisa ou outra, mas sempre em crise, também não facilita muito o trabalho ... de quem trabalha...para fazer vencer aquilo em que acredita. Fazer vencer não a golpes de martelo, como será evidente, mas fazer vencer nas pessoas e nas suas consciências.

Será por vezes frustrante ver-se que um dado trabalho, que tanto trabalho deu, acaba por não ter o impacto previsto...mas ao contrário do derrotista, que acaba por desertar do campo da simulada batalha, ou nem chega a lá por os pés se tem noticia antecipada, a atitude sã e produtiva é aquela que leva à insistência, com instrumentos aferidos ou ao contornar dos impasses por vias alternativas que acabem por cumprir aquilo que está nas nossas mentes programado e que se considera ser o certo.

Existe também a necessidade de se ter aquilo a que vulgarmente se chama de espírito aberto, aceitar os reparos, pesá-los, confirmar se aquilo que se viu foi de facto o resultado de um raciocínio justo ou se a nossa própria mente nos não terá pregado a tal partida que se serve da nossa cegueira apaixonada para nos convencer da existência de uma realidade que na verdade vimos depois a constatar que não existe.

Tenho alguma cultura sobre o erro: aliás gosto de me dedicar a coisas assim deste género e sei perfeitamente quanto cómodo é jogar as culpas sobre o outro, sobre a sociedade em geral, sobre a pressão social, sobre a natureza até e por vezes sobre as incompreensões dos desígnios de um deus que a existir nunca compreenderemos de facto a menos que sejamos Deus.

«Compreendo perfeitamente o seu problema -» é um chavão tão despido de sentido que se pode tornar ofensivo a menos que se acrescente a frase completa: «Compreendo perfeitamente o seu problema com a minha compreensão do seu problema!» - assim sim...já é aceitável.

Ora, quem compreende uma pessoa ou um grupo de pessoas inseridos numa sociedade sempre em mutação, como se pode falar de uma certeza sobre o futuro sem estar a contrariar aquilo que tenho vindo a afirmar nas linhas anteriores!?

Leia este tema completo a partir de 22/11/2010

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Faleceu o ator americano Tony Curtis - James Franco vai dirigir seu primeiro filme

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Faleceu o ator americano Tony Curtis - James Franco vai dirigir seu primeiro filme

Faleceu o ator americano Tony Curtis

Faleceu em 29 de Setembro de 2010, o ator americano Tony Curtis, aos 85 anos, por parada cardiorrespiratória.

Curtis, pai da atriz Jamie Lee Curtis, protagonizou várias comédias nas décadas de 50 e 60.

Entre seus filmes mais conhecidos, estão «Quanto Mais Quente Melhor», de 1959, e o clássico «Spartacus», de 1960. Ele foi indicado ao Oscar em 1958, por sua atuação em «Acorrentados».

Seu currículo teve mais de 140 filmes.

James Franco vai dirigir seu primeiro filme

James Franco vai participar da adaptação de «The Adderall Diaries», livro de Stephen Elliott. Segundo o Deadline, o ator pretende produzir, dirigir e estrelar.

O livro é acompanha um autor com bloqueio artístico, que decide acompanhar todo o julgamento de um crime para conseguir alguma inspiração.

Na primavera de 2007, um brilhante programador de computador, chamado Hans Reiser é acusado de assassinar sua ex-esposa, Nina. Apesar de uma montanha de evidências circunstanciais contra ele, ele proclama sua inocência. O caso tem uma reviravolta quando o ex-amante de Nina, e ex-amigo melhor Hans, Sean Sturgeon, confessa a oito assassinatos alheios que ninguém nunca ouviu falar.

Leia este tema completo a partir de 22/11/2010

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Colin Farrell deve estrelar remake de «Vingador do Futuro» - Anthony Hopkins e Eminem no novo filme de Fe

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - Colin Farrell deve estrelar remake de «Vingador do Futuro» - Anthony Hopkins e Eminem no novo filme de Fernando Meirelles - Resident Evil 4: Recomeço

Colin Farrell deve estrelar remake de «Vingador do Futuro»

Segundo a Variety, a Sony Pictures está em negociações finais com Colin Farrell para viver o protagonista de «Vingador do Futuro», refilmagem da clássica ficção-científica estrelada por Arnold Schwarzenegger e dirigida por Paul Verhoeven,

Farrell saiu na frente na lista de preferidos, que ainda contava com Tom Hardy e Michael Fassbender.

O ator chega em breve aos cinemas com a refilmagem de «A Hora do Espanto» e a comédia «Horrible Bosses».

Len Wiseman será o diretor do projeto, que será uma versão contemporânea da ficção científica baseada no conto «We Can Remember It for You Wholesale», escrito por Philip K. Dick.

Kurt Wimmer roteiriza.

Anthony Hopkins e Eminem no novo filme de Fernando Meirelles

Anthony Hopkins foi confirmado no elenco de «360», novo filme do diretor brasileiro Fernando Meirelles. O ator se une a Rachel Weisz, já confirmada na produção.

Segundo o Collider, o músico Eminem e a atriz Frances McDormand também estão negociando para participar do projeto.

O filme é roteirizado pelo britânico Peter Morgan, que tem no currículo prestigiadas produções como «A Rainha» e «Frost/Nixon».


Resident Evil 4: Recomeço

Os fãs dos games «Resident Evil» não aceitam o fato da protagonista da franquia cinematográfica ser uma personagem criada apenas para os filmes. Antes de tudo, trata-se de uma adaptação, o que permite a criação e inserção de personagens e elementos que não estavam na trama dos jogos.

Analisando «Resident Evil» como filme, nesta quarta edição, podemos perceber que a protagonista vivida por Milla Jovovich é um dos maiores acertos da produção. A atriz conseguiu evoluir a cada filme, e neste se torna um dos melhores pontos de uma produção que apela para a ação na tentativa de mascarar o roteiro.

Mesmo criticado pelos jogadores, o primeiro filme foi o melhor até o momento. Misturando um roteiro mais elaborado, com uma boa dose de suspense e algumas cenas de ação, tratava-se de um suspense com zumbis. Os personagens tinham suas motivações expostas, e cada um deles era trabalhado para que houvesse, ou não, identificação com o público.

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AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - A Vida Durante a Guerra - Cinema nacional bate recordes - Filme Carros 2 será lançado em 2011

AUTOCINETRIP - CINEMA , RESENHAS E CRITICA - A Vida Durante a Guerra - Cinema nacional bate recordes - Filme Carros 2 será lançado em 2011

A Vida Durante a Guerra

Não é preciso refletir muito para perceber que vivemos em uma sociedade com muitos erros e absurdos. O diretor Todd Solondz não mede esforços para mostrar quanto o mundo está ensandecido em A Vida Durante a Guerra.

Trata-se de uma seqüência ao seu trabalho anterior, Felicidade, mas com um elenco totalmente novo. Para quem ainda não teve a oportunidade de ver o antecessor, não é preciso se preocupar: é fácil entrar na história sem conhecimento prévio dos personagens e, mais importante, é possível apreciar o filme mesmo assim.

Cinema nacional bate recordes

Segundo o Uol Cinema, o cinema nacional pode brindar e desfrutar de um presente: computados os números do feriado do dia 15 de novembro, o público total dos filmes nacionais chegou 22,3 milhões de pessoas em 2010, superando a histórica marca de 22 milhões obtida em 2003, ano de sucessos como «Lisbela e o Prisioneiro», «Carandiru» e «Cidade de Deus».

O recorde foi batido, em grande parte, graças ao fenômeno «Tropa de Elite 2», que já levou mais de 9,6 milhões de espectadores aos cinemas, mas também contou com o ótimo resultado de diversos outros filmes como «Nosso Lar» (4 milhões), «Chico Xavier» (3,4 milhões), «O Bem Amado» (1 milhão), «Xuxa em O Mistério de Feiurinha» (1 milhão em 2010) e «Lula, o Filho do Brasil» (0,8 milhão). Todos são coproduções da Globo Filmes, cujos filmes foram responsáveis por cerca de 93% dos ingressos vendidos até aqui neste ano.

Filme Carros 2 será lançado em 2011

A Disney e a Pixar divulgaram o trailer do filme Carros 2, cuja estréia está prevista para o segundo semestre de 2011. A película será a continuação do primeiro filme, lançado em 2006, em que Lightning McQueen, um automóvel de corrida, se relaciona com os habitantes da cidade abandonada Radiator Springs.

Na seqüência da história, McQueen e seu amigo, um velho e enferrujado guincho chamado Mate, deixam Radiator Springs para competir na categoria Grand Prix, mas acabam se deparando com aventuras e a responsabilidade de salvar o mundo. Nas novas empreitadas, os protagonistas da história se conhecem diversos novos modelos, entre eles, um Aston Martin DB5 espião (em homenagem a James Bond).

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Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - OS URSINHOS MUSICOS

Conto Infantil / Juvenil de Cremilde Vieira da Cruz (Avómi) - OS URSINHOS MUSICOS

Três Ursinhos Músicos resolveram fazer um concerto no largo da aldeia. Foram para a rua com os seus instrumentos e, muito bem sintonizados, tocaram lindas melodias para a assistência que era enorme e, durante algum tempo, esteve muito atenta.

Os Ursinhos estavam muito bem vestidos, de uniformes de cores alegres e bonés interessantíssimos. As pessoas estavam regaladas a ouvi-los e também a olhá-los.

Ora, como todas as pessoas que passavam iam ficando a ouvir, juntou-se uma grande multidão e algumas pessoas, aquelas que estavam mais distantes, não conseguiam ouvir a música melodiosa que os Ursinhos tocavam. A dada altura gerou-se uma grande confusão, porque as pessoas começaram a empurrar-se; os que estavam atrás queriam passar para a frente, os da frente protestavam.
O barulho era tanto, que os músicos tiveram que deixar de tocar e ficaram seriamente preocupados com a própria segurança, pelo que resolveram intervir, a fim de pôr ordem naquelas pessoas tão inquietas.

- Ora bem, meus amigos, - disse o Ursinho Juju - nós estamos aqui para vos distrair e não para vos fazer lutar uns com os outros, por isso gostaria que me ouvissem com atenção, apenas uns minutos:

- A partir de hoje passaremos a vir aqui tocar diariamente. Agradecia, portanto, que aquelas pessoas que estão mais afastadas e não conseguem ouvir-nos, venham amanhã ou outro dia. Para não correrem o risco de encontrarem uma situação como a de hoje, venham mais cedo. Assim evitar-se-ão conflitos e todos ouvirão. Nós queremos proporcionar-vos momentos agradáveis, não queremos envolver-vos em desordem. De modo nenhum desejamos arrepender-nos da ideia que tivemos. Porém, se não derem ouvidos ao nosso apelo, ir-nos-emos embora e não voltaremos aqui.

Terminada a intervenção do Ursinho Juju, fez-se silêncio absoluto e as pessoas começaram e dispersar, sobretudo aquelas que estavam mais distantes. Em pouco tempo, o número de pessoas no largo diminuiu significativamente e aquelas que ficaram puderam ouvir bem a bela música. No primeiro intervalo o Ursinho Cácá fez uma pequena intervenção, apenas para agradecer a maneira como todos tinham acatado o conselho de seu amigo Juju:


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Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano. - ODE AOS PAJADORES

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano. - ODE AOS PAJADORES

Autor: ACAS - PREFACIO: o leitor deverá entender que o ACAS pesquisa falares e acentos regionais brasileiros, há longa data. As «pajadas», ao que parece originária ou originadora das «payadas» platinas, são na interpretação desse caipira paulista, «causos em versos».

E o índio velho, queixo duro, estava cevando o mate amargo. A prosa galponeira estava animada. Há muito tempo aqueles gaudérios pretendiam fazer aquele tchêncontro, com surungo, roda de jogo de truco, vinho, um assado, umas bagas, um amargo e uma charla ao pé do fogo. Ele gostava de haraganear, por isso o evento lhe agradava.
Enquanto despejava mais água fervente na cuia de prata, o índio velho e aporreado; lembrava dos tempos em que desfilava com seu flete nas coxilhas e invernadas verdejantes, varridas pelo Naragano; que fazia com que os ossos doessem do fresco demasiado, mesmo usando o poncho, sombrero, pantalonas e botas de couro; mas a cuia ficava à la cria!

Ele lembrou também do cusco preto que o seguia ao pé de seu bagual, nas vezes em que ia a um bolicho ou para ver uma chinoca querida. Lá, ele se encontrava com os gaiteiros, chamameros, poetas e pajadores, que se apresentavam, por uma baga , na tertúlia nativista, com o melhor da poesia crioula.
Naquelas noites trigueiras, enquanto dobravam o cotovelo, se mateavam ou tomavam a água-benta, ou o vinho da colônia, iam sentindo saudades dos tempos de guri e piá hermoso, das coisas da vida levadas à laço e espora, da querência amada. No final da tertúlia, era sempre servida uma comida campeira e um churrasco digno de um campeiro gaucho.
Mesmo depois de comer, beber, ouvir música, abichornar-se e chorar de saudades, o índio velho, por gracia do Patrão Velho, num upa, ele abria cancha para o onírico e ficava ali, à meia guampa, fingindo não estar gateado, um tanto jururu, declamando «pajadas» do macanudo gaudério Jayme Caetano.
Afinal, nesta vida campeira, ele já estava com o pé no estribo; pronto para falar com o patrão velho. E então, o índio velho levantou-se e em voz solene, declamou esta pajada: .......................................................................eis a pajada:

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Hematofagia (primeira parte)- Conto por Roberto Kusiak

Hematofagia (primeira parte)- Conto por Roberto Kusiak

I- Hábito de alimentação daqueles animais que chupam sangue de outros animais. Representa uma forma especializada de ectoparasitismo. Hematófago: do grego Haima (de haimatos): «sangue» e Phagein: «comer». Destacam-se no rol dos parasitas, ou hematófagos, os pernilongos, piolhos, pulgas, carrapatos, sanguessugas, barbeiros, borboletas e morcegos das espécies Diaemus youngii, Desmodus rotundus e Diphylla ecaudata, conhecidos como vampiros, encontrados apenas na América Latina e no Sul do México.

A palavra Vampiro (do Sérvio: Vampir), surgiu por volta do século XVIII (também constante nos idiomas tcheco, russo, búlgaro e húngaro). De acordo com as lendas Eslováquias e Húngaras, a alma de um suicida deixava seu sepulcro à noite para atacar os humanos, retornando como morcego, antes do sol nascer.

Ainda de acordo com as lendas, suas vítimas também se tornavam vampiros. Assírios e Babilônios também contam sobre criaturas que sugavam sangue de humanos e animais de grande porte. Outros mitos pregam que as pessoas excomungadas, tornam-se vampiros, até que os sacramentos da Igreja os libertem. Crianças não batizadas, e o sétimo filho de um sétimo filho também se tornariam vampiros.

II

Vilson chega atrasado ao escritório de contabilidade, estava mal humorado, pois a noite passada não tinha sido das melhores. Senta-se na cadeira estofada e abre o jornal do dia. A manchete chamava a atenção: «Corpo de jovem é encontrado em um banhado, às margens do rio Caí, no terreno onde será implantada a Estação de Tratamento de Efluentes da Prefeitura Municipal. Segundo a polícia, a vítima, uma jovem aparentando vinte anos, pode ter sido morta em outro local.

Um detalhe chamou a atenção dos policiais, duas perfurações no pescoço e marcas pelo corpo nu da jovem, parecendo picada de insetos. Fato estranho e ainda inexplicável, segundo o inspetor Valter, foi a presença de algumas sanguessugas mortas próximo ao corpo. O IML removeu o corpo foi removido para a casa morte».

Vilson larga o jornal em cima da mesa e acende um cigarro, olha para o telefone e hesita. Desiste, ligaria mais tarde, de um orelhão para não deixar rastros.
- Bom dia Senhor Vilson.
- Vilson, apenas Vilson. Já falei um zilhão de vezes.
- E o costume. Aqui estão os contratos da empreiteira. Eles querem que façamos milagre. Já trago seu café.

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Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LX)

Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LX)

O Livro «Cartas de Amor do Profeta», de Kahli Gibran, foi para mim uma verdadeira bênção! Percebi que existem pessoas absolutamente honestas e verdadeiras naquilo que dizem, agem, manifestam e escrevem sem qualquer tipo de preconceito. Afinal, a grandeza humana, está precisamente no carácter e na pureza de alma! De ambas as coisas, Gibran mostra-se condigno e bem repleto!

Habilmente, na pág. 32 do referido livro, Gibran, humildemente divulga sem qualquer pudor, factos que considera como uma das suas maiores fragilidades (directamente e em primeiro lugar à sua amada. Depois e por consequência obviamente aos leitores). O discurso gira em torno do dinheiro, ao que Gibran anuncia sinceramente: «Sempre tive vergonha de aceitar o teu dinheiro. Sempre perguntei a mim mesmo se era correcto deixar que isso acontecesse. Muitas vezes quis partir, e deixar-te para sempre, mas então pensava: «Ela já me deu tanto! Achará que sou um homem ingrato».

O facto de ter que depender da tua caridade era para mim uma maldição e uma tortura. Davas-me com alegria, e eu aceitava com tristeza. Agora, no entanto, prometo nunca mais agir assim; se me deres, está tudo bem. Se não me deres, está tudo bem. Se me deres e me pedires de volta, também está OK. ... Só agora entendo que este dinheiro significava o quanto tinhas fé no meu trabalho, e no homem que sou. No entanto, mais do que dinheiro, deste-me literalmente o dom da vida. Eu não poderia ter vivido sem esta paixão, sem este amor; quanta gente morre todos os dias porque não encontra quem a ame».

Sem dúvida e de forma brilhante, este pequeno trecho, foca um dos maiores problemas da humanidade: dinheiro e dependência de terceiros. Se por um lado não é desejável não o ter, por outro é uma bênção ter ajudas. Mas também é certo, que não é mau não o ter, não é mau ter-se ajudas e, não é mau ter-se bastante e até em demasia.

O importante mesmo, é como se age perante cada situação específica. O importante mesmo, é perceber porque cada situação acontece. O importante mesmo, é compreender que cada situação acontece simplesmente porque tem de acontecer, seja para crescimento interior, seja para se ter certeza do que se quer e do que se anda a fazer. Mas, seja lá para o que for, apenas a cada um diz respeito, de acordo com o tempo de capacidade de mudança de cada qual. Na realidade e de facto, acredito mesmo, que tudo está ao nosso alcance susceptível de ser mudado. Na realidade e de facto, considero mesmo que a vida é um constante acto de criação e de livre arbitro, até mesmo em relação ao dinheiro.

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Boca de urna - Por Abilio Pacheco

Boca de urna - Por Abilio Pacheco

«Ainda estão conferindo os votos!? Quem está na frente?» Quantos dos poucos leitores que vem até aqui votaram, como eu, em urnas de lona? Acho mesmo que a maioria deve nunca ter visto uma urna de lona, assim como nunca viram um disco de vinil ou um telefone à ficha. Se não fosse a urna digital, ainda amanheceríamos esta quarta sem saber quem havia vencido as eleições. Talvez a apuração ainda durasse até sexta-feira.

Eu mesmo votei poucas vezes na urna digital. Longe de meu domicílio eleitoral, tenho mais justificado que votado. Nas primeiras eleições em que participei ativamente (uma ainda não votando), além de não ter ainda contato com este objeto inovador em termos de apuração, foram os anos em que trabalhei em boca de urna. Causa-me espanto a quantidade de pessoas que foi pressa este ano fazendo isto. Mesmo na época era espantoso, reservavam um ginásio para os detentos. Causa espanto como prendem tantos e tantos escapam. Eu escapei, ileso.

Não tão ileso. Fiz boca de urna duas vezes. A primeira para a direita, além da aventura, receberia um trocado que faria alguma diferença no meu parco orçamento de adolescente (sim, ainda era menor de idade). Na época, reuni-me com outros do mesmo top que eu para poder «trabalhar». Era fácil saber quem estava fazendo boca de urna pelo mesmo candidato: tínhamos uma fitinha de duas cores presa no braço.

A segunda vez foi para a esquerda. De novo a aventura, mas desta vez não havia trocado, mas ideologia. Foi meu primeiro ano como eleitor e já parecia antever alguns problemas da esquerda, suas relações internas. Não, eu não era (nunca fui) filiado, só simpatizante. Nesta época, eu era ativo no grêmio da escola e frequentava os meios intelectuais que me eram permitidos na minha Macondo.
Frequentava também espaços ligados ao partido e aos principais candidatos. Entretanto, fiz campanha, panfletagem e boca de urna para um candidato a vereador inexpressivo. Eu sabia que o voto de legenda era importante e que, mesmo sem ganhar, os votos que ele recebesse ajudariam os candidatos principais. Mesmo dizendo isto, o pessoal torceu-me a cara.

Daí não saí tão ileso. Para a direita, não trabalharia depois nem por dinheiro. Quando comecei a compreender um pouquinho de política optei pela esquerda, mas acho que demorei a entender seus descaminhos. Atualmente não faço boca de urna nem campanha. Não quero correr o risco de alguém errar junto comigo. De todo modo, valeu pela aventura, e os arranhões podem ter ajudado a engrossar a pele.

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Rede Globo denegrida imagem de Cabo Verde - Por Popas Furtado

Rede Globo denegrida imagem de Cabo Verde - Por Popas Furtado

Qualquer cidadão cabo-verdiano iria se sentir revoltado após assistir ao ultimo programa «Fantástico» exibido no ultimo domingo dia 14 de novembro na Rede Globo, TV Brasileira considerada a quarta maior do mundo. Pois, Cabo Verde foi muito mal retratado com base em informações não verídicas, inventadas.

Não é de hoje que no Brasil qualquer país africano é logo associado à pobreza, fome, doenças e outros males sociais. Este preconceito que se justifica pela ignorância e a má informação têm dado muito que falar. O espanto desta vez deve-se ao facto de se tratar da Rede Globo TV o maior canal de televisão do Brasil.

A matéria que teria como objectivo retratar a realidade das mulheres conhecidas como «mula do tráfico» (presas no aeroporto de fortaleza por trafico de drogas) acabou por ser motivo de revolta por parte dos cabo-verdeanos. Isto porque os repórteres se limitaram em «diminuir» a imagem de Cabo Verde.

Os repórteres da Rede Globo foram falar e gravar entrevista com as presas de Cabo Verde no presídio feminino Auri Moura Costa, na Região Metropolitana de Fortaleza, depois viajaram para Cabo Verde onde iriam mostrar a um pouco daquilo que é Cabo Verde e falar com os familiares das presas.

E eis a informação que a Globo passa em pleno domingo num dos programas de maior audiência no país, sobre Cabo Verde:
- «O país deixou de ser colônia portuguesa em 1975. Tem cerca de 400 mil habitantes que vivem da agricultura e da pesca de atum... No fim de outubro, os porteiros do cais estão em greve por melhores salários. Em Cabo Verde, é difícil encontrar quem ganhe mais de R$ 150 por mês. E, entre os desempregados, a maioria tem menos de 25 anos». Só para completar 150 reais seria o equivalente a seis mil escudos.

Isto é mais uma prova de incompetência profissional e falta de capacidade na procura de fontes fiáveis. Até porque qualquer Brasileiro que pisar no solo das ilhas de Cabo Verde iria se fascinar pela riqueza cultural, social, política e econômica, que até mudaria a idéia a pensaria em cabo verde como lugar para viver, igual a outros muitos que estão na «Africa», igual eles referem: a «Africa».

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CORONEL FABRICIANO - 049 - Laqueadura de trompa; ‏ 034 - A Janela -  BENEDITO FRANCO

CORONEL FABRICIANO - 049 - Laqueadura de trompa; ‏ 034 - A Janela - BENEDITO FRANCO

Quem conhece o Inhotim está ganhando... e muito! Uma maravilha de Jardim Botânico, onde o paisagismo teve influência marcante de Roberto Burle Marx (1909-1994), na cidade de Brumadinho, MG, a 60 km de Belo Horizonte. O jardim mais bonito que já vi. Artes e mais artes expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, embora haja bastante arte contemporânea, a meu ver, muitas sem nada dizer e de mau gosto.

Arte contemporânea, na maioria das vezes, é o atestado de incompetência em arte – muita bobarte ou tapiarte...

049 - Laqueadura de trompa.

Tarde movimentada na rua: matar-se-ia um porco muito gordo... imenso, como nunca se tinha visto por lá. Toucinho valorizado bem mais que a carne - não havia ainda óleo de soja, ou outros óleos, para o uso diário, como hoje.

Havia o matador e o castrador de porcos - o castrador de porcas também existia e era profissão mais especializada; inexistiam os hormônios para que os animais engordassem - castrar, a arma eficaz.

O açougueiro - ou melhor, o matador de porcos - preparou as facas, o machado, para dar a pancada na fronte e para separar os ossos e costelas; as folhas de bananeira, as verdes para, no chão da rua sem calçamento, servir de assoalho e proteção contra a sujeira e lama formadas e as secas para chamuscar todo o pêlo; as panelas, ou latas de querosene, para ferver a água, e canecões para jogá-la fervendo em cima do porco - ou capado - e, com o raspar das facas, tirar-lhe a primeira pele chamuscada e o resto de pêlos. Fogão feito na rua mesmo, com três pedras, e facas amoladas numa pedra qualquer, encontrada ali por perto, ou as do fogão. Na época inexistiam, nem lá e nem nas redondezas, ruas pelo menos calçadas, muito menos asfaltadas - talvez na vila uma pessoa sequer conhecesse o asfalto.
A matança, gritos e berros!

Depois da pancada com o olho do machado, o porco gritava e berrava muito, desesperadamente, mas sucumbia, esperneando, e morria de pernas para o ar. Sangrado, o sangue guardado para o chouriço. Entrava em ação o fogo e logo após a água fervendo para lhe tirar o pêlo restante. Usavam-se a faca e o machado para abri-lo, cortando os ossos para separação ao meio e as bandas colocadas ao lado enquanto se preparava a barrigada. Bandas, as duas partes em que se dividia o porco, compostas do toicinho, da carne e dos ossos. Na barrigada separavam-se os rins para doá-los ao botequim mais próximo, servindo de salgadinho para as pinguinhas dos bebuns - prêmio aos sapos e espectadores!

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COLUNA DE ABILIO LIMA - Agenda europeia da semana e noticiário da União Europeia.

COLUNA DE ABILIO LIMA - Agenda europeia da semana e noticiário da União Europeia.

Agenda europeia da semana.


22 de Novembro: Por ocasião da cimeira UE-Ucrânia, assinatura do quinto relatório conjunto sobre a aplicação do protocolo UE-Ucrânia em matéria de cooperação energética.

22 de Novembro: Conferência de alto nível para marcar o 10.º aniversário do diálogo UE-Rússia em matéria de energia.

22 de Novembro: Sessão de trabalho para apresentação da comunicação da Comissão sobre a Política Agrícola Comum 2020, nas instalações da Representação da Comissão Europeia em Portugal.
23 de Novembro: Catherine Ashton, Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, participa na reunião ministerial da parceria oriental que tem lugar em Bruxelas.
23 de Novembro: Apresentação da nova iniciativa no âmbito da estratégia «Europa 2020» - «Novas competências e novos empregos: contribuição europeia para o pleno emprego».

23 de Novembro: Comissão adopta resolução com propostas concretas para a criação do corpo voluntário europeu de ajuda humanitária.

24 de Novembro: II Jornadas de Ambiente em Aveiro. Organização do Centro Europe Direct de Aveiro.

25 de Novembro: Comissário do Emprego apresenta o relatório de 2010 sobre o «Emprego na Europa». Este relatório oferece um panorama completo da dinâmica do emprego na UE.

26 de Novembro: Intervenção sobre as «Estruturas Institucional e Política após o Tratado de Lisboa», Faculdade de Economia de Coimbra.

29 de Novembro: Associação Zona Segura - 1ª Convenção Nacional do Condutor Sénior, Universidade Lusíada, Lisboa.

29 e 30 de Novembro: UE e África organizam a sua terceira cimeira em Tripoli (Líbia). Prevê-se a participação de 80 Chefes de Estados e de governo africanos e europeus. O tema geral é o «Investimento, o crescimento económico e a criação de empregos».

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sábado, 20 de novembro de 2010

The Doors - anacrônica e rápida... - Por Se Gyn

The Doors - anacrônica e rápida... - Por Se Gyn

Sexta-feira à tarde. Para dar uma animada e seguir no trabalho, botei The Doors pra tocar baixinho, no meu PC, começando por L.A. Woman.
Uma estagiária gente boa, diz, lá do fundo da sala. «Meu namorado gosta dessa banda, também. Contei a ele que voce também a ouve e, ele disse que vc tem bom gosto, hehehe!»
Mas, emendou: «Esse cara dessa banda deve estar beeem velho, porque essa música é muito antiga...» E eu, distraído no computador, a cortei, rapidamente: «Não, não. Esse aí, já foi foi!».

Uma colega da sala ri.
Aí, não tem jeito, todos acabam rindo. A moça fica com o rosto em brasa.
Eu até que queria livrá-la do mal-estar, mas fiquei quieto, porque sei que, tentar consertar essas coisas nunca dá certo...

Voltei em 12.05

Voce pode estar pensando: caramba! Colocar o nome da famosa banda foi um jeito mandrake de chamar a atenção para o texto. E, pensando bem, admito, é mesmo.

Mas, reflitindo a respeito, fico imaginando o que mais se poderia dizer sobre essa banda mitológica, sua discografia, seus componentes, Jim Morrisson (suas letras, suas atitudes, suas performances avassaladoras)? Uma rápida volta pelo Google e, chego a conclusão de que, não dá para arriscar, pois existem milhares de excelentes textos, inclusive brasileiros, a respeito. Existem até teses sobre a música da banda, a poesia de Morrisson.

Mas, não resisto a um pequeno ponto: sempre que ouço a banda meus ouvidos ficam travados na performance dos instrumentistas, muito bem casada, consistente e, me pergunto o que mais me chama à atenção ali.


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Poesias de India Libriana e João Furtado - ABRIGO - India Libriana - NAO ESQUECER HAITI - João Furtado

Poesias de India Libriana e João Furtado - ABRIGO - India Libriana - NAO ESQUECER HAITI - João Furtado

ABRIGO

(à Marlene Lima)
Vim para rir em soluços no teu regaço à medida
Quero tuas mãos pétalas de rosa e talhado espinho,
espero neste repouso acalentar minha avenida
Em teu olhar um ósculo, um abraço e um carinho...

Trago-te a densidade de uma alma carente
ampla de carestia desde Caranguejo a Leão
e o transbordar-me quase corpo cadente,
confio-te tudo, enfim meu coração na tua mão...

Não esquecer Haiti

O mundo não pode esquecer
O sofrimento permanente Haitiano
Completa em Janeiro um ano
E o povo continua a falecer!

Depois do terramoto, os dilúvios
E com ele a fome e doença
A miséria é constante presença
As tendas e o nada são anúncios!

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POESIA DE MARIA DA FONSECA - A Fernando Pessoa; Carinho; Marcas do Destino

POESIA DE MARIA DA FONSECA - A Fernando Pessoa; Carinho; Marcas do Destino

A Fernando Pessoa

Do nosso tempo, o Poeta
Foste tu, grande Pessoa.
Quero prestar-te homenagem
Da tua amada Lisboa.

Noutras terras tu viveste,
Outras línguas tu falaste,
Mas na nossa és o maior,
Nossa Pátria realçaste.

Toda a vida dedicada
A escrita e ao pensamento.
Na verdade não fingiste,
Como versa em teu lamento.

Carinho

Sei que vais preocupado!
Mas olha o lindo caminho,
As folhas secas, douradas,
Volteiam em remoinho.

Depois dos dias de chuva
Deste Outono tão instável,
O que vemos nos encanta,
Pelo que tem de amigável.

Alegre o Sol a brilhar,
Por entre nuvens dispersas,
Secou lesta a humidade.
Rompem as plantas submersas.

Marcas do Destino

Marcas do tempo passado,
Trago-as como peregrino
Desde longe, longes tempos.
São as marcas do destino!

Sinalam meu corpo e alma.
E nem sequer são saudosos,
Certos momentos vividos,
Difíceis e caprichosos.

Teu amor, esta harmonia,
Meu tempo suavizou.
Mas algum, nós o perdemos,
E por isso me marcou.

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Poesia de Ilona Bastos - HOJE; Como Soa o Poema; Dias Outonais

Poesia de Ilona Bastos - HOJE; Como Soa o Poema; Dias Outonais


HOJE

Hoje é um dia de harmonia,
Um dia delicado,
Em que vou cantar a folha
E não a árvore,
A pétala e não a flor,
A gota e não o oceano,
O grão e não a areia.

Hoje vou dedicar-me
Aos mais belos pormenores,
Como o do silêncio,
O do gesto,
O do sorriso,
O do traço,
O da letra.

Como Soa o Poema

Não soa o poema ao criador.
Irrompe do fundo de nenhures,
Pensamento luminoso, súbito
Na brancura do papel a derramar.

Não soa em alta voz a poesia.
Pois é ideia ágil, forte e clara,
E passo vivo ou mesmo galopante,
Que o braço move e leva pelo ar.

Não soa como som, já que é mais luz,
Corrente descendente até à mão,
Vaivém audaz do lápis no papel
Furor intenso e débil a criar.

Dias Outonais

Tanto necessito de harmonia,
Que dos meus gestos faço dança,
Para que a arte torne belos
Estes dias curtos do Outono.

Limpo cada folha da palmeira
Como quem penteia os cabelos de oiro
De uma princesa donzela.

Atento, o meu olhar passeia manso
Sobre as construções passantes,
Quando em trânsito navego na cidade,
E lentos desfilam edifícios altos
Nas margens empedradas da avenida.

Prendo-me aos detalhes do mármore jovem,
Do ferro forjado da varanda antiga,
As minúcias doces de um jardim cuidado,
A cortina em renda por trás da vidraça…

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POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - QUISERA...; NOSSO AMOR...

POEMAS DE JOSE GERALDO MARTINEZ - QUISERA...; NOSSO AMOR...

QUISERA...

Moça, quisera ter o poder...
Talvez um teletransporte!
Participaria do teu viver,
que busca um rumo ou norte...

Beijaria tua boca ávida
de um amor que nunca chegou...
Traria sonhos em teu cais vazio,
onde um navio nunca aportou!

Ah! Tivesse o poder e etéreo fosse...
Colocaria em tua amarga vida,
um pouco mais de alegria,
um pouco mais de doce!

NOSSO AMOR...

E esse nosso amor de alma...
Peregrino entregue ao cosmo estelar!
Feito de espera e calma,
para que um dia, definitivamente, possam se encontrar...

E tão passivo...
Qual as águas de um lago num grande colossal!
E de viver assim é espelho vivo,
de um amor sobrenatural...

Cálido...
Com a beleza das naves de dedã!
E de Poseidon traz toda volúpia,
com Apolo a luz de cada manhã...

Lascivo...
Cheio de matizes e enfeites!
Sabedor que a carne é o pão e trigo,
a compartilhar com o espírito dos mesmos
deleites...

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POEMAS EM DUETO COM JOSE GERALDO MARTINEZ - Dueto__Jose Geraldo Martinez_&__Cleide Canton Garcia

POEMAS EM DUETO COM JOSE GERALDO MARTINEZ - Dueto__Jose Geraldo Martinez_&__Cleide Canton Garcia

Dueto__Jose Geraldo Martinez_&__Cleide Canton Garcia

QUERO!

José Geraldo Martinez

Quero tocar-te , por favor ,
teus lábios carnudos !
Beijar-te , faminto
teus seios desnudos .
Despudoradamente ,
feito o sol no poente
Que toca entre serras a
tarde dormente !
Ela geme na relva ,
fêmea perfumosa ,
com o cheiro de mil jasmins
e o perfume das rosas .
Quero beijar-te , assim ,
com ternura e paixão !
Feito a lua debruçada no chão ...

Debruça a Lua no chão

Cleide Canton Garcia

Não faças longa esta espera!
As tardes primaveris,
febris,
se cobrem do perfume de jasmins...
Na relva mansa
meu querer te alcança.
Quero amar-te a céu aberto
com todas as estrelas por perto.
Quero as flores como leito
e, de travesseiro, teu peito
ao som do ribeirinho
num suave murmurinho.
Banho de amor,
doce amor!

Leia este tema completo a partir de 22/11/2010

Crónicas de Haroldo P. Barboza - A REENGENHARIA DA MENTE

Crónicas de Haroldo P. Barboza - A REENGENHARIA DA MENTE

Alguns dirigentes, apenas no intuito de passar a imagem de que estão evoluindo, afirmam que estão PRATICANDO a reengenharia dos processos dentro das empresas que lideram. No entanto, estão apenas cortando custos com ansiedade, trilhando o perigoso caminho do achatamento dos indefesos salários, contribuindo para a queda do moral do grupo, DEITANDO por terra qualquer programa de implantação de Qualidade Total. Como possuem visão limitada, alegam (muitas vezes por conveniência momentânea) que gastos com melhores salários, assistência médica, cesta básica, ambientes confortáveis, segurança e equipamentos modernos, são altos custos a serem EVITADOS, quando na verdade são INVESTIMENTOS no SER HUMANO, com retorno garantido sob a forma da procura de maior produtividade e da eliminação de DESPERDICIOS de recursos.

Só um departamento de RH politicamente forte e inteligente, pode forçar com o APOIO de todos os demais segmentos da empresa, a mudança deste procedimento gerencial ultrapassado que certamente se espelha no dodecálogo elaborado pelas lideranças do país para manter o povo sob o chicote social e desta forma, não correrem riscos de perderem suas elevadas mordomias.

A mentalização de novas atitudes (profissionais e sociais) não se expande em um estalar de dedos nem por decreto oficial. Não devemos imaginar (como num conto de fadas) que os habitantes do topo um dia abrirão mão graciosamente de metade de seus poderes e mordomias em prol de uma sociedade mais justa. Jamais farão isto de livre e expontânea vontade.
Só tomarão esta atitude, quando perceberem que a massa injustiçada que os cerca, começa a se ORGANIZAR no sentido de exigir o justo pelas riquezas que produzem e passam sem protesto, para as mãos daqueles que somente determinam (na maioria das vezes, sem observar conseqüências dolorosas no próximo quinquênio).

Para atingir tal estágio, ANTES de tudo é fundamental que cada um passe a gostar de SI PROPRIO em primeiro lugar (isto não é egoísmo). Que cada um procure ter e tente implantar seu programa de Vida, ajustado aos obstáculos encontrados ao longo de sua existência. Problemas estes criados pelas esferas de comando para evitar uma abertura de consciência coletiva que derrubaria tais mariscos gosmentos do poder.

Leia este tema completo a partir de 22/11/2010